Por Favor, Não Me Deixe Aqui—Eu Farei Qualquer Coisa Que Você Quiser! A Jovem Implorou Entre Lágrimas…

“Não me abandone aqui fora. Eu te darei qualquer coisa. Cumprirei qualquer desejo”, implorou a jovem mulher ao solitário homem da fronteira. Por anos, o território de Wyoming estava aprisionado pelo inverno de 1868. O vento cortava a floresta de pinheiros como uma lâmina afiada. A neve caía em ondas pesadas e implacáveis, cobrindo o mundo com um manto branco e silencioso. As árvores se erguiam como guardiãs de gelo, e o ar parecia segurar a respiração. Lá, nas profundezas do selvagem perto de Whispering Brook, um cavaleiro solitário avançava pela tempestade.

Jacob Thorne, envolto em um espesso manto de lã e encurvado em sua sela, guiava sua montaria cansada por um caminho estreito e coberto de neve. Seu rosto mostrava as marcas do tempo, rude e severo, com olhos que brilhavam de maneira aguçada, mas carregavam o peso de uma tristeza distante. Um rifle repousava sobre suas costas, um revólver pendia em seu quadril, mas ele não cavalgava em busca de batalha ou justiça, apenas por sustento e solidão.

Uma pista fresca atraiu sua atenção. Pegadas de casco perturbavam a neve, erráticas e recentes. Jacob puxou as rédeas de seu cavalo e seguiu as marcas até uma curva, onde ele encontrou o que procurava. Uma pequena carroça estava tombada, suas rodas estilhaçadas e o quadro quebrado. Um cavalo, rígido com o frio, estava caído em suas rédeas, os olhos vazios. As correntes estavam presas nas raízes dos pinheiros. Jacob desmontou com cuidado, o som da neve estalando sob suas botas enquanto se aproximava.

Então, um som fraco chegou até ele, uma voz perdida sob o uivo do vento. Ele contornou a traseira da carroça e parou. Lá, meio enterrada na neve e envolta em um xale surrado, estava uma garota, não mais velha do que 19 anos, sua pele de tom quente e terroso. Seu cabelo era um emaranhado preto e gelado. Seus lábios tremiam, com um tom azul, e suas pálpebras se mexiam fracamente. Sua voz emergiu novamente, um pedido frágil, cheio de desespero. “Não me deixe aqui.” Jacob permaneceu imóvel, sua respiração presa em seu peito. A garota estremeceu, seus braços apertados contra o corpo, como um pardal ferido. Arranhões marcavam suas bochechas, e um de seus sapatos estava perdido. Ela parecia ter sido descartada, abandonada. Jacob cerrou os dentes e deu um passo atrás. Isso não é meu problema. Ele olhou para cima. A neve caía ainda mais forte agora. Se a deixasse, ela estaria morta dentro de uma hora. Mas as palavras dela persistiram. “Por favor, qualquer coisa que você queira.”

Ele se virou para seu cavalo, mas uma memória o invadiu. O riso de uma criança. O canto suave de uma mulher. E então, gritos. “Tiros. Fumaça.” Ele apertou as rédeas do cavalo e virou-se novamente. Ela estava ali, agora coberta com uma fina camada de neve. Seus lábios se moviam silenciosamente, depois seus olhos se abriram, fixando-se nos dele. Com um sussurro fraco, ela pediu novamente: “Por favor!”

Jacob soltou uma respiração pesada. Maldição, murmurou. Ele se aproximou rapidamente, caindo de joelhos ao lado dela. Ela não se afastou quando ele estendeu a mão, quase sem consciência. Ele deslizou seus braços sob ela, surpreso com o quanto ela era leve, e a ergueu contra seu peito. Sua pele estava gelada. “Fique comigo,” ele rosnou, sua voz carregada de frustração. “Você vai ficar aqui! Não vai desistir de mim, eu juro!” Ela não respondeu, sua cabeça balançando contra ele. Ele a carregou até seu cavalo, subindo de forma desajeitada, com ela abraçada em um braço, e fez o cavalo seguir em frente.

