UMA MÃE HUMILDE LEVA FILHO PARA O TRABALHO E SE SURPREENDE COM O GESTO DO PATRÃO MILIONÁRIO

UMA MÃE HUMILDE LEVA FILHO PARA O TRABALHO E SE SURPREENDE COM O GESTO DO PATRÃO MILIONÁRIO

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Uma mãe solteira, um patrão misterioso e uma criança que mudará suas vidas para sempre. Uma história sobre amor inesperado e segundas chances. Deixe nos comentários de que parte do mundo você está nos assistindo e faça parte deste momento especial.

Neid esfregou os olhos e se levantou rapidamente da cama estreita do pequeno apartamento. Do berço improvisado ao lado, Júnior dormia tranquilo, com os punhos fechados e uma expressão serena que sempre derretia o coração da mãe. Neid carregava o mundo nas costas. Desde que Júnior nasceu, ela trabalhava como doméstica na mansão de Frederico Tavares, um empresário bem-sucedido do ramo imobiliário. O trabalho era sua única fonte de renda.

E ela se dedicava com afinco para manter o emprego que sustentava a pequena família de dois. “Bom dia, meu amor”, sussurrou, beijando a testa morna do filho. Júnior se mexeu levemente, mas continuou dormindo. Era ainda muito cedo para acordá-lo. Nade tomou um banho rápido e se vestiu com roupas simples, calça escura e blusa branca.

Enquanto preparava uma mamadeira para deixar com dona Antônia, pensou em como tudo havia mudado desde que se mudou para aquele bairro. A vizinha do apartamento, ao lado, havia se tornado uma bênção em sua vida. Dona Antônia, uma senhora de 70 anos com coração generoso, cuidava de Júnior todas as manhãs sem cobrar nada em troca.

É um prazer cuidar dessa criança linda”, sempre dizia com um sorriso calor que iluminava o rosto enrugado. “22, mas naquela manhã de terça-feira, dona Antônia havia ligado cedo, dizendo que estava se sentindo mal, com febre e dores no corpo. “Acho que é só um resfriado, querida, mas não posso cuidar do Júnior hoje. Não quero passar nada para ele.

” Neid sentiu o coração apertar. Não tinha ninguém mais para deixar o filho e faltar ao trabalho poderia significar perder o emprego. Depois de muito pensar, decidiu levar Júnior junto. O Sr. Frederico estava viajando há uma semana e só retornaria na quinta-feira, segundo a agenda que ela sempre verificava. “Vai dar tudo certo, meu amor”, disse, olhando para Júnior no carrinho de bebê.

A mamãe vai trabalhar e você vai ficar quietinho, tá bom? Júnior balbuciou algo incompreensível e sorriu, mostrando os dois dentinhos que haviam nascido recentemente. Aos 18 meses, era uma criança esperta e tranquila, com cabelos castanhos claros e olhos grandes e curiosos.

O trajeto até o condomínio de luxo levava 40 minutos de ônibus. Neid aproveitava o percurso para organizar mentalmente as tarefas do dia, limpeza da sala, cozinha, quartos e preparar o almoço que o senor Frederico raramente comia em casa devido às constantes viagens de negócios. A mansão era imponente, com jardins bem cuidados e uma arquitetura moderna que impressionava.

Nade tinha uma chave da entrada dos fundos e chegava sempre antes das 8 da manhã. A casa ficava silenciosa na maior parte do tempo, já que o patrão viajava pelo menos duas semanas por mês. Frederico Tavares era um homem enigmático, mantinha-se sempre distante e formal com os funcionários. Neid sabia pouco sobre sua vida pessoal, apenas que era solteiro e parecia preferir a solidão da grande mansão.

Nas raras ocasiões em que se encontravam, as conversas eram estritamente profissionais. Bom dia, Sr. Frederico. Bom dia, Neid. A correspondência está na mesa. E era só isso. Ele tinha uma presença imponente, com olhos escuros que pareciam carregar algum peso invisível. Neid acomodou o filho na cozinha, em um espaço seguro com alguns brinquedos, e começou a trabalhar.

Estava tudo correndo bem, até que, por volta das 2as da tarde, ouviu o som da chave na porta principal. Seu coração quase parou. Frederico havia voltado mais cedo. Rapidamente foi verificar Júnior, que havia engatinhando para fora da cozinha sem que ela percebesse. O pânico tomou conta dela quando não encontrou o filho onde o havia deixado.

“Júnior, Júnior, onde você está?”, sussurrou desesperada. “Foi então que ouvi uma risada, não de Júnior, mas de um homem. Uma risada genuína, calorosa, completamente diferente de qualquer som que já havia escutado na mansão. Seguiu o som até a sala principal e parou na entrada, incrédula com a cena à sua frente.

Frederico Tavares, sempre formal, estava sentado no chão de terno e gravata, fazendo caretas engraçadas para Júnior, que gargalhava deliciado. O bebê havia conseguido pegar a gravata do homem e a balançava como se fosse um brinquedo. “Ah, então você gosta da minha gravata?”, dizia Frederico, com uma voz completamente diferente da que Neid conhecia. “Ela é cara, sabia? Mas pode brincar à vontade.

” Júnior soltou mais uma gargalhada e tentou se levantar, apoiando-se na perna do homem. Neid ficou paralisada por alguns segundos, observando aquela interação impossível. O homem frio e distante que ela conhecia havia desaparecido, substituído por alguém que brincava com seu filho como se fosse a coisa mais natural do mundo. Frederico levantou os olhos e a viu parada na porta.

Por um momento, seus olhares se encontraram e Neidu diferente naqueles olhos escuros, uma suavidade que nunca havia notado antes. “Senor Frederico, eu eu posso explicar.” começou com a voz trêmula, se aproximando rapidamente para pegar Júnior no colo. “Não precisa se explicar ainda”, disse ele se levantando e ajustando o terno.

“Primeiro me diga, este pequeno gentleman é seu filho?” “Sim, senhor. Eu sei que não deveria tê-lo trazido, mas como ele se chama?” Neid hesitou, temendo a reação. Júnior, senhor. Algo passou pelo rosto de Frederico. Uma emoção rápida que ela não conseguiu identificar.

Júnior, repetiu ele, olhando para a criança que agora se escondia timidamente no colo da mãe. É um nome bonito. Senr. Frederico, eu posso explicar a situação. Dona Antônia, que sempre cuida dele, ficou doente hoje e eu não tinha com quem deixar. Eu sei que foi irresponsável da minha parte, mas Neid, ele a interrompeu suavemente. Respire.

Ela parou surpresa com o tom gentil. Quanto tempo você trabalha aqui? Um ano, senhor. Em um ano, você já me deu algum motivo para reclamar do seu trabalho? Não, senhor. Pelo menos espero que não. Então, por que está achando que vou demiti-la por causa de uma situação excepcional? Neid ficou sem palavras. Aquela não era a reação que esperava.

Além do mais, continuou Frederico, olhando para Júnior. Ele é muito bem comportado. Quanto tempo ele ficou brincando na sala? Eu não sei. Não percebi quando ele saiu da cozinha. Desculpe, eu deveria ter prestado mais atenção. Ele deve ter ficado pelo menos 15 minutos aqui sozinho antes de eu chegar. Não chorou, não quebrou nada, apenas brincou silenciosamente. É uma criança muito tranquila.

Júnior havia se acalmado e agora observava Frederico com curiosidade. Posso? Perguntou Frederico, estendendo os braços. Neid hesitou, mas algo na expressão dele a tranquilizou. Cuidadosamente passou Júnior para os braços do patrão. “Olá novamente, jovem Júnior”, disse Frederico. E o bebê imediatamente sorriu.

“Você causou um grande susto na sua mãe, sabia disso?” Júnior balbuciou algo e tentou pegar o rosto do homem. “Senhor Frederico”, começou Ne, ainda nervosa. “Eu prometo que isso não vai se repetir. Amanhã eu dou um jeito de Quantos anos ele tem?” Um ano e se meses. Aí a vizinha que cuida dele vai melhorar logo? Eu acredito que sim. Ela disse que era só um resfriado.

Frederico ficou pensativo por um momento, ainda segurando Júnior, que parecia completamente à vontade em seus braços. Escute, Nade, eu entendo que situações imprevistas acontecem. Não vou penalizá-la por isso. Na verdade, ele fez uma pausa olhando para Júnior. Se sua vizinha precisar de mais alguns dias para se recuperar, você pode trazê-lo novamente.

Como? Esta casa é grande demais para uma pessoa só. Um pouco de vida aqui não fará mal. Neid conseguia acreditar no que estava ouvindo. Mas são apenas alguns dias até a dona Antônia melhorar. Não quero abusar da sua bondade. Não é bondade, disse Frederico, devolvendo Júnior para ela. É praticidade.

Você trabalha melhor quando não está preocupada e eu preciso do meu trabalho feito direito. Havia algo mais por trás daquela explicação racional. Neid percebeu, mas não ousou questionar. Muito obrigada, senor Frederico. O senhor não sabe o quanto isso significa para mim. Apenas mantenha-o seguro e longe dos objetos frágeis. Claro, senhor.

Frederico se dirigiu para o escritório, mas parou antes de sair da sala. Nad, sim, senhor. Da próxima vez que uma situação assim acontecer, me ligue antes. Meu número está na agenda da cozinha. Sim, senhor. Obrigada. Depois que ele saiu, Ne ficou sozinha com Júnior, tentando processar o que havia acontecido. O homem frio e distante havia mostrado um lado completamente diferente e ela não sabia bem como se sentir em relação a isso.

“O que você fez com o papai Júnior?”, sussurrou, beijando a testa do filho. Ele estava diferente. Júnior apenas riu e tentou pegar o cabelo da mãe. Pelo resto da tarde, Neid trabalhou com Júnior, brincando próximo a ela, sempre atenta para que não saísse de vista novamente.

