Na manhã gelada de 15 de março de 1860, trabalhadores da fazenda Santa Rita, nos arredores de Ouro Preto, Minas Gerais, fizeram uma descoberta que faria o sangue de qualquer pessoa congelar nas veias. Ao cavar em uma nova área para plantio próximo ao rio que cortava a propriedade, as enxadas atingiram algo que definitivamente não era terra ou pedra, era tecido.
Tecido fino, caro, do tipo que apenas as senhoras mais ricas da província poderiam usar. Quando finalmente desenterraram o corpo completamente, o horror do que encontraram superou qualquer pesadelo. Ali estava Dona Mariana Constança de Távora e Albuquerque, a temida sinhá da fazenda, enterrada de cabeça para baixo, com os pés apontando para o céu e o rosto voltado para as profundezas da terra.
Ao redor do corpo, dispostos em círculo perfeito, havia sete velas negras consumidas, ossos de animais arranjados em padrões geométricos específicos e um boneco de pano cravejado com espinhos contendo mechas de cabelo idênticas às da falecida. Mas o mais perturbador não era apenas a forma como a sinhá havia sido enterrada.

Era o fato de que, desde o dia de seu desaparecimento, três semanas antes, o rio que alimentava toda a região, estava secando progressivamente, definhando dia após dia, como se a própria Terra estivesse rejeitando suas águas. Esta não é apenas a história de um assassinato, é o relato documentado de como uma escrava curandeira transformou conhecimentos ancestrais africanos em arma letal contra sua opressora,
lançando uma maldição que afetaria Ouro Preto por décadas. Uma vingança tão meticulosamente planejada e executada que até hoje, mais de 160 anos depois, moradores da região ainda evitam passar pelo local onde Mariana Távora foi encontrada. Se você se interessa por histórias reais de resistência negra que a elite brasileira tentou apagar dos livros de história, se inscreva no canal agora e ative o sininho.
Esta é uma narrativa que combina fatos históricos documentados com elementos do sagrado e do sobrenatural, revelando como o conhecimento ancestral africano foi usado como instrumento de justiça quando nenhuma outra forma de justiça estava disponível. Deixe seu like para que o YouTube mostre esta história para mais pessoas que precisam conhecer a verdade sobre nosso passado.
O caso da feiticeira de Ouro Preto permanece como um dos episódios mais enigmáticos e assustadores da história da escravidão em Minas Gerais. Até hoje, documentos da época descrevem eventos que a ciência não consegue explicar completamente. O rio que secou nunca mais voltou a ter o mesmo volume de água. A casa grande da fazenda Santa Rita foi abandonada e posteriormente demolida, porque ninguém conseguia permanecer lá sem sentir presenças inexplicáveis.
E a mulher responsável por tudo isso, uma escrava curandeira conhecida apenas como Maria Benguela, simplesmente desapareceu sem deixar rastros, como fumaça dissolvendo-se no ar da manhã mineira. Esta é sua história completa, desde os anos de sofrimento que motivaram a vingança até as consequências que ainda reverberam em Ouro Preto.
Ouro Preto, em 1860, vivia seus últimos anos de esplendor como capital da província de Minas Gerais. A cidade que havia sido construída sobre ouro agora experimentava o declínio de suas minas. Mas a elite colonial mantinha seu poder através de fazendas de café e cana de açúcar nos arredores. A riqueza acumulada durante o ciclo do ouro permitia que algumas famílias mantivessem um estilo de vida luxuoso, sustentado pelo trabalho escravo, que continuava sendo a base econômica da região.
A fazenda Santa Rita, propriedade da família Távora e Albuquerque, localizava-se a aproximadamente 12 km do centro de Ouro Preto, numa região de vales férteis cortados por rios de água cristalina. A propriedade tinha 200 alqueires de terra cultivados com café e cana, além de uma mina de ouro praticamente esgotada, que ainda produzia quantidades modestas do metal precioso.
A casa grande, construída no estilo colonial português com paredes grossas de pedra e telhas de barro, dominava a paisagem do alto de uma colina, olhando com arrogância para as senzalas que se espalhavam no vale abaixo. Dona Mariana Constança de Távora e Albuquerque era a matriarca da fazenda desde a morte de seu marido, o Coronel Januário de Albuquerque, ocorrida em 1855.
