MILIONÁRIO RUSSO VOLTA AO BRASIL APÓS 2 ANOS… E O QUE A FAXINEIRA ESCONDIA O DEIXOU CHOCADO!

Dimitri Volkov caminhava pelos corredores polidos do hotel Cinco Estrelas em São Paulo, com passos firmes que denunciavam o seu poder financeiro, mas a mente distante. Dois anos haviam-se passado desde a sua última estadia, e cada detalhe daquele lugar trazia consigo o peso de memórias que ele preferia manter enterradas. O mármore lustroso, os lustres de cristal a pender do teto alto, tudo parecia idêntico. Contudo, ele não era mais o mesmo homem que partira daqui com promessas vazias nos lábios. A sua mente estava presa a números, a contratos, a reuniões intermináveis em Moscou. O império da família Volkov exigia tudo de si, e ele pagara o preço por cada dia longe do Brasil.

Foi então que um som inesperado quebrou a rigidez do corredor, uma risada suave, quase musical, que o atingiu como uma melodia há muito esquecida. Dimitri ergueu o olhar e sentiu o mundo parar ao seu redor. Agatha Duarte estava ali, a poucos metros de distância, vestindo o uniforme simples de trabalho do hotel. Mas não era apenas ela que prendia toda a atenção de Dimitri. Era a criança que ela segurava nos braços com tanto cuidado e amor. Uma menina pequena, de cabelos louros e olhos azuis que brilhavam com inocência. O coração de Dimitri disparou, um tambor descompassado no seu peito.

Ele deu um passo à frente, depois outro, os seus pés movendo-se por uma força que não era sua. A criança tinha, no máximo, um ano e meio. Os cabelos eram claros, quase dourados sob a luz do corredor, e aqueles olhos azuis penetrantes que o observavam com curiosidade infantil eram inconfundíveis. Agatha sorria para a menina, com uma alegria genuína que o fazia sentir vazio por dentro. Mas, quando os olhos de Agatha finalmente se encontraram com os seus, o mundo desabou.

O sorriso dela morreu instantaneamente. Os olhos arregalaram-se, e ela abraçou a criança com mais força contra o peito, como se a protegesse de uma ameaça invisível. A colega que estava ao lado dela afastou-se discretamente, murmurando uma desculpa qualquer. Dimitri continuou a aproximar-se, incapaz de desviar o olhar. E então ele viu, quando a criança mexeu o bracinho, ajeitando-se nos braços de Agatha, viu claramente na pele delicada uma mancha de nascença em formato irregular, como uma pequena estrela desbotada. O ar fugiu dos seus pulmões. Aquela marca, ele conhecia aquela marca. Era a marca da família Volkov, que ele próprio carregava no mesmo lugar, escondida sob a manga da camisa cara que vestia.

“Não”, sussurrou Dimitri para si mesmo, mas os seus joelhos já estavam a falhar. “Não pode ser.” Mas era. A verdade estava ali, viva, a respirar, a olhar para ele com olhos inocentes que espelhavam os seus próprios. Ele caiu no chão do corredor, os joelhos a baterem contra o carpete macio. “Dimitri”, a voz de Agatha saiu trémula, quase um sussurro. “O que está a fazer aqui?” Ele ergueu o rosto. E, pela primeira vez em anos, lágrimas ameaçaram transbordar. “Agatha”, conseguiu dizer, a voz rouca. “Essa criança…” As palavras morreram na sua garganta, porque ele já sabia a resposta.

“Você precisa de ir embora”, disse Agatha, com pânico na voz. A menina começou a choramingar, sentindo a tensão da mãe. “Por favor, Dimitri, apenas vá embora.”

Mas ele não conseguia mover-se. Estava ali, de joelhos no meio do luxo, um homem que comandava milhões, destruído pela visão de uma criança que carregava o seu sangue.

