Aviso ao leitor: Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência.

Brasília nunca dorme de verdade. Mesmo quando as luzes do Congresso se apagam e os corredores do poder parecem vazios, decisões silenciosas continuam sendo tomadas. Naquela noite abafada, poucos sabiam que um movimento invisível estava prestes a explodir como uma bomba política sem precedentes.
Alexandre de Moraes estava sozinho em seu gabinete. À sua frente, uma pilha de documentos, relatórios, mensagens cruzadas e depoimentos contraditórios. O relógio marcava quase meia-noite quando ele fechou a última pasta. Seu olhar não demonstrava raiva, nem satisfação — apenas a frieza de quem acredita estar cumprindo um destino inevitável.
Do outro lado da cidade, Jair Bolsonaro jantava com assessores próximos. O clima era tenso, mas ninguém imaginava o tamanho da tempestade que se aproximava. Entre piadas forçadas e silêncios constrangedores, o nome de Moraes surgia repetidamente, sempre acompanhado de ironias e críticas veladas.
O que Bolsonaro não sabia era que, naquele exato momento, uma decisão já havia sido tomada.
O ESTOPIM
Tudo começou semanas antes, quando um assessor anônimo decidiu falar. Ninguém levou muito a sério no início. Em Brasília, boatos nascem e morrem todos os dias. Mas aquele era diferente. Havia detalhes demais. Datas, horários, nomes. Um fio narrativo que, quando puxado, começou a desfazer um novelo perigoso.
Moraes acompanhava cada passo com atenção cirúrgica. Reuniões discretas, telefonemas curtos, encontros fora da agenda oficial. O Supremo parecia calmo por fora, mas fervia por dentro.
A palavra “Papuda” surgiu pela primeira vez em um relatório interno. Não como destino certo, mas como possibilidade. Uma hipótese que, até então, parecia impensável para muitos.

O MOMENTO DA DECISÃO
Na madrugada decisiva, Moraes assinou um documento que mudaria tudo. Não houve coletiva de imprensa, nem anúncio imediato. Apenas um despacho seco, técnico, com consequências devastadoras.
Às seis da manhã, celulares começaram a vibrar. Jornalistas receberam mensagens enigmáticas. Políticos acordaram com ligações desesperadas. A frase se espalhou como fogo em palha seca:
“Vai dar Papuda.”
Bolsonaro recebeu a notícia minutos depois. Primeiro, riu. Depois, gritou. Por fim, o silêncio. Um silêncio pesado, daqueles que anunciam que o jogo virou.
O CERCO SE FECHA
Aliados tentaram intervir. Telefonemas para ministros, articulações de última hora, notas preparadas e nunca divulgadas. Nada funcionava. A máquina já estava em movimento.
Moraes manteve-se inacessível. Para ele, a decisão não era política, mas institucional — pelo menos era assim que se convencia.
Enquanto isso, a população se dividia. Nas redes sociais, o Brasil rachou ao meio. Uns falavam em justiça histórica. Outros em perseguição implacável. As ruas fervilhavam de opiniões, mas nenhuma mudaria o curso dos acontecimentos.
BASTIDORES DA PAPUDA
A Papuda, tradicional símbolo do peso da lei, tornou-se protagonista de manchetes imaginárias. Guardas comentavam em voz baixa. Funcionários eram orientados a manter discrição total. Nada estava confirmado oficialmente, mas todos sentiam que algo grande estava por vir.
Bolsonaro, cercado por advogados, passou horas revirando estratégias. Cada cenário era analisado, cada palavra pesada. Mas havia algo diferente no ar: pela primeira vez, a confiança absoluta parecia abalada.

O SILÊNCIO DE MORAES
Alexandre de Moraes não deu entrevistas. Não respondeu críticas. Não fez discursos. Seu silêncio dizia mais do que qualquer declaração. Para seus apoiadores fictícios, ele havia “salvo as instituições”. Para seus críticos, havia ido longe demais.
Naquela noite, enquanto Brasília observava o céu nublado, uma pergunta ecoava em todos os cantos do país:
“Até onde isso vai?”
O DESFECHO ABERTO
A história termina sem um ponto final. Não há algemas descritas, nem portas se fechando. Apenas um país suspenso, preso entre versões, narrativas e emoções extremas.
Bolsonaro continuava livre naquela madrugada fictícia, mas politicamente encurralado. Moraes, firme em sua cadeira, sabia que seu nome jamais seria esquecido após aquela decisão.
E o Brasil?
O Brasil assistia, dividindo-se mais uma vez, tentando entender se estava diante do auge da justiça… ou do início de um novo abismo.