Aos 42 anos em 1860, Mariana controlava com punho de ferro não apenas os 87 escravos da propriedade, mas também seus três filhos adultos, que viviam aterrorizados por sua personalidade dominadora e cruel. Alta, de porte aristocrático, cabelos negros sempre presos em coque severo, Mariana era conhecida em toda a região por sua beleza fria e por um sadismo particular que direcionava especialmente às escravas mulheres.
Diferente de muitos senhores que delegavam a disciplina dos escravos aos feitores, Mariana fazia questão de participar pessoalmente dos castigos. Tinha uma coleção de chicotes de diferentes tipos, cada um escolhido para infligir um tipo específico de sofrimento. Seu preferido era um chicote de couro cru com pontas de metal que deixava cicatrizes permanentes, mas sua crueldade ia além da violência física.
Mariana tinha prazer psicológico em humilhar, separar famílias, destruir qualquer esperança ou dignidade que os escravos pudessem manter. Maria Benguela chegou à fazenda Santa Rita em 1851, com aproximadamente 25 anos, vendida por um traficante de escravos de São João del Rei. Seu nome verdadeiro africano se perdeu nos registros coloniais, mas ela trouxera consigo conhecimentos que a tornavam especial e perigosa.
Na África, antes de ser capturada, Maria havia sido iniciada nos mistérios das plantas medicinais e dos rituais ancestrais. Era curandeira, parteira e conhecedora dos segredos que conectavam o mundo visível ao mundo invisível dos espíritos. Nos primeiros anos na fazenda, Maria manteve seus conhecimentos ocultos, trabalhando discretamente como cozinheira e realizando curas secretas para outros escravos.
Tratava ferimentos que os feitores causavam, ajudava mulheres em partos difíceis, preparava remédios para doenças que afligiam a senzala. Sua reputação cresceu silenciosamente entre a comunidade escrava, mas ela tinha cuidado para que os senhores não percebessem suas habilidades especiais. A relação entre Maria e Mariana começou a se deteriorar em 1857, quando a sinhá descobriu que Maria estava tratando uma escrava chamada Joana, que havia sido brutalmente castigada por Mariana por derrubar uma bandeja de porcelana cara. Joana estava morrendo de
infecção quando Maria usou cataplasmas de ervas que salvaram sua vida. Mariana ficou furiosa, não por piedade, mas porque considerava que qualquer escrava que ela decidisse matar deveria morrer sem interferência. Assim, a sinhá ordenou que Maria fosse açoitada publicamente como punição por sua insubordinação. Foram 50 chicotadas aplicadas por Mariana pessoalmente, enquanto todos os escravos eram forçados a assistir.
Maria suportou o castigo sem emitir um único grito, o que enfureceu ainda mais a sinhá. Aquele silêncio não era submissão, era resistência. Era a primeira manifestação de um poder que Mariana não compreendia, mas que começava a temer instintivamente. Após o açoitamento, Maria foi trancada no tronco por três dias, sem água nem comida, exposta ao sol escaldante das tardes mineiras.
Mas Maria sobreviveu e, quando foi libertada do tronco, algo havia mudado em seus olhos. O medo que existia antes havia sido substituído por uma determinação fria e calculista. Os outros escravos perceberam a mudança. Começaram a sussurrar que Maria não era apenas uma curandeira, mas alguém que conhecia os mistérios mais profundos, os segredos que permitiam comunicação com os espíritos ancestrais e manipulação de forças que os brancos nem sabiam que existiam.
Mariana também percebeu a mudança, mas interpretou como desafio à sua autoridade. Iniciou então uma campanha sistemática de perseguição contra Maria. Proibia que outros escravos conversassem com ela, negava-lhe comida regularmente, inventava motivos para novos castigos, obrigava-a a realizar as tarefas mais humilhantes e degradantes da fazenda.
Em uma ocasião, forçou Maria a limpar o chão da casa grande, usando apenas a língua, enquanto Mariana e suas amigas assistiam e riam. Cada humilhação, cada chicotada, cada dia de fome era cuidadosamente arquivado na memória de Maria, mas ela não reagia com violência impulsiva. Ao contrário, começou a observar Mariana com atenção científica, estudando seus hábitos, rotinas, medos e fraquezas.
Aprendeu que a sinhá tinha pavor de escuridão e de solidão. Dormia sempre com velas acesas no quarto. Descobriu que Mariana sofria de enxaquecas terríveis que a deixavam vulnerável por dias inteiros. Notou que a sinhá era supersticiosa, acreditava em mau-olhado e evitava certos números e datas consideradas de azar.