“Quantos anos ela tem?”, perguntou ele, a voz mal saindo. Agatha fechou os olhos por um momento. “Um ano e três meses”, respondeu baixinho. “O nome dela é Lívia.” Dimitri fez as contas rapidamente. Um ano e três meses, mais nove meses de gravidez, eram exatamente dois anos e alguns meses, o tempo desde que ele partira de São Paulo, deixando promessas vazias e um coração partido para trás.

“Ela é minha?” Não foi uma pergunta, mas uma constatação que saiu dos seus lábios com a certeza de quem finalmente entende o tamanho do erro que cometeu. Agatha não respondeu, apenas abraçou Lívia com mais força e começou a afastar-se. Ele tentou levantar-se, as pernas bambas, e ficou ali, sozinho, cercado pelo luxo que de repente parecia tão vazio e sem sentido.

Dois anos antes, eles tinham-se conhecido num esbarrão no corredor do hotel. Ele, distraído, a olhar para o telemóvel, ela, a empurrar o carrinho de limpeza. “Me desculpe”, disse ela, as bochechas a corar. Ele levantou os olhos e ficou sem palavras. Agatha tinha olhos castanhos profundos, um sorriso tímido que o desarmou. A culpa foi minha, respondi em português ainda incerto.

Logo os encontros casuais no corredor se tornaram conversas longas, longe dos olhares. Ela falava sobre a sua vida simples, sobre a mãe, sobre os sonhos. Ele, sobre a pressão da família Volkov, sobre a solidão. “Você é diferente do que imaginei”, disse Agatha, uma noite, no terraço. O beijo aconteceu, inevitável, carregado de uma urgência que nenhum dos dois esperava.

“Volto em duas semanas”, prometeu ele, no aeroporto, segurando as mãos dela com força. “Vou resolver tudo e volto para você. Te amo, Agatha. Isso não acaba aqui.”

Mas acabou. Em Moscou, Dimitri mergulhou no inferno das responsabilidades. O seu pai sobreviveu, mas ficou debilitado. Os negócios exigiam atenção imediata. Ele tentou ligar para Agatha, mas o número que tinha estava desligado. Mandou e-mails para o endereço que ela tinha dado, mas nunca obteve resposta. Não sabia que Agatha tinha perdido o telemóvel num autocarro lotado e que o e-mail que ele tinha continha um erro de digitação.

E então veio a notícia que mudou tudo para ela. Agatha descobriu a gravidez seis semanas depois da partida de Dimitri. “Vamos criar essa criança com amor”, disse Dona Rosa, a mãe, pegando na mão da filha. Agatha tentou encontrar Dimitri, mas ele era um fantasma. Não havia números de contacto, e as suas chamadas nunca passavam da secretária na corporação gigantesca em Moscou. O seu orgulho, ferido pelo silêncio que interpretou como abandono, impediu-a de tentar mais. “Se ele quisesse me encontrar, teria encontrado”, disse ela, numa noite de choro. Ela criaria a sua filha sozinha, longe daquele mundo de promessas vazias. Protegeria Lívia do desapontamento.

Agora, o corredor do hotel parecia encolher. “Você precisa de ir embora, Dimitri. Ela é a minha filha”, disse Agatha.

“Aquela marca no braço dela é a marca da família Volkov. Eu sei que é.”

“Você não tem o direito de aparecer depois de dois anos e fazer perguntas! Onde você estava quando eu precisei de você?”, a voz de Agatha subiu, ferindo-o.

“Eu não sabia”, ele disse, a voz a quebrar. “Eu não sabia. Eu tentei te ligar centenas de vezes. Seu telefone estava sempre desligado. Mandei e-mails e nunca obtive resposta.”

Agatha parou, chocada. “Eu perdi o meu telemóvel e nunca recebi e-mail nenhum.”

Eles encararam-se em silêncio. “O e-mail que você me deu tinha um ponto depois do seu nome?”, perguntou Dimitri, lentamente.

Agatha fechou os olhos. “Não, era junto. Você deve ter anotado errado.”

“Deus!”, ele sussurrou. “Eu procurei por você. Pensei que você tinha me esquecido.”

