EDWARD TEACH: A VERDADEIRA E REAL HISTÓRIA DO PIRATA BARBA NEGRA

EDWARD TEACH: A VERDADEIRA E REAL HISTÓRIA DO PIRATA BARBA NEGRA

Quanto tempo você precisaria para entrar para a história? Anos, décadas, uma vida inteira? Bom, no caso real de hoje, você vai conhecer um homem que precisou de só três anos para virar uma lenda que aterrorizou os caras mais brutais da época dele. Ele virou o pirata mais temido e mais rico da história. O nome dele virou canções, mitos, filmes, mas ele era muito mais do que só um bandido. Ele tinha o próprio código, as próprias regras e fez o próprio destino. Com vocês, a trajetória crua e real do pirata Barba Negra.

O jornalista inicia a viagem para a era de ouro da pirataria, uma época violenta, cheia de incertezas, com viagens e batalhas que só o oceano testemunhou. Mas nesse cenário caótico e perigoso, um nome se sobressaiu: o nome inventado envolto numa atmosfera infernal. Tudo isso era de propósito. Uma lenda viva navegava pelo Caribe e o Oceano Atlântico. Mas, para além do mito, existe um homem que tomou o leme da própria vida e fez o que ele quis na própria história. Ele nasceu com um nome comum, como uma pessoa qualquer, numa cidade portuária na Inglaterra no final do século XVII. Essa história quase tem cheiro de mar e de pólvora. E ela é prova de que histórias de pirataria não são só invenção de cinema. E a vida real pode ter sido tão ou mais impressionante do que os filmes, livros e parques temáticos poderiam imaginar.

Então, se você tiver coragem, pode embarcar, que esse navio tem o destino certo: a história verdadeira do pirata Barba Negra. Antes de começar, o jornalista convida os ouvintes a se inscreverem no canal. É um projeto audacioso e corajoso, pois ele quer trazer histórias reais sob a perspectiva de pessoas que viveram aqueles acontecimentos, entende? Sob um ângulo que, segundo o jornalista, não se encontra em outro lugar no YouTube. Então, convida a se inscrever ou pelo menos assistir o vídeo.

Vamos lá. Os livros o chamam de Edward, às vezes Edward Tat (ou Teach). Esse era o nome do que viria a ser o pirata mais famoso e mais temido da história, o Barba Negra. As assinaturas variam com o tempo, e os escritores se confundem, mas o período aponta para o nascimento de um menino por volta de 1680 em Bristol, na Inglaterra. Nessa época, a Inglaterra comandava as colônias na América. Os Estados Unidos ainda estavam longe de existir como um país. O Oceano Atlântico era cortado por centenas de navios com todo tipo de mercadoria preciosa: desde produtos agrícolas, especiarias, ouro, pedras preciosas do Novo Mundo e escravos. As embarcações mais cobiçadas do mundo cruzavam o Atlântico entre a África, as Américas e a Europa. E o mercado fervia, fazendo reis e comerciantes mais ricos do que nunca na história. Nesse contexto, a cidade de Bristol virou um importante porto internacional, e foi ali naquela cidade que Edward provavelmente viveu, no que foi a segunda maior cidade da Inglaterra. Não existem muitos relatos da infância dele; não se registrou nada de muito notável nos anos iniciais daquela criança, que pode ter sido como qualquer outra, mas ali, naquele menino invisível para o mundo, exalava a chama por incendiar a história.

Uma família que tinha algumas posses, uma infância com brincadeiras comuns, uma vida que parecia que nada de extraordinário iria aparecer no horizonte, mas os anos foram passando e Teach (Tat) resolveu escrever o próprio destino. A juventude chegou. Edward era um adulto jovem, de 30 e poucos anos, acostumado com o barulho do mar. Ele saiu de Bristol e foi para a Jamaica trabalhar como corsário. Ninguém poderia prever, mas o destino estava sendo selado ali. É bom delimitar as diferenças entre corsário e pirata: corsário é o sujeito que tem autorização para agir à margem da lei. Um corsário é um mercenário que se alista ao serviço do rei para ajudar nos conflitos do mar, mas ele não é um oficial militar. Ele navega e ataca as embarcações inimigas. Em troca, o corsário tem a permissão do rei de ficar com parte das riquezas dos navios que ele combateu. Parece um bom negócio para um jovem como Edward.

