Uma garotinha negra dividia comida com um homem sem-teto todos os dias, e um dia algo chocante aconteceu.

Todos os dias, uma menina negra partilhava comida com um sem-abrigo. E um dia, algo chocante aconteceu. Todas as tardes, uma menina descalça caminhava até uma estrada deserta apenas para partilhar o seu último pedaço de pão com um homem silencioso e quebrado que ninguém mais se atrevia a olhar. Mas uma manhã, quando ela encontrou o seu lugar vazio, o seu grito forçou a aldeia a descobrir a verdade por trás do relógio que ele nunca tirava e do passado do qual ele nunca conseguiu fugir.

Antes de mergulharmos, diga-nos nos comentários que horas são e de onde está a assistir. Vamos começar.


Ele sentou-se novamente na estrada vazia, descalço, roupas rasgadas, joelhos puxados ao peito como se estivesse a tentar manter-se unido antes de se estilhaçar. As suas mãos tremiam de fome, os seus lábios rachados, os seus olhos inchados de noites de choro. E no seu pulso, o mesmo relógio de luxo que ele se recusava a tirar. A única coisa que lhe restava de uma vida que já não existia.

Carter limpou o rosto com as costas da mão e sussurrou: “Desculpa, filho. Desculpa.” A sua voz embargou a meio da frase, assim como acontecia todos os dias no último ano. Ele não ouviu passos. Nunca ouvia. Ela era sempre silenciosa.

Uma sombra minúscula parou à sua frente. Depois, um arquejo infantil suave. Carter levantou a cabeça lentamente. Lá estava ela, descalça, vestindo a mesma camisola castanha gasta todos os dias. Os seus punhos pequenos agarravam um pedaço de pão e uma garrafa de plástico meio cheia. O seu cabelo desgrenhado, as suas bochechas empoeiradas, os seus olhos escuros fixos nele com uma seriedade que nenhuma criança deveria ter.

“Tu de novo?”, sussurrou Carter.

Ela não respondeu. Não conseguia. Mal falava. Em vez disso, ela empurrou o pão em direção à sua mão como se estivesse a ordenar-lhe que o pegasse. Ele fechou os dedos à volta dele, mas antes que pudesse agradecer, ela empurrou-lhe a garrafa também.

“Tu não devias,” ele engoliu em seco. “Tu não devias dar-me a tua comida, pequenina.”

Ela franziu a testa, uma carranca irritada e impaciente, e pegou na mão dele, colocando-a firmemente à volta da garrafa como se dissesse: “Para de recusar.” Os seus dedos minúsculos estavam quentes. Os dele estavam gelados. Ela largou, recuou, e observou-o com um olhar teimoso que o lembrou dolorosamente de outra pessoa: o seu filho.

“Por que vens aqui?”, sussurrou Carter. “Por que me ajudas? Eu não sou nada. Eu não sou ninguém.”

A menina inclinou a cabeça, depois simplesmente sentou-se no chão à sua frente, de pernas cruzadas, à espera, como fazia todos os dias. Carter deu pequenas mordidelas, envergonhado com a rapidez com que queria comer. Ele odiava que ela tivesse que o ver assim, quebrado, sujo, arruinado.

“Tu és demasiado jovem para entender,” ele murmurou. “Eu perdi tudo. Emprego, casa. Mas perder o meu rapaz…” A sua voz rachou com força. “Foi o meu fim.”

A criança olhou fixamente, confusa, mas quando viu as lágrimas a escorrerem do seu queixo, ela rastejou para mais perto e tocou no seu pulso. Aquele com o relógio. O seu dedo bateu no metal suavemente como se estivesse a perguntar. Carter puxou o braço para trás instantaneamente.

“Não, isto não. Nunca isto.” Ele abanou a cabeça, o maxilar a tremer. “Este relógio foi o último presente do meu filho. A última coisa que ele me deu. Eu não posso… eu não posso tirá-lo.”

A menina piscou devagar, absorvendo mais emoção do que qualquer criança da sua idade deveria. Depois, ela rastejou ainda mais perto e envolveu levemente a sua mãozinha à volta do relógio, quase abraçando-o. Ele congelou, a respiração presa.