Frederico permaneceu no escritório, mas de vez em quando ela o ouvia ao telefone, com a voz séria e profissional de sempre. Por volta das 5 da tarde, quando Neid estava terminando de organizar a cozinha, Frederico apareceu. Como foi o resto do dia? Tranquilo, senhor. Júnior dormiu depois do almoço e acordou há pouco. Frederico se aproximou do bebê que estava sentado no chão brincando com alguns recipientes plásticos que Neid havia dado para ele.

“Ele é muito parecido com você”, comentou. Todo mundo diz isso. E o pai? A pergunta pegou Neid desprevenida. Ela raramente falava sobre o assunto. Não faz parte da nossa vida, respondeu simplesmente. Frederico assentiu, respeitando sua privacidade. Neid, posso fazer uma pergunta pessoal? Claro, senhor.

Você é feliz? A pergunta a surpreendeu. Sai ainda mais. Como assim? Com sua vida, com suas escolhas, você é feliz? Neid olhou para Júnior, que havia parado de brincar, e agora olhava para os dois adultos, como se entendesse a conversa. “Eu tenho tudo que preciso”, respondeu. “Meu filho é saudável. Eu tenho um trabalho digno, um teto sobre nossas cabeças.

Para mim, isso é felic garantir que Júnior tenha todas as oportunidades que eu não tive. Isso já é sonho suficiente para mim.” “Admirável”, disse finalmente. “Senor Frederico, posso fazer uma pergunta? também. Ele pareceu surpreso, mas assentiu. Por que o senhor foi tão gentil hoje? Não que eu esteja reclamando, mas é diferente do usual. Frederico hesitou antes de responder.

Talvez seja porque faz muito tempo que não ouço uma criança rir nesta casa. Havia uma melancolia em sua voz que tocou o coração de Neid, mas ela não ousou perguntar mais nada. Bem, disse Frederico, voltando ao tom profissional. Amanhã vou sair cedo para uma reunião. Se precisar trazer Júnior novamente, pode ficar à vontade. Obrigada, Sr. Frederico.

No caminho de volta para casa, com Júnior dormindo no carrinho, Neidar pensar no que havia acontecido. Havia algo no olhar de Frederico quando ele brincava com seu filho, uma suavidade que contrastava completamente com a imagem que ela tinha dele. “Que dia estranho, não é, Júnior?”, murmurou, ajustando a mantinha sobre o filho.

Dona Antônia ainda estava de cama quando Neid chegou em casa, mas já se sentia melhor. Como foi no trabalho, querida? Conseguiu dar conta de tudo? Foi diferente, respondeu Neade. O Senr. Frederico voltou mais cedo, mas ele não se importou com Júnior lá. Não se importou. Até disse que eu posso levar Júnior novamente, se a senhora ainda não estiver bem amanhã.

Dona Antônia arqueou as sobrancelhas. Interessante. Esse patrão seu sempre pareceu ser muito rígido. Também achava isso. Naquela noite, enquanto dava banho em Júnior e o colocava para dormir, Neid se pegou pensando em Frederico Tavares de uma forma completamente nova. Havia algo por trás daquela fachada fria, algo que ela havia vislumbrado naquela tarde.

“Talvez todo mundo precise de um pouco de vida em casa”, pensou, lembrando das palavras dele. Pela primeira vez em muito tempo, Neid se sentiu curiosa sobre a vida de outra pessoa que não fosse Júnior e isso a assustou um pouco. Na manhã seguinte, dona Antônia ainda estava com febre baixa. Então, Neid decidiu levar Júnior para o trabalho novamente. Desta vez, porém, se sentia menos nervosa.

A reação de Frederico no dia anterior havia sido uma surpresa positiva. Chegou à mansão às 8 da manhã e encontrou um bilhete na mesa da cozinha. Neid sai cedo para reuniões. Volto por volta das 2 da tarde. Se Júnior quiser, pode levá-lo para conhecer o jardim. Apenas cuidado com a piscina. FT. O bilhete a surpreendeu. Frederico nunca deixara recados pessoais antes, apenas instruções de trabalho, que a sugestão sobre o jardim mostrava uma consideração que ela não esperava.

Ouviu isso, Júnior? O tio Frederico disse que você pode brincar no jardim. Júnior estava no cadeirão que Neid havia trazido, comendo pedacinhos de banana e observando tudo com curiosidade. Aos 18 meses, ele estava cada vez mais esperto e ativo. Amanhã passou tranquila. Nade limpou a casa enquanto Júnior brincava próximo e, por volta das 10 horas decidiram explorar o jardim.

Era um espaço amplo e bem cuidado, com grama macia, onde Júnior podia engatinhar à vontade. “Cuidado, meu amor”, dizia Neid, seguindo o filho que descobria cada cantinho do jardim com fascínio. “Não pode pegar essas flores.” Júnior balbuciava empolgado, tentando alcançar as borboletas que voam entre as plantas. Era raro ele ter tanto espaço para brincar, já que o apartamento onde moravam era pequeno.

As duas em ponto, Neid ouviu o carro na garagem. Rapidamente, pegou o Júnior no colo e voltaram para dentro da casa. Boa tarde, senor Frederico, cumprimentou quando ele entrou. Boa tarde, Neid. Como passou amanhã? E o jovem Júnior? Muito bem, nós exploramos o jardim, como o senhor sugeriu. Júnior adorou. Frederico sorriu, um sorriso pequeno, mas genuíno.

Que bom. Como foi a reunião de Rog Júnior? Perguntou-se dirigindo ao bebê com naturalidade. Júnior riu e estendeu os bracinhos na direção do homem. “Acho que ele gostou de você”, disse Neid surpresa com a reação do filho. “Posso?”, perguntou Frederico. E Neid passou Júnior para seus braços. “Então, como foi seu dia de trabalho?”, perguntou Frederico para Júnior, que respondia com balbucios animados.

Ah, entendi. Você ajudou sua mãe com a limpeza e depois brincou no jardim, muito produtivo. Nade não conseguia deixar de sorrir vendo aquela interação. Havia algo quase paternal na forma como Frederico conversava com Júnior. Senr. Frederico, posso preparar seu almoço? Na verdade, almocei fora. Mas você pode fazer algo para Júnior.

Ele deve estar com fome depois de tanto brincar. Já dei a comida dele há pouco, mas obrigada pela preocupação. Frederico continuou brincando com Júnior por mais alguns minutos antes de devolvê-lo para Neade. Preciso fazer algumas ligações. Vocês vão ficar por aqui? Sim, senhor. Ainda tenho algumas coisas para organizar. Ótimo.

Naquela tarde, enquanto Neid trabalhava na lavanderia, Júnior brincava no chão ao lado. Foi quando ouviu Frederico se aproximando. Neid, posso falar com você um momento? Claro, senhor. Estive pensando. Júnior parece gostar muito de brincar, mas percebi que ele não tem muitos brinquedos aqui. Ah, não se preocupe com isso. Ele se diverte com qualquer coisa.

Eu sei, mas você se importaria se eu comprasse alguns brinquedos para ele usar aqui? Nada exagerado, apenas algumas coisas básicas para quando ele vier comigo. Neid ficou surpresa com a oferta. Senor Frederico, isso é muito gentil, mas não precisa se incomodar. Júnior já está acostumado. Não é incômodo, Nee. Na verdade, seria um prazer. Havia algo em sua voz, uma suavidade que ela ainda estava se acostumando a ouvir.

Se o senhor insiste, eu agradeço muito, mas nada muito caro. Por favor, deixe isso por minha conta. No dia seguinte, dona Antônia ainda não se sentia totalmente recuperada. Então, Ne levou Júnior mais uma vez. Quando chegaram, encontraram uma surpresa na sala, uma caixa de brinquedos educativos adequados para a idade de Júnior. “Senor Frederico”, exclamou Nade quando o encontrou no escritório.

“O senhor não deveria ter feito isso. Por que não? Júnior vai aproveitá-los, não vai?” Como se entendesse a conversa, Júnior engatinhou até a caixa e começou a explorar os brinquedos novos com empolgação. Viu? Aprovação instantânea”, disse Frederico, saindo do escritório para observar a reação do bebê. Júnior havia encontrado um brinquedo musical e, ao apertá-lo, saiu uma melodia suave.

Ele riu deliciado e olhou para Frederico como se dissesse: “Obrigado”. “Acho que você fez um amigo”, comentou Nade. A sensação é mútua. Durante os dias seguintes, estabeleceu-se uma nova rotina. Neid chegava com Júnior, trabalhava enquanto ele brincava e Frederico sempre arranjava um tempo para interagir com a criança.

Gradually, as conversas entre Neid e Frederico também se tornaram mais frequentes e menos formais. “Nade, posso te fazer uma pergunta?”, disse Frederico numa tarde de quinta-feira, enquanto Júnior cochilava no sofá. “Claro, você sempre quis ser mãe tão jovem?”, Era uma pergunta pessoal, mas a forma como ele perguntou não so invasiva.

Não exatamente, respondeu honestamente. Júnior não foi planejado, mas desde o momento que soube que estava grávida, soube que o amaria incondicionalmente. E o pai, desculpe se estou sendo indiscreto, não tem problema. O pai, ele não estava pronto para a responsabilidade. Quando soube da gravidez, desapareceu. Nunca mais o vi.

Deve ter sido muito difícil. Os primeiros meses foram os mais difíceis, mas Júnior me deu forças para continuar. Ele é minha motivação para ser melhor a cada dia. Frederico ficou pensativo, observando Júnior dormir. Você é uma mãe admirável, Nee. Obrigada. Isso significa muito vindo do senhor. Posso te fazer mais uma pergunta? Claro.