A cabana estava a uma milha de distância, aninhada na floresta no topo de um morro. Cada passo parecia um julgamento. Dentro da cabana, Jacob chutou a porta aberta, a neve se espalhando atrás dele. Ele a deitou com cuidado em uma cama próxima à lareira, e logo apressou-se em acender o fogo, tirando suas roupas encharcadas e a cobrindo com peles. Ela gemeu suavemente, seus olhos se mexendo. Ele inclinou um pouco de uísque sobre seus lábios. Ela tossiu levemente, mas engoliu. “Bom,” murmurou. Ele se sentou no chão, olhando para as chamas, com as mãos sobre os joelhos. Seus olhos se voltaram para o rosto dela novamente. “Shashony,” ele murmurou baixinho. “Talvez sangue misturado,” ele não perguntou sobre suas origens. “Não importava.” Ele apenas sabia que já ouvira esse pedido antes, em outra tempestade, quando não havia agido a tempo. Dessa vez, ele havia agido, e não viraria as costas.

A tempestade rugiu por mais três dias dentro da modesta cabana de toras envolta por pinheiros. O tempo parecia andar mais devagar que a neve lá fora. O fogo estalava incessantemente, lutando contra o frio que se infiltrava pelas paredes de madeira. As sombras dançavam pelo chão gasto, sobre o rifle perto da porta, sobre a figura na cama. Laya Swift estava envolta em peles, mal se movendo. Sua pele recuperava um pouco de calor, mas a febre ainda a acompanhava, como uma sombra. Seus lábios se moviam de vez em quando, emitindo gritos, ou murmurando em uma língua que Jacob reconhecia, mas não entendia. Shosonyi.

Ele se sentava perto dela, em silêncio, entalhando madeira com uma pequena faca. Seus olhares para ela eram frequentes, sua expressão indecifrável. Na segunda noite, ela falou palavras que o fizeram parar. “Tala to Namini,” ela murmurou. Jacob franziu a testa. Ele sabia o suficiente para perceber que não era um balbucio aleatório. Ela estava chamando alguém, talvez sua mãe, talvez seu pai.

Ele não perguntou. Ele se levantou, aproximou-se de um pequeno baú ao pé de sua cama e o abriu com cuidado. Dentro dele, estava um xale cinza desbotado, gasto, mas cuidadosamente preservado. Ele o levantou, inalando um leve traço de lavanda e cinzas. Suspirou e caminhou até Laya, cobrindo-a suavemente com o xale, dobrando as bordas com uma reverência semelhante à de colocar flores sobre um túmulo. Ela não se moveu.

Na manhã do quarto dia, a febre começou a diminuir. Jacob estava alimentando o forno quando ouviu ela se mexer. Ele se virou para vê-la, os olhos se abrindo lentamente, piscando na luz fraca. Seus lábios estavam rachados, mas ela conseguiu sussurrar: “Onde estou?”

“Você está nas montanhas,” ele respondeu. “Esta cabana é minha.”

Sua testa se franziu. Ela tentou se levantar, mas se contorceu de dor. Ele se aproximou, oferecendo uma xícara de água. Ela a pegou com mãos trêmulas. “Você me salvou,” ela disse.

“Eu fiz,” ele respondeu. “Você não me deu muita escolha.” Ela percebeu o xale sobre ela e, com os dedos, tocou suavemente o tecido. “Isso é seu?”

“Não,” Jacob disse, pausando. “Era de minha esposa.”

O olhar de Laya se fixou nele, depois suavizou. “Sinto muito por você não saber,” disse ela. Ela tomou um gole lentamente, encostando-se contra a parede, sua respiração ainda irregular. Um longo silêncio caiu sobre os dois. Então, ela viu a cicatriz em seu ombro, pálida e irregular, uma marca de uma antiga violência. Talvez de um tiro. Ela fez um gesto em direção a ela.

“Você esteve na guerra?” Jacob não respondeu imediatamente. Ele puxou uma cadeira mais próxima, sentando-se, os olhos fixos nela. “Eu passei por muita coisa,” ele disse. Ela o observou por um momento, depois perguntou suavemente: “Ninguém veio atrás de você?” Sua expressão se manteve firme, mas sua mandíbula se contraiu. Não havia mais ninguém.

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News