Todos Vocês… Entrem.’ O Fazendeiro Encontrou Uma Garota Criando Três Irmãos Sozinha — O Que Ele Fez Depois Vai Chocar Você

O rifle tremia nas mãos de Sarah enquanto ela pressionava as costas contra a parede do celeiro, ouvindo os pesados passos circulando lá fora. Através das frestas na madeira envelhecida, ela podia ver a sombra de um homem, alto, de ombros largos, movendo-se com a paciência deliberada de alguém que sabia que a presa encurralada não tinha para onde fugir. Atrás dela, pressionados no feno como coelhos assustados, seus três irmãos mais novos prendiam a respiração. Tommy, com apenas oito anos, segurava seu cavalo de madeira tão apertado que seus nós dos dedos estavam brancos. As gêmeas, Mary e Martha, de seis anos, imagens espelhadas do medo, enterravam seus rostos na saia rasgada de Sarah.

“Eu sei que vocês estão aí”, veio a voz lá de fora, profunda, marcada pelos anos gritando por toda a imensidão da região. “Vi a fumaça do seu fogo a três milhas daqui.” Sarah fechou os olhos. Estúpido. Tão estúpido acender aquele fogo, mas a pequena Martha estava tremendo tanto, e o frio de novembro tinha dentes que cortavam direto através das mantas finas. Quatro dias haviam se passado desde que estavam escondidos naquele celeiro abandonado, vivendo da meia broa de pão e do pote de conservas que haviam conseguido pegar antes de fugir. Os passos pararam.

“Seus cavalos estão no meu estábulo”, a voz continuou, agora mais próxima. “Estão lá há duas semanas. Achei que alguém fosse aparecer.” O coração de Sarah pulou. Duas semanas? Isso significava que ele sabia. De alguma forma, aquele estranho sabia exatamente quanto tempo o papai estava ausente. Sabia exatamente quando o mundo deles desmoronou em pó e desespero.

A porta do celeiro rangeu. Um feixe de luz da tarde cortou a escuridão, e com ele entrou um homem que Sarah só havia visto de longe. Marcus Cain, dono do grande rancho Circle K, que fazia divisa com a pequena propriedade deles. Seu chapéu lançava sua face em sombra, mas ela viu o suficiente. Mãos calejadas que haviam vivido décadas de trabalho duro. Um casaco que custava mais do que a família dela gastava em um ano com mantimentos. Olhos que pareciam captar tudo de uma vez. Ele os viu imediatamente. Quatro crianças agachadas no canto como animais feridos. O olhar dele permaneceu no rosto de Sarah, observando suas bochechas afundadas, as olheiras sob seus olhos, e a forma como ela segurava o rifle como se fosse tudo o que estava entre sua família e a cova.

“Quanto tempo faz que vocês não comem?” ele perguntou baixinho.

O dedo de Sarah encontrou o gatilho. “Fique longe.”

Cain parou, levantou a mão levemente. “Não estou aqui para machucar vocês, garota. Só estou fazendo uma pergunta.”

O silêncio entre eles se esticou como uma corda tensa. Sarah podia ouvir seu próprio coração bater. Podia sentir o pequeno corpo de Tommy tremendo contra sua perna. Lá fora, o vento se intensificava, assobiando pelas frestas das paredes do celeiro, com um som como lamento distante. Os olhos de Cain se moveram de seu rosto para as crianças atrás dela, e algo mudou em sua expressão. Algo que talvez fosse reconhecimento, talvez lembrança, talvez dor.

“Todos vocês”, disse ele finalmente, com a voz tão baixa que parecia um sussurro. “Entrem.”

A mente de Sarah rodopiou. Entrar. Entrar onde? Seus olhos dispararam por cima da figura imponente de Cain para a porta aberta do celeiro, onde ela mal podia distinguir a borda de algo grande e escuro. Uma carroça.

Ele trouxe uma carroça.

“Não”, ela sussurrou, mas a palavra saiu quebrada e fraca. Atrás dela, sentiu os filhos se mexendo, a esperança e o terror brigando em seus pequenos corpos. Cain deu um passo cuidadoso à frente, com as mãos ainda levantadas.

“Seu pai me deve dinheiro, garota. Já faz três meses. Mas não é por isso que estou aqui.”

O rifle vacilou nas mãos de Sarah. Três meses. Foi quando o papai começou a desaparecer por dias a fio, voltando para casa com cheiro de uísque e histórias loucas sobre minas e reivindicações e dinheiro que estava logo ali. Três meses desde que a mamãe morreu da febre, e o pequeno mundo deles começou a desabar.