“Eu não esqueci. Eu estava a carregar a sua filha.” Lívia, com a cabecinha inclinada, esticou uma mãozinha pequena na direção dele. “Posso… posso tocá-la?”, perguntou Dimitri.

“Não”, disse Agatha, protegendo Lívia. “Você não pode simplesmente aparecer e querer ser pai. Não funciona assim.”

“Então me diga como funciona!”, implorou Dimitri. “Diga o que eu preciso fazer, porque eu vou fazer, Agatha. Vou fazer qualquer coisa.”

“Eu não sei se acredito em você. Você já me decepcionou uma vez. Como posso arriscar o coração da minha filha com alguém que pode desaparecer a qualquer momento?”

“Nossa filha”, corrigiu Dimitri, suavemente. “E eu não vou desaparecer nunca mais. Eu sei que cometi um erro terrível há dois anos. Deixei a pressão da família e dos negócios me afastarem da única coisa que realmente importava. Mas agora eu sei. Agora eu entendo o que perdi. Eu cresci, Ágatha.”

“Então me deixe provar. Me dê uma chance de provar que sou um homem diferente agora.”

“E se ela não for sua?”, desafiou Agatha.

“Eu sei que não é coincidência. Mas se você quer prova, faremos um teste de DNA. Deixa eu ter certeza absoluta.”

“Está bem”, ela disse finalmente. “Faremos o teste, mas até termos os resultados, você mantém distância. Não quero você perto dela. Não quero que ela se acostume com você para depois você ir embora.”

“Eu aceito suas condições. Mas Agatha, quando o resultado sair, eu quero estar presente na vida dela. Quero conhecê-la. Quero ser o pai que deveria ter sido desde o começo.”

Os três dias de espera foram os mais longos da vida de Dimitri. Na manhã do terceiro dia, ele interrompeu uma videoconferência importante, pegou no telemóvel e viu o e-mail do laboratório. 99,9%. “Agatha, ela é minha filha. Oficialmente, cientificamente, indiscutivelmente. Lívia é minha filha.”

“Eu sei. Sempre soube. Preciso vê-la”, disse Dimitri, o desespero na voz.

“Eu não sei se estou pronta para isso. Tenho medo, Dimitri.”

“Não vai acontecer. Não vou embora. Vou ficar aqui o tempo que for necessário. Amanhã”, disse Agatha. “Você pode vir ao parque perto da minha casa às três da tarde. Não traga presentes caros. Não precisa tentar impressionar uma criança de um ano com coisas de luxo. Apenas seja você mesmo.”

Ele chegou ao parque com jeans e uma camisa simples. Viu Agatha a empurrar um carrinho de bebé. “Oi”, ele disse suavemente, agachando-se para ficar na altura dela. “Oi, Lívia.”

A menina escondeu o rosto no brinquedo, tímida. Eles caminharam pelo parque. Lívia apontou para os baloiços. “Ela adora balançar”, explicou Agatha.

“Posso tentar?”, perguntou Dimitri, hesitante. Agatha afastou-se. “Devagar! Ela se assusta se for muito forte.”

Dimitri empurrou o baloiço com cuidado. Lívia olhou para trás e deu uma risadinha. “Ela gostou de você”, disse Agatha, surpreendida. “Normalmente ela chora com pessoas novas.”

Ficaram ali por quase uma hora, balançando Lívia. Quando ela começou a bocejar, Agatha anunciou que estava na hora de ir. “Podemos ver-nos de novo depois de amanhã. Amanhã eu trabalho o dia todo.”

“Sua mãe sabe sobre mim?”, perguntou Dimitri.

“Sabe. Ela quer te conhecer, também tem algumas coisas para te dizer, eu imagino.”

“Quando ela quiser, eu estou disponível.” Dimitri observou Agatha afastar-se com o carrinho, e sentiu a consciência do quanto tinha perdido a pesar no seu peito como uma pedra. Chorou pelos dois anos que tinha perdido, pelas primeiras vezes de Lívia que ele nunca veria. Mas uma determinação férrea tomou conta dele. Ele faria tudo para ser o pai que Lívia merecia e o homem que Agatha precisava.