“Gostas dele?”, sussurrou, a voz a tremer. “O meu rapaz poupou dinheiro durante meses. Ele estava tão orgulhoso quando me deu.” A sua garganta fechou. As lágrimas correram de novo. Ele esperava que ela se afastasse. Qualquer adulto o faria.

Ela encostou a testa no joelho dele. O seu corpo inteiro tremeu. “Por que és tão bondosa?”, sussurrou ele, tremendo. “O que é que eu fiz para merecer isto de ti?”

Uma rajada de vento soprou pó pela estrada. A menina levantou a cabeça, apontou para o rosto dele e franziu a testa novamente. Ela odiava quando ele chorava. Ela tentava sempre pará-lo. Mas hoje, ela fez algo que nunca tinha feito antes. Ela colocou ambas as suas mãozinhas nas bochechas dele e empurrou firmemente, limpando as lágrimas com as palmas das mãos. Carter ofegou, um som agudo e doloroso. Ninguém o tinha tocado com ternura em mais de um ano.

“Tu não sabes o que me estás a fazer,” sussurrou. “Tu estás a salvar um homem que não merece ser salvo.”

Ela não entendia as palavras, mas entendia a dor, e odiava a dor. Então, ela abraçou o braço dele, aquele com o relógio, e não o largou.


Uma voz ecoou de longe. “Ei, afasta-te dele!”

Carter estremeceu. A criança estacou, olhos arregalados. Um morador da aldeia marchou na direção deles, a raiva a arder no seu rosto. “Eu disse à tua mãe que este homem imundo é perigoso,” gritou o morador. “Tu não trazes comida de casa para alimentar estranhos. Vem cá!”

A criança abraçou o braço de Carter com mais força. “Não,” sussurrou Carter. “Não te metas em sarilhos por minha causa.”

O morador agarrou-lhe o pulso. Ela gritou instantaneamente.

“Larga-a,” gritou Carter, levantando-se apesar das suas pernas fracas.

“Ela não se vai aproximar de ti outra vez,” latiu o morador. “Tu és doente, sujo. Podias magoá-la.”

Carter explodiu. “Eu nunca lhe faria mal!” A sua voz ecoou pela estrada.

A criança soluçou mais alto, agarrando-se às calças dele agora. O morador apontou para o relógio. “Olha para essa coisa no teu pulso. Um relógio de luxo? Como é que um sem-abrigo arranja isso, hã? Roubaste-o?”

Carter congelou. “Aquele relógio?” A sua voz quebrou. “É do meu filho. Ele morreu. É tudo o que me resta.”

O morador zombou. “Mentiroso.”

Carter sentiu algo dentro de si desabar. Mas antes que o morador pudesse puxá-la novamente, a criança fez algo chocante. Ela mordeu a mão dele com força. O homem gritou e largou-a. Ela correu diretamente para os braços de Carter, a tremer, a chorar no peito dele.

Carter abraçou-a com força, sussurrando: “Está tudo bem. Está tudo bem, pequenina. Eu estou aqui.” Mas por dentro, ele não estava bem. Ele sentia culpa, vergonha, raiva e algo mais que não sentia há muito tempo: Responsabilidade.

“Isto tem que parar,” disse, voz rouca. “Tu não podes continuar a vir para aqui sozinha. Não é seguro, e eu… eu não posso perder outra criança.”

A criança agarrou a camisola dele com mais força, recusando-se a largar. Carter olhou para ela, esta menina minúscula e descalça que o mantinha vivo com restos de pão e gotas de água, que lutava por ele mais arduamente do que adultos alguma vez fizeram. E pela primeira vez em meses, ele sentiu medo de a perder também. E ele nem sabia o nome dela.


Carter segurou a menina minúscula a tremer contra o seu peito muito depois de o morador ter ido embora. Os seus punhos pequenos agarravam a sua camisola rasgada como se ela pensasse que ele poderia desaparecer se afrouxasse o aperto. Ele tentou acalmar a respiração, mas cada inspiração raspava através da culpa e do medo.

“Eu nem sei o teu nome,” sussurrou, pressionando o queixo no cabelo dela. “E no entanto, tu és a única pessoa que me vê.”

