“Você Fica se Tirarmos a Roupa?” Gêmeas Idênticas Fizeram Proposta Desesperada ao Fazendeiro que as Salvou! A Reação Dele Diante do Pedido Chocante Vai Te Deixar Sem Palavras!

A solidão das terras altas de Wyoming era um bálsamo que Owen Harding aplicava sobre feridas que ele não conseguia nomear. Corria o ano de 1874. A guerra já terminara há quase uma década, mas seus fantasmas ainda caminhavam com ele no ar rarefeito e frio.

Sua cabana, uma estrutura atarracada de troncos talhados, ficava a um arremesso de pedra do Rio Wind. Ele a construíra com as próprias mãos, uma fortaleza contra a memória, contra o mundo dos homens que o havia falhado. Owen era um homem alto, endurecido pelo trabalho. Seu rosto, curtido pelo sol e pelo vento, era um mapa de dificuldades passadas. Ele evitava a cidade de Lander, cheia de ruído e julgamento. Ele preferia a companhia do rio e das montanhas impiedosas.

Aquela primavera fora amarga. A neve tardia de maio derreteu furiosamente sob o sol implacável de junho. O Rio Wind, geralmente uma fita azul clara, transformara-se numa besta marrom e agitada, seu rugido uma presença constante e ameaçadora.

Owen estava perto do curral quando ouviu. Um som que não pertencia à natureza selvagem. Um grito humano, fino e desesperado, engolido quase imediatamente pelo rosnado do rio. Ele correu para a margem.

Foi então que as viu: um flash de tecido escuro e pele pálida. Não uma figura, mas duas, emaranhadas nos galhos de uma árvore caída que estava sendo açoitada pela correnteza violenta. Eram duas âncoras frágeis num mundo de movimento brutal.

Owen não hesitou. Arrancou as botas pesadas, tirou o cinto da arma e mergulhou na água gelada. O choque do frio foi como um soco físico. Ele lutou contra a correnteza, seus olhos fixos nelas. Ao se aproximar, viu que eram idênticas. Duas jovens chinesas. Uma agarrava-se desesperadamente a um galho, enquanto a outra se agarrava à irmã, quase inconsciente.

Com um esforço brutal, Owen conseguiu libertá-las e arrastá-las para a margem lamacenta. Elas tossiram água, tremendo violentamente, seus vestidos simples em farrapos. — Onde… onde estamos? — sussurrou uma delas, os dentes batendo. — Nas minhas terras — disse Owen, ofegante. — Vocês precisam se aquecer. Minha cabana é perto. Quando ele estendeu a mão para ajudar, elas recuaram como cervos assustados. — Não — disse uma, com a voz trêmula. — Não nos leve para a cidade, por favor.

O pavor na voz dela o parou. — Eu não vou levar vocês para a cidade. Mas a cabana é a única chance de vocês não morrerem de frio.

Com um aceno quase imperceptível, elas cederam. Owen carregou a primeira nos braços; ela era leve como um pássaro, rígida de medo. Depois voltou para buscar a irmã. Dentro da cabana, a presença delas era uma intrusão na solidão dele.

— Meu nome é Owen Harding — disse ele, quebrando o silêncio enquanto o fogo crepitava. — Eu sou Mai — sussurrou uma. — Eu sou Leanne — acrescentou a irmã.

A tensão era palpável. Naquela noite, Owen cedeu a única cama para elas e deitou-se no chão duro, de costas viradas. No meio da escuridão, ouviu passos suaves. — Sr. Harding? — A voz de Mai tremeu. — O senhor vai ficar… se nós nos despirmos?

A pergunta o atingiu como uma bala perdida. Ele ouviu o eco de cem transações que só podia imaginar; a vergonha, a resignação, a terrível barganha de mulheres sem nada a oferecer além de si mesmas em troca de proteção. Uma vergonha quente e desconhecida tomou conta dele, misturada com raiva dos homens que as levaram àquilo.