Você se sente sozinha às vezes? A pergunta apegou desprevenida. Era algo que ela raramente admitia, mesmo para si mesma. Às vezes, respondeu baixinho, mas Júnior preenche muito da minha vida e tenho dona Antônia, que é como uma avó para ele. Mas e você? Seus sonhos, suas vontades pessoais? Meus sonhos agora são todos sobre Júnior. Ver ele crescer saudável e feliz é tudo que importa.

E antes, antes de Júnior, quais eram seus sonhos? Ne sorriu nostálgica. Eu queria estudar pedagogia. Sempre gostei de crianças e pensava em ser professora. Mas a vida tomou outro rumo. Nunca é tarde para retomar os sonhos. Com júnior pequeno e precisando trabalhar para sustentá-lo, fica difícil pensar em estudar. Entendo.

Eles ficaram em silêncio por um momento, cada um perdido em seus próprios pensamentos. E o senhor? Perguntou Neid, surpreendendo a si mesma com a pergunta. sempre sonhou em ter sua própria empresa? Frederico pareceu surpreso com a pergunta, mas não incomodado. Na verdade, não.

Quando era mais jovem tinha outros planos, mas às vezes a vida nos leva por caminhos que não esperávamos. O senhor se arrepende? Arrependimento é uma palavra forte. Digamos que às vezes me pergunto como teria sido se tivesse feito escolhas diferentes. Havia uma melancolia em sua voz que Neid reconheceu. Era a mesma que às vezes sentia quando pensava em como sua vida poderia ter sido diferente.

Júnior se mexeu no sofá e acordou, interrompendo o momento de reflexão. Imediatamente ele procurou Frederico com os olhos e sorriu ao encontrá-lo. “Alguém dormiu bem?”, disse Frederico se aproximando. Júnior estendeu os bracinhos para ele. Ele realmente gostou de você, comentou Nade, ainda impressionada com a conexão entre os dois. O sentimento é recíproco.

Naquela sexta-feira, dona Antônia finalmente se sentiu bem o suficiente para voltar a cuidar de Júnior, mas algo havia mudado na dinâmica da casa. Frederico parecia diferente, mais presente, menos distante. “Nade”, disse ele enquanto ela se preparava para ir embora. “Se algum dia dona Antônia não puder cuidar de Júnior novamente, não hesite em trazê-lo.

Esta casa ficou mais alegre com vocês aqui.” “O senhor Frederico. O senhor foi muito gentil conosco essa semana. Foi um prazer. Júnior é uma criança especial. Ele gosta muito do senhor também. Ótimo fim de semana, Neid. Nos vemos na segunda. Ótimo fim de semana para o senhor também. No caminho para casa, Neid refletiu sobre os últimos dias. Havia descoberto um lado completamente diferente de seu patrão.

Um lado que era gentil, atencioso e surpreendentemente carinhoso com Júnior. Pela primeira vez em muito tempo, ela se sentiu não sozinha. Que semana interessante, não é, meu amor?”, disse para Júnior, que dormia no carrinho. “Acho que fizemos um amigo.” Mas enquanto caminhava pelas ruas do bairro, Neid não conseguia ignorar um sentimento crescente de confusão.

As atenções de Frederico, embora genuínas, a deixavam em uma situação delicada. Ele era seu patrão, um homem bem-sucedido e sofisticado, enquanto ela era apenas uma empregada doméstica com um filho para criar. Não posso criar expectativas”, murmurou para si mesma. “Ele está sendo gentil, só isso não significa nada mais”.

Mas no fundo do coração, uma pequena parte dela começou a se perguntar se aqueles gestos de carinho significariam algo mais do que simples bondade. E essa possibilidade, por mais remota que parecesse, começou a despertar sentimentos que ela havia enterrado há muito tempo. As semanas que se seguiram trouxeram uma mudança sutil, mas perceptível na rotina da mansão.

Frederico cancelou duas viagens de negócios, alegando que precisava reorganizar prioridades locais e começou a trabalhar mais de casa. Neid notou que ele sempre aparecia na cozinha na hora do almoço, mesmo quando dizia que comeria fora. Bom dia, Neid. Como passou o fim de semana? Tornou-se sua saudação habitual às segundas-feiras.

Bem, senor Frederico. E o senhor? Tranquilo. E Júnior cresceu mais um pouco. Era sempre sobre Júnior, mas Neid percebia que os olhos de Frederico também se demoravam nela quando falava sobre o filho. Numa terça-feira chuvosa de março, Frederico chegou em casa mais cedo que o usual e encontrou Ne organizando as compras na cozinha enquanto Júnior brincava com os brinquedos no chão. Que tal se fizéssemos algo diferente hoje? sugeriu ele, surpreendendo Nade.

Como assim, senhor? Júnior parece inquieto com essa chuva. Que tal se assistíssemos um filme, algo adequado para a idade dele? Neid hesitou. Assistir um filme juntos parecia ultrapassar os limites da relação patrão empregada. Senr. Frederico, eu ainda tenho trabalho para fazer. O trabalho pode esperar. Além do mais, você já fez mais do que suficiente hoje. Frederico se agachou ao lado de Júnior.

O que acha, campeão? Vamos assistir um desenho? Júnior bateu palmas e riu como se entendesse perfeitamente a proposta. Acho que isso é um sim, disse Frederico, olhando para Neid com um sorriso. Eles se acomodaram na sala de TV, uma sala menor e mais aconchegante que Neid raramente entrava.

Frederico escolheu um desenho animado adequado para bebês e Júnior ficou fascinado com as cores e músicas. “Ele está adorando”, comentou Nade, observando o filho completamente hipnotizado pela tela. “E você está se divertindo?” “Fazia tempo que não assistia desenho animado”, admitiu ela, rindo de uma cena engraçada. Durante o filme, Júnior adormeceu no colo de Neid.

Frederico abaixou o volume e eles continuaram assistindo em silêncio confortável. “Nate”, disse ele depois de alguns minutos. “Posso te contar algo?” “Claro, faz anos que não assisto TV assim relaxado, sem pensar em trabalho. O senhor trabalha muito mesmo. Talvez trabalhe demais. Às vezes me pergunto se vale a pena tanta dedicação ao trabalho quando não tenho quando não há ninguém para compartilhar os resultados.

Havia uma vulnerabilidade em sua voz que tocou Neid profundamente. Tenho certeza que encontrará alguém especial quando for a hora certa, disse ela gentilmente. Você acredita nisso? Na hora certa? Acredito que as coisas acontecem quando devem acontecer. Júnior chegou na minha vida num momento difícil, mas foi exatamente quando eu mais precisava dele.

E você acredita que encontrará alguém? A pergunta apegou desprevenida. Eu não penso muito nisso. Júnior ocupa todo meu tempo e pensamento. Mas você merece ser feliz também, Neid, não apenas como mãe, mas como mulher. O comentário fez seu coração acelerar. Havia algo na forma como ele disse, como mulher que a fez sentir borboletas no estômago. “Eu sou feliz”, respondeu, mas sua voz saiu mais baixa que o normal.

“Sei que é, mas felicidade pode ter muitas camadas, não acha?” Eles se olharam por um momento e Neid sentiu uma conexão que ia além de patrão e empregada, mas Júnior se mexeu em seus braços, quebrando o momento. “Acho melhor eu colocá-lo para dormir direito”, disse ela, se levantando. “Use o quarto de hóspedes ali do corredor, é mais confortável”. Obrigada.

Quando Neid voltou, encontrou Frederico na cozinha preparando café. Pensei que você poderia querer uma xícara. Obrigada, Sr. Frederico. Frederico, ele corrigiu suavemente. Quando estamos assim conversando, pode me chamar apenas de Frederico. Eu não sei se seria apropriado.

Por que não seria? Porque o senhor é meu patrão e eu e você é uma pessoa que aprendi a respeitar e admirar. Hierarquias não precisam definir como nos relacionamos como pessoas. Neid aceitou o café com mãos ligeiramente trêmulas. Frederico, disse ela experimentando o nome. É estranho chamá-lo assim, mas não desagradável, espero. Não. Ela sorriu, apenas diferente.

Naquele fim de semana, Neid encontrou Fátima, sua colega, que trabalhava em outra mansão do mesmo condomínio, no ponto de ônibus. Neid, que coincidência. Como você está? Bem, Fátima. E você? Correria total. Minha patroa está recebendo a família toda no fim de semana. Fátima observou Ne com curiosidade. Você está diferente, mas radiante.

Diferente como? Não sei, mas feliz. Alguma novidade? Nade hesitou, mas decidiu compartilhar. Bem, meu patrão tem sido muito gentil ultimamente. Júnior ficou doente semana passada, só uma gripe. Mas quando eu contei para o Senr. Frederico, ele se ofereceu para pagar um plano de saúde para Júnior. Plano de saúde? Fátima arqueou as sobrancelhas. Que interessante.

Ele tem sido muito carinhoso com Júnior. Até comprou brinquedos para ele brincar na casa. Neid, Fátima baixou a voz, olhando ao redor. Você não acha isso estranho? Estranho como? Um homem solteiro, rico, de repente interessado numa criança que não é dele. Ele apenas está sendo gentil. Júnior é uma criança adorável.

É natural que as pessoas gostem dele. Querida, você precisa tomar cuidado. Homens ricos às vezes têm intenções ocultas. Que tipo de intenções? Fátima hesitou como se não quisesse ser quem plantaria a dúvida. Olha, eu não quero te assustar, mas já ouvi histórias de patrões que se aproximam de empregadas com filhos.

