MOTTA É DERROTADO! Glauber Fica: O Piso Inabalável de Lula, o Pânico da Direita e o Dilema de Tarcísio de Freitas em 2026

O cenário político brasileiro para 2026 está longe de ser um jogo de azar; ele está, na verdade, sendo cristalizado por números que desmentem o senso comum da oposição e expõem a fragilidade de suas estratégias. A mais recente rodada de pesquisas do IPEC (antigo Ibope) veio não apenas corroborar, mas praticamente solidificar o que outros grandes institutos – como Quest, Atlas e Datafolha – já vinham apontando: a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno.

Esta não é apenas uma projeção otimista; é a consolidação de um fenômeno eleitoral: a existência de um “piso” de votos inabalável para Lula, uma base eleitoral que se mantém constante e sólida, independentemente do adversário que for colocado em sua rota. Na margem de erro, e considerando os votos válidos, Lula tem a vitória no primeiro turno ao seu alcance, o que deveria ser um sinal de alerta máximo para a direita, mas que tem gerado apenas desespero e erros de cálculo.

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O Sacrifício Inútil: Tarcísio, o Governo Certo pelo Dúvido

A consistência de Lula traz consigo um dilema existencial para a direita em 2026. A pergunta que se impõe é de um pragmatismo cruel: se o Presidente tem chances reais de vencer no primeiro turno, por que a principal aposta de renovação da direita, o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se lançaria em um embate com a derrota como provável desfecho?

A direita está simplesmente desesperada. Tentativas de criar comoção em torno da segurança pública, ou qualquer outra pantomima, não moveram as intenções de voto em absolutamente nada. O Lula apanha, o Bolsonaro se manifesta, e o resultado final da pesquisa é o mesmo. O custo de Tarcísio largar o “certo” – o mandato de governador do maior estado do país – pelo “duvidoso” de uma disputa presidencial é alto demais. Seria muito sacrifício para um retorno pífio, que o transformaria, no máximo, em um líder da oposição até 2030, um papel que não exige tal renúncia.

A Polarização e o Piso de 38%

O IPEC aponta que Lula tem 38% das intenções de votos no primeiro turno, uma votação cristalizada que se deve, em grande parte, ao cenário de polarização. O eleitor não está votando apenas na gestão, mas naquela figura política que defende seus interesses e valores. Este é um voto de identificação ideológica e social, não meramente de avaliação de governo.

Quando a análise é feita em cima dos votos válidos (excluindo-se brancos, nulos e indecisos), a vitória de Lula no primeiro turno é matemática:

Lula vence na maioria dos cenários com votos válidos.

Nos cenários mais apertados, Lula fica a apenas 1% da vitória, colocando-o, de forma consistente, dentro da margem de erro para fechar a eleição na primeira rodada.

Isso está consolidado em todos os institutos, sem exceção. Eles atestam duas verdades cruciais: Lula tem um piso consistente, independentemente do adversário, e com os votos válidos, ele tem grandes chances de vitória no primeiro turno. Lula vence todos: Tarcísio, Zema, Caiado, Michelle e Flávio.


A Chantagem do Centrão: O Preço da Anistia e o Movimento de Hugo Mota

A inevitabilidade da vitória de Lula joga o Centrão em um dilema de desespero e barganha. A pressão para definição de um candidato capaz de enfrentar Lula é enorme, e neste contexto, surgiu a candidatura fake de Flávio Bolsonaro.

Flávio deixou claro o “preço” de sua articulação: o “axi ao Bolsonaro, a liberdade do papai”. O pagamento desta fatura se deu através da pauta do PL da Anistia ou da Dosimetria.

A articulação para forçar o avanço deste PL foi liderada por figuras centrais do Centrão, incluindo Hugo Mota (do Republicanos, partido de Tarcísio) em reunião com líderes do PP e União Brasil. O PL foi aprovado em uma tentativa clara de acenar a Flávio Bolsonaro.

Contudo, esta movimentação política é irracional à luz das pesquisas. Se Lula está cristalizado, por que Tarcísio de Freitas se submeteria a essa condição e largaria o Governo de São Paulo? A escolha não faz sentido. Se Lula tem a mesma quantidade de votos contra Tarcísio, Michelle ou Flávio, significa que não há um candidato da direita com chances objetivamente maiores de vitória. O sacrifício de Tarcísio seria em vão.

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O Cenário Hipotético que Falta: O Fim da Especulação

Para acabar com a especulação e o ruído, os institutos de pesquisa precisam ir além e incluir um cenário hipotético.

A sugestão é realizar uma pesquisa simulando o primeiro turno com Lula contra Michelle, Tarcísio e Flávio. Embora seja metodologicamente inviável (pois Michelle e Flávio são do mesmo partido), este cenário traria uma informação crucial: qual dos três é o preferido da população bolsonarista para seguir ao segundo turno contra Lula.

Acabaria-se, assim, a especulação de que “candidato A é melhor que candidato B”. Os dados diriam, com clareza: os bolsonaristas preferem Michele? Ou Tarcísio?

Não se duvida que os trackings de pesquisa internos dos partidos já contenham essa informação, mas a transparência e a metodologia consolidada de grandes institutos são essenciais para um debate público sério. A aposta, contudo, é que Michelle Bolsonaro é a preferida em detrimento de Flávio e Tarcísio de Freitas, uma percepção que, se confirmada, reconfiguraria completamente as negociações do Centrão.


A Distinção Vital: Aprovação Presidencial vs. Aprovação de Governo

Um erro estratégico recorrente da oposição é a confusão entre aprovação de governo e aprovação presidencial.

O Datafolha expôs esta nuance de forma clara. Embora possa haver uma avaliação mais crítica do “governo” como um todo (ministérios, economia, etc.), a figura do Lula enquanto presidente tem uma aprovação muito alta. A aprovação pessoal de Lula é de 50%, com 49% de desaprovação.

Esta é uma distinção vital. Pessoas que olham para a aprovação do governo e concluem que Lula está fraco, estão erradas. Elas estão tentando responder a uma pergunta com resultados de uma pergunta diferente. Lula não está fraco.

Pelo contrário. A campanha de 2026 será a mais paradoxal para o presidente.

    A Campanha Mais Fácil de Vencer: Lula está jogando parado, sem um projeto alternativo de governo substancial da oposição. Tarcísio não apresenta um projeto nacional, e a pauta da segurança pública da direita já minguou. A direita não tem projeto, apenas pautas pontuais.

    A Campanha Mais Apertada: Apesar da facilidade estratégica, o resultado final dos votos será extremamente apertado devido à alta polarização e à mobilização intensa da oposição.

Todas as tentativas de fuchicar Lula – desde o “pacote da blindagem” e o PL antifacção até os desenvolvimentos envolvendo o Banco Master e a criminalidade – acabaram em tiro no pé para a oposição.

A ausência de um plano de governo, combinada com a consistência inabalável do voto em Lula, permite ao presidente dormir “muito tranquilo” em 2026. A consolidação do piso de votos de Lula e sua probabilidade de vitória no primeiro turno são a prova de que, neste momento, não há para ninguém para ganhar dele. A direita continua errando o alvo, e o preço do seu desespero pode ser o sacrifício de suas melhores lideranças.

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