O Cowboy Achava Que Seu Passado Estava Enterrado – Até Sua Ex Voltar Com Gêmeos No Portão Do Rancho, Desafiando Tudo O Que Ele Conhecia!

Jackson Blackwell enxugou o suor da testa, observando o pôr do sol pintar o céu de Montana com tons de âmbar e dourado. Oito anos de paz no rancho Double B haviam curado a maioria das feridas, mas algumas cicatrizes ainda eram profundas. Ele ajustou o chapéu surrado e assobiou para seu border collie.

— Scout, vem aqui, garoto. Hora de voltar.

O ar de outono trazia um frio que prometia um inverno antecipado. As botas de Jackson pisavam na trilha de cascalho em direção à sua modesta casa de fazenda. O contorno das montanhas contra a luz que morria no horizonte lembrava-lhe do motivo pelo qual ele nunca deixaria aquela terra. Era parte de sua vida, como fora de seus pais e avós antes dele.

Dentro de casa, ele alimentou o fogo e se serviu de um gole de uísque. Scout se acomodou aos seus pés enquanto Jackson se entregava à cadeira de couro favorita. Seus ossos doíam depois de um longo dia de consertos na cerca e movimentação de gado para os pastos baixos. Aos 36 anos, ele não era velho, mas os anos de trabalho árduo haviam deixado suas marcas.

O toque do telefone cortou o silêncio reconfortante. Jackson franziu a testa.

— Pouca gente me liga tão tarde — respondeu grosso.

— Blackwell, tem alguém no seu portão — disse a voz preocupada de Joe, seu capataz. — Uma mulher com dois filhos, disse que conhece você.

A mandíbula de Jackson se apertou, e sua mão se fechou em torno do telefone.

— Ela disse o nome? — perguntou, a voz saindo baixa.

— Sarah… Sarah Mitchell.

O nome congelou o sangue de Jackson. Sarah. A mulher que ele tentava esquecer há oito anos. A mulher que o deixara no altar com uma carta rápida e uma vida inteira de perguntas. A bebida escorregou de suas mãos, quebrando-se no chão de madeira.

— Ela… — Começou, sem saber o que dizer.

— O que você quer que eu diga a ela? — perguntou Joe.

A menção de crianças o fez hesitar. Respirou fundo.

— Diga a ela que vou descer.

A viagem até o portão principal levou menos de 10 minutos, mas parecia uma eternidade. Seus faróis cortavam a escuridão, iluminando um sedan empoeirado estacionado fora da linha de propriedade. Uma figura esbelta estava ao lado dele, sua silhueta familiar fazendo o coração de Jackson disparar.

Sarah. Ela estava lá, com seus filhos.

Quando ele desceu do caminhão, sentiu o peso do momento. Sarah estava mais magra, com o cabelo castanho mais curto agora, mas ainda tinha aquele olhar que o acompanhara em seus piores e melhores momentos. Seus olhos, ainda tão familiares, estavam agora preenchidos com um desespero que ele não podia ignorar.

— Jackson… — sussurrou ela.

— Sarah. — A voz de Jackson soou rouca, marcada pelo tempo e pelas palavras não ditas.

Ela assentiu, puxando as duas crianças para mais perto. Um menino e uma menina, ambos com não mais que sete anos, com os mesmos olhos azuis de Jackson. O mundo pareceu desabar em cima dele.

— Eles são seus filhos — disse Sarah, sua voz tremendo. — Ethan e Emma, gêmeos.

Jackson mal conseguiu se manter em pé. Ele olhou para os pequenos, seus filhos, em pé no portão de sua fazenda. O que ele devia fazer? O que ele devia sentir?

— Que tipo de doença? — perguntou, lutando para engolir as palavras.

— Um distúrbio raro no sangue. Eles precisam de transfusões, tratamentos especiais. Os médicos disseram que há um novo procedimento, mas meu seguro não cobre… — Ela não conseguiu continuar.