Por bem, porque querem a criança. Como assim querem a criança? Para a adoção, Neid. Homens solteiros e ricos que não conseguem ter filhos às vezes tentam convencer mães solteiras em situação vulnerável a abrir mão dos filhos. O sangue de Neid gelou. Fátima, você está exagerando. Frederico, nunca daria a entender algo assim.

Frederico, vocês já se tratam pelo primeiro nome? Neid percebeu o erro e se amaldiçoou mentalmente. Foi apenas um deslize. Neid promete que vai tomar cuidado. Às vezes, homens assim começam conquistando a confiança da mãe para depois fazer a proposta. Você está sendo paranoica, Fátima? Espero que sim.

Mas promete que vai ficar alerta? Prometo disse Neid mais para encerrar o assunto do que por concordar. Mas durante o fim de semana, as palavras de Fátima ecoaram em sua mente. Seria possível que Frederico tivesse segundas intenções? Ela relembrou todos os gestos gentis, todas as conversas, tentando encontrar sinais que pudessem confirmar as suspeitas de Fátima.

Na segunda-feira chegou ao trabalho mais observadora e cautelosa. Quando Frederico apareceu na cozinha para cumprimentá-la, ela analisou cada palavra, cada gesto. Bom dia, Neid. Como passou o fim de semana? Bem, obrigada. Ele notou que ela estava mais formal que o usual. Tudo bem. Você parece distante hoje. Está tudo bem, senor Frederico. Senor Frederico.

Ele arqueou uma sobrancelha. Pensei que tínhamos passado dessa formalidade. Acho melhor mantermos as coisas profissionais. Frederico ficou visivelmente confuso e um pouco magoado. Fiz algo que te incomodou? Não, senhor. Apenas acho que é melhor assim. Durante a semana, Neid manteve a distância, respondendo: “Apenas o necessário, as tentativas de conversa de Frederico.

” Ele tentou algumas vezes se aproximar de Júnior, mas ela sempre arranjava uma desculpa para tirar o filho de perto. Na quinta-feira, Frederico não aguentou mais. “Nade, preciso falar com você. Algo está claramente errado e não entendo o que aconteceu. Não aconteceu nada, senhor. Pare de me chamar de senhor como se eu fosse um estranho.

Explodiu ele perdendo a paciência. Até semana passada conversávamos como como amigos. Agora você me trata como se eu fosse um perigo. Neid se assustou com a explosão, mas também viu nela uma confirmação de suas novas suspeitas. Talvez seja melhor mesmo mantermos as coisas profissionais”, disse ela pegando Júnior no colo. “É melhor para todos.

Melhor para quem?” Neid, porque eu não vejo como pode ser melhor para mim ou para Júnior. A menção ao filho a deixou alerta. Por que Júnior entraria nessa equação? Frederico percebeu que havia dito algo errado pela mudança na expressão dela. “Porque ele parece gostar da nossa amizade tanto quanto eu gosto.

” “Nossa amizade?”, repetiu ela, como se testasse as palavras. “Sim, nossa amizade, ou pelo menos era o que eu pensava que tínhamos”. Neid ovou por um longo momento. Havia genuína confusão e mágoa em seus olhos, mas as palavras de Fátima ainda ecoavam em sua mente. “Acho melhor eu ir embora mais cedo hoje”, disse ela. Júnior está inquieto.

Júnior, que estava perfeitamente calmo em seus braços, escolheu exatamente aquele momento para estender os bracinhos na direção de Frederico e balbuciar. Dedê, sua tentativa de dizer o nome do homem. Viu? Disse Frederico com um sorriso triste. Até Júnior sente que algo mudou. Neid saiu rapidamente, levando Júnior, que choramingou todo o caminho até em casa por ter sido separado de Frederico.

Naquela noite, ela ligou para Fátima. Você tinha razão disse assim que a amiga atendeu. O que aconteceu? Ele explodiu hoje quando mantive distância. disse que nossa amizade era importante para ele e para Júnior. A forma como ele falou de Júnior era como se já considerasse meu filho parte da vida dele. Eu te avisei, Nee. Homens assim são perigosos.

Eles começam devagar, conquistando sua confiança, fazendo você se sentir especial e depois fazem a proposta. O que eu faço, Fátima? Mantenha a distância. E se ele insistir ou fizer qualquer proposta relacionada a Júnior, você corre, entendeu? Corre e não olha para trás. Depois de desligar, Neid olhou para Júnior dormindo e sentiu o coração apertar.

Seria possível que todo aquele carinho, todas aquelas conversas fossem parte de um plano para tirar seu filho dela? Não vou deixar ninguém nos separar, meu amor, sussurrou, beijando a testa do filho. Nunca. Mas no fundo do coração, uma parte dela se recusava a acreditar que Frederico fosse capaz de algo tão cruel.

Os momentos que haviam compartilhado pareciam genuínos demais para serem calculados. Confusa e com medo, Ne decidiu que era melhor pecar por excesso de cautela. Não podia arriscar perder Júnior, não importa o quanto seu coração protestasse contra as suspeitas. O clima na mansão se tornou tenso e desconfortável.

Frederico tentou algumas vezes retomar a conversa com Neid, mas ela mantinha respostas curtas e evitava qualquer interação que não fosse estritamente profissional. Júnior, sensível à mudança no ambiente, ficou mais choroso e inquieto. Na segunda-feira seguinte, Fátima ligou para Neid durante o almoço. Neid, preciso te contar uma coisa. Conversei com Márcia, que trabalha na mansão do lado da sua, e ela disse algo interessante.

O que ela disse? Que seu patrão anda perguntando sobre creches e escolas particulares da região. Márcia ouviu ele falando ao telefone sobre matrícula para uma criança de um ano e meio. O coração de Neid disparou. Tem certeza? Márcia ouviu com os próprios ouvidos. Nade, isso confirma nossas suspeitas. Ele está se preparando para ficar com Júnior. Neid se sentiu tonta.

Seria possível que Frederico estivesse realmente planejando algo assim? Mas ele não pode simplesmente tirar meu filho de mim. Eu sou a mãe. Claro que não pode fazer isso legalmente, mas homens ricos têm formas de convencer mulheres em situação vulnerável.

Eles oferecem dinheiro, segurança, uma vida melhor para a criança e muitas mães acabam cedendo, achando que é o melhor para o filho. Eu nunca faria isso. Eu sei que você não faria, mas será que ele sabe disso? Talvez ele esteja só esperando a oportunidade certa para fazer a proposta. Naquela tarde, quando Frederico chegou do trabalho, Neid observou cada movimento dele, cada olhar direcionado a Júnior.

Quando ele se aproximou para cumprimentar a criança como sempre fazia, ela rapidamente pegou Júnior no colo e se afastou. Neid”, disse Frederico, visivelmente cansado daquela situação. “Não posso nem mais cumprimentar Júnior. Ele está com sono,”, mentiu ela. “É melhor não mexer com ele.

” “Desde quando Júnior fica com sono às 2as da tarde?” Ela não respondeu, fingindo estar ocupada, organizando as coisas da criança. Escute, não sei o que aconteceu para você mudar tanto comigo, mas essa tensão não está fazendo bem para ninguém, principalmente para Júnior. Júnior está bem, não está? Qualquer pessoa pode ver que ele está mais agitado. Crianças sentem quando há atenção no ambiente.

Neid sabia que ele estava certo, mas não conseguia abaixar a guarda. “Talvez seja melhor eu procurar outro emprego”, disse de repente, surpreendendo a ambos. Frederico ficou pálido. Outro emprego? Por quê? Apenas acho que seria melhor para todos. Melhor como você está feliz aqui, Júnior está bem aqui. Eu? Nós nos dávamos bem. Por que jogar tudo isso fora? As coisas mudaram.

O que mudou, Nade? Me diga, porque eu realmente não entendo. Ela quase disse sobre as suspeitas, mas algo a impediu. Talvez fosse medo de estar errada, ou talvez fosse medo de estar certa. Apenas mudaram. Frederico passou a mão pelos cabelos, frustrado. Está bem. Se é isso que você quer, não vou forçá-la a ficar, mas me dê duas semanas para encontrar uma substituição. Claro.

Naquela noite, Márcia ligou para Fátima e Fátima ligou para Neid. Tenho mais informações. Márcia disse que viu seu patrão conversando com uma advogada ontem, uma advogada especializada em direito de família. Neid sentiu o mundo desabar. Direito de família. É aquela área que cuida de adoção, guarda de crianças, essas coisas. Neid, ele está mesmo planejando algo.

Meu Deus, Fátima, o que eu faço? Sai de lá o quanto antes. Não espera duas semanas. Inventa uma desculpa e saia amanhã mesmo. Mas eu preciso do dinheiro. Dinheiro, você arranja outro emprego. Filho, você só tem um. Naquela noite foi a mais longa da vida de Neid. Ela ficou acordada observando Júnior dormir, imaginando cenários terríveis onde ele seria tirado dela.

Pela manhã, estava decidida a seguir o conselho de Fátima. Chegou na mansão determinada a inventar uma emergência familiar para sair imediatamente, mas quando entrou na casa, encontrou Frederico na cozinha tomando café com uma expressão sombria. “Bom dia”, disse ele sem o entusiasmo de sempre. Bom dia, senhor Frederico. Na verdade, preciso falar com o senhor.

Eu também preciso falar com você. Pode ser primeiro. Neid assentiu tensa. Recebi uma ligação estranha ontem à noite de uma mulher chamada Sandra, que disse trabalhar neste condomínio. Você a conhece? Sandra era amiga de Márcia. Neid assentiu lentamente. Ela me ligou para avisar sobre boatos que estão circulando entre as empregadas do condomínio.