Era a Guerra de Sucessão Espanhola. O rei mandou a Marinha contratar corsários e Edward se alistou. Ele ficou entusiasmado quando assinou o contrato chamado Carta de Corso, que atestava que ele iria lutar ao lado da Marinha Britânica contra os inimigos espanhóis. No contrato, havia um acordo de que, como pagamento, Edward poderia ficar com 80% de tudo que ele pudesse roubar dos espanhóis, entregando só 20% para o rei. Parecia bom demais para ser verdade. Ali Edward sentiu que um horizonte infinito se abria à frente dele. Ser libertado para lutar e roubar e ainda ficar com a maior parte do saque era a vida de aventura que ele sempre desejou, com o acréscimo de poder finalmente fazer fortuna. A guerra durou de 1701 a 1713, e Edward se adaptou facilmente à nova vida. O governo inglês deu permissão para atacar e saquear navios da Espanha e da França, e Edward se sentia pleno como capitão corsário. Ele poderia viver essa vida para sempre.

Mas em 1713, quando a guerra acabou, muitos dos que atuavam como corsários deixaram de ter esse meio de ganhar a vida. E muitos deles se voltaram para a versão mais sinistra desse ramo: a pirataria. Edward Tat foi um desses. Ele foi parar na ilha de Nova Providência, onde hoje são as Bahamas. Lá era uma ilha praticamente inabitada, onde piratas eram sempre bem-vindos. O porto de Nova Providência era aberto aos piratas, e os bandos passavam por lá com tranquilidade. Foi lá que ele conheceu o capitão Benjamin Horning Gold e passou a trabalhar para ele. Edward tinha o dom, e rapidamente ele virou protegido do capitão e o segundo no comando da frota pirata. Benjamin viu um talento nato em Edward. Em só um ano, o capitão Horning Gold promoveu Edward a capitão de uma parte da frota dele, para ele comandar sozinho uma tripulação de 70 piratas. Começava aí uma carreira meteórica cercada de sucesso, terror e muita riqueza.

Só o fato de Edward Tat ter sido promovido a capitão já prova muitas coisas sobre ele. Primeiro, é que provavelmente ele tinha mais que um dom, ele tinha conhecimento, algum tipo de estudo. Afinal, não é qualquer marujo, por mais capacitado que seja, que pode comandar e gerenciar um navio. É preciso saber ler e escrever, fazer contas, saber navegar como profissional. E nada disso era comum para as pessoas do século XVI. Mas Edward dominava tudo isso. Foi com essa parceria, praticamente uma sociedade, com o Capitão Horning Gold que eles escalaram o empreendimento. Agora, com dois capitães liderando navios piratas, eles faziam muito estrago na costa leste americana. Desde o norte, na Carolina do Norte, até Cuba, eles seguiram saqueando navios mercantes com todo tipo de tesouro da época: desde ouro a tecidos, de alimentos a pedras preciosas, bebidas alcoólicas e especiarias. Foram muitos saques bem-sucedidos, muitos mesmo. Mas, mesmo assim, o Capitão Edward e o Capitão Horning Gold se desentenderam. O Capitão Horning Gold não queria se meter com a Marinha Britânica, que era a mais forte da época. Para ele, já estava de bom tamanho saquear os navios particulares, principalmente os da Espanha. Já Edward não queria se limitar, ele topava assaltar qualquer navio. Ele queria ir para cima, não importa de quem, e acabou realizando alguns saques de que Horning Gold não gostou.