O medo em seus olhos foi o suficiente para quebrar qualquer resistência que ele ainda tentasse manter.

— O que você quer de mim? — Jackson perguntou, sentindo um peso desconhecido se instalar em seu peito.

— Eu sei que você deve me odiar… — Sarah começou, mas ele a interrompeu.

— Eu não sei o que sinto. Mas vamos entrar. Está muito frio aqui fora para conversarmos.

Ele abriu o portão e os três entraram, com Sarah guiando as crianças. As palavras ainda estavam faltando. A traição, as perguntas sem resposta. Mas à medida que Ethan e Emma passavam por ele, uma coisa ficou clara para Jackson: eles não eram mais apenas parte de um passado perdido, mas parte de um futuro incerto.

Na manhã seguinte, Jackson estava na cozinha, tomando seu terceiro café. A noite anterior fora marcada por insônia. As revelações ainda estavam frescas em sua mente, tentando se encaixar em algo que fazia sentido. Os gêmeos estavam dormindo no quarto de hóspedes, exaustos da viagem, e Sarah estava na sala, recostada no sofá, com um orgulho teimoso que ele reconhecia de longe.

— Eles se parecem com você — Sarah disse suavemente, entrando na cozinha com o cabelo bagunçado e vestindo as mesmas roupas de ontem.

— Especialmente Ethan — Jackson disse, estudando-a por cima da xícara. — Por que você não me disse nada? Oito anos, Sarah. Nada.

Ela se deixou cair na cadeira, os dedos traçando a madeira da mesa.

— Eu estava assustada. Era jovem, estúpida… Eu nunca achei que você me perdoaria depois que eu fui embora. Então, quando os gêmeos nasceram, e a situação deles piorou, tudo o que eu fiz foi tentar mantê-los vivos.

Aquelas palavras pesaram em Jackson. Ele queria gritar, questionar tudo, mas havia mais entre eles do que apenas rancor.

Os gêmeos entraram na cozinha, ainda com olhares desconfiados. Emma segurava seu cavalo de pelúcia, e Ethan ficava atento ao lado dela.

— Bom dia — Jackson disse, seu tom hesitante.

Emma sorriu timidamente.

— O seu cachorro é legal. Ele dormiu na nossa porta.

— Esse é o Scout — respondeu Jackson com um sorriso tenso. — Ele é amigável.

Ethan perguntou então:

— Você tem cavalos? — Sarah sorriu para ele, visivelmente orgulhosa de como ele estava curioso.

— Tenho 15. — Jackson olhou para o menino, antes de responder: — E você, já andou a cavalo?

— Não, mas a mamãe tem umas fotos suas montando — Ethan disse.

Sarah ficou corada, e Jackson apenas observou, sentindo um nó na garganta.

Naquela tarde, depois de um passeio pelo rancho e algumas conversas, Jackson fez uma ligação que ele temia, mas sabia que precisava fazer.

— Dr. Harriet Wilson, disse a voz firme do outro lado.

— Doc, é o Jackson Blackwell. Eu preciso saber sobre um distúrbio sanguíneo raro que afeta crianças.

O médico explicou sobre o tratamento, a opção cara e experimental, mas a única esperança.

Quando ele desligou, Sarah estava à porta.

— Você estava verificando minhas informações? — ela disse sem acusação.

— Sim. Acontece que há um especialista em Denver, e eu posso ajudar com isso.

A surpresa tomou conta de Sarah.

— Você faria isso depois de tudo? — ela perguntou, claramente surpresa.

— Isso não é sobre nós, Sarah. É sobre eles. Eles são inocentes nisso tudo.

E assim, com um novo começo para seus filhos, Jackson e Sarah começaram a reconstruir o que havia sido destruído. As velhas mágoas deram lugar a uma nova esperança, e com cada tratamento e cada dia que passava, o futuro deles parecia estar finalmente começando a se reescrever.

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