Boatos sobre mim e sobre minhas intenções em relação a Júnior. O coração de Neid acelerou. Que tipo de boatos? Que eu estou planejando tirar seu filho de você? que minha gentileza é parte de um plano elaborado para convencê-la a abrir mão da guarda de Júnior. Nade não conseguiu esconder o desconforto. Pelo seu rosto, posso ver que você já ouviu esses boatos.

Eu É por isso que você mudou comigo, não é? Você acredita nessas histórias absurdas? Não são histórias absurdas, explodiu Nate, finalmente perdendo o controle. Você anda perguntando sobre escolas para crianças, falando com advogados de direito de família. Como você explica isso? Frederico ficou boca e aberto. Escola advogado de família.

De onde vocês tiraram essas informações? Márcia ouviu você ao telefone. Márcia ouviu errado, então? Ou vocês interpretaram errado? Explica então. Explica porque um homem solteiro de repente se interessa tanto por uma criança que não é dele. A pergunta saiu mais agressiva do que Neid pretendia, mas ela estava desesperada por respostas.

Frederico ficou em silêncio por um longo momento, como se estivesse travando uma batalha interna. Por que? Começou ele e parou. Porque o quê? Porque fazia muito tempo que eu não sentia alegria em casa. Porque Júnior trouxe vida para esta casa vazia. Porque vocês dois me lembraram do que significa ter uma família.

Uma família, repetiu Neid, como se fosse uma palavra perigosa. Não no sentido que você está pensando, no sentido de conexão, de se importar com alguém além de mim mesmo e a escola. E o advogado Frederico suspirou profundamente. A conversa sobre escola era sobre um projeto de creche comunitária que minha empresa está financiando. E a advogada? Bem, isso é mais complicado.

Complicado como eu a consultei sobre possibilidades legais relacionadas ao bem-estar de Júnior. O sangue de Neid gelou. bem-estar. Como como me tornar padrinho oficial dele ou tutor em caso de emergência? Coisas para garantir que ele sempre tenha suporte, mesmo se algo acontecer com você. Neid ficou chocada. Aquilo não era o que esperava ouvir. Você Você Você queria ser padrinho do Júnior.

Queria garantir o futuro dele e o seu também. Sem me consultar? Eu estava juntando coragem para conversar com você sobre isso, mas depois você ficou distante e pensei que fosse melhor não tocar no assunto. Nade se sentiu confusa. Aquilo fazia sentido, mas ainda havia algo que não se encaixava. Frederico disse ela usando o primeiro nome pela primeira vez em semanas.

Posso te fazer uma pergunta direta? Claro. Você tem segundas intenções em relação a Júnior ou ou em relação a mim. Frederico a olhou diretamente nos olhos. Minhas intenções são as mais honestas possíveis, Nee. Eu me apeguei a vocês dois de uma forma que não esperava. Júnior desperta em mim um instinto paternal que pensei ter perdido.

E você? Você me mostra todos os dias o que significa ser uma pessoa íntegra e dedicada. Isso não responde minha pergunta. Você quer uma resposta direta? Sim. Então, sim. Eu tenho intenções em relação a vocês. A intenção de protegê-los, de fazer parte da vida de vocês, de oferecer tudo que posso para que sejam felizes. Se isso é uma segunda intenção, então sou culpado.

A honestidade brutal na voz dele a desarmo completamente. Havia dor e sinceridade naquelas palavras que era impossível de fingir. Frederico, eu não precisa dizer nada agora, Nade. Sei que cometi erros que deveria ter conversado com você antes de tomar qualquer iniciativa. Mas quero que saiba que nunca, em momento algum pensaria em separar você de Júnior.

A força do amor entre vocês é uma das coisas mais bonitas que já vi. Júnior, que havia ficado quieto durante toda a conversa, escolheu aquele momento para engatinhar até Frederico e tentar subir em sua perna, balbuciando ded repetidamente. Viu? Disse Frederico, pegando a criança no colo. Até Júnior sabe que não sou uma ameaça.

Pela primeira vez em semanas, Neid permitiu que Júnior ficasse nos braços de Frederico, sem interferir. Observou a interação natural entre os dois. e se sentiu culpada pelas suspeitas. “Eu sinto muito”, disse ela. “Finalmente, “Eu deveria ter conversado com você em vez de acreditar em rumores. As pessoas que espalharam esses rumores se importam com você, Neid.” Elas estavam tentando protegê-la. Mesmo assim, não foi justo com você. Não foi justo com nenhum de nós.

Eles ficaram em silêncio por um momento, processando tudo que havia sido dito. Então, disse Frederico eventualmente, ainda quer procurar outro emprego? Não respondeu ela rapidamente. Se você ainda quer que eu fique, claro que quero. E sobre ser padrinho de Júnior? Apenas se você quiser e no seu tempo. Neid olhou para Júnior, que estava feliz nos braços de Frederico, e sentiu que talvez estivesse perdendo uma oportunidade única para seu filho.

“Podemos conversar sobre isso?”, disse ela. “Com calma, sem pressão. Podemos conversar sobre qualquer coisa, Neid? É assim que funciona uma amizade verdadeira por um momento. Ambos sorriram e a tensão das últimas semanas começou a se dissipar, mas no fundo ambos sabiam que aquela conversa havia revelado sentimentos mais profundos do que simples amizade.

Sentimentos que nenhum dos dois estava pronto para admitir abertamente. Ainda depois da conversa esclarecedora, a atmosfera na mansão mudou completamente. Frederico e Neid voltaram a conversar naturalmente e Júnior floresceu com o retorno da harmonia entre os adultos que mais amava. As semanas que se seguiram foram as mais felizes que Neade havia vivido desde o nascimento de Júnior.

Frederico cancelou mais duas viagens, alegando que questões locais precisavam de atenção pessoal e passou a trabalhar cada vez mais de casa. Bom dia, família. Tornou-se sua saudação matinal, fazendo Neid corar toda vez que ouvia a palavra família. Júnior, agora com quase do anos, havia desenvolvido uma rotina com Frederico.

Todas as manhãs, depois que o homem tomava café, ele brincava com a criança por pelo menos meia hora antes de se trancar no escritório. Dedê Júnior corria para Frederico assim que o ouvia chegar, e o homem sempre se agachava para receber. O abraço entusiasmado. Como vai, meu rapaz? Cresceu mais um centímetro desde ontem.

Numa tarde de quinta-feira, Frederico chegou em casa carregando sacolas de uma loja cara de roupas infantis. “Frederico”, disse Neid usando o tom de repreensão suave que havia se tornado comum entre eles. Nós já conversamos sobre presentes exagerados. “Não são presentes exagerados”, defendeu-se ele, tirando pequenas roupas das sacolas. São investimentos na elegância do futuro homem que Júnior vai se tornar.

Júnior correu até as sacolas e começou a puxar as roupas, rindo deliciado com as cores e texturas. “Olha isso”, disse Frederico, mostrando um pequeno terno de veludo. Júnior precisa estar apropriadamente vestido para ocasiões especiais.

Que ocasiões especiais? Bem, pensei que talvez vocês pudessem jantar comigo amanhã. Eu cozinho, vocês se vestem bem e fazemos uma noite especial. A sugestão pegou Neid desprevenida. Jantar aqui? Por que não? Cansei de comer sozinho todas as noites. E Júnior é uma companhia excelente. Frederico, eu não sei se se o quê se é apropriado. Eu ainda trabalho aqui. E daí? Amigos não podem jantar juntos? A palavra amigos soou estranha para Neid.

O que eles tinham ia muito além de amizade. Ambos sabiam disso, mas nenhum tinha coragem de nomear. Está bem, concordou ela finalmente. Mas eu ajudo a cozinhar. De jeito nenhum. Amanhã você é minha convidada. Na sexta-feira à noite, Neid se arrumou com mais cuidado do que fazia há anos.

escolheu seu melhor vestido, simples, mas elegante, e até passou batom. Júnior estava adorável no pequeno terno que Frederico havia comprado, embora insistisse em tentar tirar o palitó a cada 5 minutos. “Vocês estão lindos”, disse Frederico quando os recebeu na sala de jantar, que havia sido arrumada com velas e flores. Ele mesmo estava mais casual que o usual, usando apenas uma camisa social sem gravata.

Você se superou”, comentou Nade, admirando a mesa posta com louça fina e taças de cristal. Júnior merece o melhor. Durante o jantar, um risoto perfeitamente preparado que surpreendeu Neid, a conversa fluiu naturalmente. Frederico contou histórias engraçadas de suas viagens de negócios e Neid se pegou rindo mais do que havia ido em anos.

Você tem um riso bonito”, comentou Frederico, de repente, fazendo-a corar. “Obrigada. Deveria rir mais.” Júnior, que havia comido sua papinha especial, brincava na cadeirinha alta, observando os adultos com curiosidade. De vez em quando, ele balbuciava algo que soava como uma pergunta, fazendo os dois rirem. Ele está perguntando quando vai poder beber vinho também, brincou Frederico.

Daqui a uns 20 anos, respondeu Neid, fazendo uma careta exagerada para Júnior, que riu gostosamente. Depois do jantar, se acomodaram na sala com Júnior brincando no tapete entre eles. “Nade”, disse Frederico depois de um tempo. “Posso te fazer uma pergunta pessoal?” “Claro.” Você está feliz? “Ralmente feliz?” Por que essa pergunta? Porque às vezes eu te vejo olhando pela janela com uma expressão nostálgica, como se estivesse pensando em lugares distantes ou em tempos passados. Neid ficou surpresa com a observação.

Eu não sabia que você notava essas coisas. Eu noto tudo sobre você. A intensidade em sua voz fez o coração dela acelerar. Para responder sua pergunta, eu sou feliz. mais feliz do que já fui. Mas às vezes, às vezes o quê? Às vezes me pergunto como seria se as coisas fossem diferentes, se eu tivesse conseguido estudar, se Júnior tivesse um pai presente, se se você tivesse feito outras escolhas. Não, exatamente.