Em 1859, Maria começou a colher as plantas específicas de que precisaria. No meio da noite, quando todos dormiam, saía silenciosamente para as matas ao redor da fazenda, identificando e coletando espécies que cresciam apenas em locais específicos, sob condições específicas. Reuniu sementes de tingui, extremamente venenosas, coletou raízes de mandioca brava que continham cianeto natural.
Encontrou a rara saião do reino, cujas propriedades tóxicas eram conhecidas apenas por curandeiros africanos experientes. Guardou tudo em pequenos sacos de pano escondidos sob o assoalho da senzala, esperando o momento certo. O ano de 1859 marcou a escalada final da crueldade de Mariana Távora contra Maria Benguela e os escravos da fazenda Santa Rita.
Em maio daquele ano, aconteceu um incidente que selaria definitivamente o destino da sinhá. Mariana descobriu que Maria estava ensinando outras escravas a ler usando páginas rasgadas de uma Bíblia velha que havia sido descartada. A alfabetização de escravos era proibida e considerada extremamente perigosa pelos senhores que temiam que conhecimento levasse à rebelião.
A punição foi exemplar e brutal. Mariana não apenas açoitou Maria novamente, mas também mandou cortar o dedo indicador da mão direita de cada uma das cinco escravas que estavam aprendendo a ler. Os dedos foram cortados com um facão, sem qualquer cuidado médico, e duas das mulheres morreram de infecção nas semanas seguintes.
Maria foi forçada a assistir às amputações e depois limpar o sangue, enquanto Mariana repetia que aquilo era o que acontecia com negras que tentavam se comportar como gente civilizada. Aquela noite, trancada na senzala, Maria realizou seu primeiro ritual de preparação. Usando carvão, desenhou símbolos no chão de terra batida, símbolos que seus ancestrais haviam ensinado, que conectavam o mundo dos vivos com o mundo dos mortos.
Acendeu uma pequena fogueira alimentada com ervas específicas e começou a cantar em voz baixa, numa língua que nenhum dos outros escravos reconhecia, mas que todos sentiam vibrar em seus ossos. Estava chamando os espíritos de todos os que haviam morrido sob o julgo de Mariana Távora, convocando-os para testemunhar e auxiliar na vingança que estava por vir.
Durante os meses seguintes, eventos estranhos começaram a acontecer na casa grande. Mariana acordava no meio da noite, ouvindo sussurros que vinham das paredes. Espelhos quebravam sem motivo aparente. Comida apodrecia em questão de horas, mesmo estando fresca. Velas se apagavam sozinhas, deixando a sinhá aterrorizada na escuridão.
Mariana tentou ignorar esses acontecimentos inicialmente, mas a frequência e intensidade dos fenômenos aumentavam progressivamente. Maria estava trabalhando metodicamente, usando conhecimentos que combinavam química natural com manipulação psicológica. Colocava extratos de plantas específicas na comida de Mariana, doses pequenas demais para matar, mas suficientes para causar alucinações vívidas.
Essas plantas faziam parte da farmacopeia africana tradicional, usadas por séculos em rituais de iniciação e cura, mas também podiam ser instrumentos de terror quando aplicadas com intenção maliciosa. As alucinações de Mariana começaram com sombras se movendo no canto dos olhos. Depois vieram as vozes, sussurros acusadores que pareciam vir de todos os lugares simultaneamente.
A sinhá começou a ver rostos de escravos mortos aparecendo em espelhos e janelas. Via sangue escorrendo pelas paredes, embora ninguém mais conseguisse enxergar. Suas noites se tornaram insuportáveis, preenchidas com pesadelos, onde era perseguida por figuras espectrais que a acusavam de crimes inomináveis.
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O padre realizou uma cerimônia de exorcismo, borrifando água benta por todos os cômodos e rezando para expulsar demônios. Por alguns dias, Mariana sentiu alívio, mas logo os fenômenos recomeçaram com intensidade redobrada, porque Maria havia apenas esperado o momento certo para retomar seu trabalho. A reputação de Maria entre os escravos crescia exponencialmente.
Ela era vista como alguém que possuía poderes especiais, que podia transitar entre mundos, que tinha a proteção dos ancestrais. Escravos de fazendas vizinhas começaram a procurá-la discretamente durante as feiras dominicais, pedindo ajuda para suas próprias aflições. Maria tratava doenças, resolvia conflitos, dava conselhos e lentamente construía uma rede de pessoas que lhe deviam favores, que guardariam seus segredos, que testemunhariam sua justiça quando o momento chegasse.
