Corpo de Freira Tatuado Pede: ‘Não Façam Autópsia. Esperem Duas Horas!’ O Segredo Sinistro que Desmascarou a Irmã Gêmea Criminosa.

O ar do Instituto Médico Legal era cortante, pesado com o cheiro metálico e a assepsia do desinfetante. Dr. Afonso Fonseca, um legista com mais de uma década de experiência, cruzou os braços sobre o peito, observando o colega mais jovem, Dr. Camilo, que hesitava diante da maca de aço inoxidável.

Estendido ali, repousava o inesperado: o corpo de uma freira. O hábito preto, perfeitamente alinhado, mal podia esconder as linhas de um corpo jovem e delicado. O rosto, pálido e sereno, parecia o de alguém em sono profundo. A causa da morte era um mistério, o que por si só já era incomum para um convento.

“Mas o que é isso aqui? Isso é uma tatuagem!”

A voz de Camilo saiu embargada, um sussurro de pavor que ecoou nos azulejos brancos. Ele recuou instintivamente, como se o corpo inerte tivesse reagido.

Fonseca, que acabara de abrir um armário em busca de bisturis e pinças, virou-se, a testa franzida. “Como assim, tatuagem? O que você viu, Camilo?”

“Eu… Eu estava dando uma olhada e notei um vão no hábito dela. Parece, parece ter uma tatuagem nas costas. Não sei ao certo,” respondeu o jovem, visivelmente perturbado.

Fonseca aproximou-se com a calma de quem já vira de tudo. “Pode ser só uma lembrança do passado. Nem todo mundo segue o caminho da fé desde cedo. Às vezes, a pessoa vive o mundo, se marca, e só depois se entrega,” ponderou, tentando racionalizar o detalhe. Mas o corpo de uma freira em uma mesa de autópsia já era o suficiente para abalar qualquer racionalidade.

“Em todos esses anos aqui, doutor, você já fez autópsia em uma freira?”, perguntou Camilo, a dúvida pesando em sua voz.

Fonseca ergueu as sobrancelhas: “Para ser sincero, nunca. Nem em sonho. Fiquei surpreso quando o delegado mandou o corpo. Autópsia sugere crime. E um assassinato em um convento soa quase absurdo.”

Começaram a se preparar, mas antes que pudessem iniciar o procedimento, um vento gélido invadiu a sala, escancarando a janela com um estrondo. Instrumentos tilintaram, e papéis voaram. Camilo estremeceu, olhando fixamente para o corpo.

“Você acha mesmo que deveríamos fazer isso, doutor? Mexer com alguém tão sagrado?”

Fonseca suspirou, sentindo o mesmo arrepio. Algo no ambiente havia mudado. “É o nosso trabalho, Camilo. Seja quem for, precisamos encontrar respostas. Às vezes a vida nos coloca diante de coisas que parecem erradas, mas que são necessárias.”

“Nas costas, pelo vão do hábito. Tem algo ali,” reafirmou Camilo.

Com cuidado e respeito, os dois viraram o corpo da freira de bruços sobre a maca. Fonseca fechou os olhos por um instante, murmurando uma prece silenciosa, pedindo perdão a Deus. Ele pediu uma tesoura.

Bastava cortar alguns centímetros do hábito para que seus olhos se arregalassem. Não era uma simples tatuagem. Era uma inscrição.

“Tem alguma coisa mesmo!”, exclamou Camilo, aproximando-se.

Fonseca acelerou os movimentos, revelando as costas da jovem por completo. O tempo parou. Os dois médicos congelaram, os rostos pálidos, observando a escrita feita com tinta escura e firme.

Fonseca estendeu a mão trêmula e passou o dedo sobre a pele, lendo em voz baixa, as palavras marcadas nas costas da jovem freira:

“Não façam autópsia no meu corpo, por favor. Espere duas horas. O que precisam está no bolso do meu hábito.”

O silêncio que se seguiu foi quase tão perturbador quanto a mensagem. Fonseca estava estático, tentando processar o inexplicável. Camilo não esperou. Passou as mãos pela lateral do hábito preto, identificando um bolso discreto.

“Dr. Fonseca, tem algo aqui! Parece um…” Ele puxou o objeto devagar. “…Um pen drive!”

O legista mais velho pegou o dispositivo USB. Se a mensagem era verdadeira, se fora ela mesma quem havia deixado aquilo, o pen drive poderia ser a chave.

