O Segredo da Cabana: A Apache Tremeu em Seus Braços, e o Pistoleiro Descobriu a Única Ferida que o Amor Poderia Curar!

A noite pesava sobre as paredes da cabana, o vento arranhando a madeira como se a própria natureza selvagem quisesse invadir e testemunhar o que estava se desenrolando lá dentro. O lampião suspenso balançava suavemente a cada rajada, projetando longas sombras douradas que se estendiam pela sala, curvando-se sobre a cama, a mesa, as paredes de toras nuas.

Ele estava deitado, recostado na roupa de cama áspera, seu corpo marcado por cicatrizes que falavam de batalhas travadas sob o sol impiedoso. Seu peito subia lento, constante, como se a tempestade lá fora não pudesse alcançá-lo. Mas seus olhos não estavam fixos no fogo, nem na porta, nem nos perigos à espreita na noite.

Estavam fixos nela.

Ela estava perto da janela redonda, o cabelo úmido grudado nos ombros, o tecido de lã puxado firmemente contra o corpo, embora não fizesse nada para proteger a verdade crua entre eles. Ela podia sentir o peso do olhar dele, firme, implacável, mas diferente dos olhos de outros homens que conhecera em cidades e saloons.

Os olhos dele não ansiavam; eles doíam.

Carregavam o silêncio de mil quilômetros solitários, a saudade de um homem que havia fugido da morte, mas não do vazio que ela deixara para trás. Ela hesitou, apertando o tecido com mais força, sua respiração irregular.

A cabana cheirava a fumaça e pinho, o fogo estalando baixo na lareira, um lembrete de que o calor era frágil ali, fugaz. Ela deveria ter recuado para o canto, deveria ter permanecido escondida atrás das camadas de cautela que o mundo a havia ensinado a construir. Mas algo em sua quietude a puxava para mais perto.


Ele se moveu ligeiramente na cama, virando o rosto mais para ela, a luz do lampião talhando linhas nos planos ásperos de seu maxilar. Sua mão se ergueu do cobertor, a palma aberta, cicatrizada e à espera.

“Você não me deve isso,” ele disse, a voz baixa, como se temesse que a tempestade pudesse levar suas palavras embora.

A honestidade dele atravessou suas defesas mais afiada do que qualquer lâmina. Por um longo momento, ela o encarou, dividida entre a segurança da distância e o perigo da proximidade.

O fogo estalou, a tempestade uivou, e a escolha se tornou apenas dela.

Lentamente, ela se moveu pelo chão de madeira, os pés descalços sussurrando contra as tábuas. Cada passo ecoou em seu peito, mais alto que o trovão, mais alto que o medo.

Quando ela o alcançou, colocou a mão na dele – menor, frágil, mas ardendo com um calor que assustou a ambos. Ele a puxou gentilmente, sem força, sem exigência, apenas uma gravidade à qual nenhum dos dois podia resistir.


Ela se sentou ao lado dele, o tecido escorregando levemente, o brilho do lampião suave contra sua pele úmida. Ele estendeu a outra mão, afastando uma mecha de cabelo molhado de sua bochecha, seu toque hesitante, como se temesse que ela pudesse desaparecer se ele pressionasse com muita firmeza.

Ela olhou em seus olhos, vasculhando a escuridão ali, e encontrou não o fora-da-lei de quem o mundo falava, nem o pistoleiro que assombrava os saloons, mas um homem cansado, machucado pelos anos, mas ansiando por algo puro.

Por mim, também, ela sussurrou, sua voz mal um sopro.

A tempestade continuava a rugir, castigando a cabana. Mas lá dentro, o tempo parecia parar.

Os lábios dele encontraram os dela não com urgência, mas com reverência, o beijo terno, paciente, do tipo que falava de promessas ainda não feitas, mas já vinculantes. A mão dela pressionou contra o peito dele, sentindo as batidas constantes do coração por baixo.

E pela primeira vez em anos, ela se permitiu acreditar em um amanhã.


Eles se deitaram juntos, o cobertor cobrindo-os, a luz do fogo pintando suas sombras nas paredes. Cada suspiro, cada palavra sussurrada, tornou-se parte da noite, tecida na canção da tempestade.

Ela lhe contou pedaços de seu passado em fragmentos: perdas, estradas percorridas sozinha, noites passadas rezando por abrigo.

Ele ouviu sem interrupção, seus dedos traçando as linhas de sua mão como se as estivesse memorizando. Quando ele falou, sua voz era áspera, carregando o peso dos homens que ele havia enterrado, das escolhas que haviam esculpido sua alma em algo ao mesmo tempo afiado e vazio.

No entanto, com ela ao seu lado, o vazio se preenchia. Em sua presença, o pistoleiro não era mais um fantasma assombrando as planícies, mas um homem vivo, necessário, visto.

A tempestade começou a se acalmar. A chuva tamborilava mais suavemente contra o telhado, a fúria dos ventos cedendo a sussurros.

Ela repousou a cabeça em seu ombro, seu cabelo úmido esfriando contra a pele dele, e ele a segurou como se ela fosse o último elo que o impedia de se perder na escuridão sem fim. O sono veio lentamente, não por exaustão, mas por paz – algo que nenhum dos dois sentia há mais tempo do que ousavam admitir.


Quando a madrugada chegou, o céu pálido através da janela redonda, o mundo lá fora ainda selvagem e impiedoso, eles permaneceram juntos naquele calor frágil.

Ele sabia que cavalgaria novamente, que a trilha sempre chamava. Mas por agora, com as mãos dela ainda entrelaçadas nas suas, ele se permitiu esquecer o peso da arma ao seu lado.

E ela, aninhada em seus braços, sabia que o Oeste acabaria por levá-lo, como levava tudo. Mas por este momento, nesta cabana de madeira e luz de fogo, o amor havia reivindicado seu próprio canto da fronteira, selvagem e inflexível como a própria terra.

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