“Ela Era Velha Demais para o Amor – Até o Fora-da-lei PassAR A NOITE EM SUA CAMA e Mudar Tudo!”

Na pequena cabana de Martha Caldwell, uma vela tremeluziu, iluminando seu rosto enquanto ela pressionava um pano quente contra o ombro ensanguentado de um estranho. Seus olhos, azuis como o aço e perigosos, não deixavam os dela. A neve batia contra as janelas da cabana, e o vento de dezembro rugia lá fora. Mas dentro da cabana, o ar estava carregado com algo mais perigoso que a tempestade que se formava.

— Você deveria me entregar — sussurrou Jesse Crow, sua voz áspera como o vento da pradaria. — Há uma recompensa de 2.000 dólares pela minha cabeça.

Martha prendeu a respiração. Ela sabia que estava olhando nos olhos de um assassino. Um homem que havia assaltado o First National Bank em Abilene, dois dias antes. Três pessoas morreram naquele dia. No entanto, seus dedos tremiam não de medo, mas de algo que ela não sentia havia oito longos anos de viúvez. O pano molhado caiu no chão.

Lá fora, ela podia ouvir o som distante de cavalos. O xerife Bat Masterson e sua patrulha ainda procuravam. Jesse segurou sua mão na escuridão, quente e forte.

— O que acontece quando uma viúva respeitável se apaixona pelo homem mais procurado do Kansas? — Martha pensou.

E quando a lei bater à sua porta, o que ela escolheria? Sua reputação ou seu coração?

Martha Caldwell havia enterrado seu marido oito anos atrás, junto com qualquer esperança de sentir desejo novamente. Aos 58 anos, ela já havia se resignado à quietude respeitável que se esperava de uma viúva em Dodge City, Kansas, em 1878. As pessoas da cidade a viam como o modelo de dignidade: cabelos grisalhos sempre presos, vestidos modestos, olhos voltados para o chão durante os cultos dominicais. Elas não tinham ideia de quem ela havia sido antes de Edmund Caldwell a fazer respeitável.

Naquela noite de dezembro, enquanto o vento uivava pelas planícies do Kansas, Martha estava sentada à luz do fogo, costurando meias. O soco na porta foi forte e urgente. Ninguém decente viajava em um tempo como aquele.

Ela abriu a porta e o encontrou: alto como um algodoeiro, o cabelo escuro colado à testa por neve e suor, sangue se espalhando pela sua roupa onde um ferimento estava aberto no ombro. Seus olhos a encaravam com uma intensidade que fazia seu estômago dar uma reviravolta.

— Senhora, preciso de ajuda.

Ela deveria ter batido a porta, deveria ter gritado para os vizinhos, mas não fez. Ela deu espaço para ele entrar.

Jesse Crow tropeçou até a cozinha, deixando gotas de sangue no chão limpo. Ela já ouvira seu nome sussurrado em tons temerosos na loja geral. O assalto a Abilene tinha sido brutal. O roubo ao banco deu errado, tiros disparados, sangue inocente derramado.

— Sente-se — ela ordenou com mais firmeza do que se sentia. Com mãos trêmulas, ela esquentava a água e pegava os curativos.

Jesse não parecia se importar com a dor. Mesmo ferido, ele exalava uma masculinidade crua que fazia os lábios de Martha secarem. Ao ajudar a tirar o casaco dele, suas mãos roçaram o peito dele e uma eletricidade percorreu o corpo dela.

— Você sabe quem sou? — ele disse, sua voz rouca.

— Sei. E você ainda está me pedindo ajuda?

Jesse olhou diretamente nos olhos dela.

— Eu sou um homem procurado. E ainda assim você me ajuda?

Ela olhou para ele, sentindo algo que não sentia havia muitos anos — como uma mulher de novo, não uma viúva trágica.

Jesse deixou suas palavras flutuarem no ar, mas Martha se manteve em silêncio enquanto tratava sua ferida, uma conexão silenciosa se formando entre eles. Quando ele perguntou sobre o passado dela, sobre sua vida antes de Edmund, ela relutou, mas finalmente confessou.

— Eu não sou sempre a viúva respeitável que as pessoas pensam que sou — ela sussurrou.

Jesse olhou para ela, a curiosidade tomando conta de seus olhos, mas antes que ele pudesse responder, o som de cascos no vento os interrompeu. Torches se acenderam ao longe. Era a patrulha de Masterson.

— Eles estão me caçando há duas semanas — disse Jesse com um tom de desespero, mas também de resignação.

Martha sentiu o peso da situação. Se a patrulha os encontrasse ali, ela perderia tudo: sua reputação, sua dignidade, sua vida pacífica. Mas ao olhar para Jesse, sentindo a dor dele enquanto ele tentava se levantar, ela fez uma escolha que mudaria tudo.

— O celeiro — ela sussurrou. — Atrás da despensa. Vá.

Jesse olhou para ela, tocando o pulso dela com um gesto suave.

— Por que você está fazendo isso?

Martha olhou nos olhos dele e sentiu algo selvagem, algo que ela havia enterrado junto com seu marido. Ela sabia exatamente por que estava fazendo isso.

Os cavaleiros passaram, e Jesse e Martha ficaram em silêncio, esperando a tempestade passar. Mas a situação deles estava longe de ser segura. O inverno de Kansas manteve-os trancados na cabana por três semanas. Durante esse tempo, as pequenas interações deles começaram a se tornar mais íntimas — olhares furtivos, toques acidentais, uma tensão crescente entre os dois.

Jesse ajudava com as tarefas pesadas, cortando lenha com uma precisão que deixava Martha com os olhos fixos em seus músculos. Quando ele percebeu, sorriu, um sorriso travesso, cheio de intenções.

Nos longos dias de inverno, Martha se viu revivendo uma parte de si mesma que havia sido enterrada. Ela não se via mais como uma viúva — mas sim como uma mulher com necessidades, com desejos. Ela dançava para Jesse, sem música, apenas os ventos da tempestade como trilha sonora, e ele observava, admirado.

O desejo entre eles crescia, e um noite, ao som do vento forte, a linha entre respeito e paixão foi quebrada.

Quando a patrulha de Masterson os encontrou, a escolha de Martha estava feita. Ela tinha que decidir: proteger a sua honra ou seguir o seu coração. Ela mentiu no tribunal, dizendo que Jesse não havia feito nada contra ela.

Mas o destino não os permitiria estar juntos por muito tempo. Jesse foi preso, mas Martha nunca o esqueceu. Ela o ajudou, escondendo dinheiro e livros, e esperou pacientemente o dia em que ele seria libertado. Quando ele finalmente saiu da prisão, ela já não estava mais lá. Ela havia morrido de uma doença e estava enterrada no cemitério da cidade, sua única memória de Martha sendo uma carta que ele nunca teve a chance de ler.

Naquela carta, Martha escreveu: “Eu esperei o quanto pude, mas você me ensinou a amar de novo. Até nos encontrarmos onde não existam paredes entre nós.”

E foi assim que Jesse, já envelhecido e marcado pelas dificuldades da vida, deixou Dodge City para sempre, carregando no coração o amor que ela lhe deu e a saudade do que nunca puderam viver.

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