Duas semanas se passaram. Dimitri cancelara a sua passagem para Moscou três vezes. Os encontros tinham se tornado uma rotina preciosa. Três vezes por semana, no parque ou no pequeno apartamento que Agatha dividia com a mãe.

Numa tarde, Dimitri chegou com um livro infantil russo, um presente da sua infância. “Não é caro”, garantiu. “Pedi para a minha irmã mandar por correio expresso. Pensei em traduzir para vocês enquanto leio.” Eles sentaram-se no sofá, e Dimitri começou a ler, em russo e depois em português. Lívia ficou quieta, os olhos fixos nas ilustrações.

“Ela está a prestar atenção de verdade”, murmurou Agatha.

Quando terminou a história, Lívia bocejou e aninhou-se contra o braço dele. Dimitri ficou paralisado. “Ela gosta de você”, disse Agatha. “De verdade. Ontem ela viu um homem alto loiro na rua e apontou, dizendo algo que soou como ‘papá’. Ela te associou com isso.”

“Sério?” Dimitri perguntou, a voz embargada. Eu posso segurá-la? Cuidadosamente, Dimitri pegou Lívia nos braços. “Papai está aqui e não vai a lugar nenhum.”

“Você é natural com ela. Eu esperava que fosse desajeitado. Mas você é bom nisso. Eu leio sobre desenvolvimento infantil todas as noites. Vi dezenas de vídeos sobre como ser um bom pai. Tenho medo de fazer algo errado. Todo pai tem esse medo. Eu também tinha, ainda tenho toda hora.”

“O que vai acontecer quando você tiver que voltar para a Rússia de verdade?”, perguntou Agatha.

“Eu vou ter que voltar eventualmente, mas quando eu for, quero levar vocês comigo. Ou se você não quiser ir, vou voltar a cada duas semanas. Vou fazer dar certo. E se sua família não aceitar Lívia? Se eles disserem que ela não é boa o suficiente por não ter crescido com dinheiro, por não ter o sobrenome certo, então eles vão ter que me perder também. Porque Lívia é minha filha, e eu não vou abrir mão dela por nada.”

“Você mudou”, disse Agatha. “O Dimitri que eu conheci dois anos atrás, não teria dito isso. Eu era covarde”, ele admitiu. “Deixei que o medo de decepcionar meus pais me afastasse da única coisa que me fazia verdadeiramente feliz. Mas não mais. Eu cresci, Ágata. Lívia se mexeu nos braços dele. Papai está aqui e não vai a lugar nenhum.”

“Eu ainda tenho medo. Medo de acreditar em você e me decepcionar de novo. Mas ao mesmo tempo vejo como ela é com você. E sei que ela merece ter um pai presente, mesmo que isso me assuste.”

“Eu não vou te decepcionar”, Dimitri prometeu. “Perdi dois anos da vida da minha filha. Não vou jogar fora a segunda chance que me deram. Vamos um dia de cada vez”, disse Agatha.

Na segunda-feira seguinte, Morgana Vilela, a supervisora do hotel, que estava obcecada por Dimitri e com inveja de Agatha, armou um plano. Ela viu Agatha com o bebé, concluiu que ela o tinha “prendido” com uma gravidez e decidiu agir. Morgana tinha notado Dimitri desde a primeira vez, e ele mal a tinha olhado. Era uma ofensa pessoal que ele escolhesse a “faxineira”.

Morgana esperou pela oportunidade. Quando uma hóspede reclamou de uma pulseira desaparecida, Morgana teve a ideia. Seria fácil e efetivo. Uma acusação de roubo mancharia a reputação de Agatha. A oportunidade surgiu numa manhã de sexta-feira. Dimitri estava no saguão. Morgana, rapidamente, pôs um colar barato na bolsa de trabalho de Agatha, e fez uma ligação anónima à gerência, fingindo ser uma hóspede preocupada.

