O PROJETO 2027 DESMORONA: A Traição no Senado Põe Esperidião Amin no Jogo e Gilmar Mendes Garante a Prerrogativa do STF Contra o Desespero Bolsonarista
Subtítulo: Gilmar Mendes e Jorge Messias dão uma “vitória humilhante” a Lula, esvaziando o poder de Davi Alcolumbre, enquanto o Centrão usa a Lei da Dosimetria para tentar manter Bolsonaro preso e livre para as eleições de 2026.
O plano de Jair Messias Bolsonaro de reconquistar o poder e, em 2027, utilizar uma maioria no Senado para iniciar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), está sofrendo reveses estratégicos e traições internas que ameaçam implodir seu núcleo político. O cenário é de desespero crescente entre seus aliados mais próximos, que veem as investigações avançarem e as chances de uma anistia se esvaírem, forçando-os a fazer escolhas cínicas e pragmáticas.
Dois movimentos simultâneos e cruciais definiram a queda de braço desta semana: a derrota institucional de Davi Alcolumbre (presidente do Congresso) para o STF, facilitada por Gilmar Mendes e o futuro ministro Jorge Messias, e a traição eleitoral do Centrão, que usou a Lei da Dosimetria para encurralar e expor o conflito interno da família Bolsonaro.

1. O Xeque-Mate de Gilmar: O Esvaziamento do Poder do Senado
O plano original de Bolsonaro e de parte do Congresso passava pela facilitação da derrubada de ministros do STF. Gilmar Mendes neutralizou este movimento com uma decisão que estabeleceu um alto patamar para o impeachment de membros da Corte: a votação precisaria de dois terços (2/3) do Senado e, inicialmente, apenas o Procurador-Geral da República (PGR) poderia fazer o pedido.
Davi Alcolumbre, presidente do Congresso, reagiu com fúria à decisão, vendo-a como uma perda de poder institucional. É neste momento que o xadrez político de Lula se mostra sutil e eficiente.
O Drible Humilhante em Alcolumbre
O conflito de Alcolumbre com o governo se aprofundou quando ele tentou marcar a sabatina de Jorge Messias (indicado por Lula para o STF) para forçar o governo a se posicionar. Contudo, Lula aplicou um “drible humilhante”: não enviou a notificação oficial (a carta) com a indicação de Messias ao Senado. Sem a notificação, Alcolumbre foi obrigado a cancelar a sabatina, passando por uma humilhação pública e se revoltando contra o governo, ameaçando que isso seria “grave e inaceitável”.
Neste vácuo, Gilmar Mendes desferiu o golpe final. Jorge Messias, no papel de Advogado-Geral da União (AGU), recorreu da decisão inicial de Gilmar sobre o impeachment. Gilmar acolheu parcialmente o recurso de Messias, decidindo o seguinte:
Qualquer um pode pedir o impeachment de um ministro do STF.
No entanto, a exigência de 2/3 do Senado para aprovação é mantida.
Este recuo de Gilmar Mendes, que permitiu que “qualquer um” peça o impeachment, pareceu uma concessão, mas foi, na verdade, uma vitória tática esmagadora para Lula e Messias e uma derrota institucional para Alcolumbre. Ao manter os 2/3 (agora 49 senadores, em vez dos 41 da maioria simples), o Senado perde poder de impeachment.
“Isso é uma derrota para ele. É uma derrota para o presidente do Senado que o Senado perca poder. Ou seja, precisava de 41 senadores para derrubar o ministro do STF. Agora vai precisar de 49. Isso é uma derrota para ele.”.
O resultado final é que o Congresso fica com o ônus de iniciar o processo (se quiser), mas o STF mantém a prerrogativa de que ele nunca será bem-sucedido sem uma articulação política praticamente impossível. A pauta de atacar o Supremo está, por ora, neutralizada por uma manobra legal e um timing político impecável.
2. A Farsa da Dosimetria e a Chantagem de Flávio Bolsonaro
A derrota institucional no STF coincide com a crise interna da direita sobre o futuro de Bolsonaro, hoje preso. O clã bolsonarista exige a aprovação de uma lei que diminua as penas dos condenados por crimes específicos, conhecida como Lei da Dosimetria.
A pressão para a aprovação desta lei partiu de Flávio Bolsonaro, que lançou uma candidatura fake à Presidência. A ameaça de Flávio era direta: se o Centrão e os aliados não aprovassem a anistia/dosimetria, ele manteria sua candidatura para atacar e queimar as pontes dos outros candidatos da direita, garantindo que “vocês não serão” eleitos. O resultado foi a aprovação da Dosimetria na Câmara dos Deputados.
