Lenhador Solitário Comprou-a por Apenas 2 Dólares — Mas Quando Ela Tirou o Saco do Rosto, Ninguém Esperava o Que Ela Fez a Seguir

A poeira sufocava o ar em um pequeno posto avançado de Oregon, em 1869, onde a resina dos pinheiros e o fumo do tabaco queimavam os pulmões. No alto de um palco improvisado feito de caixas pregadas, Clara Ren permanecia com um saco de estopa amarrado sobre o rosto, respirando de forma rápida e irregular, traindo o medo que tentava esconder. Seu vestido, fino como um sussurro, grudava em suas curvas, úmido de suor, delineando o contorno de seus quadris e o suave entalhe de seu pescoço, antes de desaparecer sob a bainha rasgada do saco.

A multidão de homens à sua frente tinha olhos duros e famintos, com gritos de escárnio: “Bruxa!”, cuspes de tabaco atingindo o chão, ofertas de “2 dólares pelo cadáver” e risadas carregadas de luxúria e desprezo. Um mar de ganância suja.

Então, botas ecoaram pelo grupo. Caleb Holt, ombros largos esticando o casaco gasto, avançou com o rosto sombreado por um chapéu preto. Suas mãos, ásperas de anos derrubando madeira, se flexionaram com propósito.

“2 dólares”, disse, com voz baixa, cortante como lâmina ao vento. O leiloeiro piscou surpreso. “Você não viu o rosto dela, senhor.”

O olhar de Caleb se fixou em Clara. Seu corpo tremia sob o olhar dele, mas permanecia vivo. “Estou comprando uma mulher, não um rosto”, disse cada palavra com peso. O silêncio final caiu, afiado como um revólver apontado.

Clara sussurrou: “Clara Ren”. A voz suave despertou uma memória em Caleb: uma caverna coberta de neve, o brilho de uma fogueira, uma mulher que o salvara. Desejo e perigo se entrelaçavam. Ele havia acabado de se vincular a um fantasma do passado.

Caleb conduziu Clara por trilhas cobertas de agulhas de pinheiro esmagadas, a floresta envolvendo-os e abafando as risadas cruéis do posto avançado. Suas mãos amarradas com corda frágil seguravam o cordão; a estopa frouxa em seu pescoço revelava apenas o suficiente para ver seu queixo, lábios trêmulos, mas firmes.

Chegando à cabana de madeira escura, pregos velhos cravados sobre a porta, Caleb empurrou o batente, as dobradiças rangendo como segredos enterrados. “Fique onde quiser”, disse, voz áspera como madeira rachada. “Ninguém vai te colocar agora.”

Clara se acomodou perto da parede, joelhos dobrados, saco tremulando levemente. Caleb foi até o fogão, água fervendo e cheiro de carne defumada e canela preenchendo o ar. Colocou uma tigela de madeira perto dela, dando espaço, sem perguntas, apenas observando o fogo. O calor constante acalmou a respiração de Clara. Ela levantou a borda do saco apenas o suficiente para ver a tigela, movendo-se com prática, como alguém acostumado a viver meio escondida.

“E isso?” perguntou, voz suave, clara através da estopa. Caleb mexeu em sua própria tigela, olhos traçando o padrão da madeira. “Comida para quem sobra”, disse. “Sempre preparo duas, mesmo quando ninguém vem.”

Clara inclinou a cabeça, um fio de cabelo escapando da estopa, beijado pela luz do fogo. “Por quê?” sussurrou. Caleb apertou a colher com força. “Para minha esposa”, respondeu, voz baixa e quebrada pela guerra e por voltar vivo, agora para você.

Um som escapou dela, quase uma risada engolida rápido. Levantou mais o saco, dedos guiando a colher, cada mordida lenta, deliberada, como se provasse a própria confiança. Caleb manteve os olhos no fogo, mas a presença dela preenchia a sala, viva, lembrando-o da caverna coberta de neve, do fogo que ela mantivera aceso.

“Você não me conhece”, disse Clara, erguendo uma parede entre eles. Caleb se inclinou, cotovelos nos joelhos, rosto esculpido pela luz do fogo. “Não preciso conhecer”, respondeu, firme.

Mas o coração dele doía. Ele se levantou, saindo para a noite fria, estrelas brilhando, e percebeu que estava ligado a ela, a uma mulher cujo passado carregava sombras que ele ainda não compreendia.

Com a primavera, Clara Ren se moveu com graça, passos seguros, trabalhando ao lado de Caleb. Suas mãos, habilidosas, costuravam rasgos em sua camisa. O suor percorria seu corpo, a proximidade despertava desejos reprimidos. Um dia, na beira do rio, Clara inclinou-se para encher um balde, a água molhando seu vestido fino, curvas visíveis sob a roupa úmida. Caleb lutou contra a atração, lembrando-se da promessa feita à esposa falecida.

Quando Jasper Kane, um caçador de recompensas, apareceu, Caleb se colocou entre ele e Clara, defendendo-a. Bala roçou seu braço, e Clara, ágil, usou um ferro de lareira para ferir Kane. No confronto, Caleb desarmou Kane e amarrou suas mãos com a própria corda de Clara.

Dias depois, Eleanor Tate, cozinheira do passado de Clara, testemunhou a favor dela. A verdade veio à tona, e Clara foi reconhecida como inocente.

Sob um dossel de pinheiros, Clara e Caleb se casaram. O saco de estopa foi transformado em véu, bordado por ela mesma, símbolo de sobrevivência e renascimento. Plantaram um pequeno pinheiro perto da cabana, raízes simbolizando novos começos. As mãos entrelaçadas, cicatrizes compartilhadas, seguiram juntos pelo caminho da vida, conscientes de que sombras existiriam, mas redimidos pelo amor e coragem.

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