O elevador desceu, e Agatha encontrou Morgana no hall. “Agatha Duarte, venha aqui. Recebemos uma denúncia anónima. Como supervisora, é meu dever investigar.”

“Eu nunca roubei nada”, disse Agatha, mas o medo crescia. Morgana virou a bolsa de cabeça para baixo sobre o balcão. Roupas, carteira… e então, caindo por último, um colar que brilhou. “Isso não é meu”, disse Agatha, a voz subindo de tom. “Alguém colocou isso aí.”

Nesse momento, Dimitri apareceu. “Senhor Volkov, lamento que tenha que presenciar isto. Uma de nossas funcionárias foi pega roubando.”

“Isso é mentira”, disse Agatha, olhando diretamente para Dimitri. Havia desespero em seu olhar. “Eu juro, eu não fiz isso.”

Dimitri olhou para o colar, para Morgana, e de volta para Agatha. Conhecia a sua honestidade, mas ali estava a evidência. “Morgana, tem certeza disso? Tem prova além do colar? Câmeras de segurança, por exemplo. Este hotel está cheio delas.”

Morgana empalideceu levemente. “As câmeras do décimo andar estão em manutenção esta semana. Que azar, não é?”

“Que conveniente”, Dimitri disse, repetindo as palavras dela.

Agatha percebeu que não importava se era inocente. A simples acusação já tinha manchado a sua reputação. Tirou o crachá do uniforme e colocou-o sobre o balcão, ao lado do colar. “Você ganhou. Não sei por que fez isso. Qual problema tem comigo, mas você ganhou.” Ela pegou a sua bolsa e caminhou em direção à saída com dignidade silenciosa.

“Agatha, não faça isso!”, disse Dimitri. “Vamos resolver isso. Vamos provar que você é inocente.”

“E mesmo se provarmos? O que muda? As pessoas já decidiram. Prefiro sair daqui com a cabeça erguida.”

Dimitri ficou paralisado. Ele tinha falhado com ela mais uma vez.

Agatha caminhou por três quarteirões antes de parar, as lágrimas silenciosas e amargas. O seu telemóvel vibrou. Era Dimitri. Ela ignorou. Tinha perdido o emprego, tinha sido acusada de ladra, e a pior parte era saber que alguém tinha planeado aquilo deliberadamente.

Quando chegou ao apartamento, Lívia correu para ela. “Mamãe!”, balbuciou. Agatha a abraçou com força. “Você voltou cedo”, disse Dona Rosa. “O que aconteceu?”

Agatha contou tudo. “Você tem que processar. Tem que limpar seu nome. O Dimitri acredita em você, não é? Ele está a ligar.”

Agatha atendeu. “Sou eu, Dimitri. Preciso te ver. Preciso te contar o que descobri.”

Meia hora depois, ele estava à porta. Lívia olhou para cima. “Papá”, disse claramente. Foi a primeira vez que pronunciou a palavra perfeitamente. As lágrimas vieram aos olhos de Dimitri.

“Eu sei quem te armou e sei porquê. Renato Prado, o rececionista, procurou-me. Ele me disse que Morgana estava obcecada comigo e ressentida com você. Eu paguei um técnico para recuperar as gravações das câmeras de segurança. Morgana mentiu sobre estarem em manutenção. Elas estavam funcionando perfeitamente.”

Ele mostrou o vídeo a Agatha: Morgana a plantar o colar na bolsa. “Ela realmente fez isso. Ela armou-me deliberadamente.”

“Ela vai pagar por isso. Morgana foi demitida imediatamente, e eu estou a processá-la por difamação e danos morais. Os advogados da minha empresa já estão cuidando disso. Você não precisava fazer isso. Você é a mãe da minha filha. Você é uma pessoa honesta e trabalhadora que foi destruída por pura inveja. Não vou deixar isso passar.”

Dona Rosa concordou: “Pelo menos está a tentar consertar agora. Isso conta alguma coisa.”

Lívia aproximou-se, oferecendo um bloco de montar ao pai. “Papá, olha.”