“Eu o encontrei em Deadwood”, continuou Cain, sua voz suave como vidro quebrando. “Aposta no jogo ficou alta e ele apostou a propriedade. Perdeu para um homem chamado Briggs.”

As pernas de Sarah quase cederam. A propriedade. O único lar que aquelas crianças tinham conhecido. O lugar onde a mamãe estava enterrada sob o velho carvalho, onde Tommy deu seus primeiros passos, onde as gêmeas nasceram naquela terrível tempestade de inverno.

“Briggs está vindo”, disse Cain. “Amanhã, talvez depois de amanhã. Ele não é do tipo paciente.”

Então, por que? A voz de Sarah quebrou. Ela engoliu em seco, forçando-se a continuar. “Por que está aqui? Por que nos ajuda?”

Cain ficou em silêncio por um longo momento, seu olhar distante. Através da porta do celeiro, Sarah podia ouvir os cavalos inquietos de Cain, o couro das arreias rangendo com o vento. “Tive uma filha, uma vez”, disse ele finalmente. “Da sua idade. Talvez um pouco mais nova.”

“Tive.” Passado. Sarah sentiu o peso dessa palavra única cair sobre os ombros de Cain como um manto de luto.

Tommy gemeu suavemente, e Mary esticou a mão para tocar o braço de Sarah. “Sarah, estou com fome,” sussurrou ela, tão baixo que mal dava para ouvir.

Cain ouviu, de qualquer forma. Sua mandíbula se apertou, e quando falou de novo, havia algo mais duro em sua voz, algo que não permitia discussão. “Tem comida na carroça, cobertores, um lugar para dormir com paredes e um teto, e um fogo que não vai te dar a posição para qualquer vagabundo ou fazendeiro que venha atrás de você.”

Sarah olhou para seus irmãos, realmente os olhou, vendo as costelas de Tommy aparecendo sob sua camisa fina, os rostos pálidos e magros das gêmeas, seus olhos grandes demais para suas cabeças. Quando foi a última vez que qualquer um deles teve uma refeição decente? Quando foi a última vez que dormiram sem ouvir os ruídos da noite com um ouvido atento ao perigo?

“Quanto você quer em troca?” ela perguntou, porque nada neste mundo é de graça e homens como Cain não ajudam pessoas como eles sem uma razão.

A expressão de Cain não mudou, mas algo brilhou em seus olhos. Algo que poderia ter sido surpresa, respeito ou tristeza. “Bem, você vai descobrir isso depois”, disse ele. O vento soprou novamente, e através das brechas nas paredes do celeiro, Sarah podia ver nuvens de tempestade se formando no horizonte. Escuras, pesadas e cheias da chuva que encharcaria suas roupas finas e transformaria seu pequeno abrigo em um sofrimento de frio e umidade.

Atrás de Cain, os cavalos relinchavam suavemente, e Sarah percebeu com um sobressalto que podia sentir o cheiro de comida, comida de verdade, pão, carne e algo mais que fez seu estômago vazio apertar com uma fome repentina e desesperada. O rifle caiu um centímetro em seu aperto. Cain viu isso e assentiu uma vez, como se ela tivesse tomado a decisão que ele esperava.

“Hora de escolher, garota”, disse ele calmamente. “Minha carroça ou o que quer que esteja esperando Briggs quando ele chegar.”

Sarah nunca teve a chance de responder. O trovão dos cascos cortou o ar da noite como tiros, vindo rápido e forte pela estrada principal. A cabeça de Cain se virou em direção ao som, e sua mão caiu instintivamente para a arma na cintura.

“Agachem-se!” ele sibilou, fazendo um gesto para as crianças. “Todos vocês, no feno, e não façam nenhum som.”

Sarah puxou Tommy e as gêmeas, arrastando-os mais fundo nas sombras enquanto os cavaleiros se aproximavam. Através da fresta na parede do celeiro, ela viu-os. Cinco homens em cavalos sujos, com rostos duros e famintos. O homem na frente usava um chapéu preto com uma faixa de prata, e seu casaco era o tipo de lã fina que falava de dinheiro e violência na mesma medida.

Briggs, tinha que ser.

Cain saiu do celeiro, e Sarah ouviu suas botas rangendo na cascalho. Ela pressionou seu olho na fresta da madeira, observando enquanto ele encarava os cinco cavaleiros com nada além de nervos firmes e a arma na cintura.

“Boa noite, senhores”, disse Cain, sua voz carregando a mesma autoridade calma que Sarah ouvira dentro do celeiro. “Vocês estão na minha terra.”

Briggs desmontou lentamente, suas esporas cantando contra o chão.

“Cain.” O nome saiu como se ele estivesse saboreando algo amargo. “Ouvi dizer que você sabe algo sobre umas crianças desaparecidas.”

