CAMINHONEIROS DEBOCHAM DE BOLSONARO E PEDEM DESCULPA PARA LULA | GREVE VIRA PIADA E VÍDEOS VIRALIZAM
Por Redação – 2025

A suposta “greve dos caminhoneiros” marcada para o dia 4 de dezembro de 2025 começou como uma grande promessa de paralisação nacional, mas terminou se transformando em um espetáculo inesperado — e, para muitos, cômico. Em vez das tradicionais cenas de estradas bloqueadas e discursos inflamados, o país assistiu a uma avalanche de vídeos de caminhoneiros zombando do movimento, criticando a manipulação política e, em alguns casos, até pedindo desculpas públicas ao presidente Lula.
O que deveria ser um protesto ganhou tons de sátira, indignação e, acima de tudo, um pedido coletivo: “Chega de usar caminhoneiro como massa de manobra.”
VÍDEO 1 – “QUE GREVE? NÃO TO SABENDO DE NADA…”
O primeiro vídeo que viralizou nas redes mostra um caminhoneiro rindo da convocação.
Ele aparece carregando a cabine com tranquilidade, ajeitando o chapéu e dizendo:
— “Greve dos caminhoneiros dia 4? Tô sabendo não… Que que tão pedindo pra nós? Aumento de salário? Décimo quarto? Plano de saúde? Plano de carreira? Aposentadoria com 25 anos? Quais são as pautas pra nós?”
A ironia aumenta quando ele diz que tudo isso estaria sendo reivindicado “porque o Bolsonaro tá preso”.
E ele arremata:
— “Vai trabalhar, rapaz! Se você trabalhasse, você não tava preso. E se não conversasse demais, também não tava preso.”
O vídeo termina com um bordão que acabou sendo repetido em milhares de comentários:
— “Negócio de greve louca… então tá, tchau, obrigado!”
A internet virou um campo de risadas. O que seria o início de uma paralisação, virou meme em poucas horas.
VÍDEO 2 – “EU SOU CONTRA ESSA PALHAÇADA”
Outro caminhoneiro, dessa vez mais indignado do que irônico, gravou um depoimento longo, firme e direto ao ponto. Ele começa dando “bom dia” e já dispara:
— “Essa greve do dia 4 é politicagem sem vergonha. Vão usar os caminhoneiros de novo como massa de manobra. Só cai nessa quem for otário.”
O vídeo toca em um ponto sensível dentro da categoria: o uso político dos motoristas por grupos ligados à extrema direita desde 2018.
Mas o trecho que realmente chamou atenção foi este:
— “Bolsonaro tá preso. Eu sou bolsonarista. Eu votei no Bolsonaro 22. Mas por mim ele vai apodrecer na cadeia. Por quê? Porque foi na minha cidade apoiar o candidato petista mais petista da cidade pra prefeito! É tudo farinha do mesmo saco.”
A revelação caiu como uma bomba: um bolsonarista convicto, assumido, chamando Bolsonaro de hipócrita e dizendo que ele deve ficar preso. A internet explodiu.
Mas ele continua:
— “Se quiser fazer greve pra empresa respeitar motorista, pra PRF parar de humilhar caminhoneiro, pra ter lugar decente pra parar, aí eu tô dentro. Agora greve por política? Só vão tomar no toba.”
O vídeo viralizou entre caminhoneiros, sindicalistas e até influenciadores políticos de esquerda. Muitos viram ali o retrato de um esgotamento real dentro da categoria.
VÍDEO 3 – “PAREM DE REPETIR BESTEIRA: PESQUISEM!”
Um terceiro caminhoneiro, mais calmo e analítico, resolveu atacar diretamente os mitos que circulam há anos sobre Lula e o PT.
Ele começa relatando que muitos seguidores o criticaram por elogiar algumas ações do governo Lula:
— “Pessoal tá dizendo que caminhoneiro não pode falar bem do Lula porque o Lula não gosta da gente. Gente, eu não quero que o Lula goste de mim não. Eu quero é diesel barato e estrada decente.”
Ele segue com uma lista de fatos concretos que observa no dia a dia:
— “Eu abasteci por R$ 5,50. Antes era quase R$ 7.”
— “A rodovia entre Barra do Garças e Jataí era um inferno. Agora dá pra rodar.”
— “Falam que o Lula é contra os empresários. O cara da Avant faturava 30 milhões no governo passado e agora fatura 44.”
E cresce ainda mais:
— “Falam que Lula é contra o agro. Então por que liberou 70 bilhões pelo BNDES pro setor em 2025?”
A crítica final virou um mantra no X e no TikTok:
— “Gente, parem de repetir as coisas que vocês escutam. Pesquisa! Tem o Google aí, é só pesquisar.”
Seu vídeo foi considerado por muitos como um “tapa educado” na desinformação.
VÍDEO 4 – “EU TAMBÉM VOTEI NO BOLSONARO. MAS AGORA…”
O vídeo mais emotivo — e também o mais compartilhado — veio de um caminhoneiro que admitiu ter votado em Bolsonaro movido pelo medo disseminado nas redes.
Ele fala abertamente:
— “Votei no Bolsonaro porque diziam que se o Lula voltasse eu nunca mais ia comer carne, que o Brasil ia virar Venezuela, que eu ia falar espanhol no primeiro ano.”
Ele sorri, balança a cabeça e continua:
— “Falaram que ia ficar tudo caro. Mas eu vi o diesel baixar. Vi o salário mínimo aumentar. Vi o arroz e a carne diminuírem de preço.”
O trecho mais comentado foi quando ele fala da tabela do imposto de renda:
— “Vi gente sendo isenta até R$ 5.000. Isso é fato, não é balela.”
E então, o momento inesperado:
— “Eu tenho que pedir desculpa pro presidente Lula. Eu apoio o senhor. E peço a Deus pra iluminar sua cabeça pra governar melhor ainda.”
O vídeo emocionou parte da categoria e irritou setores mais radicais da direita, que acusaram o caminhoneiro de “vendido”. Mas ele respondeu nos comentários:
— “Vendido não. Só tô vendo a realidade.”
UMA “GREVE” QUE VIROU PIADA NACIONAL
Enquanto isso, o suposto movimento de paralisação perdeu força antes mesmo de começar. Não houve bloqueios significativos, não houve adesão em massa, não houve impacto nas rotas interestaduais. A hashtag #GreveDia4Fail atingiu o topo dos Trending Topics.
A greve virou motivo de piada entre caminhoneiros:
— “Greve por causa de político? Só rindo mesmo.”
— “Se fosse por condições de trabalho, aí sim o Brasil parava.”
— “Querem usar caminhoneiro pra defender preso? Aí não.”
A opinião geral ficou clara: a categoria está cansada de ser usada como massa de manobra para fins políticos.
A MUDANÇA DE HUMOR ENTRE OS CAMINHONEIROS