Não me arrependo de Júnior nunca. Ele é a melhor coisa que me aconteceu. Mas às vezes penso em como seria dar a ele uma família completa, sabe? Frederico ficou pensativo. E como seria uma família completa para vocês? Alguém que amasse Júnior como se fosse filho próprio. Alguém que fosse um exemplo para ele, que o ensinasse a ser um homem bom.

Alguém que Ela parou percebendo que estava descrevendo exatamente o que Frederico já fazia. Alguém como quem? Insistiu ele suavemente. Alguém como como você? O silêncio que se seguiu foi carregado de emoção. Júnior, alheio atenção, continuou brincando, mas tanto Neid quanto Frederico ficaram imóveis processando o que havia sido dito. “Nate”, começou Frederico.

“Desculpe”, ela se apressou a dizer. “Não deveria ter. Não se desculpe. Nunca se desculpe por ser honesta comigo. Frederico se levantou e foi até a janela, ficando de costas para ela. Você sabe que eu me apeguei a vocês, não sabe? Sim, mas não sabe o quanto ele se virou para olhá-la. Eu acordo pensando em vocês.

Cancelo reuniões para chegar em casa mais cedo. Compro brinquedos e roupas porque imagino a carinha do Júnior quando vê coisas novas. Essa casa era um mausoléu antes de vocês chegarem. Frederico, deixe-me terminar. Eu sei que nossa situação é complicada. Eu sei que sou seu patrão, que há uma diferença social entre nós, mas não posso fingir que não sinto o que sinto.

O que você sente? Que vocês são minha família? Que Júnior é o filho que sempre quis ter e você? Ele hesitou. Você é a mulher por quem me apaixonei. As palavras ficaram suspensas no ar. Neid sentiu o mundo parar ao redor dela. Eu sei que é loucura, continuou Frederico. Sei que você tem todo o direito de achar que estou confundindo gratidão com amor ou que estou aproveitando de uma situação de vulnerabilidade. Mas isso é real, Nee. O que sinto é real.

Júnior escolheu aquele momento para engatinhar até Nade e tentar subir em seu colo, quebrando a intensidade do momento. “Mamãe”, disse ele claramente pela primeira vez, fazendo os dois adultos olharem para ele surpresos. Ele disse: “Mamãe”, exclamou Frederico. Primeira palavra clara: “Mamãe”, repetiu Júnior, orgulhoso de si mesmo. “Isso mesmo, meu amor”, disse Neid com lágrimas nos olhos.

Eu sou a mamãe. Júnior olhou para Frederico e tentou dizer algo, mas o que saiu foi seu usual DD. Ele está tentando dizer papai, perguntou Neid sem pensar. A pergunta deixou ambos constrangidos. Desculpe, disse ela rapidamente. Não sei porque disse isso. Talvez porque seja natural, respondeu Frederico suavemente. Talvez porque seja o que seu coração sente.

Frederico, eu Você não precisa responder agora, Nee. Sei que joguei muita coisa em cima de você hoje. Apenas Apenas pense sobre o que eu disse. Está bem. Está bem. No fim de semana seguinte, Júnior acordou com febre e tosse. Ne ficou desesperada. Era a primeira vez que ele ficava realmente doente.

Temperatura está em 38,5, disse ela para dona Antônia, que havia ido ajudar. O que eu faço? Leva ele para o hospital público. Gripe de criança pequena. Não é brincadeira. O hospital público estava lotado e Neid passou 4 horas esperando com Júnior nos braços. A criança chorava intermitentemente e ela se sentia impotente. Foi quando seu telefone tocou. Era Frederico.

Nee. Dona Antônia me ligou. Como Júnior está? Estamos no hospital há horas. Ele está com muita febre. Em qual hospital? No hospital público do centro. Escute, vou ligar para meu médico particular. Dr. Moreira é pediatra e muito bom. Posso marcar uma consulta para hoje mesmo, Frederico, eu não tenho dinheiro para médico particular. Eu pago. Não se preocupe com isso. Eu não posso aceitar.

Júnior está sofrendo, Nade. Deixe o orgulho de lado e deixe-me ajudar. Uma hora depois, estavam no consultório particular. Dr. Moreira examinou Júnior cuidadosamente e diagnosticou uma gripe forte, mas nada preocupante. É viral. vai passar sozinha, mas vou receitar alguns medicamentos para baixar a febre e aliviar os sintomas, explicou o médico.

Doutor, disse Frederico, que tipo de plano de saúde seria adequado para uma criança da idade do Júnior? Neid olhou para ele surpresa. Existem vários planos bons. Posso recomendar alguns que têm boa cobertura pediátrica. No carro. Voltando para casa, Neid tentou protestar novamente. Frederico, você não pode pagar plano de saúde para Júnior, é muito caro. Posso e vou.

Júnior é, ele é importante para mim, Neid. Deixe-me cuidar de vocês. Por quê? Porque é isso que pessoas que se amam fazem, cuidamas das outras. A palavra amam ficou ecoando na mente de Neid. Frederico havia dito que a amava alguns dias antes e ela ainda não havia respondido, mas no fundo do coração sabia qual era a resposta.

“Frederico”, disse ela suavemente. “Sim, sobre o que você me disse outro dia. Não precisa responder agora, Neid. Quero responder.” Ele parou o carro no estacionamento do prédio dela e se virou para olhá-la. O que sinto por você também é real”, disse ela, finalmente admitindo para si mesma e para ele. Eu também me apaixonei.

Frederico sorriu. O primeiro sorriso realmente feliz que ela havia nele. Sério? Sério. Mas isso não resolve nossos problemas, não é que problemas? Nossa diferença social, o fato de você ser meu patrão, as pessoas do condomínio, pessoas do condomínio que espalharam rumores sobre nós, entre outras coisas. Frederico pegou a mão dela.

Neid, se você me ama e eu te amo, todo o resto é só detalhe. Podemos resolver qualquer problema juntos. Júnior, que havia dormido no carro, acordou naquele momento e os viu de mãos dadas. DD, disse ele, estendendo os bracinhos para Frederico. Viu? Disse Frederico, pegando a criança. Até Júnior a prova. Pela primeira vez em muito tempo, Neid se permitiu sonhar com um futuro diferente.

Um futuro onde ela, Júnior e Frederico, fossem realmente uma família. Mas ela não sabia que em poucos dias essa felicidade recém-escoberta seria posta à prova de uma forma que ela jamais poderia imaginar. Nas semanas que se seguiram à confissão mútua, a vida na mansão adquiriu uma qualidade quase mágica.

Frederico e Neid não haviam definido oficialmente o relacionamento, mas havia uma intimidade nova entre eles. Olhares mais demorados, sorrisos cúmplices, mãos que se tocavam acidentalmente ao passar um objeto. Júnior, completamente recuperado da gripe, parecia sentir a mudança positiva no ambiente. estava mais falante, tentando formar palavras novas todos os dias, e havia desenvolvido o hábito de pegar na mão dos dois adultos, como se quisesse uni-los fisicamente.

“Mamãe, Dedê”, dizia, puxando as mãos de ambos, fazendo-os rir da insistência da criança. Numa segunda-feira de manhã, Frederico anunciou que teria uma reunião importante fora da cidade e voltaria apenas no final da tarde. “Você tem certeza que vai ficar tudo bem aqui?”, perguntou ele para Ne, com a preocupação carinhosa que havia se tornado comum. Vamos ficar bem.

É só uma reunião, não é uma viagem de semanas como antigamente. Verdade. Acho que me acostumei tanto a estar aqui que até uma tarde longe me deixa ansioso. Júnior, que brincava no chão, levantou a cabeça ao ouvir a conversa e engatinhou até Frederico. Não vai, disse claramente, surpreendendo a ambos. Era uma frase completa, a primeira que ele falava.

Ele disse: “Não vai”, exclamou Neid emocionada. Frederico se agachou e pegou Júnior no colo. “Eu tenho que ir, campeão, mas volto logo. Você cuida da mamãe para mim?” Júnior assentiu seriamente, como se entendesse a responsabilidade. “Dolta”, disse ele, tentando uma frase mais complexa. “Isso mesmo, Dedê.

Volta!” Depois que Frederico saiu, Neid trabalhou com mais leveza no coração do que sentia há anos. Cantarolava enquanto limpava, brincava mais tempo com Júnior e até se pegou ensaiando, como contaria para dona Antônia, sobre os novos desenvolvimentos em sua vida. Por volta das 2as da tarde, enquanto Júnior dormia sua soneca vespertina, Neid decidiu fazer uma limpeza mais profunda nos quartos do andar de cima.

Havia um quarto no final do corredor que sempre permanecia fechado. Frederico nunca havia dito explicitamente que ela não podia entrar lá, mas também nunca pediu para que fosse limpo. Deve ser um depósito, pensou. Mas não custa dar uma olhada. Se for só caixas velhas, posso organizar. A porta estava entreaberta, algo em comum, já que sempre havia completamente fechada.

Frederico deve ter esquecido de fechá-la direito ao sair. Neid empurrou a porta suavemente e entrou no quarto. O que viu a fez parar no meio do caminho com o coração disparando. Não era um depósito, era um quarto de bebê completamente decorado e mobiliado. Mas não um quarto qualquer. Era o quarto dos sonhos de qualquer criança.

Terço de madeira nobre, cômoda combinando um cavalo de balanço artesanal, prateleiras cheias de livros infantis e brinquedos educativos. As paredes eram pintadas em um tom de verde, com desenhos delicados de animais da floresta. Mas o que a deixou gelada foi o que viu na parede acima do berço, o nome Júnior, em letras grandes e coloridas, claramente feitas sob medida.

