Na noite do último sábado, 26 de julho de 2025, a Cidade Maravilhosa foi palco de uma das apresentações mais emocionantes do ano. O Numanice — projeto de pagode de Ludmilla — desembarcou no Rio de Janeiro não apenas com sua habitual festa, mas carregado de emoção, saudade e reverência. O motivo? Uma homenagem inesquecível à cantora e ativista Preta Gil, que faleceu no dia 20 de julho, aos 50 anos, vítima de um câncer no intestino que comoveu o país inteiro.

O que era para ser apenas mais um espetáculo da turnê Numanice se transformou em um verdadeiro memorial artístico, uma celebração da vida de Preta Gil — e, ao mesmo tempo, um grito coletivo de dor e gratidão.

🌹 O adeus que virou música

As luzes do palco se apagaram repentinamente no meio do show. O telão principal acendeu com imagens de Preta Gil sorrindo, em momentos íntimos e marcantes de sua carreira. O público, que minutos antes vibrava com o ritmo contagiante do pagode, silenciou instantaneamente. Um nó se formou na garganta de milhares de pessoas.

Foi então que Ludmilla surgiu no centro do palco com os olhos marejados. De vestidão branco e expressão emocionada, ela declarou:

“Hoje, essa apresentação é por ela. Por Preta Gil. Por tudo que ela representa. Pela mulher preta, corajosa, generosa, revolucionária. Pela artista, pela amiga, pela irmã.”

O público respondeu com uma salva de palmas que durou quase dois minutos ininterruptos. Era o início do momento mais comovente da noite.

🎤 Ana Carolina entra em cena e multidão se desfaz em lágrimas

A grande surpresa da noite veio logo em seguida. Ludmilla chamou ao palco ninguém menos que Ana Carolina, cantora e compositora responsável por muitos sucessos da MPB — e uma das amigas mais próximas de Preta. Juntas, elas interpretaram “Sinais de Fogo”, música eternizada na voz de Preta Gil e que, desde sua morte, tem sido resgatada como um símbolo de sua trajetória artística.

Com vozes entrelaçadas e emoção à flor da pele, Lud e Ana entregaram uma performance visceral. O público cantava em uníssono, muitos com lágrimas escorrendo pelo rosto. Era impossível não se emocionar.

Ana, visivelmente abalada, dedicou a canção com a voz embargada:

“Essa era a música favorita dela… e agora é a nossa oração.”

😢 Ludmilla e o luto público: da dor à força

Poucos dias antes, Ludmilla esteve presente no velório de Preta Gil, acompanhada de sua esposa Brunna Gonçalves. A cantora chorou muito durante a cerimônia e permaneceu a maior parte do tempo em silêncio, abraçada a familiares e amigos íntimos de Preta.

Nas redes sociais, Ludmilla fez um dos desabafos mais intensos da sua carreira:

“Eu vou sentir tanta, mas tanta saudade de você. Ainda me faltam palavras… É difícil aceitar. Você era única. Forte, verdadeira, generosa, presente. O silêncio que fica carrega uma saudade imensa, mas também uma gratidão que transborda. Obrigada por tanto.”

Essas palavras, que viralizaram em minutos, mostraram que a dor da perda foi sentida profundamente não só pelos fãs, mas por quem conviveu de perto com Preta.

💫 Preta Gil: muito além da música

Filha do lendário Gilberto Gil, Preta construiu uma carreira sólida marcada pela autenticidade, irreverência e ativismo. Lançou seu primeiro álbum em 2003 (Prêt-à-Porter), e embora tenha enfrentado críticas da mídia tradicional, conquistou um público fiel graças à sua transparência e coragem de ser quem era.

Ao longo dos anos, se tornou referência na luta contra a homofobia, a gordofobia, o racismo e toda forma de intolerância. Com seu carisma único, foi presença constante nos palcos, nas festas e nos debates políticos.

Sua música “Sinais de Fogo”, que Ludmilla e Ana Carolina reviveram no palco do Numanice, tornou-se hino de empoderamento e libertação.

🤝 Laços de irmandade entre Ludmilla e Preta

A relação entre Ludmilla e Preta Gil sempre foi muito mais do que profissional. Foi Preta quem, em 2015, convidou Ludmilla — ainda emergente no cenário — para cantar em seu aniversário de 40 anos. Desde então, tornaram-se amigas íntimas, cúmplices e aliadas em causas sociais e na vida.

Ludmilla nunca escondeu o quanto Preta a inspirava. Em entrevistas recentes, dizia:

“A Preta me deu voz quando muitos ainda queriam me calar. Ela me mostrou que eu podia ocupar qualquer palco, qualquer espaço.”

Essa conexão se solidificou ao longo dos anos e foi selada, com lágrimas e música, naquele palco do Rio de Janeiro.

🎥 O momento que parou as redes sociais

Vídeos da homenagem correram as redes como rastilho de pólvora. Em poucas horas, hashtags como #NumanicePretaGil, #LudmillaAnaCarolina e #SinaisDeFogo estavam nos trending topics do X (antigo Twitter) e do Instagram.

Famosos como Ivete Sangalo, Pabllo Vittar, Gaby Amarantos e Taís Araújo publicaram vídeos assistindo e se emocionando com a performance. Milhares de fãs relataram que nunca haviam chorado tanto num show ao vivo.

Jornalistas e críticos musicais declararam que o show entrou para a história como “um dos momentos mais potentes da música brasileira moderna”.

✊ Um tributo que se tornou manifesto

O momento final da homenagem não poderia ser mais simbólico. Ludmilla, de mãos dadas com Ana Carolina, olhou para a plateia e pediu silêncio.

“Em nome de Preta Gil, digam não ao ódio. Digam sim à liberdade. Digam sim à diversidade. Continuem amando e vivendo como ela nos ensinou.”

O público respondeu com aplausos e gritos de “Preta vive!”. E, naquele instante, ficou claro que a memória da cantora jamais será apagada.

🌈 Legado eterno

Preta Gil se foi, mas deixou marcas profundas em todos que cruzaram seu caminho. E, graças a artistas como Ludmilla e Ana Carolina, sua voz continua ecoando — viva, forte, necessária.

O Numanice do Rio de Janeiro foi mais do que um show: foi um rito de passagem. Uma despedida com música, amor, lágrimas e resistência. Uma noite em que o pagode deu lugar à eternidade.