A menina soluçou contra ele, ainda abalada. Ela levantou a cabeça e tocou na bochecha dele novamente, como se estivesse a verificar se ele era real. Carter engoliu em seco. “Tu não devias proteger-me assim. Eu é que deveria ser o adulto.” Ela não se importou. Apenas o abraçou com mais força. Ele limpou-lhe a bochecha suavemente.

“Ouve, pequenina. Tu não podes continuar a vir para aqui às escondidas. Eles vão castigar-te. A tua mãe vai ficar preocupada, e eu…” A sua voz quebrou. “Eu não posso perder outra criança. Eu não posso.”

Mas ela abanou a cabeça violentamente, recusando cada palavra. Carter fechou os olhos, sobrecarregado. A teimosia dela, a raiva dela quando as pessoas o injuriavam, as tentativas minúsculas de lhe limpar as lágrimas. Tudo isso rasgava feridas que ele tinha enterrado sob a sujidade, a fome e noites intermináveis. Ele não tinha nada, casa, dinheiro, orgulho. Mas para ela, ele importava. O peso disso era mais pesado do que qualquer luto que ele tinha carregado.

“Tudo bem,” ele sussurrou finalmente. “Só por hoje, fica mais uns minutos, mas depois, vais para casa.”

Ela assentiu, mesmo que não quisesse dizer isso. Ele esboçou um sorriso fraco. “Tu és uma péssima mentirosa, sabes?” Os seus lábios pequenos fizeram beicinho com dignidade ofendida. Carter riu suavemente pela primeira vez em meses, mas o calor não durou, porque na manhã seguinte tudo mudou.


A menina chegou mais cedo do que o habitual, carregando um pedaço maior de pão e uma garrafa cheia até ao topo, quase pesada demais para ela segurar. Ela cambaleou até a mesma estrada empoeirada, os seus pés descalços a baterem suavemente no chão. Mas a estrada estava vazia.

Não. O seu lugar habitual onde ele se sentava sempre encolhido era apenas pó e vento. O sorriso da menina desvaneceu-se. Ela olhou para a esquerda, para a direita, atrás dos arbustos ao longo da estrada. Nada. Ela andou mais longe, arrastando a garrafa, a expressão a apertar com o pânico crescente.

“Hã…?” ela chamou, a sua voz pequena a quebrar. Nada respondeu. Ela tentou novamente, mais alto, agudo. “HÃ?” Ainda nada. O seu peito subia e descia rapidamente. As lágrimas vieram. Então ela desatou a chorar alto e desesperado que ecoou pela estrada vazia.

Um fazendeiro a trabalhar nas proximidades ouviu. “O que é que aconteceu a ela agora?”, ele resmungou, limpando o suor da testa. Ele aproximou-se e viu a menina sozinha, a chorar incontrolavelmente, pão esmagado no punho. “Onde está o teu primo? Por que estás aqui sozinha?”, perguntou ele, frustrado.

Ela apontou para a estrada repetidamente, a soluçar mais alto. O rosto do fazendeiro apertou. “Ela está à procura daquele homem de novo. Droga.” Mas algo no pânico da criança parecia errado. Demasiado cru, demasiado real. Ele chamou mais dois moradores da aldeia. “Ajudem-me a verificar a área. Ela está a agir de forma estranha.”

Os homens procuraram nos arbustos, caminharam ao longo da vala e seguiram a curva da estrada. Então um deles gritou: “Ele está aqui!”

Eles correram. Carter jazia caído na vala, semi-inconsciente, mal respirando. Os seus lábios estavam azuis, a sua pele pálida, as suas roupas encharcadas de suor frio. As suas mãos tremiam fracamente, como se estivessem a tentar impulsionar-se, mas falhando miseravelmente.

“Meu Deus, ele está a morrer,” sussurrou um morador.

A menina correu mais rápido do que as suas pernas pequenas deveriam ter permitido, tropeçando na encosta. Ela deixou cair o pão e a garrafa e atirou-se para o peito de Carter, a chorar alto na sua camisola. Os olhos de Carter tremeram e abriram-se. “Pequenina, tu vieste.”