Correram para a sala ao lado, ligaram o computador e inseriram o dispositivo. Em segundos, uma única pasta apareceu. “É um vídeo,” Camilo apontou para o monitor.

“Você está pronto?”, perguntou Fonseca.

“Pode abrir,” respondeu Camilo, quase sem respirar.

O que viram fez o estômago de ambos se revirar. Na tela, a freira, com o rosto abatido, pálido e os olhos cheios de medo, falava ofegante:

“Se você está vendo esse vídeo, é porque meu corpo está em um necrotério, pronto para passar por uma autópsia. Eu… eu não tenho muito tempo.”

Nesse instante, batidas fortes ecoaram na porta do quarto no vídeo. A freira olhou desesperada para o lado.

“Não confiem na Madre Superiora Úrsula! Ela não é quem todos pensam. Não confiem nela, pelo amor de Deus!”

Antes que pudesse continuar, o vídeo foi abruptamente encerrado.

“Foi a madre? A madre fez isso com ela?”, murmurou Camilo, levando as mãos à cabeça.

“Não sei, mas a polícia precisa ver isso imediatamente. De alguma forma, a madre do convento está envolvida,” disse Fonseca, visivelmente abalado.

Eles assistiam ao vídeo pela terceira vez, procurando por detalhes, quando um som repentino os fez estremecer. Batidas. Mas desta vez não vinham do vídeo.

“Você ouviu isso?”, perguntou Camilo.

Fonseca se levantou. “Fica aqui. Eu vou atender.”

Ao se aproximar da porta principal do necrotério e girar a maçaneta devagar, ele levou um choque. Ali, de pé, envolta por um véu branco, com um sorriso doce e sereno, estava uma senhora de expressão gentil: a Madre Superiora Úrsula.

“Madre, o que faz aqui?”, gaguejou Fonseca, em pânico.

“Boa noite, meu filho. Sei que tem uma de nós com você, a Irmã Gabriela.” O nome ecoou na mente do médico. A irmã cujo corpo repousava na maca. “Eu sinto muito pela sua perda. O corpo está aqui.”

A madre suspirou. “Está sendo muito difícil. Gostaria de saber se é possível vê-la uma última vez.”

Fonseca, apesar de ser um homem da ciência, carregava uma fé discreta. Mas ao encarar os olhos da madre, sentiu um arrepio súbito, um sinal. Sua mente o levou de volta à cena do vídeo. A freira falecida surgiu em sua visão, pondo as mãos em seus ombros e sussurrando com angústia: “Não confie na Madre Superiora, por favor, não confie nela.”

A visão sumiu num piscar de olhos. Fonseca sacudiu a cabeça, o calafrio retornando intenso.

“Desculpe, madre, mas somente pessoas autorizadas podem entrar na sala de autópsia. É um protocolo muito sério.”

A senhora inclinou a cabeça, mantendo o sorriso calmo. “Mas, meu filho, eu preciso me despedir. Preciso fazer uma última oração.” Ela implorava, mas cada palavra vinha com um peso oculto.

“Eu sinto muito, mas realmente não posso permitir. São regras. Se eu desrespeitar isso, posso perder meu emprego.”

Por uma fração de segundo, a expressão da madre mudou. Seus olhos pareceram escurecer, e o sorriso desapareceu. Fonseca não sabia se havia imaginado, mas antes que pudesse dizer mais, um grito cortou o ar, vindo do interior do necrotério:

“Dr. Fonseca! Dr. Fonseca, corre aqui, anda, é urgente!” Era Camilo.

“Desculpe, eu preciso ir,” disse Fonseca, virando-se e fechando a porta atrás de si às pressas.

Ele não percebeu que, com um movimento rápido e sutil, a madre havia colocado o pé sob a porta antes que ela se fechasse por completo. Com passos suaves, quase silenciosos, ela empurrou a entrada de volta e entrou no necrotério.

Fonseca correu pelos corredores frios. Ao virar o último canto, deu de cara com Camilo, parado na porta da sala de autópsia, o rosto em pânico.

“O que foi, Camilo? O que aconteceu?”

“O senhor precisa ver com os próprios olhos. O corpo da freira, o corpo dela sumiu. Sumiu sem deixar rastros.”