— Durmam — disse ele, com a voz rouca, sem se virar. — Ninguém vai incomodar vocês aqui. Ele ouviu o som abafado de soluços vindos da cama. Naquela noite, a primeira rachadura apareceu nas paredes congeladas ao redor do coração de Owen.

Nos dias seguintes, impedidas de viajar pelo rio cheio, uma rotina estranha se estabeleceu. Mai e Leanne cozinhavam e limpavam com eficiência silenciosa. Aos poucos, a história delas emergiu. Órfãs de um pai que morrera na ferrovia, elas fugiram de um capataz cruel chamado Fletcher, que alegava que as dívidas do pai — e as próprias filhas — agora lhe pertenciam.

Owen, por sua vez, falou da guerra, do irmão Samuel que morrera sem ver uma batalha, de como viera para o oeste para se perder. As confissões formaram uma ponte entre suas ruínas compartilhadas.

Mas o mundo exterior invadiu aquele refúgio no quarto dia. Owen viu cavaleiros se aproximando. Não eram vaqueiros. Eram homens de rosto duro. — Fletcher — sussurrou Mai, pálida.

O capataz desmontou no pátio, com um sorriso arrogante. — Parece que minha propriedade vagou para longe — disse Fletcher. — Vim buscar o que é meu, Harding. As garotas e a dívida. — Elas não devem nada a você — respondeu Owen, parado na varanda como uma muralha. — Vão embora.

Fletcher avançou. Owen empurrou-o, mas um segundo homem atacou com uma faca. Owen sentiu uma queimação no lado esquerdo quando a lâmina perfurou suas costelas. Ele cambaleou.

De dentro da cabana, algo se partiu dentro de Leanne. O medo e os anos de impotência queimaram, deixando apenas fúria. Ela pegou uma frigideira de ferro pesada e correu para fora. Com um grito, ela golpeou a cabeça do homem que esfaqueara Owen. O som foi nauseante. O homem caiu.

Fletcher, atordoado, viu-se diante de um homem ferido, mas armado, e duas mulheres com olhos em chamas. — Sumam daqui — rosnou Owen, disparando um tiro no chão perto dos pés de Fletcher. — Se voltarem, eu enterro vocês nesta terra.

Fletcher fugiu.

As semanas seguintes foram um borrão de dor e cura. A cabana virou enfermaria. Mai e Leanne nunca saíram do lado dele. Elas deixaram de ser vítimas para se tornarem suas guardiãs. Nas noites de febre, quando os fantasmas da guerra faziam Owen gritar por seu irmão morto, elas seguravam suas mãos e sussurravam: “Você não está lá, Owen. A guerra acabou. Você está aqui conosco.”

Quando a força dele finalmente retornou, Owen percebeu que a solidão, antes seu escudo, agora parecia um vazio insuportável. Ele olhou para as duas mulheres que salvaram sua vida tanto quanto ele salvara a delas. — Este lugar… — disse ele, num sussurro rouco. — Pode ser o lar de vocês, se quiserem.

Leanne sorriu, um sorriso frágil e belo, e fez a mesma pergunta daquela primeira noite, mas agora despida de vergonha e cheia de esperança: — Você vai ficar, Owen? Ele não precisou responder com palavras. Apenas se inclinou e beijou Mai, depois Leanne. Um beijo de aceitação e promessa. Ele estava em casa.

Juntos, construíram uma nova vida. Não na velha cabana cheia de sombras, mas numa casa nova, com vista para o rio. Numa tarde de fim de verão, enquanto cavalgavam juntos, a mão de Mai encontrou a dele. Um momento depois, a mão de Leanne cobriu as duas.

Owen olhou para elas. Os rostos não eram mais assombrados pelo medo, mas iluminados por sorrisos genuínos. E naquele momento, ele sorriu de volta. Um sorriso raro e verdadeiro que apagou as últimas sombras da guerra. A dor não havia desaparecido completamente, mas agora descansava silenciosa entre os três, sustentada pelo amor compartilhado, não mais um fardo para ser carregado sozinho.

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News