“Vem Comigo” – Uma Enfermeira Pobre Encontra um Homem Desmaiado na Neve… Sem Saber Que Ele É um CEO Bilionário!

História de Natal

A neve caía espessa, cobrindo as largas ruas da cidade como se o mundo inteiro estivesse afundando em um cobertor branco e gelado. Clara, 27 anos, enfermeira no hospital da cidade, desceu do último ônibus da noite. Seu casaco grosso pouco ajudava a bloquear o frio cortante do inverno. Já passava quase da meia-noite. Sua jornada no hospital havia terminado, deixando para trás o peso familiar do cansaço. A rua principal ainda brilhava com as luzes de néon, mas naquele canto suburbano, a luminosidade se dissipava na escuridão, dando lugar ao silêncio e ao suave estalar da neve sob seus pés.

Ela parou no velho ponto de ônibus, com seu telhado enferrujado, que rangia a cada rajada de vento, fazendo a neve soltar-se em pequenos montes. Esse ponto de ônibus era um ritual noturno para Clara, um lugar onde ela costumava parar por alguns minutos para respirar antes de caminhar os últimos metros até casa. Mas naquela noite, algo fez com que ela parasse bruscamente.

Sobre o banco de madeira coberto por uma fina camada de neve, um homem estava curvado para frente, a cabeça baixa, o cabelo escuro emaranhado com a neve derretendo. Suas roupas, embora manchadas de sujeira e neve, pareciam caras, um casaco de cashmere rasgado em alguns pontos, calças escuras manchadas de áreas úmidas. Seus sapatos de couro, outrora brilhantes, estavam completamente encharcados, opacos e imundos, como se ele estivesse ali há horas, imóvel na nevasca.

Clara hesitou, apertando mais forte a alça da bolsa de pano surrada. Ela não era do tipo que se metia nos problemas dos outros. Sua vida como enfermeira mal-remunerada já era complicada o suficiente: turnos longos, contas atrasadas e uma casa de madeira caindo aos pedaços que precisava de reparos constantes. Mas algo naquele homem a impedia de simplesmente ir embora. Talvez fosse o jeito que suas mãos tremiam enquanto ele se abraçava, tentando manter o frio longe de seus ossos. Talvez fosse o vazio em seus olhos quando ele olhou para ela, um olhar que parecia atravessá-la sem realmente ver nada.

Ela respirou fundo, vendo sua respiração formar uma nuvem branca no ar congelado. “Você me escuta?”, Clara perguntou, a voz suave, mas forte o suficiente para se fazer ouvir acima do uivo do vento. Ela deu um passo à frente, seus sapatos deixando rastros suaves na neve. O homem não respondeu de imediato, apenas se mexeu levemente, como se só agora percebesse que ela estava ali. Seus olhos, castanhos escuros, se ergueram lentamente, embaçados pelo cansaço e confusão.

“Por favor, não me faça sair.” A voz dele era rouca, quase um sussurro, exausta, como se aquelas poucas palavras o tivessem esgotado. “Só uma noite. Eu vou embora amanhã.”

Clara franziu a testa, observando-o mais de perto. Ele não parecia um homem típico de rua. Apesar das roupas sujas, a maneira como ele se sentava, como as mãos apertavam o casaco como se ainda houvesse um último fio de dignidade a ser mantido, fazia Clara sentir que ele não pertencia ali. Não naquele ponto de ônibus caindo aos pedaços. Não naquela tempestade congelante.

Mas ela não era ingênua. Não em uma cidade como aquela, onde histórias tristes se escondiam a cada esquina, e nem todas valiam o risco. Ela olhou para a estrada, onde o brilho do ônibus já tinha desaparecido, deixando apenas a neve que girava no vento. Nenhum outro ônibus viria. Estava frio. Tão frio que sua respiração já começava a tremer. Se ela o deixasse ali, talvez acordasse no dia seguinte lendo sobre um homem desconhecido que morrera congelado naquela noite. Clara não tinha certeza se conseguiria viver com isso. Ela respirou mais fundo, dessa vez para ter coragem. “Você não pode ficar aqui”, disse ela, sua voz mais firme do que se sentia. “Venha comigo.”

O homem levantou a cabeça, os olhos piscando de surpresa, como se não acreditasse no que acabara de ouvir. Clara não esperou uma resposta. Ela sacudiu a neve do casaco, ajustou a bolsa no ombro e fez um gesto para que ele a seguisse. “Rápido, antes que nós dois congelemos.” Ele se levantou lentamente, seu corpo alto balançando, quase desabando. Clara percebeu que ele era mais alto do que imaginava, provavelmente cerca de 1,90m, mas o frio e o cansaço o faziam parecer menor, diminuído. Ele não disse nada, apenas a seguiu em silêncio, seus sapatos encharcados fazendo um som molhado a cada passo na neve espessa.

