Arlindinho revela o pedido surpreendente no velório de Arlindo Cruz – e expõe por que quis cerveja liberada para todos naquela despedida inesquecível

Arlindinho explica bebidas alcoólicas em velório de pai, Arlindo Cruz: ‘Queria cerveja liberada para o povo’

ArlidinhoArlidinho — Foto: Roberto Filho/BrazilNews

Arlindinho explicou a presença das bebidas alcoólicas no velório do seu pai, Arlindo Cruz, que na quadra da Império Serrano, neste sábado (9). Segundo o cantor, o pai – que morreu aos 66 anos por falência múltipla dos órgãos na sexta-feira (8) – pediu para que a cerveja fosse liberada em sua despedida.

“A despedida é do jeito que ele pediu. Ele que queria cerveja liberada para o povo, churrasco… Por mais difícil que fosse fazer isso tudo, não poderia deixar de fazer o que ele me pediu”, que foi consolado pela atriz Erika Januza.

Arlindinho e Erika Januza — Foto: Roberto Filho/BrazilNews

Arlindinho e Erika Januza — Foto: Roberto Filho/BrazilNews

A família de Arlindo anunciou previamente que a celebração seguiria a tradição do gurufim, que consiste em transformar o velório em um momento de música, bebida e confraternização para espantar a dor e garantir que a alma faça uma boa viagem. Várias chopeiras foram colocadas no local. Esse é um hábito no mundo do samba, mas sua origem vem de práticas culturais que celebram a vida mesmo sendo difícil lidar com a morte. Ao lado da mãe, Babi Cruz, e da irmã, Flora Cruz, Arlindinho tocou durante o velório.

“Vamos comer, nos divertir e lembrar dele com alegria. Vamos na palma da mão para fazer essa alma encontrar a luz quanto antes. Ele merece. Ele é luz, um ser humano maravilhoso. Ele deixa um legado de luta, de trabalho e de amor ao samba”, explicou ele, que recebeu na quadra famosos como a escritora Conceição Evaristo, a apresentadora Regina Casé e a Rainha de Bateria da Império Serrano, Quitéria Chagas.

Arlindinho fala sobre velório do pai, Arlindo Cruz

Arlindinho fala sobre velório do pai, Arlindo Cruz

Conceição Evaristo, Arlindinho, Erika Januza e Quitéria Chagas — Foto: Roberto Filho/BrazilNewsConceição Evaristo, Arlindinho, Erika Januza e Quitéria Chagas — Foto: Roberto Filho/BrazilNews

Trajetória

 

Nascido em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro, Arlindo Cruz teve contato com a música desde a infância, já que o pai, o músico Arlindão Cruz, promovia rodas de samba na casa em que morava com a esposa, Aracy da Cruz. Com apenas 6 anos de idade, ganhou de presente um cavaquinho do pai, seu primeiro professor. O irmão mais velho, Acyr Marques Cruz, que morreu em abril de 2019, também era músico.

Antes de focar na música, Arlindo estudou na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), em Barbacena. Na década de 1970, participou da criação do bloco carnavalesco Cacique de Ramos. Lá, conheceu alguns dos músicos com quem lançou o Fundo de Quintal. Ele esteve na primeira formação do grupo.

Regina Casé com a filha Benedita e o genro, João Pedro Januário — Foto: QuemRegina Casé com a filha Benedita e o genro, João Pedro Januário — Foto: Quem

Paralelamente, fez parte do time de compositores da escola de samba carioca Império Serrano. A carreira solo foi iniciada em 1993. Ele seguiu com shows regulares e gravações de álbuns até 2017, quando sofreu um AVC que o deixou com sequelas, sem andar e sem falar.

Compositor de mais de 500 músicas, as canções Meu nome é favela, Ainda é tempo pra ser feliz, Casal sem vergonha (em parceria com Acyr Marques) e Coisa de pele (em parceria com Jorge Aragão) estão entre seus maiores sucessos.

Autor de sucessos do samba e do pagode para diferentes grupos, Arlindo gostava de mandar letras e insistia para que suas composições entrassem para o repertório de novos artistas do segmento. “Ele queria ser padrinho do mundo todo”, diz o biógrafo Marcos Salles.

Babi Cruz — Foto: Roberto Filho/BrazilNewsBabi Cruz — Foto: Roberto Filho/BrazilNews

Babi Cruz e Flora Cruz — Foto: Roberto Filho/BrazilNewsBabi Cruz e Flora Cruz — Foto: Roberto Filho/BrazilNews

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