Em outubro, Mariana tomou uma decisão que aceleraria seu próprio fim. Ordenou que Maria fosse vendida para um traficante de escravos que estava de passagem pela região. Um homem conhecido por revender cativos para as piores fazendas do interior, lugares onde a expectativa de vida raramente passava de 5 anos.
Era uma sentença de morte lenta e dolorosa, e Mariana sabia disso, saboreando a crueldade de sua decisão. Mas os filhos de Mariana, especialmente o mais velho Inácio Távora, intervieram pela primeira vez. Inácio havia sido curado por Maria de uma febre grave anos antes e sentia gratidão pela curandeira. Convenceu a mãe a cancelar a venda, argumentando que Maria era valiosa demais como cozinheira e que substituí-la seria difícil.
Mariana cedeu relutantemente, mas aumentou a perseguição diária, tornando a vida de Maria um inferno constante de humilhações e castigos. Foi então que Maria tomou sua decisão final. Não seria mais apenas tormento psicológico, seria morte, seria vingança completa e seria feito de forma que deixasse uma marca permanente, um aviso para todos os senhores de escravos de que existiam forças que eles não compreendiam e não podiam controlar.
O plano que Maria desenvolveu era elaborado e requeria tempo, paciência e execução perfeita. Primeiro, Maria precisava de acesso à rotina íntima de Mariana. Conseguiu isso voluntariando-se para ajudar na limpeza dos aposentos privados da sinhá, trabalho que nenhuma outra escrava queria fazer por medo.
Durante essas limpezas, Maria roubava pequenos objetos pessoais de Mariana: fios de cabelo presos em escovas, pedaços de tecido manchados com suor e aparas de unhas. Cada item seria usado no ritual final, conectando a vítima ao feitiço de forma inquebrável. Segundo, Maria precisava preparar o veneno específico. Não seria uma morte rápida por envenenamento óbvio.
Seria gradual, permitindo que Mariana sofresse, que sentisse seu corpo falhar progressivamente, que experimentasse o terror de uma doença misteriosa que nenhum médico conseguia diagnosticar ou curar. Maria começou a adicionar doses microscópicas de seus preparados à comida de Mariana, quantidades tão pequenas que não causavam sintomas imediatos, mas que se acumulavam no corpo, destruindo lentamente órgãos vitais.
Terceiro e mais importante, Maria precisava preparar o ritual de sepultamento invertido. Segundo as crenças ancestrais africanas que ela carregava, enterrar alguém de cabeça para baixo impedia que o espírito encontrasse descanso. A pessoa ficaria presa entre mundos, eternamente confusa, eternamente punida, incapaz de ascender aos ancestrais ou de reencarnar.
Era a maldição mais severa possível, reservada apenas para os crimes mais hediondos. E para Maria, duas décadas de brutalidade sistêmica contra centenas de pessoas qualificavam Mariana para esse destino. O mês de fevereiro de 1860 trouxe mudanças sutis, mas significativas à fazenda Santa Rita. Mariana Távora começou a apresentar sintomas preocupantes de deterioração física.
Suas enxaquecas, que antes eram esporádicas, tornaram-se constantes e debilitantes. Ela perdia peso rapidamente, sua pele adquiria tom amarelado e ataques de náusea a acometiam sem aviso prévio. Médicos foram chamados de Ouro Preto e até mesmo de Mariana, mas nenhum conseguia identificar a doença que afligia a sinhá. Maria observava tudo com satisfação fria.
O veneno de ação lenta estava funcionando perfeitamente. Ela utilizava uma combinação de substâncias extraídas do tingui e da mandioca brava, dosadas com precisão científica, que havia aperfeiçoado ao longo de anos tratando doenças. A ironia não escapava a ela. Os mesmos conhecimentos que usava para curar agora eram empregados para matar.
Era justiça simétrica, poética em sua crueldade. Durante as primeiras semanas de fevereiro, Maria intensificou os rituais noturnos. Toda madrugada, quando a fazenda dormia profundamente, ela saía silenciosamente da senzala e caminhava até uma clareira nas matas próximas, um local onde três grandes árvores formavam um triângulo natural.
Ali, à luz da lua, ela desenhava círculos no chão com cinzas, posicionava ossos de animais em padrões específicos, acendia velas negras que ela mesma havia fabricado usando cera de abelha misturada com ervas de cemitério. Os cânticos que Maria entoava durante esses rituais eram antigos, transmitidos através de gerações de curandeiros africanos.
