Ele Era Intenso Demais para Todas as Mulheres — Até Que Uma Corajosa Mulher Decidiu Aceitar Cada Parte Deles, Mudando Para Sempre a Vida de Ambos

Adrien Wolf não entrou numa sala. Ele a reivindicou. Movia-se pelo bar privado no último andar como se fosse o seu reino, o tipo de homem que fazia estranhos desviarem-se sem uma palavra. O seu fato negro estava cortado na perfeição, mas o homem por dentro era ainda mais afiado. Ombros largos, pernas compridas e um olhar que desafiava qualquer um a tentar confrontá-lo.

As mulheres reparavam nele primeiro. Sempre reparavam. Algumas olhavam abertamente, outras desviavam os olhos rápido demais, como se tivessem sido apanhadas a fazer algo perigoso. Adrien deixou de notar. Já tinha tido todos os tipos de mulheres: tímidas que o adoravam, fogosas que tentavam domá-lo, audaciosas que pensavam que conseguiam acompanhá-lo. Nenhuma durava. Partiam com desculpas diferentes, mas com o mesmo significado: “És intenso demais, Adrien. Sentes demais. Amas como se fosse guerra.” Com o tempo, começou a acreditar nelas.

Naquela noite, estava ali por negócios. O bar acolhia um evento de networking de caridade, a cobertura perfeita para fechar um acordo com um investidor que só aparecia nestas funções sociais. Encontrou-o rapidamente, trocou as palavras de cortesia e selou o negócio em menos de dez minutos. Eficiente, simples, do seu jeito.

Mas então, uma voz cortou o murmúrio baixo da conversa. Quente, confiante, ligeiramente divertida:
— Isso foi rápido. Nem fingiste divertir-te primeiro.

Adrien virou-se e foi a primeira vez que a viu. Clara Vale estava junto ao bar, um copo de champanhe na mão, cabelos escuros soltos sobre os ombros. O vestido, verde esmeralda, simples mas elegante, caía nela de forma devastadora. Não olhou para ele como as outras. Não desviou o olhar. Encontrou o seu, firme e sem hesitar. Algo magnético e perigoso aconteceu naquele instante. Adrien sentiu um sorriso leve formar-se nos lábios.

— Gosto do jogo? — perguntou, curioso.


— Claro. Caso contrário, qual seria o propósito? — respondeu ela, tomando um gole devagar. Adrien gostou da forma como ela falava: divertida, sem tentar impressionar, sem seduzir.

— Então, qual é o jogo desta noite? — ele insistiu.
— Encontrar o homem mais poderoso da sala. — disse Clara, com um olhar que quase o fez rir. — Mas tu pensas que o poder é algo que se procura. Eu acho que já se tem.

Aquilo atingiu-o mais do que esperava. Encostou-se ao balcão, interessado.
— E tu achas que o tens?
— Sei que sim. Caso contrário, não estaríamos a conversar.

Adrien riu, um som curto e surpreso que raramente emitia.
— Quem és tu?
— Clara Vale. — estendeu a mão como se fossem parceiros num negócio. — E tu és Adrien Wolf. Todos sabem quem és.

O aperto da mão dela era firme, seguro.
— Dizem de ti que és perigoso. — disse ela, sem medo.
— E tu ficaste? — respondeu ele, com um sorriso lento.
— Porque não tenho medo do perigo — replicou Clara, conspiratória. — Apenas não perco tempo com homens aborrecidos.

O seu pulso acelerou. Clara virou-se para sair, confiante, e Adrien ficou a observá-la, sentindo algo novo na garganta. Já conhecera mulheres que o queriam, outras que o temiam. Clara Vale era a primeira que o fazia querer correr atrás, e ele sabia que iria fazê-lo.

Três dias depois, o nome de Clara apareceu na lista de convidados de um leilão de caridade num dos hotéis de Adrien. Ele ajustou a agenda, cancelou reuniões e lá foi. Chegou tarde, propositadamente, e encontrou-a perto do fundo da sala, elegante num vestido preto ombro a ombro. Sem hesitar, atravessou a sala e chamou por ela.

— Adrien Wolf — disse ela, recuperando a compostura.
— Estava a perguntar-me se existes fora das manchetes. — ele respondeu com um sorriso. O ar entre eles parecia vibrar.
— O que queres? — questionou Clara.
— Jantar. — a palavra saiu baixa, segura.
— Tens de o merecer. — respondeu ela, virando-se para o leiloeiro.

Adrien não esperava trabalhar por atenção de ninguém, mas se ela queria, ele iria. No dia seguinte, enviou-lhe flores, enormes, vermelhas, com um cartão simples: “Jantar hoje, 20h, Wolf Tower.” Clara, divertida, não foi. Passou a noite com um livro e um copo de vinho. Ele reagiu aparecendo na manhã seguinte no café favorito dela, já sentado.
— Persistente — comentou Clara.
— Disseste-me para tentar — respondeu ele.

Ela acabou por concordar com um encontro, relutante, num restaurante no topo de um edifício, calmo. Adrien, sem gravata, camisa ligeiramente aberta, parecia quase humano. A conversa fluiu com naturalidade: livros, música, a vista. Quando tocaram no tema da família, ele endureceu, mostrando as cicatrizes do passado.

— Amor? — ela perguntou.
— É uma zona de guerra — respondeu ele. — A primeira mulher que deixei entrar queimou tudo e foi embora sorrindo.

Clara, firme, tocou-lhe a mão.
— Eu não sou ela.

A expressão de Adrien mudou, subtil mas real. Pela primeira vez, ele não estava a perseguir; estava a ficar. Depois de noites a lutar com o orgulho e o medo, Adrien decidiu enfrentar o próprio passado, reconciliando-se com o pai e reconhecendo a importância de confiar.

Numa noite, encontrou Clara junto ao carro.
— Eu não quero mais metade — confessou ele. — Quero dar-te tudo, sem paredes, sem máscaras, só eu.

Entregou-lhe a chave do seu penthouse:
— Isto é teu. Não porque te quero possuir, mas para saberes que me pertencem os meus sentimentos, mas escolhes gerir a minha vida contigo.

Clara sorriu, abraçou-o, e desta vez o beijo foi mais suave, intenso, sem jogos, sem controlo, apenas dois que finalmente se encontraram no meio. Meses depois, acordaram juntos, a cidade lá fora, a rotina entrelaçada, natural.

Adrien Wolf, que uma vez dominara salas, agora aprendia a dominar-se no amor. Clara não tentara mudá-lo; ele simplesmente aprendeu a confiar. No próximo evento social, andavam juntos, mãos entrelaçadas, mostrando ao mundo que o poder verdadeiro não estava nas riquezas nem no medo, mas na escolha de abrir o coração e permanecer, inteiros, lado a lado.

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