Jovem encontrado inconsciente com amigo morto na Grécia fala pela 1ª vez: ‘Usamos coisas ilícitas’
Um caso trágico ocorrido na Grécia tem repercutido no Brasil e emocionado milhares de pessoas. Um jovem brasileiro, que foi encontrado inconsciente ao lado do corpo do amigo em uma piscina de hotel em Mykonos, decidiu falar pela primeira vez sobre o que aconteceu. Em um relato carregado de dor, tristeza e arrependimento, ele admitiu o uso de substâncias ilícitas e descreveu os momentos de choque ao acordar em um hospital em Atenas sem saber que seu melhor amigo, Iago, não havia resistido.
A tragédia em Mykonos
O episódio ocorreu em um final de semana que deveria ser de diversão e celebração. Os dois amigos, conhecidos por sua proximidade e companheirismo, haviam viajado para Mykonos com a expectativa de curtir festas e aproveitar o verão grego. Porém, a viagem terminou em luto.
De acordo com as primeiras informações, ambos foram encontrados desacordados em uma piscina do hotel onde estavam hospedados. O jovem sobreviveu, mas Iago, descrito por familiares e amigos como uma pessoa alegre e generosa, não resistiu.
O primeiro depoimento público
Após dias de silêncio e internação, o sobrevivente decidiu gravar um vídeo para compartilhar sua versão dos fatos. Visivelmente abalado, com marcas no rosto e pontos visíveis, ele começou pedindo desculpas pela demora em se pronunciar:
“Foi um momento muito ruim, muito triste. Eu tô traumatizado com tudo o que aconteceu. Perder uma pessoa tão próxima, como o Iago, é uma dor que vai me acompanhar para sempre”, afirmou.
O peso da escolha
Em seu depoimento, o jovem não escondeu o arrependimento. Ele admitiu que, horas antes do ocorrido, ambos haviam usado substâncias ilícitas. “Nós realmente usamos coisas ilícitas. Fizemos uma escolha errada, e essa escolha teve um final trágico e triste”, reconheceu.
A declaração, embora chocante, trouxe também uma tentativa de transparência. “Eu nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer com a gente. A gente acha que essas coisas só acontecem com os outros, mas não estamos preparados para o pior.”
Os momentos de inconsciência
O jovem descreveu os últimos instantes que lembra antes de perder a consciência: “A última lembrança que eu tenho é que eu estava deitado na cama, e simplesmente apaguei. Enquanto isso, o Iago fazia chamadas de vídeo com amigos, rindo e se divertindo. Depois disso, só acordei no hospital.”
Quando abriu os olhos na UTI, em Atenas, sua mente ainda estava confusa. “Os médicos me perguntaram se eu sabia onde estava. Eu disse: ‘Em Mykonos’. Mas eles responderam: ‘Não, você acabou de acordar de um coma, está em Atenas.’ Foi desesperador.”
A busca pelo amigo
Mesmo debilitado, sua maior preocupação era saber de Iago. “Eu perguntava o tempo todo: cadê o Iago? Chegaram a me dizer que ele também estava no hospital e ainda não tinha acordado. Eu acreditava nisso, até que, dias depois, vieram me dar a notícia da morte dele. Foi como se o chão tivesse sumido.”
O impacto das críticas
Além do luto e da recuperação física, o jovem enfrentou críticas severas nas redes sociais. Parte da comunidade, que deveria ter demonstrado solidariedade, reagiu com julgamentos.
“Independente do que estávamos fazendo, merecíamos respeito. Estávamos curtindo, vivendo. E no momento em que eu mais precisava de apoio, vi pessoas me criticando sem saber da dor que eu estava sentindo”, desabafou.
O apoio inesperado
Em meio ao caos, ele destacou a ajuda de uma amiga que vive em Atenas. “Se não fosse ela, eu não sei o que teria feito. Minha família não tinha passaporte, não sabia como agir. Ela me deu todo o suporte.”
Segundo ele, os dias de internação foram marcados por incertezas. “Tive uma infecção por causa da quantidade de água que acabei ingerindo na piscina. Fiquei uma semana no hospital, e só fui liberado na sexta-feira. Mas ainda estou muito abalado.”
Pertences retidos pela investigação
Outro detalhe que mostra a gravidade do caso é que tanto os pertences dele quanto os de Iago continuam retidos na Grécia. “Minhas coisas ficaram em Mykonos, assim como as dele, por conta da investigação. Até hoje não tive acesso a nada.”
Uma lição dolorosa
Apesar do sofrimento, o jovem afirmou que deseja transformar a tragédia em aprendizado. “Isso serviu como lição. A gente nunca imagina que vai passar por algo assim, mas quando acontece, tudo muda. Agora preciso estar centrado para seguir em frente, porque a vida continua.”
Ele também reforçou que já entrou em contato com a família de Iago para oferecer apoio. “Disse a eles que podem contar comigo para o que precisarem. Só consigo pensar na falta que o Iago vai fazer para todos nós.”
Repercussão do caso
No Brasil, a história ganhou ampla cobertura na mídia, provocando debates sobre o uso de drogas em viagens, a responsabilidade de jovens em situações de risco e a necessidade de maior consciência sobre os perigos.
Especialistas em saúde destacaram que casos de intoxicação e afogamento ligados ao consumo de drogas e álcool são mais comuns do que se imagina, especialmente em destinos turísticos.
Conclusão
O depoimento emocionado do jovem não apagará a dor da perda, mas trouxe clareza sobre o que ocorreu naquela noite em Mykonos. Sua coragem em admitir erros e expor sua dor pode servir de alerta para outros jovens que acreditam estar imunes às consequências de escolhas arriscadas.
Mais do que um relato sobre uso de drogas, trata-se de uma história sobre amizade, perda, julgamento social e sobrevivência. Uma lembrança amarga de que a vida pode mudar em segundos – e de que, muitas vezes, escolhas aparentemente inofensivas podem ter desfechos irreversíveis.