“Obrigada”, disse Agatha. “Por acreditar em mim, por lutar por mim.”

“Sempre vou lutar por você”, Dimitri prometeu. “E pela Lívia. Vocês são a minha família agora.”

“O que acontece agora?”, perguntou Agatha.

“Vamos limpar o seu nome publicamente. Vou fazer questão de que todos no hotel saibam a verdade.”

Três semanas se passaram. Dimitri exigiu uma reunião com toda a diretoria. Todos os funcionários foram convocados ao salão de eventos. O gerente geral anunciou a injustiça. “Graças ao Senhor Volkov, conseguimos recuperar as gravações das câmeras de segurança e descobrir a verdade. Agatha Duarte foi vítima de uma armação deliberada e maliciosa.”

Dimitri mostrou o vídeo. Morgana, pálida, tentou negar, mas a evidência era irrefutável. “Você armou para Agatha Duarte porque estava com ciúmes da atenção que eu dava a ela.”

“Morgana Vilela, você está demitida por justa causa, e está a ser processada criminalmente por difamação. Sugiro que arranje um bom advogado.”

Morgana foi escoltada para fora, sob os olhares de todos. “Eu só queria justiça. Ela não merecia ele.”

“O que é ridículo”, Renato disse, levantando-se. “É você achar que tem direito de julgar o relacionamento de outras pessoas. Agatha é dez vezes a pessoa que você jamais será.”

“Agatha Duarte é uma das pessoas mais honestas e trabalhadoras que já conheci. O que aconteceu com ela foi uma injustiça terrível, mas espero que a verdade revelada hoje restaure sua reputação completamente.”

Mais tarde, ele foi ao apartamento dela, levando os documentos da indenização. “É o que você merece. Pelo que passou, pela humilhação.”

“Obrigada. Por lutar por mim, por não desistir mesmo quando eu quase desisti de mim mesma.”

Dimitri estendeu a sua estadia no Brasil indefinidamente. As visitas tornaram-se diárias. Lívia floresceu. Mas a conversa sobre o futuro tinha que acontecer. Numa tarde de domingo, com Lívia a cochilar no sofá, Dimitri trouxe o assunto à tona.

“O meu pai me ligou. Ele está a exigir que eu volte para Moscou. Há decisões importantes que precisam ser tomadas.”

“Eu disse a ele que não vou. Ou melhor, disse que só vou se puder levar vocês comigo.”

Ele ajoelhou-se em frente a Agatha. “Eu sei que te magoei. Mas também sei que amo você. Amo a nossa filha mais do que achei possível amar alguém. Venham comigo para a Rússia. Pelo menos para visitar, conhecer a minha família.”

“Eu tenho medo. Medo de acreditar em você e me decepcionar de novo. Medo de que sua família nos rejeite.”

“Minha família vai te amar. E se não amarem? Se ousarem te fazer sentir mal, vão ter que me perder também. Porque eu escolho vocês.”

Nesse momento, Lívia acordou. Viu o pai ajoelhado no chão. Com a lógica simples de uma criança, ela sentou-se no chão, segurou o dedo de Dimitri com uma mão e o de Agatha com a outra, juntando-os. O gesto foi tão puro que quebrou as últimas defesas de Agatha.

“Ela sabe”, disse Agatha, olhando para a filha. “De alguma forma, ela sabe o que precisamos.”

Dimitri pegou Lívia no colo. “Então você vai nos dar essa chance? Vai nos deixar tentar ser uma família de verdade?”

“Está bem”, ela disse finalmente. “Vamos tentar um dia de cada vez, como combinamos, com o compromisso de tentar de verdade.”

“Um dia de cada vez”, Dimitri concordou. Era tudo o que ele precisava. Eles abraçaram-se ali, os três juntos. Uma família imperfeita, remendada, mas real. O futuro era nebuloso, mas pela primeira vez, Agatha estava ansiosa para descobrir o que viria a seguir, porque, qualquer que fosse o futuro, eles o enfrentariam juntos.

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News