Foi um desentendimento que envolveu até a tripulação dos navios deles. Até que em 1717, o Capitão Horning Gold se aposentou, aceitou o perdão do rei e deixou de ser um pirata. E foi aí que Edward Tat foi declarado oficialmente como o único comandante de toda aquela frota pirata. Foi quando ele tinha o poder, uma frota de três navios e uma tripulação de quase 200 piratas só para ele, que ele decidiu deixar a marca dele e virou um dos capitães piratas mais temidos da história. A essa altura, ele já comandava mais homens e tinha mais armas do que qualquer outro pirata de que se tinha notícia. Foi aí que ele ficou imparável.

No final de 1717, no mar do Caribe, ele capturou um navio negreiro francês chamado Concorde. O navio transportava pessoas escravizadas para a Guiana Francesa e estava armado com 14 canhões. Edward rendeu o navio francês e convidou a tripulação e os escravizados a se juntarem à frota pirata. Alguns aceitaram, outros não quiseram. Ele, então, libertou quem não quis se juntar a ele e tomou o navio francês. Ele reforçou o armamento do navio para 40 canhões e rebatizou ele como Queen Anne’s Revenge ou a Vingança da Rainha Ana. E esse virou o navio mais lendário da era de ouro da pirataria.

Foi a partir daí que ele decidiu ir além. Ele deixou os cabelos e a barba crescerem para tamanhos extravagantes para a época. A barba, na parte de cima, crescia até perto dos olhos. Na parte de baixo, era extremamente longa, e ele trançava a barba e amarrava com fitas. Os cabelos pretos também ficaram muito compridos, e foi aí que ele deixou de ser Edward para sempre e passou a ser chamado pelo nome que ecoou até hoje: Barba Negra. A aparência já era assustadora por si só, mas ele passou a colocar pavios e fósforos acesos no chapéu, nos cabelos e na barba. Sempre que acontecia uma invasão, ele acendia os pavios e entrava no convés do oponente envolto em fumaça e cheiro de enxofre. Isso fazia a presença dele parecer uma aparição do inferno.

Tudo isso era artifícios psicológicos para ganhar cada vez mais respeito e conseguir uma rendição rápida das vítimas. Ele chegava assim: muito alto, com roupas escuras, imponente, com ar de perigo, envolto em fumaça, cheiro de enxofre — tudo de propósito, tudo fazia parte do espetáculo. Ele queria ser temido de todas as formas, não só quando estivesse roubando, mas queria ser temido só de ser olhado, só de citarem o nome dele. Por causa dessas aparições, muitos que sobreviveram à presença dele diziam que ele parecia o próprio Satanás. Imagine você no navio mercante, já com a tensão de um navio pirata se aproximando. O navio ancora bem próximo, e a invasão começa. Você sabe que vai ser um roubo seguido de um banho de sangue. E no meio desse caos, o próprio Barba Negra, como se tivesse saído das labaredas do inferno, bem na sua frente. Foi assim que a reputação dele se espalhou rapidamente por todo o Oceano Atlântico.

Como todo bom pirata, o Barba Negra também tinha uma Jolly Roger, uma bandeira pirata que geralmente indicava sempre a mesma coisa: perigo. Mas a bandeira do Barba Negra não era só uma caveira de ossos cruzados, a dele era diferente e única. A bandeira do Barba Negra era um esqueleto com chifres, simbolizando o próprio demônio, segurando um arpão e uma ampulheta, enquanto mira o arpão direto para um coração. Foram anos saqueando navios um após o outro, sem parar. Foram tantos que até hoje a história não conseguiu definir um número certo de navios que ele roubou. O navio principal, o Queen’s Revenge, era praticamente uma máquina de guerra. Só de ouvir falar o nome desse navio, as pessoas gelavam por dentro, porque sabiam que aquele era o navio do Barba Negra. A fama já havia se espalhado, e com a fama vêm as consequências. As autoridades começaram a caçar o Queen’s Revenge e o Barba Negra. Na época, os Estados Unidos ainda eram uma colônia britânica, então o rei da Inglaterra contratou um corsário, um cara chamado Woods Rogers, para caçar o navio do Barba Negra e acabar com a farra dos piratas.