“Crianças?” A voz de Cain foi mansa, como uma conversa normal. “Que crianças seriam essas?”

“Quatro delas pertencem a um homem chamado Henderson. Um homem que me deve uma considerável quantia.”

Briggs se aproximou e Sarah viu a arma na cintura dele. Viu como seus homens se espalhavam em um semi-círculo atrás dele.

“O débito foi transferido para os filhos dele.”

O sangue de Sarah se transformou em gelo. Transferido para os filhos dele. Eles não eram apenas órfãos. Eram colaterais. Propriedade a ser recolhida e vendida para cobrir as dívidas de jogo do pai.

“As crianças de Henderson estão sob minha proteção”, disse Cain, simplesmente.

Briggs riu, um som como vidro quebrando. “Sua proteção? Isso é muito generoso da sua parte, Cain. Muito caro também. Sabe o quanto quatro crianças saudáveis valem nos mercados certos?”

O silêncio que se seguiu foi pesado o suficiente para esmagar os ossos. Sarah sentiu Tommy tremendo contra seu lado, sentiu as pequenas mãos das gêmeas agarrando sua saia. Através da fresta na parede, ela viu a mão de Cain descansar calmamente perto de sua arma. Mas eram cinco contra ele.

“Eu sei o que elas valem para mim”, disse Cain calmamente.

Briggs sacou sua arma. Foi tão rápido que Sarah quase não viu. O sussurro do aço na cintura, o clique metálico do cão sendo puxado para trás, mas Cain foi mais rápido, o colt em sua mão apareceu como mágica, a boca do cano firme como pedra e apontada diretamente para o peito de Briggs.

“Vocês talvez queiram pensar nisso”, disse Cain, ainda com a voz calma, ainda conversacional. “Tenho uma boa cobertura aqui, e vocês estão sentados na linha aberta. Meu capataz deve estar nos observando através de uma luneta agora. Quantos de vocês acham que conseguem cair antes que ele coloque vocês no chão?”

Sarah prendeu a respiração. Será que havia mesmo um capataz observando? Ou Cain estava blefando com a mesma frieza que mostrou ao entrar no celeiro? Um dos homens de Briggs se moveu nervosamente em sua sela. Outro olhou em direção à distante casa de fazenda, suas janelas escuras e sem nada visível.

“Isso não acabou, Cain”, disse Briggs, mas havia incerteza na sua voz agora.

“Acabou”, Cain concordou. “Mas só por hoje.”

O impasse se esticou como um fio prestes a estourar. Sarah podia ouvir seu próprio coração. Podia sentir o peso das vidas de seus irmãos pendurado na ponta de uma faca. Um erro, uma falha de cálculo, e todos estariam mortos ou pior.

Devagar, Briggs abaixou a arma. “Voltaremos”, disse ele, guardando a arma. “Com mais homens, com papéis legais. Essas crianças vão comigo de um jeito ou de outro.”

“Veremos”, respondeu Cain.

Briggs montou seu cavalo, seu movimento rígido de raiva frustrada. Quando girou o animal, seus olhos encontraram o celeiro, e por um momento terrível, Sarah teve certeza de que ele poderia vê-la através da fresta na parede. Então ele se foi, conduzindo seus homens de volta à escuridão que se aproximava, deixando apenas o eco dos cascos e a promessa de violência que ainda estava por vir.

Cain ficou imóvel na escuridão que se instalava até que o som dos cascos desapareceu completamente. Só então ele guardou a arma e voltou para o celeiro.

Sarah pôde ver a tensão em seus ombros, a forma como suas mãos tremiam levemente enquanto ele tirava o chapéu e passava os dedos pelos cabelos grisalhos.

“Podem sair agora”, disse ele suavemente.

Sarah apareceu das sombras, ainda segurando o rifle. Seus irmãos pressionaram-se contra ela. Na luz fraca, Cain parecia mais velho de alguma forma, mais cansado, como se o confronto tivesse envelhecido-o em minutos.

“Eles voltarão”, disse Sarah. Não era uma pergunta.

“Sim.” A voz de Cain estava carregada de certeza. “Amanhã à noite, talvez depois de amanhã, com mais homens, como ele disse. Provavelmente com papéis que farão o que ele está fazendo parecer legal.”

Tommy deu um passo à frente, seu pequeno rosto pálido, mas determinado.

“Senhor, por que está nos ajudando? Você nem nos conhece.”

Cain se abaixou, colocando-se ao nível dos olhos de Tommy. Por um momento, ele apenas observou o rosto do menino, o jeito teimoso de seu maxilar, a forma como ele se posicionava protectivamente na frente das irmãs, apesar de ser o menor de todos.