A caminhada até sua casa parecia mais longa do que o habitual, não só por causa da neve, mas pela pesada silenciosa entre eles. Clara andava à frente, seus sapatos afundando no gelo enquanto ele ficava alguns passos atrás. De vez em quando, ela olhava para trás para ter certeza de que ele ainda estava ali. Ele estava com a cabeça baixa, a silhueta dele se tornando um espectro na tempestade. A neve grudava em seu casaco como se tentasse esconder a história que ele carregava.

A casa de Clara, uma construção simples de madeira, surgiu no final do caminho coberto de neve, pequena, mas acolhedora, com a luz dourada da janela brilhando como uma vela na escuridão. Ela abriu o portão, o som da neve se quebrando sob seus pés, e virou-se para olhar o homem. Ele estava sob o tênue brilho de um poste de luz, com a neve cobrindo seus ombros e cabelo.

Foi a primeira vez que Clara percebeu algo estranho nele. Algo bonito, de uma maneira silenciosa e assombrosa. Não a beleza polida das telas de TV, mas a beleza que pertencia a alguém que já teve tudo e perdeu tudo em um único momento.

“Entre”, disse ela, empurrando a porta de madeira que rangeu no silêncio. “Mas, só para você saber, não há nada de fancy na minha casa.”

O homem a seguiu, seus sapatos molhados deixando rastros úmidos pelo chão. Ele parou no meio da sala, os ombros caídos como se o frio do ponto de ônibus ainda estivesse grudado em seu corpo. “Sente-se ali”, disse Clara, apontando para a cadeira de madeira perto da mesa da cozinha, com uma voz suave, mas firme. “Vou pegar uma toalha e fazer um chá.” Ele assentiu, sentando-se devagar, os olhos desfocados, perdidos em um mundo ao qual Clara não conseguia alcançar.

A casa de Clara tinha pertencido à sua avó, que faleceu há três anos. Era pequena, velha, mas aquecida, com o som reconfortante da lareira crepitando no canto. Lá fora, um pequeno alpendre onde sua avó costumava cultivar crisântemos brancos, agora provavelmente enterrados pela neve. Clara amava aquele lugar, apesar de todos os reparos constantes: o telhado com goteiras, as janelas rangendo. Mas era o único lugar onde ela se sentia realmente em paz.

Na cozinha modesta, Clara colocou a chaleira no fogão a gás e retirou gengibre seco e mel de um velho pote de cerâmica. Olhou para o homem. Ele estava imóvel, suas mãos trêmulas descansando sobre a mesa. Ele não pertencia ali, pensou Clara. Mas ela não perguntou. Ela remexeu na despensa e pegou um suéter grosso e uma toalha de algodão deixada por seu avô. “Troque de roupa”, disse ela, colocando-os na frente dele. “Roupas molhadas vão te deixar doente.” Ele murmurou, “Obrigado”, com a voz fraca.

Clara puxou a cortina que separava a cozinha da sala para lhe dar privacidade, e voltou para o fogão. A água começou a borbulhar, misturando-se com o suave estalar da madeira na lareira. Ela despejou o chá de gengibre em duas canecas de porcelana lascadas, colocando uma à frente dele. Ele havia trocado de roupa, o suéter azul-marinho caindo largo em sua figura alta, mas o vazio em seus olhos permanecia, como se sua alma já tivesse partido há muito tempo.

Clara sentou-se à sua frente, segurando a caneca quente para aquecer seus dedos congelados. Ela queria perguntar o nome dele, queria saber por que ele estava ali, mas o silêncio pesado entre eles a impedia. Ela não estava acostumada a conversar com estranhos, especialmente alguém que parecia ter perdido tudo. “Eu sou Clara”, disse ela finalmente, com suavidade. “Precisa ligar para alguém?”

Ele balançou a cabeça firmemente. “Não há ninguém”, disse ele, a voz tão baixa que quase se dissolvia no ar.

Foi então que um envelope amassado escorregou de sua mão e caiu no chão com um leve estalo. Clara se agachou para pegar, pretendendo entregá-lo de volta, mas o envelope já estava aberto. Uma foto e um convite de casamento caíram. A foto mostrava ele mais jovem

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