TENTE NÃO RIR! AUGUSTO NUNES FICOU #XATIADO COM O TRUMP E A INTERNET NÃO PERDOOU

Se alguém ainda duvidava que a política brasileira produz momentos dignos de stand-up comedy, a semana trouxe a prova definitiva. E o protagonista, dessa vez, foi ninguém menos que Augusto Nunes, o comentarista sempre sisudo, sempre indignado, sempre com aquela expressão de quem acabou de descobrir que alguém bebeu o último gole do seu café.
O veterano jornalista apareceu visivelmente decepcionado em um programa de um portal de extrema direita após a notícia bombástica: Lula e Trump conversaram por quase 40 minutos ao telefone, em um clima que, segundo fontes, foi mais amistoso do que muito bolsonarista esperava — ou desejaria.
Para muitos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, essa ligação foi como um balde de água fria misturado com gelo seco e purpurina: gelado, chocante e impossível de ignorar. Mas para Augusto Nunes, foi pior. Foi pessoal.
Logo no início de sua participação, ele parecia genuinamente atordoado, como se tivesse acabado de assistir à final de novela e descoberto que seu personagem favorito era, na verdade, o vilão.
Sua frase inicial — “Eu achava que o Brasil não me surpreenderia mais, mas vive me surpreendendo. O Trump também.” — soou quase como uma confissão pública de desilusão amorosa.
O drama: Trump não está nem aí para Bolsonaro

Segundo Augusto, “durante alguns dias ou semanas acreditamos que o Trump nos salvaria”.
Sim, você leu certo: nos salvaria. A salvação, aparentemente, viria na forma de sanções internacionais, pressões diplomáticas e medidas punitivas contra ministros do STF — como se Donald Trump fosse uma espécie de super-herói global distribuindo justiça conforme o gosto do freguês.
Mas aí veio a tal ligação.
E com ela, uma realidade triste, porém previsível: Trump está interessado em Trump, não em Bolsonaro — nem na “ditadura do judiciário”, nem nas fantasias conspiratórias da bolha bolsonarista.
O mais engraçado? A reação de Augusto quando percebe isso ao vivo.
Ele respira fundo, olha para a câmera e solta, com a dramaticidade de ator de novela mexicana:
“Não há homens providenciais fora daqui.”
Pronto. O ciclo da decepção estava completo.
As supostas exigências dos Estados Unidos
No programa, ainda mencionaram um conjunto de “condições” que teriam sido colocadas na mesa por Washington para retirar o nome de Alexandre de Moraes da lista Magnitsky, como:
concessão de terras raras brasileiras para exploração americana;
fim da censura a redes sociais;
cancelamento de impostos contra big techs;
cooperação com EUA no combate ao crime organizado;
rompimento de parcerias brasileiras com a China no setor de satélites.
A lista parece saída de um fórum anônimo conspiratório, mas foi tratada com solenidade. Quando o comentarista foi questionado sobre isso, veio o ponto alto do espetáculo:
“Quer dizer, pelo que você disse, não tinha nada a ver com democracia, com valores… e nem com soberania também.”
Ou seja, toda a narrativa de que Trump seria o “paladino da liberdade” defendendo o Brasil contra o “autoritarismo do STF” virou… fumaça.
E Augusto Nunes percebe isso em tempo real. É quase comovente — quase.
Narrativa bolsonarista: um delírio desmontado ao vivo
Ao final, a ficha cai com estrondo: toda a fantasia de que Trump estaria pessoalmente empenhado em salvar Bolsonaro, punir Moraes ou interferir em nome da “liberdade” não passava de… um delírio coletivo.
E não foi pouco delírio.
Por anos, criou-se um imaginário em que Donald Trump surgiria no ar, de capa esvoaçante, para resgatar o Brasil do “globalismo”, do “comunismo”, do “sistema” — escolha o vilão da semana.
E agora, com esse telefonema, o castelo desabou.
Trump é um empresário, alguém que negocia de forma agressiva, pragmática, e que não move um dedo sem pensar no benefício próprio ou no avanço de seus interesses. Por que ele faria diferente em relação ao Brasil?
A pergunta machucou.
A expressão de Augusto dizia tudo.
O mundo gira, e a esquerda?
Depois do bloco principal, o comentarista que analisava o vídeo amplia a discussão e cita uma publicação recente do professor Wilson Gomes. Nele, o professor ironiza uma fala da escritora Márcia Tiburi, que afirmou que a esquerda “não morreu, apenas se renovou”.
Gomes rebate com humor ácido:
“A esquerda está ótima. É o povo que não entende.”
A piada, porém, abre caminho para uma reflexão mais profunda: há uma crise evidente na capacidade de comunicação da esquerda com o público mais jovem.
E uma pesquisa recente da Atlas Intel reforça isso.
Segundo o levantamento, quanto mais jovem o brasileiro, maior a inclinação para a direita — especialmente entre os nascidos entre 1981 e 2009.
É um movimento que demonstra que, enquanto a esquerda tenta reinventar discursos, a direita tem utilizado ferramentas de narrativa, memes, influenciadores e redes sociais com muito mais eficácia.
Trump, Lula e o namoro político inesperado
Voltando ao telefonema que iniciou toda essa reação em cadeia: Lula e Trump parecem estar, surpreendentemente, em clima de aproximação.
Reportagens apontam que o petista ficou surpreso ao descobrir um Trump “mais razoável” e diferente da imagem dura vista nos palanques e na imprensa.
Para muitos analistas, nada disso deveria surpreender. Trump não é exatamente um político tradicional; ele negocia como empresário, com foco em ganhos imediatos.
E nesse jogo, pouco importa quem está no Planalto — importa quem pode atender aos interesses dos EUA naquele momento.
Essa dinâmica, claro, deixa a extrema direita brasileira perdida.
Eles esperavam um “aliado eterno”, mas receberam apenas o pragmatismo frio de um negociador profissional.
O desespero bolsonarista
A reação da bolha bolsonarista nas redes foi um espetáculo à parte:
memes do “Trump traidor”;
desabafos indignados;
vídeos emocionados com trilha sonora dramática;
e, claro, muita teoria conspiratória.
Mas nenhum momento foi tão simbólico quanto o semblante de Augusto Nunes durante o programa.
Ele tentou resistir.
Tentou racionalizar.
Tentou argumentar.
Mas no final, ele teve de admitir:
“Cada país por si. Cada povo por si.”
E essa foi, talvez, a primeira frase sensata dita por ele em meses.
Conclusão: um episódio tragicômico da política brasileira
O episódio inteiro resume perfeitamente a política nacional em 2025: um misto de espetáculo, emoção, ilusões coletivas e uma pitada generosa de comédia involuntária.
A ligação entre Lula e Trump mexeu profundamente com a narrativa da extrema direita, desmontou expectativas irreais e deixou muitos comentaristas — como Augusto Nunes — completamente desnorteados.
E o público?
Bom, o público fez o que faz melhor: rir.
Rir da ironia.
Rir da decepção.
Rir da realidade que insiste em ser mais engraçada do que a ficção.
Então, se você chegou até aqui sem soltar uma gargalhada, parabéns.
Mas a verdade é que… tentaram, e você quase não conseguiu.