O que mais chama atenção nesses vídeos é a mudança drástica no comportamento de parte dos caminhoneiros — um grupo historicamente associado ao bolsonarismo desde 2018.
Agora, muitos estão reavaliando suas posições com base em:
melhorias percebidas no diesel;
obras em rodovias antes abandonadas;
benefícios trabalhistas;
recuperação econômica pós-pandemia;
frustração com promessas não cumpridas por Bolsonaro;
decepção com o uso político da categoria.
É evidente um cansaço profundo com discursos radicais. A categoria parece buscar soluções práticas, e não mais guerras ideológicas.
OS CUSTOS DO “MEDO” COMO ESTRATÉGIA POLÍTICA
Todos os caminhoneiros que apareceram nos vídeos mencionam, de alguma forma, ter sido vítimas de campanhas de medo:
medo de virar Venezuela;
medo de perder carne;
medo de perder igrejas;
medo de aumento de impostos;
medo do comunismo;
medo do fim do agro.
Boa parte dessas narrativas foram desconstruídas pela realidade — e isso está gerando uma reação de “antídoto”, como descrevem alguns analistas políticos.
O caminhoneiro do último vídeo resumiu isso com simplicidade:
— “Eu votei com medo. Agora tô vendo com os olhos.”
BOLSONARO PRESO E A PERDA DE INFLUÊNCIA

Outro ponto marcante:
Quase todos os vídeos citam Bolsonaro preso — e dessa vez não como mártir, mas como figura incapaz de liderar verdadeiramente a categoria.
A indignação do caminhoneiro bolsonarista foi simbólica:
— “Ele apoiou petista na minha cidade. É tudo farinha do mesmo saco.”
Isso reforça uma percepção crescente: a imagem de Bolsonaro entre seus apoiadores está rachando.
CONCLUSÃO: UM SINAL CLARO DE QUE O PAÍS MUDOU
A tentativa de greve que virou piada nacional revela muito mais do que alguns vídeos engraçados. Ela expõe:
um setor cansado de manipulação política;
caminhoneiros mais críticos e informados;
arrependimentos públicos antes impensáveis;
elogios inesperados ao governo Lula;
uma ruptura forte com o bolsonarismo tradicional;
e, acima de tudo, uma demanda real por respeito e melhores condições de trabalho.
O país assistiu a uma virada simbólica: de motoristas usados politicamente para motoristas que agora usam a própria voz — e de forma poderosa.
E, se depender deles, como disse um dos caminhoneiros:
— “Se for pra parar, vai ser pelo motorista. Não por político preso.”