Rico Chega Mais Cedo em Casa e Fica Chocado

O milionário chega mais cedo em casa e não acredita no que vê. Eduardo Silva estava acostumado a chegar em casa sempre depois das 21h, quando todos já estavam dormindo.

Naquele dia, porém, a reunião com os investidores em Lisboa terminou mais cedo do que o esperado, e ele decidiu ir direto para casa sem avisar ninguém. Ao abrir a porta da mansão no bairro do Restelo, Eduardo parou na entrada e não conseguiu processar o que seus olhos viam. Ali, no meio da sala de estar, estava Joana, a empregada doméstica de 28 anos, ajoelhada no chão molhado com um pano na mão.

Mas não era isso que o deixou paralisado. Era a cena ao lado dela. Seu filho Tomás, de apenas 4 anos, estava em pé, com suas muletas roxas, segurando um pano de cozinha e tentando ajudar a jovem a limpar o chão.

“Tia Joana, eu consigo limpar essa parte aqui”, dizia o menino loiro, esticando o bracinho com dificuldade.

“Calma, Tomás, você já me ajudou muito hoje. Que tal sentar ali no sofá enquanto eu termino?”, respondia Joana com uma voz doce que Eduardo nunca tinha ouvido antes.

“Mas eu quero ajudar! Você sempre diz que somos uma equipe!”, insistia o menino, tentando manter o equilíbrio nas muletas.

Eduardo ficou ali parado, observando a cena sem ser notado. Havia algo naquela interação que o comoveu de um jeito que não conseguia explicar. Tomás estava sorrindo – algo que o empresário raramente via em casa.

“Tudo bem, meu ajudante, mas só mais um pouquinho, está bem?”, disse Joana, aceitando a ajuda do menino.

Foi nesse momento que Tomás viu o pai parado na porta. Seu rostinho se iluminou, mas havia uma mistura de surpresa e medo em seus olhos azuis.

“Papá, você chegou cedo!”, exclamou, tentando se virar rápido e quase perdendo o equilíbrio.

Joana se levantou assustada, deixando cair o pano no chão, limpou as mãos rapidamente no avental e baixou a cabeça.

“Boa noite, senhor Eduardo. Eu não sabia que o senhor… perdão, estava terminando a limpeza”, ela gaguejou, claramente nervosa. Eduardo ainda estava processando a cena.

Ele olhou para o filho, que ainda segurava o paninho, e depois para Joana, que parecia querer desaparecer.

“Tomás, o que você está fazendo?”, perguntou Eduardo, tentando manter a voz calma.

“Estou ajudando a tia Joana, pai! Olha só!” Tomás deu uns passinhos cambaleantes em direção ao pai, orgulhoso. “Hoje consegui ficar em pé quase cinco minutos sozinho!”

Eduardo olhou para Joana, buscando uma explicação. A empregada ainda estava com a cabeça baixa, torcendo as mãos nervosamente.

“Cinco minutos?”, repetiu Eduardo, surpreso. “Como assim?”

“A tia Joana me ensina exercícios todos os dias. Ela diz que, se eu praticar muito, um dia vou conseguir correr como os outros meninos”, explicou Tomás, todo animado.

O silêncio pesou no ar. Eduardo sentia uma mistura de emoções que não conseguia identificar – raiva, gratidão, confusão.

Voltou a olhar para Joana. “Exercícios?”, questionou.

Joana finalmente ergueu a cabeça, seus olhos castanhos cheios de medo.

“Senhor Eduardo, eu só estava brincando com o Tomás. Não quis fazer nada de errado…”

“Pai, não!”, interrompeu Tomás, se movendo rapidamente para ficar entre os dois adultos. “A tia Joana é a melhor! Ela não desiste de mim quando eu choro porque dói. Ela diz que sou forte como um guerreiro!”

Eduardo sentiu algo apertar no peito. Quando foi a última vez que tinha visto o filho tão empolgado? Quando foi a última vez que tinha conversado com ele por mais de cinco minutos?