Não, não, não murmurou se aproximando da parede, como se precisasse confirmar que não estava vendo coisas. Era real. O nome de seu filho estava decorando aquele quarto a tempo suficiente para que as letras estivessem perfeitamente coladas na parede. Neid olhou ao redor com mais atenção e notou outros detalhes perturbadores.

Havia roupinhas penduradas no armário, roupas do tamanho de Júnior, mas que ela nunca havia visto. Na cômoda, produtos de bebê novos e caros. Uma foto de Júnior brincando no jardim estava emoldurada na mesa de cabeceira. “Meu Deus!”, sussurrou, sentindo as pernas fraquejarem. Fátima estava certa.

Todas as suspeitas que ela havia descartado voltaram com força total. Frederico havia planejado aquilo. Ele havia montado um quarto para Júnior sem consultá-la, como se a criança já fosse dele. As palavras de Fátima ecoaram em sua mente. Homens ricos às vezes têm formas de convencer mulheres em situação vulnerável. Ele me enganou”, disse para si mesma, sentindo náusea.

Todo esse tempo ele estava me manipulando. Me fez acreditar que me amava quando, na verdade só queria Júnior. Saiu do quarto rapidamente e desceu as escadas tremendo. Júnior ainda dormia no carrinho, alheio ao drama que se desenrolava. Neid olhou para o filho e sentiu uma mistura de amor protetor e pânico absoluto.

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Todas as gentilezas de Frederico, todos os presentes, todas as palavras carinhosas, tudo fazia sentido. Agora, ele estava preparando o terreno para convencê-la a entregar Júnior. “Não vou deixar”, disse determinada pegando Júnior no colo, mesmo ele ainda dormindo. “Ninguém vai tirar você de mim.” A criança acordou confusa com o movimento brusco e começou a chorar mingar. Meu amor, está tudo bem.

A mamãe vai cuidar de tudo. Nade juntou rapidamente as coisas de Júnior e escreveu um bilhete para Frederico. Senor Frederico, peço demissão imediata. Não retornarei mais ao trabalho. Por favor, não tente nos procurar. N deixou as chaves da casa sobre o bilhete e saiu pela porta dos fundos, carregando Júnior e uma sacola com suas coisas.

No caminho para casa, Júnior continuou chorando, sentindo a agitação da mãe. “Dedê”, perguntava entre os soluços, procurando o homem que havia se tornado uma constante em sua vida. “Não, meu amor, não vamos mais ver o Dedê. É só eu e você agora, como sempre foi. Mas as palavras soavam vazias até para ela mesma.

Quando chegou em casa, contou tudo para dona Antônia, que a ouviu com expressão preocupada. Querida, você tem certeza de que interpretou a situação direito? Dona Antônia? Eu vi com meus próprios olhos um quarto inteiro decorado para Júnior com o nome dele na parede. Mas você não acha estranho ele deixar a porta aberta justamente hoje? Ele deve ter esquecido ou talvez quisesse que eu descobrisse, talvez fosse parte do plano dele para me convencer.

E se não for? E se houver uma explicação? Que explicação poderia haver para um homem solteiro montar um quarto para o filho de sua empregada sem contar para ela? Dona Antônia não soube responder. Naquela noite, o telefone de Neid tocou incessantemente. Era Frederico. Ela não atendeu nenhuma chamada. Na manhã seguinte, recebeu uma mensagem de texto.

Neid, por favor, me dê uma chance de explicar. Nada é o que parece. Por favor. Ela deletou a mensagem sem responder. Os dias que se seguiram foram os mais difíceis da vida de Neid. Sem emprego e com as poucas economias, se esgotando rapidamente, ela se viu em uma situação desesperadora. Procurou trabalho em todos os lugares possíveis, mas as oportunidades eram escassas.

Júnior, que havia se acostumado à rotina na mansão e principalmente à presença de Frederico, ficou irritadiço e choroso. Ele procurava por DD constantemente e nada que Neid fazia conseguia consolá-lo completamente. Ded casa? Perguntava todo dia com os olhinhos esperançosos. Não, meu amor, não vamos mais na casa do Dedê. Por que não? Uma pergunta que Júnior ainda não sabia formular, mas que estava clara em seus olhos confusos.

Depois de duas semanas sem trabalho, Neid teve que vender algumas das poucas coisas de valor que possuía para comprar comida e pagar o aluguel. A situação estava se tornando insustentável. Talvez eu devesse ter ficado e conversado com ele”, confessou para dona Antônia numa tarde particularmente difícil, enquanto Júnior brincava listlessly com seus poucos brinquedos. Ainda não é tarde, querida.

É sim, depois do que eu fiz, sair sem explicação, não atender suas ligações. Ele deve me odiar agora. Homens apaixonados não desistem tão fácil. Quem disse que ele estava apaixonado? Talvez tudo tenha sido mentira, mas no fundo do coração, Neid não conseguia acreditar completamente nisso.

As expressões de Frederico, a forma como ele olhava para ela, os momentos de vulnerabilidade que ele havia compartilhado, tudo parecia genuíno demais para ser fingido. Então, por que o quarto, dona Antônia? Porque ele montaria um quarto para Júnior sem me falar? Não sei, querida, mas sei que pessoas às vezes fazem coisas estranhas por amor, coisas que fazem sentido para elas, mas não para os outros.

Uma tarde, três semanas depois de ter deixado a mansão, Neido, de mais uma entrevista de trabalho fracassada quando viu um carro conhecido parado em frente ao seu prédio. Era o carro de Frederico. O coração dela disparou. Parte dela queria correr e se esconder, mas outra parte, uma parte que ela havia tentado silenciar, se encheu de esperança.

Frederico estava encostado no carro, parecendo mais magro e cansado do que ela se lembrava. Quando a viu se aproximando, ele se endireitou, mas não se aproximou imediatamente. “Nate”, disse ele quando ela chegou perto o suficiente para ouvir. “Você pode me dar 5 minutos, Frederico?” “Eu 5 minutos, por favor”.

Depois, se quiser que eu vá embora e nunca mais volte, eu vou, mas preciso que você me ouça. Júnior, que estava no carrinho, viu Frederico e imediatamente gritou de alegria: “De d volta!” A reação do filho fez o coração de Neid se partir. Júnior estendeu os bracinhos desesperadamente na direção de Frederico, que se aproximou hesitante. “Posso?”, perguntou ele para Neid.

Ela a sentiu incapaz de negar aquele momento para Júnior. Frederico pegou a criança no colo e Júnior imediatamente se aninhou contra ele, como se estivesse voltando para casa. “Eu senti sua falta também, campeão”, disse Frederico com a voz embargada. “Muito, muito falta.” “Dede triste?”, perguntou Júnior, tocando o rosto do homem com suas mãozinhas pequenas.

Estava triste, mas agora estou melhor. Neid observou a interação com o coração apertado. Era impossível negar o amor genuíno entre os dois. Neid, disse Frederico, olhando para ela por cima da cabeça de Júnior. Eu sei porque você foi embora. Sei que encontrou o quarto. Então você sabe que descobri seus verdadeiros planos.

Meus verdadeiros planos? Ele pareceu genuinamente confuso. “Nate, você sabe quais são meus verdadeiros planos?” Tirar Júnior de mim. Frederico ficou chocado. É isso que você pensa? Não. Se é isso. Por que mais você montaria um quarto para ele sem me contar? Frederico olhou ao redor, notando que estavam atraindo olhares curiosos dos vizinhos.

Podemos conversar em particular? Há coisas que preciso te contar. Coisas sobre mim que você não sabe. Que tipo de coisas? Coisas que explicam o quarto. Coisas que explicam por agir de forma tão inadequada. Júnior, ainda nos braços de Frederico, começou a acochilar exausto emocionalmente pelo reencontro.

Por favor, Neid, deixe-me explicar. Se depois da explicação você ainda quiser que eu saia da vida de vocês, eu saio, mas você merece saber a verdade. Ne olhou para Júnior dormindo tranquilo nos braços de Frederico, pela primeira vez em semanas e soube que não podia negar essa conversa nem para ela, nem para seu filho. 5 minutos disse ela finalmente.

aqui mesmo. Na verdade, disse Frederico suavemente, para essa conversa vamos precisar de mais de 5 minutos e de mais privacidade. O que tenho para te contar é a história mais dolorosa da minha vida. Nade olhou ao redor e percebeu que realmente não era o local apropriado para uma conversa séria.

Os vizinhos já estavam nas janelas, curiosos, com a presença do carro luxuoso e do homem bem vestido no bairro simples. “Podemos subir?”, disse ela relutante. “Mas Júnior fica comigo”. Claro. No pequeno apartamento, dona Antônia recebeu Frederico com um misto de curiosidade e cautela. Então você é o famoso patrão”, disse ela, analisando-o com olhar experiente. “Dona Antônia, imagino.

Neid fala muito da senhora. Espero que coisas boas, apenas coisas boas”. Neid acomodou Júnior, que havia acordado em seu cantinho, com brinquedos e se sentou à mesa pequena da cozinha. Frederico permaneceu em pé, claramente nervoso. “Pode sentar”, disse ela. “Você disse que tinha algo importante para me contar”.

Frederico puxou a cadeira e sentou, mas ficou alguns momentos em silêncio, como se estivesse organizando os pensamentos. Antes de começar, disse ele finalmente, quero que saiba que tudo que senti por você, tudo que disse foi verdade. Não foi manipulação nem parte de plano algum. Então me explique o quarto. Vou explicar, mas primeiro preciso te contar sobre minha vida antes de vocês, sobre quem eu era e o que perdi.

