“Meu Pai Morreu Hoje—Podemos Dormir no Seu Celeiro?” O Fazendeiro Sussurrou: “Bem-vindos a Casa, Mas O Passado Deles Vai Te Deixar Sem Palavras!”

Era um fim de tarde quente no campo. O sol estava prestes a se pôr, tingindo o horizonte de dourado, quando o garoto apareceu na porta da casa do fazendeiro. Ele estava de pé, segurando firme a mão de sua irmãzinha, os rostos cobertos de poeira e os olhos cheios de medo. A roupa deles estava rasgada, as meias sujas, e o olhar do garoto refletia um sofrimento profundo. Ele engoliu em seco antes de, com a voz trêmula, falar:

Meu pai morreu hoje. Podemos dormir no seu celeiro esta noite?

O fazendeiro, um homem idoso com barba grisalha e uma leve claudicação devido a um acidente com um cavalo há anos, ficou parado por um momento, observando os dois. Ele já tinha visto muitos andarilhos passarem por ali durante os anos difíceis, mas a tremedeira na voz do menino era algo genuíno. Ele não sabia o que acontecia, mas o olhar vazio nos olhos do garoto dizia mais do que palavras poderiam expressar.

O fazendeiro abriu a porta lentamente, e seu velho cachorro, Scout, saiu primeiro, farejando os sapatos das crianças antes de balançar a cauda suavemente, como se soubesse que não havia perigo. O homem olhou para eles e viu tudo: a fome, a perda, a maneira como a garotinha se encostava no irmão, buscando conforto e segurança.

O fazendeiro podia muito bem ter dito “não” e mandado os dois embora, alegando falta de espaço ou comida. Mas o que ele fez foi algo simples e, ao mesmo tempo, transformador:

Bem-vindos a casa.

As palavras do homem, ditas com uma gentileza inesperada, fizeram os olhos da menina se encherem de lágrimas, e os ombros do garoto se relaxaram em alívio. Eles subiram os degraus da varanda, com os pés descalços e sujos, enquanto o fazendeiro os observava. A menina, ainda segurando uma boneca quebrada, entrou na casa, e o calor do fogo os envolveu imediatamente. Ela ficou hipnotizada pelas chamas, como se não tivesse visto um fogo em semanas.

O garoto, mais tímido, hesitou antes de se sentar em uma cadeira de balanço perto da lareira, com a irmã ainda em seu colo. O fazendeiro pegou uma chaleira e preparou duas canecas com água quente e um pouco de mel que ele tinha guardado. Não era muito, mas quando entregou a caneca para o garoto, ele olhou para o fazendeiro como se tivesse ganhado o mundo.

Eles beberam em silêncio, e a menina, com os lábios melados, olhava a chama. O garoto, no entanto, não conseguiu esconder as lágrimas que começavam a se formar. O fazendeiro, com uma voz suave, perguntou:

O que aconteceu com seu pai?

O menino engoliu em seco, antes de responder com a voz quebrada:

Ele ficou muito doente. Tentamos chegar até a casa da minha tia, mas… ele não acordou hoje de manhã. Eu tentei mexer nele, mas ele estava frio…

O fazendeiro fechou os olhos, sentindo a dor do garoto, como se fosse sua. Ele sabia o que era perder alguém querido. E naquele momento, ele soubera que não podia virar as costas para aquela criança.

Você tem mais alguém? – o fazendeiro perguntou.

O menino negou com a cabeça, seu olhar baixo.

Só nós dois agora.

O fazendeiro, sentindo o peso da situação, foi até o armário e pegou um pedaço de pão que ainda restava. Ele cortou em fatias generosas, espalhou um pouco de manteiga e entregou ao garoto e à irmã. A menina devorou o pedaço com apetite, enquanto o menino comia mais devagar, seus olhos fixos no fazendeiro.

Depois de comerem, o fazendeiro preparou uma cama improvisada para as crianças perto da lareira. Ele cobriu a menina com um cobertor grosso e a colocou no sofá. Ela adormeceu quase imediatamente, com a boneca apertada contra o peito. O menino, ainda em pé, segurava a caneca vazia, sem saber o que fazer.

Não se preocupe – o fazendeiro disse, com um sorriso suave. – Vocês podem ficar o tempo que precisarem.

Os olhos do menino se encheram de lágrimas, mas ele as secou rapidamente, tentando se manter forte para a irmã.

Obrigado, senhor. – o menino disse, com a voz embargada.

O fazendeiro sorriu.

Não precisa me chamar de senhor, meu nome é Jack.
Eu sou Tommy, e essa é Annie – o menino respondeu, a voz ainda trêmula.

Jack acenou com a cabeça, olhando para Tommy com um sorriso gentil.

Tommy, você é um bom irmão.

Tommy não conseguiu segurar as lágrimas, mas respirou fundo, olhando para sua irmã, agora em um sono tranquilo, com a respiração suave e os pés descalços sob o cobertor.

Jack foi até o quarto e pegou uma camisa velha, entregando-a ao garoto.

Aqui, coloque isso. Vai esquentar mais que as roupas que você tem.

Tommy vestiu a camisa, que ficava grande para ele, mas sorriu pela primeira vez naquele dia.

À noite, Jack ficou sentado em sua cadeira de balanço, olhando o fogo enquanto seu cachorro dormia aos seus pés. Tommy, com Annie ao lado, adormeceu no chão, e o medo nos rostos das crianças foi lentamente substituído pela calma.

Na manhã seguinte, Tommy acordou com o cheiro de bacon, e seus olhos se arregalaram em confusão quando o sol entrou pela janela. Annie ainda dormia, e Jack entregou a Tommy um prato.

Coma. Temos trabalho a fazer.

Tommy olhou surpreso.

Trabalho?
Se vai ficar aqui, vai me ajudar. Temos o celeiro para limpar, os cavalos para alimentar e cercas para consertar. Preciso de ajuda.

Tommy, pela primeira vez desde a morte do pai, se endireitou. Seu olhar se iluminou.

Sim, senhor – ele respondeu, com a voz cheia de determinação.

Annie acordou, esfregou os olhos e sorriu ao ver o prato na frente dela. Ela subiu no colo de Tommy, comendo seus ovos, enquanto os pés pequenos balançavam no ar.

Depois do café, Jack os levou para o celeiro. Ensinaram Tommy a alimentar os animais e a cuidar das galinhas, enquanto Annie se divertia tentando carregar feno, gritando quando uma galinha a perseguia.

Jack, observando as crianças, se lembrou dos dias felizes que já tivera, quando sua casa estava cheia de risos e a presença da esposa. Mas agora, pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu uma sensação estranha de acolhimento. Ele não sabia quanto tempo as crianças ficariam, ou se poderia alimentá-las, mas ele sabia que, pelo menos por aquele momento, sua casa estava completa novamente.

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