“Tomás, vai para o teu quarto. Preciso falar com a Joana”, disse Eduardo, tentando soar firme, mas gentil.

“Mas, pai…”

“Tomás!”, insistiu o pai.

O menino olhou para Joana, que lhe deu um sorriso encorajador, como se dissesse que tudo ficaria bem.

Tomás saiu mancando com suas muletas, mas antes de desaparecer na escada, gritou: “A tia Joana é a melhor pessoa do mundo!”

Eduardo e Joana ficaram sozinhos na sala. O empresário se aproximou, notando pela primeira vez que a empregada tinha manchas de água no joelho das calças azuis e que suas mãos estavam vermelhas de tanto esfregar o chão.

“Desde quando isso acontece?”, perguntou ele.

“Senhor… os exercícios?”

“Desde quando você faz exercícios com o Tomás?”

Joana hesitou antes de responder. “Desde que comecei a trabalhar aqui, senhor… há uns seis meses. Mas juro que nunca deixei de fazer meu trabalho por causa disso. Faço os exercícios com ele na hora do almoço ou depois de terminar tudo.”

“Você não recebe a mais por isso”, observou Eduardo.

“Não, senhor, e não estou pedindo nada. Eu gosto de brincar com o Tomás. Ele é um menino especial.”

“Especial como?”

Joana pareceu surpresa com a pergunta. “Como assim, senhor? Disse que ele é especial…”

“Especial como?”, insistiu Eduardo.

Joana sorriu pela primeira vez desde que ele tinha chegado.

“Ele é determinado, senhor. Mesmo quando os exercícios são difíceis e ele quer chorar, ele não desiste. E tem um coração enorme. Sempre se preocupa se eu estou cansada, se estou triste. É um menino muito carinhoso.”

Eduardo sentiu novamente aquela pressão no peito. Quando foi a última vez que ele havia reparado nessas qualidades no próprio filho?

“E os exercícios… como você sabe o que fazer?”

Joana baixou a cabeça de novo. “Eu… eu tenho experiência com isso, senhor.”

“Que tipo de experiência?”

Houve uma longa pausa. Joana parecia estar lutando internamente sobre o que dizer.

“Meu irmão mais novo, Pedro, nasceu com problemas nas pernas. Passei a minha infância inteira levando ele à fisioterapia, aprendendo exercícios, ajudando ele a caminhar. Quando vi o Tomás, não consegui ficar parada vendo ele triste.”

“Triste?”

“Sim, senhor. Com todo o respeito, o Tomás fica muito sozinho. A senhora Beatriz está sempre ocupada com as amigas, e o senhor… bem, o senhor trabalha muito. Então eu pensei que… que talvez…”

“Que eu poderia ajudar?”, completou Eduardo.

“Sim, senhor. Mas se o senhor não quiser que eu faça, eu paro agora mesmo. Só queria…”

“O quê?”

Joana levantou o olhar, e pela primeira vez Eduardo viu determinação neles.

“Queria vê-lo sorrir mais, senhor. Uma criança deveria sorrir todos os dias.”

Eduardo ficou em silêncio por um momento, pensando quantas vezes tinha visto o Tomás sorrir nas últimas semanas. Não conseguia lembrar de nenhuma.

“Onde está a Beatriz?”, perguntou ele.

“A senhora saiu para jantar com as amigas. Disse que voltaria tarde.”

“E você ficou aqui com o Tomás.”

“Sim, senhor. Ele jantou, tomou banho, fizemos os exercícios e eu estava terminando de limpar porque ele derrubou o sumo na sala. Ele quis me ajudar a limpar.”

Eduardo olhou ao redor da sala, notando pela primeira vez como tudo estava impecável. Os móveis brilhavam, não havia um grão de pó e até as plantas pareciam mais vivas.

“Joana, posso fazer uma pergunta pessoEnquanto o sol se punha, Eduardo abraçou Tomás e Joana, sabendo que aquela simples chegada antecipada em casa tinha mudado suas vidas para sempre, transformando um empresário distante no pai presente que seu filho sempre mereceu.

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