“Eu tive um filho um dia”, disse Cain finalmente. “Da sua idade, se chamava Daniel.”

“Tive.” Sarah viu o peso daquela palavra cair sobre Cain como um manto de dor.

“Perdi ele e sua irmã para a febre escarlatina, sete invernos atrás. Perdi a mãe deles na mesma semana.”

As palavras pairaram no ar como fumaça. Sarah sentiu algo mudar em seu peito. Não exatamente confiança, mas algo próximo disso. Compreensão, talvez, reconhecimento de uma dor que se igualava à sua.

“Eu sinto muito”, ela sussurrou.

Cain assentiu e depois se levantou, olhando para todos eles por vez. “Vocês me lembram deles. O jeito como ficam juntos. O jeito como se cuidam.”

A voz dele vacilou ligeiramente.

“Como não têm medo de lutar quando precisam.”

Mary puxou a saia de Sarah. “Sarah, a gente vai morrer?”

A pergunta acertou como um soco físico. Sarah olhou para o rosto voltado para cima de sua irmã, a confiança e o medo brigando nos olhos de seis anos, e sentiu o peso da responsabilidade cair sobre seus ombros como uma montanha.

“Não”, ela disse firmemente. “Nós não vamos morrer.”

Cain observou a troca e algo passou por seu rosto. Surpresa talvez, ou admiração.

“Ela está certa”, disse ele para Mary. “Vocês não vão morrer. Não enquanto eu estiver aqui.”

Ele caminhou até a carroça e começou a descarregar os suprimentos, comida, cobertores, um pequeno fogão a gás que poderia ser montado dentro do celeiro. O cheiro de pão e carne seca encheu o ar, e Sarah ouviu a barriga de Tommy roncar audivelmente.

“Quando foi a última vez que vocês comeram?” Cain perguntou de novo. A mesma pergunta que fizera antes.

“Três dias”, Sarah admitiu baixinho. “Talvez quatro. Tivemos algumas conservas, mas…”

Cain assentiu e continuou a descarregar. Logo ele tinha um pequeno fogo aceso em uma bacia de metal, cuidadosamente posicionado para que a fumaça se dissipasse pelas frestas do telhado em vez de sair pela porta.

Ele aqueceu feijão e bacon, cortou fatias grossas de pão, encheu uma panela com água fresca de um barril na carroça. As crianças comeram como se tivessem medo de que a comida fosse desaparecer, e Cain as observou com uma expressão que Sarah não conseguiu decifrar. Dor, talvez, ou memória, ou ambos.

“Meu rancho”, disse ele de repente. “Tem quartos que ninguém usou em anos. Boas camas, janelas com vidro de verdade, uma cozinha com um fogão que não solta fumaça.”

Sarah olhou para ele, suas sobrancelhas franzidas. “Por que está nos dizendo isso?”

“Porque Briggs estava certo sobre uma coisa. Quatro crianças valem algo. Não o que ele acha que elas valem, mas algo.”

Cain encontrou seus olhos. “Valem a pena proteger. Vale a pena lutar por elas. Vale a pena manter seguras.”

O fogo crepitou suavemente entre eles, lançando sombras dançantes nas paredes do celeiro. Lá fora, a escuridão já havia se instalado, e com ela vieram os sons da pradaria à noite, o uivo distante dos coiotes, o sussurro do vento na grama, o leve ranger das madeiras antigas se acomodando com o frio.

“Ele vai voltar com a lei”, disse Sarah. “Com papéis que dizem que pertencemos a ele.”

Cain mexeu no fogo com um galho, fazendo as faíscas subirem em direção ao telhado.

“Papéis podem ser contestados. Leis podem ser lutadas. E às vezes…”

Ele fez uma pausa, olhando para sua carroça, onde Sarah podia ver a silhueta de um rifle numa bainha de couro.

“Às vezes um homem tem que decidir o que é certo, independentemente do que é legal.”

O peso dessas palavras se espalhou por eles como um cobertor.

Sarah olhou para seus irmãos. Tommy já estava adormecido contra um monte de cobertores, as gêmeas aninhadas uma contra a outra como filhotes, e fez uma decisão que se sentiu como um salto no vazio.

“Seu rancho”, ela disse baixinho. “Aqueles quartos vazios. O que precisaríamos fazer para ficar neles?”

Cain ficou quieto por tanto tempo que Sarah pensou que ele não responderia. Quando ele finalmente falou, sua voz estava quase sussurrando.

“Só sejam crianças”, disse ele. “Sejam apenas as crianças que vocês deveriam ser.”

Eles carregaram a carroça na escur

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