Contudo, esta lei é, na verdade, uma farsa. O projeto mal altera a pena de Bolsonaro e exige que o condenado “leia e trabalhe na prisão” – algo que o próprio clã sabe ser impensável para o ex-Presidente.
O Centrão e a extrema-direita chegaram a um consenso cínico: aprovar qualquer “porcaria” que mantenha Bolsonaro preso. O pensamento é claro: “Mantém o bandidão, imbecil preso, a gente fica livre ali do Bolsonaro e aí a gente tem alguma coisa aí para apresentar pros bolsonaristas”. A anistia total fica para um momento “oportuno” — ou seja, “nunca”.
O Ato de Traição Máxima: Esperidião Amin Relator
A traição máxima a Bolsonaro ocorreu quando Davi Alcolumbre precisou indicar um relator para a Dosimetria no Senado. Este relator usaria o tema como um palanque eleitoral em 2026, se dizendo o “salvador” do bolsonarismo.
O senador escolhido foi Esperidião Amin (Progressistas).
Esta escolha é o pior cenário possível para o clã Bolsonaro. Amin é concorrente direto e rival de Carlos Bolsonaro, que foi indicado pelo pai para ser candidato ao Senado por Santa Catarina.
As Implicações da Traição:
Implosão no PL: A escolha de Amin gera uma briga interna brutal. A candidata favorita da base bolsonarista em Santa Catarina é Caroline de Toni (que teria o apoio dos filhos de Bolsonaro). O PL não tem espaço para três candidatos fortes (Carlos, Caroline e Amin) em duas vagas.
Destruição da Aliança: Amin já sinalizou que, se for deixado de fora, haverá uma explosão em qualquer articulação com o PL. A escolha de Amin, um político do Centrão (ligado a Ciro Nogueira e pragmático), que hoje está com Bolsonaro, mas amanhã pode fechar com Lula, é uma jogada eleitoral para dividir o voto bolsonarista em Santa Catarina.
A Roubada de Amin: O próprio Amin se meteu em uma “roubada”. Ele não pode transformar o projeto em anistia (seria vetado) e, ao aprovar apenas a inócua dosimetria, pegará mal para ele no futuro, sendo criticado pela própria base bolsonarista radical que esperava mais.
A escolha de Amin demonstra que o Centrão está priorizando seus interesses regionais de poder (o Senado por Santa Catarina) em detrimento dos interesses imediatos da família Bolsonaro. O recado é claro: Bolsonaro é mais útil preso para a política da direita em 2026.
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3. O Desespero Coletivo e o Voto Manipulado
A cúpula do Congresso (Câmara e Senado) está em desespero por duas razões interligadas:
Perda de Poder: A decisão de Gilmar Mendes tirou uma prerrogativa importante do Senado, e a tentativa de Alcolumbre de recuperá-la falhou.
Avanço das Investigações: Há um temor crescente de que as investigações criminais contra aliados e membros do próprio Centrão avancem e estourem durante o ano eleitoral de 2026.
O dilema da direita é cruel: por um lado, eles querem que as investigações parem. Por outro, o adiamento das operações significa que, se elas ocorrerem em 2026, o povo irá votar com a memória “bem fresquinha dos crimes que essa corja cometeu”, o que é pior para eles.
Este ciclo vicioso de desespero e manipulação é facilitado por uma falha estrutural da democracia brasileira: o voto manipulado. O transcript argumenta que parte da sociedade vota contra seu próprio bem porque é enganada por políticos de direita. Estes políticos investem em desigualdade social e desinvestem em educação, tornando as pessoas mais pobres e mais suscetíveis a vender o voto.
A situação atual aponta para um “expurgo” no Brasil, onde alguns políticos “muito bandidos” que “passaram do ponto de bandidagem” serão inevitavelmente presos ou afastados do poder. É por isso que eles se desesperam para tentar blindar a si mesmos e à família Bolsonaro, cujo apoio é vital para a eleição de um presidente de extrema-direita em 2027 que possa barrar as investigações futuras.
O que se vê é a desintegração de um projeto político megalomaníaco (o ataque ao STF) pelas mãos do pragmatismo e da traição dos seus próprios aliados. O “xeque-mate” de Gilmar e a traição de Amin garantem que o caminho de Bolsonaro rumo à liberdade se torne cada vez mais distante, e o caminho da direita em 2026, cada vez mais caótico.