Ninguém Queria a Mulher Aleijada, Até o Vaqueiro Chegar e Declarar: ‘Ela É Minha, E Nada Vai Impedir Isso!’

Era uma tarde quente de outono, e as folhas secas dançavam pelo chão da pequena cidade de São Gabriel, no interior de Minas Gerais. Mariana andava lentamente pela rua principal, carregando um saco de mercado. Seus passos eram suaves, mas carregados de pensamentos. O vento batia suavemente no rosto dela, e por um momento, ela fechou os olhos, tentando esquecer a pressão que sentia em seu peito.

Mariana, uma mulher de 32 anos, nunca imaginara que sua vida seria tão comum. Ela tinha um emprego no mercado da cidade, um lugar onde trabalhava como caixa. Nada grandioso, mas também nada de ruim. No entanto, a solidão de sua vida estava sempre presente. Viúva desde jovem, ela cuidava da casa e das tarefas diárias, tentando preencher os vazios com pequenas alegrias, como a jardinagem ou a companhia de seus dois gatos, Thor e Zeus.

A maioria das pessoas da cidade sabia de sua história, e alguns sentiam pena dela. “Coitada da Mariana, tão jovem e já sem marido”, comentavam nas esquinas. Ela, no entanto, nunca se deixou abater. Ao contrário, havia se tornado forte e independente, uma mulher capaz de lidar com as adversidades de uma forma silenciosa, sem jamais mostrar fraqueza.

Enquanto caminhava em direção à sua casa, o som de uma moto ao longe quebrou seus pensamentos. Ela levantou a cabeça e viu um homem se aproximando. Seu nome era Pedro, o mecânico da cidade. Ele estava em sua motocicleta, mas ao ver Mariana, freou e parou ao seu lado.

“Oi, Mariana. Posso te acompanhar até em casa?”, perguntou Pedro com um sorriso simpático. Mariana hesitou por um momento, mas a gentileza de Pedro a fez aceitar.

“Claro, Pedro. Não é preciso, mas obrigada.”

Eles começaram a andar juntos, e a conversa fluiu naturalmente. Pedro era um homem simples, mas com um carisma que atraía as pessoas. Ele tinha 35 anos, nunca se casou e sempre viveu de forma tranquila, sem muitas pretensões. Apesar de sua vida sem grandes mudanças, havia algo na maneira como ele falava que fazia com que Mariana se sentisse confortável.

Aos poucos, ela começou a perceber que as conversas com Pedro a faziam sentir-se menos sozinha. Ele a ouvia com atenção, e ela se pegava sorrindo com facilidade quando estava perto dele. A princípio, ela não quis acreditar que algo mais poderia surgir entre eles. Afinal, ela ainda se lembrava de seu marido, Carlos, que morrera em um acidente de carro há sete anos. Mas, mesmo assim, Pedro foi se tornando uma presença constante em seus pensamentos.

Uma semana depois, quando Mariana estava organizando as prateleiras do mercado, Pedro apareceu para conversar. Ele tinha um olhar sério no rosto, algo diferente do habitual. Ela levantou os olhos e sorriu.

“O que houve, Pedro? Você parece preocupado.”

“Eu… queria saber se você gostaria de sair comigo algum dia. Talvez para um café, ou uma caminhada no parque.”

Mariana sentiu seu coração bater mais rápido. Era uma proposta simples, mas significava muito mais. Ela sabia que não podia deixar o medo da solidão impedi-la de tentar algo novo, de permitir-se sentir algo diferente. Depois de um breve silêncio, ela respondeu:

“Eu adoraria, Pedro.”

O encontro aconteceu na semana seguinte. Eles caminharam pelas trilhas do parque, conversando sobre a vida, sobre suas experiências e os desafios de viver em uma cidade pequena. Pedro era honesto e espontâneo, e Mariana se sentia leve ao seu lado. A cada passo, ela percebia que talvez fosse possível recomeçar, talvez fosse possível abrir o coração novamente.

Com o tempo, os encontros se tornaram mais frequentes. Eles iam a restaurantes, assistiam a filmes e até mesmo exploravam pequenos vilarejos ao redor da cidade, descobrindo novos lugares juntos. Pedro não apenas trouxe alegria à vida de Mariana, mas também lhe deu uma sensação de pertencimento, como se ela finalmente tivesse encontrado um lugar para ser plenamente feliz novamente.

Mas nem tudo era fácil. Mariana sabia que Pedro não era o homem perfeito. Ele tinha seus próprios desafios e falhas, mas ao lado dele, ela aprendeu que o amor verdadeiro não era sobre encontrar alguém sem defeitos, mas sobre aceitar os erros e imperfeições, compartilhando a vida juntos. E, mais importante, ele a amava exatamente como ela era.

O relacionamento deles não foi uma história de grandes gestos românticos ou promessas de eternidade. Foi uma história construída lentamente, dia após dia, com paciência e compreensão. Eles aprenderam a se apoiar nas pequenas coisas da vida, como um sorriso nas manhãs de domingo ou um abraço apertado nos dias difíceis.

Cinco anos depois, em uma manhã de primavera, quando as flores começavam a desabrochar nas árvores ao redor da cidade, Pedro levou Mariana até o mesmo parque onde haviam feito sua primeira caminhada. Ali, ele a pediu em casamento, sem grandes cerimônias, apenas com um olhar sincero e uma rosa vermelha.

“Mariana, você é a pessoa com quem eu quero passar o resto da minha vida. Aceita casar comigo?”

Ela sorriu, seus olhos brilhando de felicidade, e respondeu com a mesma sinceridade que sempre havia tido com ele: “Sim, Pedro, eu aceito.”

E assim, com o tempo, a vida de Mariana se transformou. Ela deixou de ser a mulher sozinha da cidade para se tornar parte de algo maior, algo belo. A vida não foi fácil, mas ela havia encontrado em Pedro o que sempre procurou: alguém que a amasse com todas as suas imperfeições e que a ajudasse a enxergar a beleza em cada detalhe da vida cotidiana.

No final, Mariana percebeu que, embora tivesse perdido muito, também havia encontrado tudo o que realmente importava. Amor, companheirismo e a capacidade de recomeçar.

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News