Pai Solteiro Perdeu Sua Grande Entrevista Para Ajudar Uma Estranha, Sem Saber Que Ela Era A CEO Que Transformaria Sua Vida Para Sempre…

A chuva descia em cortinas, martelando o asfalto rachado como um tambor furioso. O trovão ribombava acima, fazendo a terra tremer sob as botas de Noah Carter, enquanto ele batia a porta de seu caminhão velho com força. A camisa já estava encharcada, os jeans pesados pela água. Mas ele não podia ignorar a cena à distância. Um sedã de luxo preto, metade enterrado na lama à beira da estrada alagada.

A porta do motorista se abriu e uma mulher, com um casaco cinza sob medida, tropeçou para fora, os saltos afundando no barro. Ela parecia furiosa e impotente.

O telefone de Noah vibrou com um lembrete: entrevista de emprego em 10 minutos, mas Noah não se moveu em direção à estrada principal. Ele se dirigiu até ela.

— Não, não, não. Isso não está acontecendo — a mulher murmurou, puxando seu salto preso.

Seu casaco estava impecável, apesar da tempestade, mas a água que se acumulava ao redor de seus tornozelos estava longe de ser limpa. Seu cabelo escuro grudava nas bochechas, e a maquiagem borrada ao redor dos olhos. Ela respirava rápido, como se o frio estivesse tentando roubar o ar de seus pulmões.

Noah atravessou a água até os tornozelos em direção a ela.

— Você vai torcer o tornozelo assim — disse ele, sua voz cortando a tempestade.

Ela se virou rapidamente, surpresa. Seus olhos passaram por ele, um homem alto com uma camisa de flanela desbotada, jeans cobertos de lama, um boné de beisebol protegendo seu rosto da pior parte da chuva.

— Eu estou bem — ela respondeu, tentando libertar o sapato.

— Não está não — ele disse, agachando-se para pegar o salto e puxá-lo com um puxão firme.

Ele o entregou a ela sem olhar em seus olhos.

— Entra no carro. Eu cuido disso.

— Você nem me conhece — ela disse, segurando o sapato como se fosse uma prova em um julgamento.

— Senhora, não preciso te conhecer para te ajudar. Você está presa. Eu tenho um caminhão.

Ela hesitou, observando enquanto ele se afastava para seu veículo. Sua caminhonete parecia mais velha do que ela, a ferrugem comendo as bordas das rodas, mas as correntes na caçamba indicavam que não era a primeira vez que ele puxava alguém da lama.

Quando ele deu ré em direção ao sedã dela, ela percebeu suas mãos, calejadas, fortes, veias saltando contra a pele clara.

Ele prendeu a corrente no pára-choque dela como se já tivesse feito isso centenas de vezes e subiu na cabine do caminhão. Um rugido do motor, um puxão lento, e o sedã saiu da lama com um som úmido.

Quando ela entrou no carro, encharcada e tremendo, ele já estava caminhando de volta pela chuva, sem esperar agradecimentos.

Algo apertou no peito dela.

— Espere — ela chamou, abaixando a janela. Ele parou, mas não virou.

— Você está encharcado. Pegue isso — disse ela, estendendo uma nota dobrada. Ele finalmente olhou para ela, a mandíbula tensa.

— Fique com isso. Estou atrasado.

— Para o quê?

Ele hesitou.

— Para uma entrevista de emprego.

E então ele se afastou, botas batendo na água, sumindo na chuva.

O coração de Noah batia forte enquanto ele subia na caminhonete. A água da chuva escorrendo da aba do boné para o volante gasto. O relógio no painel piscou: 9:12 da manhã. Sua entrevista tinha começado às 9 em ponto. Ele girou a chave, e o caminhão fez um som gutural. Os limpadores rangiam contra o para-brisa rachado.

— Perfeito — ele murmurou, pisando no acelerador.

A velha caminhonete saltava sobre cada buraco enquanto ele acelerava em direção ao centro da cidade. Sua mente passava pelas perguntas para as quais ele se preparava há semanas.

Mas, no fundo, ele sabia que não importava. Ninguém esperava por um cara como ele.

A três quarteirões do prédio de escritórios, o trânsito parou, um acidente à frente. A chuva transformou todas as ruas em rios. E mesmo que ele estacionasse e corresse, ainda estaria atrasado. Seu peito apertou, não apenas de frustração, mas pelo peso que o esmagava há meses: aluguel atrasado, os sapatos do filho se desintegrando, contas empilhadas na mesa de cozinha que pareciam um segundo emprego.

Quando chegou ao prédio de vidro, já passava das 10. A recepcionista nem olhou para ele antes de dizer:

— Eles seguiram para o próximo candidato.

A voz dela era plana, eficiente, como se ele já tivesse sido descartado. A garganta de Noah secou.

— Posso ao menos…

— Desculpe, senhor — ela interrompeu. — O horário do gerente de contratação já foi preenchido. Você pode se inscrever novamente daqui a 6 meses.