Antes que Fonseca pudesse reagir, a voz feminina e firme ecoou atrás deles:

“O quê? Como assim o corpo da Irmã Gabriela sumiu?”

Ambos se viraram ao mesmo tempo. Era a madre. Úrsula os encarava, a tensão carregada em seus olhos. Ela cruzou a porta lentamente, parou e então murmurou uma única palavra, com os dentes cerrados:

“Maldita.”

O som daquela palavra, vindo da boca de uma mulher que sempre se mostrou pacífica e devota, causou calafrios nos dois médicos. Estava claro: aquela senhora escondia algo.

Para entender o que realmente estava acontecendo – por que o corpo havia desaparecido, por que a freira havia pedido que não confiassem na madre –, era preciso voltar no tempo.

Mais cedo naquela mesma semana, no Convento Santa Bárbara, a jovem freira Gabriela finalizava suas tarefas na cozinha. Ela admirava profundamente a Madre Superiora Úrsula, vendo nela um exemplo de fé. Naquela noite, como de costume, Gabriela levou um pedaço de bolo e suco para a madre antes de dormir. Úrsula sorriu, provou com bom humor e agradeceu.

Pouco depois de se deitar, Gabriela saltou na cama, assustada por um barulho agudo, um grito abafado. Tentou ignorar, mas a inquietação a consumiu. Levantou-se, abriu a porta do quarto. O corredor estava escuro e silencioso.

Ela caminhou em direção ao refeitório para fazer um lanche, mas ao dobrar um canto, parou de súbito. A cozinha estava iluminada. Sentada em uma cadeira, devorando um pedaço de bolo com gula e bebendo suco diretamente da jarra, estava a Madre Superiora Úrsula.

“Madre?”

Úrsula se sobressaltou, mas logo sorriu. “Ah, irmã, acredita que acordei com fome? Deus que me perdoe.”

Gabriela, porém, notou algo estranho. O hábito da madre estava desalinhado, o cabelo um pouco fora do lugar, e havia um forte cheiro de cigarro no ar.

“A senhora está bem, madre?”, perguntou Gabriela, atenta.

“Só com um pouco de fome mesmo,” respondeu Úrsula, largando o pão com certa brusquidão. “E você, o que faz acordada a uma hora dessas, irmã?”

“Pensei ter ouvido um barulho, alguém gritando.”

Úrsula relaxou visivelmente. “Sim, é coisa da sua cabeça.”

Na manhã seguinte, a madre apareceu no café da manhã com os olhos inchados e o rosto pálido. Ela se atrapalhou, perguntando o nome de Gabriela e dizendo que “nem eram 8 da manhã”, apesar de já ser hora do desjejum. Quando Gabriela mencionou o cheiro, a madre fechou a porta bruscamente e disse ter acendido um “incenso”.

A suspeita de Gabriela só aumentou. A madre, que sempre liderava, a colocou no comando do convento por estar “indisposta”. Depois, o Padre Eustácio, um senhor desastrado e estranho, começou a frequentar o convento com frequência incomum, passando longos períodos na sala da madre, a portas fechadas.

“Tem algo de errado com eles. Eu sei que tem,” murmurava Gabriela.

Decidida a investigar sozinha, Gabriela esperou pela madrugada. O portão principal rangeu. Ela saiu do quarto e viu a Madre Superiora Úrsula em camisola, e o Padre Eustácio, em roupas comuns, conversando do lado de fora.

“Eu te chamei porque ela está muito agressiva. Não conseguiria segurar ela sozinha,” disse Úrsula, tensa.

“Acho que você está perdendo tempo com ela. Devia deixar morrer lá,” respondeu Eustácio com frieza.

“Está louco? Ela é minha irmã. Eu posso não prestar, mas jamais faria algo do tipo com a minha irmã,” retrucou Úrsula.

Irmã! A Madre Superiora tinha uma irmã?

Gabriela seguiu os dois até a capela. Eles desapareceram. A freira notou uma tábua do piso de madeira ligeiramente deslocada atrás do altar. Ela se ajoelhou e a puxou. Havia uma passagem secreta, um túnel estreito e úmido.

Movida pelo instinto, Gabriela desceu. A luz fraca a guiou até um cômodo. O que viu quase a fez cair para trás: lá dentro estavam Eustácio, a falsa madre e uma terceira mulher.