Sabendo disso, Barba Negra ria por dentro, porque ele sabia que ele e a tropa dele eram muito mais numerosos e muito mais perigosos do que qualquer mercenário que o rei poderia pagar. Então ele simplesmente continuou a fazer o que ele fazia de melhor: saquear. Mas ele sabia que com Woods Rogers a coisa ia ter que ser diferente. O jeito mais fácil que o Barba Negra fazia os roubos era simplesmente bloqueando a entrada dos principais portos comerciais da América do Norte. Ele parava os navios dele em pontos estratégicos e aguardava. É como um predador na floresta. Quando os navios de mercadoria se aproximavam para deixar ou levar as mercadorias mais preciosas da época, ele fazia o show dele, e sempre dava certo. O diferencial é que ele preferia exercer a influência sobre os marujos e reféns dele do que ele próprio praticar violência.

O Barba Negra sabia que poder é muito mais do que saber empunhar uma arma: é ter pessoas para fazer isso instantaneamente assim que ele mandasse. Existem relatos de que muitas vezes o Barba Negra era cuidadoso com os prisioneiros, e que o foco eram saques e não a matança. A fama de perigoso e a imagem de um homem infernal já faziam todo o terror por ele. E é por essas e outras que a fama dele se espalhava como um rastro de pólvora. Deixar sobreviventes que iam se lembrar para sempre da presença implacável e demoníaca dele era muito mais vantajoso para manter a fama dele lá em cima.

Sabendo que Woods Rogers tinha deixado a Inglaterra a pedido do rei para caçá-lo, o Barba Negra imediatamente deixou o Porto nas Bahamas e subiu a costa até Top Sail, na Carolina do Norte, que até hoje se chama Enseada de Bill Ford. Por muito tempo, a história contou esse ocorrido como um acidente de percurso, mas o Barba Negra sempre soube exatamente o que estava fazendo. Chegando lá, pronto para a batalha, o Queen Anne’s Revenge bateu num banco de areia e naufragou. Outro navio dele chegou para prestar socorro e também foi danificado para sempre. Parecia um golpe de sorte para o caçador que foi lá a pedido do rei. Ele nem precisou fazer muito para que o principal navio do Barba Negra fosse parar no fundo do mar. Mas o Barba Negra ria por dentro com essa ideia. Afinal de contas, alguém achava mesmo que tudo aquilo foi um acidente? Logo com ele, tão experiente? A continuação da história do navio só vai ter alguma resposta quase 300 anos depois. O jornalista conta o desfecho no final do vídeo.

Sem o navio principal dele e com o caçador na cola, o Barba Negra resolveu pôr em prática uma estratégia impensável. Ele fez um acordo com o governador da Carolina do Norte, um cara chamado Edward Eden. E ele passou a ser corsário de novo. O governador permitiu que o Barba Negra usasse o próprio navio restante, o The Adventure, e atacasse os navios inimigos na costa americana, voltando àquele mesmo trato do passado: 80% do roubo para o Barba Negra e 20% para a colônia americana. Parece loucura, mas pensando friamente: é melhor ter um pirata como Barba Negra do seu lado, atacando só os seus inimigos, do que solto por aí, atacando seus navios também. O governador achou que tinha feito um ótimo negócio, mas o Barba Negra era tudo menos bobo. Só com essa tática, ele conseguiu se livrar de Woods Rogers, que tinha vindo da Inglaterra só para caçá-lo. Ele recebeu o perdão do governador por todos os crimes cometidos até ali. Ainda tinha licença para atacar certas embarcações por aí. Ele se estabeleceu na localidade de Bath, morando perto da casa do governador, durante julho e agosto de 1718. Nessa época, ele se casou pela 14ª vez com uma moça de 16 anos, filha de um fazendeiro local. Foram meses tranquilos em que ele era praticamente uma celebridade local e chegou até a ser convidado para jantares para contar as proezas da vida de pirata.