— 6 meses? — ele pensou. Ele não conseguiria sobreviver nem 6 semanas sem um trabalho fixo.

Ele forçou um aceno, engolindo o amargo nó na garganta.

— Obrigado pelo seu tempo.

Lá fora, a chuva havia diminuído para uma garoa, mas não importava. Ele se sentia mais frio agora do que quando estava parado naquela estrada alagada.

Colocou as mãos nos bolsos e começou a longa caminhada de volta até o caminhão. No meio do caminho, um SUV preto e elegante se aproximou dele, janelas escurecidas brilhando apesar do céu cinza.

A janela do passageiro se abaixou, e ele congelou. Era ela, a mulher da lama.

Agora, ela não estava mais tremendo. Seu cabelo estava arrumado, o casaco impecável novamente.

— Você perdeu, não foi? — ela perguntou, sua voz mais suave desta vez.

— É — ele respondeu, deslocando-se desconfortavelmente na calçada molhada.

— Mas você está a caminho, então valeu a pena.

Ela o observou por um momento, seu olhar firme. Então disse:

— Entra.

Noah franziu a testa.

— O quê?

— Entra no carro — ela repetiu. — Eu te devo mais do que sapatos secos.

Algo na forma como ela falou, calma e decisiva, como se estivesse acostumada a dar ordens e ser obedecida, fez com que ele abrisse a porta e entrasse sem mais palavras.

O motorista arrancou e, pela primeira vez, Noah percebeu os detalhes sutis dentro do SUV: os bancos de couro costurados, o leve perfume caro no ar, e uma pasta em seu colo com o logo prateado de uma empresa que ele já tinha visto em algum lugar.

Ela olhou para ele, um leve sorriso tocando seus lábios.

— Eu sou Clare Dalton — disse ela. — CEO da Dalton Tech.

Noah piscou, o nome atingindo-o como um trovão.

Dalton Tech, a mesma empresa da qual ele tinha acabado de ser rejeitado.

— Você é a CEO? — ele perguntou, a incredulidade pesada em sua voz.

Clare inclinou a cabeça, observando-o como se estivesse lendo algo que só ela conseguia ver.

— Até onde sei, sim.

E, a menos que eu esteja enganada, você estava indo para uma entrevista na minha empresa esta manhã.

A mandíbula de Noah se fechou.

— Sim, eu estava. E você perdeu porque parou para me ajudar.

Ele deu um pequeno encolher de ombros.

— Você estava presa na chuva. Não parecia uma escolha.

Os lábios dela se curvaram.

— A maioria das pessoas teria passado reto ou aceitado meu dinheiro e ido embora. Mas você não fez isso.

O motorista fez uma curva, e o SUV começou a subir a estrada sinuosa em direção a um aglomerado de torres de vidro que se erguiam acima da cidade.

Noah só tinha visto esse distrito à distância, geralmente enquanto entregava pacotes ou pegava sucata para ganhar um dinheiro extra.

Agora ele estava ali, tão perto que podia ver seu reflexo nas janelas espelhadas.

— Eu li seu arquivo — disse Clare de repente.

— Meu arquivo?

Ele franziu as sobrancelhas.

— Sim — ela respondeu, batendo na pasta em seu colo. — Eu acompanho todos os candidatos para certas posições. Você estava na minha lista para o cargo de coordenador de logística. Você sabe por quê?

Noah balançou lentamente a cabeça.

— Seu currículo é incomum — ela continuou. — Veterano do Corpo de Fuzileiros Navais, duas comendas por bravura, proprietário de um pequeno negócio por três anos, voluntário em um abrigo comunitário.

— Você não é apenas qualificado, é engenhoso.

— Mas o RH disse que você nunca passaria pelo processo formal. Muito grosseiro.

Seu estômago se apertou.

— E eles estavam certos. Eu nem entrei na sala.

Ela recostou-se, cruzando as pernas.

— Esse é o defeito do sistema. As pessoas erradas decidem quem tem chance. Eu prefiro ver por mim mesma.

Ela o olhou, seu olhar amolecendo.

— E essa manhã, eu vi.

Noah olhou para fora, os olhos perdidos na chuva que escorria pela janela escurecida.

— Eu não estava tentando te impressionar. Eu só…

— Eu sei — ela o interrompeu. — Esse é o ponto.

O SUV reduziu a velocidade e entrou em um garage privado abaixo de uma das torres mais altas.

Quando as portas se fecharam atrás deles, Clare deixou a pasta de lado.

— Você tem uma chance de provar seu valor, Sr. Carter. Não daqui a 6 meses. Não na próxima semana. Agora.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— Qual é o truque?

— Nenhum truque — ela respondeu calmamente. — Só um problema que ninguém mais conseguiu resolver.

As portas do elevador se abriram, e ela saiu sem olhar para trás.

— Você me ajudou a sair da lama, Noah. Vamos ver se consegue fazer o mesmo pela minha empresa.

O elevador subiu para o andar mais alto e, quando as portas se abriram, a atmosfera mudou instantaneamente.

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News