“Você Me Viu Despida! Agora Você Tem que Casar Comigo, Ou Eles Vão Nos Matar!” – As Palavras de uma Jovem Apache que Mudaram Tudo

O sol mal havia nascido sobre as colinas de San Verdan, em Novo México, e a rua ainda estava enevoada pela neblina da madrugada. Elias Harper, com 32 anos, caminhava com passos firmes e o olhar atento, como sempre. O cheiro do barro molhado misturava-se ao aroma da fumaça de madeira e álcool que vinha do saloon do outro lado da rua. Ele já estava acostumado com o peso do silêncio que se arrastava por aqueles caminhos. Antigo scout dos conflitos com os apaches, ele agora trabalhava como guardião de carros de carga, garantindo que mercadorias chegassem em segurança de cidade em cidade. O trabalho não era glamoroso, mas era honesto, e Elias sabia que aquilo era tudo o que poderia esperar.

Ele entrou na pensão do ferroviário e, como de costume, a atmosfera estava abafada, saturada de suor e tabaco. No entanto, algo estava diferente naquela manhã. Um som baixo e urgente, vindo de um corredor estreito, fez seu coração acelerar. O grito abafado de uma mulher ecoou, fazendo com que Elias parasse de imediato. Conhecia aquele tom — o som do medo. Ele seguiu a direção do ruído até uma porta com a pintura descascada e a tranca emperrada.

Dentro do quarto, encontrou uma jovem apache, com pele bronzeada e cabelos escuros, ensopados de chuva. Ela estava vestida com um simples vestido de linho, rasgado na altura do ombro e da coxa. Seus olhos, intensos e determinados, encontraram os dele sem hesitar, e em sua voz, firme, mas carregada de urgência, ela disse: “Você me viu assim. Agora, ou você casa comigo, ou eles nos matam.”

Elias ficou parado na porta, absorvendo as palavras dela. Ele não sabia quem eram “eles”, mas sabia que não podia simplesmente virar as costas. Ele olhou para ela, e em seus olhos, leu algo mais do que um pedido desesperado. Ela queria, acima de tudo, sobreviver.

A porta se abriu abruptamente, e um homem alto entrou, acompanhado de outros dois. A risada debochada de um deles cortou o silêncio, e o cheiro de álcool se espalhou pela sala. Elias sabia que os homens que estavam ali não eram apenas um problema para a jovem apache; ele também seria um alvo se não fizesse algo.

Ele rapidamente a pegou pela cintura e a puxou para fora da sala, guiando-a pela janela quebrada. A chuva havia parado, mas a tensão no ar não se dissipava. Eles correram pelas vielas de San Verdan, com os homens atrás, gritando e tentando alcançá-los. Elias sabia que não poderia deixá-la para trás. Ele tinha visto mulheres em situações piores durante a guerra, mas nunca se sentiu tão impulsionado a agir por alguém. O destino dela se tornava agora o seu.

Com a mulher segura no carro de carga, Elias afastou-se de San Verdan. O som dos cavalos e gritos distantes gradualmente ficou para trás, mas o peso da decisão pesava sobre ele. Ele havia se envolvido em algo que não tinha planejado, algo que poderia mudar sua vida para sempre.

Horas se passaram enquanto ele guiava as carroças pela estrada deserta, sempre com o olhar atento às sombras que poderiam surgir. “Para onde estamos indo?”, ela perguntou, sua voz baixa, mas cheia de curiosidade. “Para o norte”, respondeu ele, mantendo a calma. “Depois, encontraremos um lugar seguro para você.”

Ela o olhou por um longo tempo, e ele podia sentir a dúvida em seus olhos. “E depois o que?”, ela insistiu. “Depende de você. Se você quiser ficar, eu… posso ajudá-la.”

Durante o resto da viagem, os dois trocavam poucas palavras, mas a confiança começava a nascer entre eles. Não eram mais estranhos. O medo deles os unira de maneira silenciosa, mas forte. Mara, como ela se chamava, havia sido capturada por homens de San Verdan e estava sendo vendida como mercadoria. No entanto, ela tinha lutado, e sua resistência a tornara “imprópria” para os seus captores. Agora, ela queria um futuro livre.

O sol começou a se pôr quando chegaram a uma pequena clareira à beira de um riacho. Elias atou os cavalos e ambos desceram do carro de carga. A atmosfera estava mais tranquila, e a água corria suavemente ao fundo. Era o momento perfeito para uma pausa, para pensar e refletir.

“Você não precisa mais temer”, Elias disse, olhando para Mara, que estava ajudando a montar um pequeno fogo. “Eles não nos encontrarão aqui.”

Ela olhou para ele com um brilho nos olhos. “Eu sei”, respondeu, sua voz suave. “Mas ainda não sei o que será de mim. Ninguém veio me buscar. Ninguém se importa.”

Elias não sabia como responder. Ele havia se oferecido para protegê-la, mas o que aconteceria quando ela estivesse em segurança? Ele sentiu algo mais por ela, algo que se foi desenvolvendo nas poucas horas que passaram juntos. A cada minuto que passava, ele via em seus olhos a força de quem sobrevivera a tudo.

Naquela noite, enquanto o fogo queimava baixinho, Elias pensou em sua vida até então — sempre sozinho, sempre protegido pela distância e pelo anonimato. Mas algo mudava. Algo dentro dele queria lutar por ela, não por obrigação, mas por escolha.

Nos dias seguintes, eles se escondiam, sempre um passo à frente dos perseguidores. Cada dia era uma luta pela sobrevivência, mas também uma afirmação de que poderiam seguir em frente, se quisessem.

Um mês depois, os dois estavam em uma pequena cidade no norte, longe das ameaças de San Verdan. Elias sabia que a luta deles estava longe de acabar, mas ele também sabia que tinha encontrado algo que valia a pena: uma nova chance de construir algo juntos. O olhar que ele trocou com Mara naquela noite diante do fogo não era apenas de necessidade, mas de um entendimento profundo e silencioso de que, naquele momento, eles haviam se tornado algo mais do que sobreviventes. Eles haviam se tornado uma família.

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