O governador, que era o vizinho dele, permitiu que ele navegasse numa missão como corsário para São Tomás no último navio dele, o The Adventure. Essa foi a oportunidade que o Barba Negra esperava. Em poucas semanas ele tinha voltado à pirataria, mas naquele mesmo mês, o governador da Pensilvânia, William Keief, emitiu um mandado de prisão contra ele. Seria ali, ainda em 1718, depois de 3 anos saqueando e roubando navios inteiros para ele mesmo, que a carreira e a vida do pirata mais emblemático da história encontrou um fim. O governador do estado da Virgínia também ordenou que a guarda costeira capturasse Barba Negra a qualquer custo. Essa missão ficou nas mãos do tenente Robert Maynard. Ele passou três meses nessa missão, investigando qualquer rastro do Barba Negra. Até que, na noite de 21 de novembro daquele ano, ele avistou um navio pirata ancorado na ilha de Ocracoke e, sem saber, a partir dali ele também entraria para a história. Era uma noite escura, e ele teve medo da região.

Então, ele decidiu que só ia se aproximar do navio dele quando fosse de manhã. Enquanto isso, ele proibiu qualquer circulação de navios naquela região para evitar que qualquer um avisasse sobre a emboscada. Do outro lado da ilha, Barba Negra passava uma noite tranquila com comida, bebida e música, apesar de estar com a tripulação bem reduzida, com cerca de 20 e poucos homens. Amanheceu, e o Barba Negra nunca poderia imaginar que aquele seria o último raiar do sol que ele veria. Quando ele se deu conta, o navio do tenente já estava bem perto. Ele gritou e perguntou quem era. E o tenente Maynard respondeu que só de ele olhar já poderia saber que eles não eram piratas, mas queria entrar a bordo do navio dele assim que pudesse. Barba Negra ficou cheio de raiva, tomou um gole de bebida e xingou aquele desconhecido do outro navio e prometeu que não teria clemência se o pegasse, da mesma forma que não iria pedir clemência se ele fosse pego.

O tenente aproximou a embarcação, e os canhões do navio do Barba Negra entraram em ação. Ele bateu em retirada, e nessa hora o Barba Negra cortou o cabo da âncora do navio dele e a tripulação levantou as velas. O navio fez uma manobra rápida, apontando os canhões mais uma vez em direção ao navio do tenente. Os navios ficaram mais próximos, e as duas tripulações começaram a trocar tiros, até que o navio do Barba Negra encalhou num obstáculo perto da praia. Foi aí que o tenente percebeu e mandou os marujos jogarem coisas para fora do navio para ele ficar mais leve e não encalhar também. Ainda assim, o Barba Negra não tinha se dado por vencido. Ele atirou os canhões contra os navios do tenente, e a artilharia foi devastadora. Em poucos instantes, o tenente já tinha perdido um terço do potencial de batalha, mas ele manteve muitos dos marujos dele abaixo do convés para se protegerem até a hora do combate.

A essa altura, o Barba Negra sentiu o sangue correr mais rápido. Era o momento da batalha que ele mais gostava. E aí chegou a hora. Os dois navios ficaram próximos o suficiente para as tripulações lançarem os ganchos e cordas umas contra as outras. Os tripulantes do Barba Negra finalmente entraram no navio do tenente, que parecia vazio. Eles foram surpreendidos com tiros dos marujos que estavam escondidos. O Barba Negra não tinha medo da luta. Ele já tinha vencido todas as outras até ali. Para ele, era um prazer tudo que envolvia pirataria: os planos, os saques, a violência, o teatro do terror e até as batalhas como essa. Tanto que, nessa luta em específico, um dos soldados comandados pelo tenente atingiu Barba Negra na coxa, e ele reagiu de um jeito que só poderia ter agido. Ele sorriu e parabenizou o jovem, dizendo: “Muito bem”. Mas, apesar de toda a diversão, essa foi a última batalha do Barba Negra. Nessa mesma luta, ele acabou cercado. No fim, ele foi atingido por tiros e perfurações de espada. O tenente Maynard tinha acabado de atingir a glória, entrando para a história como o cara que derrotou o pirata mais temido do mundo.