Essa mulher estava amarrada a uma cadeira. Seu hábito estava amassado, seu rosto abatido. O mais chocante: ela era idêntica à Madre Superiora.

“Pelo amor de Deus, Luciana, me tira daqui! Eu não aguento mais!” implorava a prisioneira.

A suposta madre, agora identificada como Luciana, respondeu com frieza: “Úrsula, minha irmã querida, sinto muito, mas eu não posso te soltar. Infelizmente, agora eu sou a nova madre. Você vai ter que ficar aqui.”

Eustácio interveio: “Você tem que agradecer que sua irmã ainda tem coração mole. Por mim, eu acabava com você com um tiro.”

A verdade explodiu na mente de Gabriela. A mulher que comandava o convento era Luciana, a irmã gêmea criminosa de Úrsula, a verdadeira Madre Superiora. E Eustácio era seu cúmplice, não um padre.

Assustada, Gabriela deu um passo para trás e pisou em um pedaço de plástico. Um estalo seco ecoou pelo túnel.

“Tem mais alguém aqui?”, gritou Luciana.

A verdadeira Úrsula gritou: “Socorro! Me ajude! Eu sou a verdadeira Madre Superiora! Foge, Gabriela! Corre! Tranca a saída! Corre, pelo amor de Deus!”

Gabriela não pensou duas vezes. Virou-se e correu. Os gritos e ameaças de Luciana e Eustácio a perseguiam. Ao chegar à saída, trancou a passagem por fora e empurrou um móvel pesado sobre a tábua, bloqueando a saída.

De volta ao quarto, trancada e arfando, Gabriela sabia que não tinha tempo. Explicar a história da irmã gêmea criminosa e do falso padre levaria horas, e os impostores logo estariam livres. Olhou para seu notebook, o pen drive ao lado, a caneta preta de tinta forte, presente de seu pai, e os comprimidos para dormir.

Uma ideia absurda, mas desesperada, começou a se formar.

Ela correu para o quarto da Irmã Susana, bateu com força e, quando a freira atendeu, Gabriela lhe entregou a caneta.

“Eu não tenho como explicar agora. Você não pode confiar no Padre Eustácio e na Madre Superiora de jeito nenhum. Você vai fazer o seguinte: vai até a sala do telefone e liga para a polícia. Faz uma ligação anônima dizendo que ocorreu um crime aqui no convento. Depois… depois você se esconde, Irmã Susana.”

Susana, confusa, tentou argumentar, mas Gabriela foi firme. “Aconteça o que acontecer, fique de bico calado. E se eu não voltar, saiba que jamais pode confiar na madre. Na primeira oportunidade, fuja desse lugar.”

A freira, ainda sem entender, obedeceu.

Gabriela voltou ao seu quarto, ligou o notebook e iniciou a gravação da webcam.

“Não confiem na Madre Superiora…”

Antes que pudesse terminar, ouviu batidas fortes na porta. Desligou rapidamente o computador, retirou o pen drive e o prendeu no bolso do hábito. Em seguida, pegou o frasco de comprimidos para dormir. Eu espero que isso dê certo.

A fechadura cedeu com um estalo seco. A porta se abriu.

O que Luciana e Eustácio viram os deixou atônitos. Caída no chão, com comprimidos espalhados ao redor, estava Gabriela, imóvel. Pálida e com os olhos fechados.

Luciana apalpou o pescoço dela. “Ela está morta. Foi melhor assim.”

Eustácio riu com desdém. “Menos uma para nos preocupar. Ninguém vai desconfiar.”

Mas nesse exato momento, um som inesperado ecoou no convento: fortes batidas no portão principal.

Luciana correu para a entrada e deu de cara com vários policiais. O delegado de expressão firme falou sem rodeios: “Soubemos que houve um crime neste convento. Recebemos uma denúncia.”

A falsa madre empalideceu, mas pensou rápido. Começou a chorar teatralmente, cobrindo o rosto. “A nossa Gabriela, nossa querida Gabriela! Encontrei ela morta agora mesmo! Acho que ela tomou remédio demais!”

Entre lágrimas falsas, Luciana conduziu os policiais até o quarto. Mas o delegado notou algo que Luciana não viu: um papel caído no chão. A mensagem escrita em letras firmes dizia: “Uma autópsia precisa ser feita para saber o que aconteceu comigo.”