Eram invocações aos Orixás, aos espíritos ancestrais, aos guardiões dos caminhos entre vida e morte. Ela pedia permissão, pedia poder, pedia justiça. E, segundo sua crença profunda, os espíritos respondiam. Ela sentia presenças ao seu redor durante os rituais. Ventos que sopravam mesmo quando o ar estava parado. Sons de tambores distantes que ninguém mais conseguia ouvir.
O dia 20 de fevereiro foi escolhido por Maria com significado específico. Era lua nova, o momento de escuridão máxima, quando o véu entre mundos se tornava mais fino. Era também o aniversário da morte do marido de Mariana, data que a sinhá sempre passava em estado de melancolia profunda, trancada em seus aposentos. Seria o momento perfeito para o ato final.
Naquela tarde, Maria preparou o jantar de Mariana com cuidado especial. No chá da sinhá, adicionou a dose final de veneno, desta vez quantidade suficiente para causar efeito letal em poucas horas. Mas antes do veneno, Maria havia misturado extrato de Datura, planta alucinógena poderosa, que mergulharia Mariana em estado de confusão e paralisia parcial.
Assim, a sinhá estaria consciente. Poderia sentir tudo, mas seria incapaz de gritar ou resistir. Mariana tomou o chá às 7 horas da noite, como era seu costume. Meia hora depois, começou a sentir tontura intensa. Tentou chamar por ajuda, mas sua voz saía apenas como um sussurro fraco. Suas pernas não respondiam aos comandos de seu cérebro.
Caiu da cadeira onde estava sentada e ficou no chão de seu quarto, incapaz de se mover, vendo a realidade se distorcer ao seu redor. As paredes pareciam pulsar, sombras ganhavam forma e substância, vozes vinham de todos os lugares. Maria entrou no quarto às 8 horas, quando tinha certeza de que os efeitos estavam completos. Trancou a porta por dentro e ficou parada observando Mariana caída no chão, os olhos da sinhá arregalados de terror, finalmente compreendendo o que estava acontecendo.
Maria ajoelhou-se ao lado dela e começou a falar, sua voz calma e medida, contrastando com o horror da situação. “Sinhá Mariana”, disse Maria. “Você se lembra de Joana? A mulher que você quase matou por derrubar porcelana? Se lembra de Ana, Rosa, Benedita, Joaquina e Teresa? As cinco que você mandou cortar os dedos por estarem aprendendo a ler? Ana e Rosa morreram de infecção.
Você se lembra de chorar por elas? Não, porque você nunca chorou por nenhum de nós, nunca nos viu como humanos. Mas nós somos humanos, sim. E os humanos têm memória. Têm ancestrais que os protegem, têm conhecimentos que vocês, brancos, nem imaginam que existem.” Mariana tentou desesperadamente falar, mas conseguia apenas emitir sons estrangulados.
Lágrimas escorriam de seus olhos enquanto Maria continuava falando, enumerando cada crueldade, cada morte, cada sofrimento que havia sido causado sob as ordens da sinhá. Era confissão forçada, julgamento e sentença. Tudo de uma vez. Às 9 horas da noite, Mariana Távora morreu. Seu coração simplesmente parou, sobrecarregado pela combinação de venenos e pelo terror absoluto que havia experimentado em suas últimas horas.
Maria verificou a ausência de pulso e então iniciou a parte mais importante de seu plano, o ritual de sepultamento invertido. Trabalhou rapidamente, mas com precisão. Despiu o corpo de Mariana e lavou-o com água que havia sido fervida com ervas específicas. Enquanto lavava, cantava em voz baixa, preparando o espírito da morta para seu destino final.
Depois revestiu o corpo com um vestido branco simples, não as roupas caras que Mariana usaria para um enterro normal, mas um sudário básico que simbolizava a remoção de todo status e privilégio na morte. Maria então envolveu o corpo em um lençol grande e arrastou-o para fora do quarto, descendo as escadas da casa grande.
A fazenda estava silenciosa. Os filhos de Mariana estavam fora, visitando propriedades vizinhas. Os escravos dormiam na senzala. Ninguém viu Maria carregando o corpo através da noite até à margem do rio, onde havia preparado antecipadamente uma cova de profundidade adequada. O local escolhido tinha significado específico.
Era próximo à nascente do rio que alimentava toda a propriedade, a fonte de vida da fazenda. Ao enterrar Mariana ali, Maria estava simbolicamente envenenando a fonte, contaminando-a com a presença de uma opressora, garantindo que nenhuma bênção fluiria mais daquelas águas. A cova havia sido cavada na noite anterior, trabalho árduo que levou horas.