O tenente examinou o corpo do Barba Negra e conseguiu contar os tiros. Ele tinha sido atingido cinco vezes e tinha cerca de 20 cortes de espada. Então, depois de matar o inimigo, o tenente Maynard decapitou o Barba Negra e pendurou a cabeça dele lá em cima, no mastro do navio, para que ele fosse visto derrotado por onde o navio passasse, por toda a costa leste dos Estados Unidos. Era um troféu macabro, mas até isso combinava com a presença sinistra que o próprio Barba Negra sempre quis impor. O resto do corpo do Barba Negra foi jogado no mar e se perdeu. O prêmio em dinheiro por capturar o Barba Negra foi de 400 libras, mas o prêmio foi dividido com a tripulação. Apesar da bravura e do sucesso do tenente Maynard, ele não foi promovido e ficou no esquecimento. Enquanto isso, o nome do Barba Negra continua sendo repetido para sempre. Desde aquela época, já começaram a surgir superstições, contando o avistamento do fantasma do Barba Negra, assombrando navios, ainda procurando a cabeça dele. Luzes inexplicáveis no mar são muitas vezes chamadas de luzes de Teach, o sobrenome original dele.

Edward Teach foi um dos maiores piratas da história. Até hoje ele é conhecido por todos os feitos que ele conseguiu nos míseros 3 anos de atuação na pirataria. Ele era especialista em saquear embarcações espanholas, muitas vezes cheias de ouro dos Incas e dos Maias. Por ter tido uma das carreiras mais bem-sucedidas entre os piratas da época, ele acumulou um tesouro de mais de 1 milhão de libras. Nos dias de hoje, seria uma fortuna por volta de 100 milhões de dólares. Mas onde está essa fortuna? Até hoje ninguém sabe. Antes de morrer, o Barba Negra teria dito que só ele e o diabo sabiam onde o tesouro dele estava. E qual dos dois vivesse mais tempo ficaria com tudo.

Até hoje, cientistas e caçadores de tesouro amadores buscam esse tesouro. Em 1996, um grupo de mergulhadores encontrou o naufrágio de alguns dos navios do Barba Negra, inclusive o Queen Anne’s Revenge. Mais de 400.000 itens já foram recuperados desse navio, que deu uma dimensão absurda do poder do Barba Negra. Eles confirmaram que o navio tinha 40 canhões e várias armas, mas o tesouro não estava lá. A hipótese mais aceita é que, lá no passado, quando o Barba Negra acidentalmente naufragou no banco de areia, poderia ter sido mais um espetáculo montado por ele para se livrar do caçador e que, na verdade, ele já teria tirado todo o tesouro do navio antes de afundá-lo de propósito.

Em só três anos, o Barba Negra fez o suficiente para enriquecer, viver tudo que a vida tinha para oferecer, desafiou a autoridade e colocou o próprio nome na história. Até hoje ele inspira pesquisas, livros, filmes, quadrinhos e vídeos. Mas o que pouca gente sabe é que o Barba Negra raramente matou desnecessariamente. A tática dele era o medo, o teatro: a barba em chamas, o silêncio antes do tiro. Dezenas de capitães se renderam só por ver o vulto dele antes que qualquer canhão atirasse. Ele cultivou a aura para evitar carnificina. Ele cultivou a ideia de monstro para salvar homens. Ao mesmo tempo, ele foi contrabandista, saqueador, inimigo direto de comerciantes, escravistas. É contraditório, porque o mundo era contraditório. E é por isso que a figura resiste.

Essa foi uma história extraordinária, mas real. Se você quer uma história mais simplista, comente aqui embaixo, dê uma dica para a gente. O jornalista deseja trazer a sua história, a sua dica, a sua sugestão para o canal, sempre sob a perspectiva de alguém que vivenciou essa história. Ele ressalta que a inscrição no canal ajuda a perceber que o projeto está funcionando, apesar de serem vídeos esporádicos e difíceis de fazer. Muito obrigado por isso. Até a próxima.

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