“Não quero mais ninguém entrando neste quarto, madre. Precisamos saber o que realmente aconteceu e, mesmo sendo uma freira, vamos ter que levar o corpo da Irmã Gabriela para a análise.”

Sem alternativas, Luciana apenas assentiu, mordendo os lábios. O corpo foi retirado e levado para o IML.

Em seguida, Luciana encontrou Eustácio, furiosa. “Alguém denunciou a morte da Gabriela. Querem fazer uma autópsia nela. Precisamos ir para o necrotério agora, imediatamente.”

Eustácio e Luciana partiram para o IML, e o resto, nós já sabemos: a confrontação com os médicos, o corpo desaparecido, e o grito de ódio: “Maldita!”.

A Madre Superiora Luciana apontava a arma para o Dr. Fonseca.

“Eu só vou sair quando souber onde está aquela freirinha. Onde está a Gabriela?”

Eustácio surgiu atrás, também armado. “Ela está viva, não está?”

Fonseca gaguejou, aterrorizado. “Nós… nós não estamos entendendo nada.”

“Não precisam entender. Só quero a Irmã Gabriela, seja o corpo ou seja ela, onde vocês a colocaram?” Luciana parecia pronta para atirar.

Então, uma voz ecoou pelo corredor.

“Eu estou aqui.”

Todos se viraram. Ali estava Gabriela, de pé, firme, com os olhos fixos nos impostores. Estava pálida e sonolenta, mas viva.

“Vocês querem a mim? Só soltem os dois. Eles não têm nada a ver com isso. Sou eu quem vocês querem.”

Luciana e Eustácio avançaram lentamente, tomados pela fúria.

“Sua maldita, você estragou tudo! Agora você vai pagar,” gritou Luciana, levantando a arma.

Mas antes que pudesse atirar, vozes firmes ecoaram atrás de Gabriela:

“Abaixem as armas imediatamente! Os dois estão presos!” berrou o delegado, surgindo com vários policiais armados.

Luciana e Eustácio se viraram em choque, sendo cercados. Sem saída, largaram as armas e se renderam. “Não, de novo, não,” lamentou a falsa madre.

Enquanto eram algemados, uma figura entrou na sala. Era a verdadeira Madre Úrsula. Ela caminhou lentamente até Luciana, sua irmã gêmea criminosa, e apenas balançou a cabeça em silêncio, desapontada. Em seguida, abriu os braços e abraçou Gabriela com força.

Camilo e Fonseca se aproximaram, ainda confusos.

“Podemos saber o que aconteceu?”, perguntou Fonseca, hesitante.

A verdade finalmente veio à tona. Úrsula tinha uma irmã gêmea, Luciana. Enquanto Úrsula se dedicou a Deus, Luciana seguiu o caminho do crime, passando anos na prisão e se envolvendo com Eustácio, um parceiro criminoso. Ao fugir, Luciana arquitetou o plano mais ousado: roubar o lugar da própria irmã, disfarçando-se como Madre Superiora do convento.

Mas Gabriela descobriu tudo, culminando no seu plano desesperado.

“Mas como você foi parar em uma mesa de autópsia?”, perguntou Fonseca.

Gabriela explicou com calma. “Eu sabia que se fosse levada como morta, meu corpo seria checado. Eu precisava de provas contra a madre. Tomei os comprimidos ciente do risco, mas confiando que pareceria morta por algumas horas e acordaria depois.” A tatuagem foi o aviso para os médicos.

Enquanto tudo isso acontecia no convento, Luciana e Eustácio não perceberam que haviam deixado a entrada secreta da capela aberta. Foi lá que Susana, ao ir rezar, encontrou a verdadeira Madre Úrsula. Ao saber do que ocorrera com Gabriela, a madre reuniu a polícia, chegando ao necrotério no momento em que Gabriela despertava, armando o flagrante.

Luciana e Eustácio foram presos. Úrsula, Gabriela, e Susana retornaram ao convento, retomando suas vidas de oração e fé.

Camilo e Fonseca, por sua vez, seguiram trabalhando no necrotério, mas sabiam, com absoluta certeza, que jamais voltariam a presenciar algo tão surreal e absurdo em toda a carreira. A freira que estava morta não estava, e a madre que estava viva era uma criminosa, tudo revelado por uma mensagem tatuada. O IML nunca mais foi o mesmo.

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