Janet se ajeitou na cadeira, preparando-se para ouvir. Há 5 anos, eu era casado. Minha esposa se chamava Carla e estávamos esperando nosso primeiro filho. A revelação pegou Nei desprevenida. Frederico nunca havia mencionado ter sido casado. Carla estava grávida de s meses quando descobrimos que seria menino. Escolhemos o nome Júnior.

Era o nome do avô dela que havia criado Carla depois que os pais morreram. Neid sentiu um arrepio. Júnior, o mesmo nome de seu filho. Preparamos o quarto do bebê com tanto carinho”, continuou Frederico com a voz embargada. Carla queria tudo perfeito. Compramos móveis, decoramos as paredes, colocamos o nome dele acima do berço. Estávamos tão felizes.

Ele fez uma pausa passando a mão pelos cabelos. O que aconteceu? Perguntou Neid suavemente. Acidente de carro. Carla estava voltando da consulta de pré-natal. Um motorista embriagado furou o sinal. Ela morreu na hora. Os médicos tentaram salvar o bebê, mas Frederico não conseguiu terminar a frase.

Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Perdi os dois no mesmo dia, minha esposa e meu filho, meu Júnior. Neid sentiu o coração apertar. De repente, muitas coisas começaram a fazer sentido. Depois do funeral, fechei o quarto do bebê e nunca mais entrei lá. Não conseguia. Era doloroso demais. Passa os anos evitando aquela parte da casa.

E quando conheceu meu Júnior, quando conheci seu Júnior, algo despertou em mim. Ele tinha a idade que meu filho teria se tivesse nascido. E o nome, o mesmo nome que havíamos escolhido. No início, pensei que fosse apenas coincidência cruel, mas depois comecei a ver como ele era especial. Como você era especial. Frederico olhou para Júnior, que brincava no chão, alheio à conversa dos adultos.

Pela primeira vez em 5 anos, senti vontade de viver novamente. Vocês trouxeram luz para minha vida e eu comecei a a sonhar novamente. Sonhar com o quê? Com ter uma família, com ser pai, com dar a Júnior tudo que não pude dar ao meu próprio filho. Mas por que não me contou? Porque fez tudo escondido? Frederico suspirou profundamente, porque tive medo.

Medo de que você achasse que eu estava confundindo seu Júnior com meu filho morto. Medo de que pensasse que eu estava tentando substituir, o que perdi. E, principalmente, medo de que você não quisesse dividir Júnior comigo. Então, você decidiu fazer tudo pelas minhas costas. Eu abri o quarto pela primeira vez em 5 anos, algumas semanas atrás.

Entrei lá e em vez de dor senti esperança. Comecei a imaginar Júnior naquele quarto brincando, crescendo, sendo feliz. Comecei a restaurar algumas coisas, a atualizá-las para a idade atual dele. Você não tinha direito de fazer isso sem me consultar. Você está certa. Não tinha. Eu estava sendo egoísta, sonhando com algo que talvez nunca pudesse ter, mas não conseguia parar. Era como se estivesse revivendo Nade.

Pela primeira vez em 5 anos, eu tinha esperança de ser pai. Júnior, como se sentisse que era o centro da conversa, engatinhou até Frederico e tentou subir em sua perna. “Dedê triste?”, perguntou, notando as lágrimas no rosto do homem. Não mais, campeão”, disse Frederico, pegando-o no colo. “Dedê não está mais triste”.

Neid observou a interação e sentiu seu coração se partir. Havia tanto amor genuíno ali, tanto carinho verdadeiro. “Frederico,” disse ela suavemente. “Por que você não me contou sua história antes? Porque dói falar sobre isso? Porque durante 5 anos evitei tocar nesse assunto com qualquer pessoa. E porque tinha medo de que você visse dor onde eu estava começando a sentir alegria novamente.

Você acha que eu julgaria você por ter perdido sua família? Não sei. Talvez eu tivesse medo de que você pensasse que eu estava tentando substituir o que perdi em vez de construir algo novo. Ne ficou em silêncio por um longo momento, processando tudo que havia ouvido.

“Posso te fazer uma pergunta?”, disse ela. “Finalmente. Qualquer pergunta. Quando você olha para Júnior, você vê seu filho que morreu ou você vê meu filho?” Frederico pensou cuidadosamente antes de responder. No início, confesso que às vezes via meu Júnior, mas com o tempo comecei a ver apenas ele, o menino esperto, engraçado e carinhoso que você criou.

Comecei a amá-lo pelo que ele é, não pelo que representa. E eu? Você me ama ou ama a ideia de ter uma família novamente? Neid, se eu quisesse apenas uma família, poderia ter encontrado qualquer mulher com filhos. Eu me apaixonei por você, por sua força, por sua dedicação, por sua inteligência, por quem você é como pessoa, não apenas como mãe.

Júnior havia se acomodado no colo de Frederico e brincava com os botões de sua camisa completamente à vontade. “Mamãe”, disse Júnior de repente, olhando para Neid. “Dede fica?” A pergunta inocente da criança quebrou o último pouco de resistência que Neid ainda mantinha. Neid”, disse Frederico. “Eu sei que cometi erros.

Sei que deveria ter conversado com você antes de mexer no quarto, mas minha intenção nunca foi tirar Júnior de você. Minha intenção sempre foi fazer parte da vida de vocês, se você me deixasse.” Como? Do jeito que vocês quisessem, como amigo, como padrinho, como pai postiço, como marido. Se algum dia você quisesse me dar essa chance. marido Frederico corou ligeiramente.

“Desculpe, acho que me precipitei,” interrompeu Nade. Não se desculpe por ser honesto, mas você tem certeza de que é isso que quer? Uma mulher simples com um filho pequeno? Ne, vocês são tudo que eu quero. Vocês me fizeram lembrar o que significa estar vivo.

” Dona Antônia, que havia ficado discreta na sala, se aproximou da cozinha. Com licença, posso dar minha opinião? Claro, dona Antônia, disse Neid, estou vendo esse homem há meia hora e sei reconhecer sinceridade quando vejo. Ele não está mentindo, querida. E mais importante, olhe como Júnior está com ele.

De fato, Júnior estava completamente relaxado nos braços de Frederico, brincando tranquilo como não fazia há semanas. Júnior sentiu falta dele, admitiu Nade. Muito falta. E você? perguntou Frederico. Sentiu falta de mim? Neid demorou para responder, mas quando falou foi com total honestidade. Senti mais do que imaginei que sentiria. Esses dias sem você foram vazios.

Então me dê uma chance, Nee. Uma chance de fazer parte da vida de vocês. Prometo que não vou tomar nenhuma decisão sobre Júnior sem consultar você primeiro. Prometo ser o homem que vocês merecem. Júnior escolheu aquele momento para bater palminhas e gritar: “Mamãe, dedê, família!” Os três adultos riram da espontaneidade da criança.

“Acho que Júnior já decidiu por nós”, disse Neid com lágrimas nos olhos. “E você? Qual é a sua decisão?” Neid olhou para Frederico, segurando seu filho, viu o amor genuíno nos olhos de ambos e soube que não podia lutar contra o que seu coração estava gritando. Minha decisão é que todos merecem uma segunda chance no amor, inclusive nós. Frederico sorriu.

O primeiro sorriso realmente feliz em semanas. Isso significa que significa que quero tentar. Devagar, construindo confiança, mas quero tentar. Posso te beijar? perguntou ele suavemente na frente do Júnior. Crianças precisam ver demonstrações de amor saudáveis. Neid se aproximou e eles se beijaram suavemente enquanto Júnior batia palmas e gritava de alegria, como se entendesse perfeitamente o que estava acontecendo.

“Agora sim, família”, declarou Júnior, fazendo todos rirem. Dois meses depois, Neid e Júnior se mudaram para a mansão. O quarto que havia causado tanto problema foi reformado juntos. Neid escolhendo cores e decoração junto com Frederico, transformando-o num espaço que refletia o presente, não o passado.

Frederico adotou oficialmente Júnior seis meses após o casamento civil, numa cerimônia simples, onde a criança, agora com 2 anos e meio, pronunciou um papai claro para Frederico, reduzindo todos os presentes às lágrimas. “Você tem certeza de que é isso que quer?”, perguntou Neid para Frederico na noite antes da adoção oficial.

Júnior vai ser realmente seu filho para sempre. Neid, respondeu Frederico, segurando-a nos braços. Júnior é meu filho desde o momento em que me apaixonei por vocês. O papel só vai tornar oficial o que meu coração já sabe. Júnior, agora dormindo tranquilo no quarto que havia sido restaurado com tanto amor, não sabia que havia se tornado oficialmente parte de uma família que se encontrou através da dor, mas se curou através do amor.

E Frederico, olhando pela janela do quarto para o jardim onde Júnior brincava todas as manhãs, finalmente entendeu que o amor não se trata de substituir o que perdemos, mas de ter coragem suficiente para construir algo novo, algo belo, algo que honra tanto o passado quanto o futuro. Obrigado”, sussurrou ele, não sabendo se falava com Carla e o primeiro Júnior ou com a vida que havia lhe dado uma segunda chance de ser feliz.

“Pelo que está agradecendo?”, perguntou Nate, aparecendo ao seu lado. “Por você, por Júnior, por esta família que construímos juntos.” “Nossa família”, corrigiu ela, apoiando a cabeça em seu ombro. Nossa família”, concordou ele, sabendo que finalmente havia encontrado seu lugar no mundo.

Do quarto ao lado, ouviram Júnior murmurar no sono: “Mamãe, papai, Júnior, família”. E pela primeira vez em anos, o futuro pareceu infinitamente promissor para todos eles. Uma história sobre segundas chances, amor verdadeiro e a família que escolhemos construir. Suas interações são muito importantes para nós. Deixe seu nome nos comentários e podemos incluí-lo em uma de nossas histórias com uma saudação feita especialmente para você.

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