Entre Lustres e Mentiras: O Dia em que Me Escondi Debaixo da Mesa do CEO

Os lustres de cristal pendiam majestosamente do teto abobadado do Hotel Regal Crown, lançando um brilho dourado que dançava sobre o mármore branco como reflexos encantados. A música clássica preenchia o salão com suavidade, enquanto taças tilintavam e sorrisos ensaiados cruzavam rostos de convidados impecavelmente vestidos. Tudo ali parecia retirado de uma cena de um conto de fadas moderno, onde cada gesto era ensaiado, cada olhar calculado. Mas Lana Rivers não pertencia àquele mundo. Em meio ao esplendor e à perfeição artificial, ela tremia por dentro. Suas mãos suadas seguravam nervosamente a bolsa, seus saltos ecoavam em descompasso sobre o chão polido, e seu único objetivo era escapar dali o mais rápido possível. E então, ela o viu. Braden Knox, seu ex-namorado, o homem que destruiu sua fé nos sentimentos sinceros e roubou mais do que apenas seu coração. Estava ali, imponente no bar, como se nada tivesse acontecido, observando os presentes como um vigia de segurança. Lana congelou. Seu corpo inteiro rejeitou a ideia de enfrentá-lo. Deu um passo para trás, preparando-se para fugir, mas era tarde demais. “Lana? Você realmente veio?” A voz dele soou como um disparo. O instinto tomou conta dela. Girou nos calcanhares e correu – não com a elegância de uma dama em um evento de gala, mas como uma fugitiva desesperada. Cabeças se voltaram, taças balançaram, e ela correu como se o chão não fosse de mármore, mas de fogo. Precisava de um esconderijo. Rápido.

Seus olhos varreram o salão até encontrar uma mesa longa, coberta por uma toalha branca impecável, num canto meio afastado. Dois homens conversavam ali ao lado, e um deles, alto e largo, de costas para ela, parecia alheio ao caos que se aproximava. Sem pensar duas vezes, Lana se jogou debaixo da mesa, encolhendo-se entre as pernas do homem, segurando o vestido com uma mão e mordendo o lábio para não suspirar alto. Do lado de fora do pano de linho, ela ainda podia ver os sapatos de Braden caminhando, procurando, caçando. “Por favor, Deus, não me deixe ser descoberta,” sussurrou em silêncio. E então, uma voz gelada como aço surgiu do nada, bem acima de sua cabeça. “O que exatamente você está procurando aí embaixo?” O coração de Lana quase parou. Levantou o olhar lentamente e encontrou um par de olhos cinzentos e cortantes encarando-a com absoluta calma. Nenhuma expressão de surpresa, nenhum traço de indignação. Apenas um olhar que parecia dizer: “Isso acontece comigo toda semana.”

Ela soltou uma risadinha sem graça e tentou sair debaixo da mesa com a elegância de um gato bêbado. “Desculpe… eu estava… checando a estabilidade estrutural da mesa. Sou designer de interiores, hábito profissional.” O homem não se mexeu. Apenas a encarava com olhos de navalha. O outro homem ao lado franziu a testa e sussurrou: “Damian, o que está acontecendo?” Damian. O nome reverberou na mente de Lana como um trovão. Damen Cross. CEO da Cross Enterprises. O anfitrião da festa. E, ironicamente, o homem com quem ela tinha uma reunião marcada na manhã seguinte para apresentar o novo projeto da sede da empresa. Lana quis evaporar no ar. Damian, impassível, respondeu ao colega: “Nada demais. Apenas uma gata de rua inspecionando minhas pernas.” Lana se levantou num pulo. “Não sou uma gata! Sou uma… uma pessoa, e estou imensamente arrependida.” Tentou se afastar, cabelo desgrenhado, rosto em chamas, vestido torto… e tropeçou na perna da cadeira. Damian a segurou pelo pulso antes que caísse. Sua mão era fria, firme, sólida. Por um segundo, ficaram frente a frente. Ele, imponente e inexpressivo. Ela, envergonhada e sem saber onde enfiar o rosto. “Obrigada,” murmurou, puxando a mão de volta. “Já vou indo. Tenho outras mesas para… inspecionar.” Damian arqueou uma sobrancelha, e pela primeira vez, o canto de sua boca se curvou ligeiramente. Não era exatamente um sorriso, mas algo começava a descongelar. “Boa sorte com as inspeções.”

Lana saiu quase correndo, coração disparado, desejando que a terra a engolisse. No canto da sala, Damen ainda observava sua fuga, olhos fixos, intrigados. Seu assistente perguntou: “Quem era ela?” Damian respondeu, com uma calma desconcertante: “A primeira pessoa na vida que rastejou entre minhas pernas.” E assim, no meio de uma festa perfeita, começou uma história imperfeita, caótica e completamente humana.

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