Fazendeiro encontra quatro mulheres grávidas cavando freneticamente em seu milharal — nenhuma sabe quem é, de onde veio ou por que algo as obrigava a cavar ali

Na manhã em que Silas Almeida saiu de casa com sua caneca de café, ele esperava apenas mais um dia calmo na fazenda. O sol mal havia nascido quando ele avistou algo que o fez deixar a caneca cair no chão, estilhaçando-se nos degraus da varanda: quatro mulheres, todas visivelmente grávidas, ajoelhadas entre as fileiras do seu milharal, cavando a terra com as próprias mãos.

Os vestidos estavam rasgados, cobertos de lama. Os rostos marcados pelo cansaço e sujeira. Silas correu até elas, confuso e preocupado. Ao se aproximar, percebeu o desespero nos olhos de cada uma. A primeira, de cabelos ruivos colados ao rosto suado, recuou assustada. “Por favor… nós não sabemos o que está acontecendo,” sussurrou, ofegante.

Silas manteve a calma. “Vocês sabem como chegaram aqui?”

A segunda, mais jovem e loira, começou a chorar. “Acordamos aqui. Na terra. Não lembramos de nada. Nem de onde viemos.”

Silas sentiu um nó na garganta. As mulheres pareciam vindas de famílias com recursos, mas seus rostos famintos contavam outra história. A terceira, morena e mais velha, se levantou com dificuldade. “Não queremos confusão, senhor. Sentimos que precisávamos cavar aqui. Era como se algo nos chamasse.”

“E o que vocês lembram por último?” Silas perguntou, ajoelhando-se para nivelar a conversa. Elas se entreolharam, confusas.

“Havia um homem… um pastor. Chamava-se Padre Gabriel,” disse a ruiva. “Ele nos ofereceu abrigo.”

A quarta mulher, até então em silêncio, murmurou: “Eu lembro do chá. Tinha um gosto estranho…”

Silas sentiu um arrepio na espinha. Quatro mulheres, grávidas, sem memória, com imagens vagas de um suposto líder religioso e chá misterioso. Ele as levou até a varanda e ofereceu pão, água e carne seca que restava na despensa. Elas comeram com uma fome desesperada.

Durante a refeição, Clara (a ruiva), Mercy (a loira), Ruth (a mais velha) e Abigail (a quieta) contaram suas histórias fragmentadas. Todas tinham em comum um passado de vulnerabilidade: viúvas, desempregadas, sozinhas. Padre Gabriel oferecera abrigo, propósito… e depois, tudo ficou em branco.

Clara rompeu o silêncio com uma revelação arrepiante: “Ele dizia que nossos bebês nasceriam juntos, quando fosse a hora certa. Que éramos escolhidas.” O nome “Padre Gabriel” acendeu um alerta em Silas. Ele já ouvira rumores sobre cultos disfarçados de missões religiosas.

As mulheres não sabiam por que estavam cavando, mas indicaram um ponto específico no milharal onde sentiam um chamado inexplicável. Silas, curioso e inquieto, pegou uma pá no celeiro e começou a cavar. O solo estava compactado demais, como se tivesse sido mexido recentemente. Após alguns minutos, sua pá bateu em algo sólido: madeira.

As mulheres o observavam em silêncio, ansiosas. Silas desenterrou o objeto — uma caixa de madeira, grande, lacrada. Forçando a tampa com esforço, ele revelou seu conteúdo: certidões de nascimento, escrituras, fotos antigas… todas ligadas a mulheres que pareciam versões anteriores das quatro sentadas em sua varanda.

Clara encontrou um documento com seu nome, datado de três anos atrás. Nele constava sua morte durante o parto.

“Isso é impossível,” ela balbuciou. “Eu estou viva. Eu sou Clara.”

Silas viu o padrão: Padre Gabriel recolhia mulheres grávidas, vulneráveis, apagava suas memórias com drogas disfarçadas de chá e, após o parto, vendia os recém-nascidos e se apropriava dos bens das mães, que morriam sem deixar rastros — apenas substituídas por outras com aparência similar.

Mas algo havia dado errado com essas quatro. Elas resistiram ao controle químico, sonharam com a caixa, cavaram e encontraram a verdade.

Enquanto ainda processavam os fatos, o som de cavalos aproximando-se cortou o silêncio. Três homens surgiram, liderados por um com aparência mansa e fala doce. Padre Gabriel.

“Essas mulheres estão sob meus cuidados espirituais,” disse ele, sorrindo.

Silas apontou a espingarda. “Elas não pertencem a ninguém.”

Uma mulher montada chegou logo depois: Elizabeth, ex-membro do culto, dada como morta. Fora ela quem escondera os documentos na esperança de que um dia alguém os encontrasse. E esse dia havia chegado.

Quando Gabriel tentou avançar, Elizabeth disparou um tiro para o alto. “Mais um passo e o próximo vai no coração,” avisou.

Com coragem e provas nas mãos, Silas e Elizabeth enfrentaram Gabriel e seus capangas. Diante da resistência, Gabriel recuou, mas não sem antes prometer vingança.

Semanas depois, as mulheres começaram a recuperar suas memórias. Abigail lembrou da fazenda herdada do pai, Clara de seu casamento e das terras registradas em seu nome. Ruth recordou sua antiga escola e Mercy, do dinheiro que possuía. Gabriel foi preso ao tentar fugir. As provas enterradas o condenaram.

Silas, que por anos vivera sozinho após a morte da esposa, olhou para sua casa agora cheia de vida — risos, choro de bebês, cheiros de comida no ar. As mulheres decidiram ficar, construir juntas uma nova vida, criar seus filhos com dignidade.

https://www.youtube.com/watch?v=NuJKrHMPTqc

Clara resumiu o sentimento de todas: “Agora sabemos quem somos. E ninguém vai tirar isso de novo de nós.”

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News