Os gritos dela transformaram-se em soluços, as suas mãos a abanar os ombros dele. Um morador murmurou: “Ele deve ter desmaiado ontem. Desidratação, inanição.” Eles levantaram-no cuidadosamente. Ao puxá-lo para cima, a manga de Carter escorregou para trás. O relógio caro brilhou ao sol.

Os olhos de um morador arregalaram-se. “Espera, eu conheço esse relógio.”

Outro zombou. “Achas que todos os sem-abrigo roubam joias?”

“Não. Não. Eu lembro-me deste. Estava nas notícias há anos. Um rapaz poupou dinheiro durante meses para comprar ao pai um modelo raro descontinuado. Depois, esse rapaz morreu num acidente na velha autoestrada.”

Os dedos de Carter tremeram. A menina agarrou-se com mais força. O morador continuou, voz a tremer ligeiramente. “O pai desapareceu meses depois. As pessoas disseram que ele foi visto a vaguear para fora da cidade, quebrado, perdido.”

Carter fechou os olhos envergonhado. Os moradores congelaram.

“Então ele não estava a mentir,” sussurrou o fazendeiro. “Ele realmente perdeu o filho.”

“E nós tratámo-lo como um criminoso,” murmurou outro. Um silêncio pesado caiu.

A menina encostou a testa no peito de Carter como se estivesse a tentar fundir-se com ele. Ela não entendia as palavras, mas entendia a verdade. Este homem não era perigoso. Este homem não era mentiroso. Este homem estava quebrado, e ela era a única que o tinha estado a salvar.

Um morador ajoelhou-se ao lado dela. “Pequenina, tu tens estado a alimentá-lo todos os dias, não tens?” Ela acenou com a cabeça na camisola de Carter. O homem engoliu em seco. “Tu mantiveste-o vivo.”

O peito de Carter arfou. “Ela… ela é a única razão pela qual eu ainda estou aqui.”

Os moradores levantaram-no gentilmente e carregaram-no em direção à aldeia. A menina recusou-se a largar, então um deles pegou nela também, deixando-a agarrar-se ao braço de Carter como se fosse uma tábua de salvação.


Na clínica, Carter deitou-se numa maca fina ligado a soros. A menina sentou-se ao lado dele, recusando comida, recusando água, recusando qualquer pessoa que tentasse afastá-la. A mãe dela chegou furiosa até que viu Carter. E o relógio. E o rosto do homem cheio de exaustão, luto e a dor interminável do seu pai. A raiva da mãe desmoronou-se em culpa.

“Ela… ela alimentou-te,” sussurrou.

Carter assentiu. “A sua filha salvou-me.”

A mulher cobriu a boca, lágrimas a arder nos seus olhos. “Eu não sabia. Eu não entendi.”

Carter olhou para a menina a dormir encostada ao seu braço. “Ela lembra-me o meu filho. A bondade dele, a teimosia dele.” A sua voz tremeu. “Ela deu-me uma razão para acordar.”

A partir daquele dia, os moradores da aldeia pararam de o evitar. Trouxeram-lhe refeições, roupas, ajudaram-no a tomar banho, deram-lhe um pequeno barracão para dormir e trataram-no como um ser humano novamente. Tudo porque uma menina minúscula e descalça se recusou a deixá-lo morrer.

Semanas se passaram. Carter recuperou forças. Ele começou a ajudar nos campos, a consertar ferramentas, a limpar caminhos. Os moradores respeitavam-no agora, mas todos os dias, sem falta, a menina vinha a correr descalça, pão na mão, garrafa de água a saltar, e todos os dias Carter abria os braços.

“Tu encontraste-me quando eu já tinha partido,” disse-lhe ele uma vez, levantando-a para o seu colo. “E de alguma forma, tu trouxeste-me de volta.”

Ela tocou no relógio novamente, gentilmente, respeitosamente. Carter sorriu. “Ele pertence a um bom pai, e agora também pertence ao homem que tu salvaste.”

Ela encostou a sua cabecinha no peito dele, e pela primeira vez em muito tempo, Carter sentiu-se completo novamente. O relógio permaneceu no seu pulso. A menina ficou ao seu lado, e a criança que não tinha nada tinha salvado um homem que tinha perdido tudo.

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