Maria desceu o corpo para dentro dela, mas ao invés de deitá-lo de costas, como seria normal, posicionou-o completamente invertido, cabeça para baixo, pés apontando para o céu. Ao redor do corpo, dentro da cova, Maria posicionou sete velas negras que acendeu uma por uma. Colocou o boneco de pano que havia preparado, contendo cabelos de Mariana, e cravejado com sete espinhos longos, um para cada ano de sofrimento intenso sob seu julgo.
Então, Maria realizou o cântico final. Eram palavras em língua africana, um dialeto que havia sido preservado entre curandeiros através de gerações de escravidão, palavras que invocavam os orixás Exu e Oiá, guardiões das encruzilhadas e dos ventos, pedindo que selassem aquele túmulo e mantivessem o espírito preso ali para sempre.
Maria declarou em voz alta que qualquer tentativa de mover aquele corpo resultaria em maldição sobre quem o tocasse, que aquela terra estava agora marcada eternamente com o sangue da injustiça. Finalmente, começou a cobrir a cova com terra. Trabalhou metodicamente, despejando cada pá de terra com intenção ritual, visualizando o espírito de Mariana, sendo selado para sempre naquela posição invertida, condenada a vagar eternamente entre mundos sem encontrar paz ou redenção.
Quando terminou, já eram 3 horas da madrugada. Maria alisou cuidadosamente a superfície, espalhando folhas e galhos para disfarçar que a terra havia sido recém-mexida. Depois lavou-se no rio, limpando qualquer traço de terra ou evidência que pudesse conectá-la ao que havia feito. Voltou silenciosamente para a senzala e deitou-se em seu catre, esperando o caos que viria com o amanhecer.
O amanhecer de 21 de fevereiro trouxe a descoberta imediata da ausência de Mariana Távora. Às 6 da manhã, quando a mucama responsável por acordar a sinhá entrou no quarto, encontrou apenas o cômodo vazio e em desordem. A janela estava aberta, cortinas balançando com a brisa matinal. A cama não havia sido dormida, não havia sinais de luta, mas algo no ar do quarto parecia errado, pesado, carregado de uma presença opressiva que fez a mucama recuar instintivamente.
Inácio Távora, o filho mais velho, organizou imediatamente buscas pela fazenda e arredores. 200 pessoas, entre escravos, feitores e vizinhos convocados, vasculharam cada canto da propriedade. Procuraram nas matas, nos campos de cultivo, nos celeiros, nos porões da Casa Grande. Nada. Mariana havia simplesmente desaparecido, como se tivesse sido tragada pela Terra.
Durante os três dias seguintes, as buscas se intensificaram. Inácio enviou mensagens para as autoridades em Ouro Preto, solicitando ajuda oficial. Um delegado chegou da capital com seis soldados e conduziu interrogatórios com todos os escravos da fazenda. Maria foi questionada como todos os outros, mas sua performance foi impecável.
Demonstrou preocupação apropriada, respondeu todas as perguntas com clareza. Não apresentou sinais de nervosismo ou culpa. Afinal, ela não estava mentindo tecnicamente quando dizia que não sabia onde a sinhá estava. Sabia onde o corpo estava enterrado, mas não onde o espírito de Mariana vagava. Agora, foi no quinto dia após o desaparecimento que os primeiros sinais sobrenaturais começaram a se manifestar de forma impossível de ignorar.
O rio que cortava a fazenda Santa Rita, que sempre havia corrido abundante, mesmo em períodos de seca, começou a diminuir visivelmente. A cada dia que passava, o nível da água baixava, as margens se alargavam, pedras que nunca haviam estado expostas começavam a aparecer. Trabalhadores tentaram buscar explicações lógicas.
Talvez um deslizamento de terra estivesse bloqueando a nascente. Talvez houvesse uma seca extraordinária nas montanhas. Mas quando investigaram a nascente, ela continuava brotando normalmente. Era especificamente o trecho que passava pela fazenda que estava secando. Os animais da propriedade começaram a comportar-se estranhamente.
Cavalos recusavam-se a passar perto da área próxima ao rio. Cachorros latiam e uivavam durante toda a noite sem motivo aparente, olhando fixamente para direções onde não havia nada visível. Galinhas pararam de botar ovos. Vacas reduziram drasticamente a produção de leite. Era como se toda a vida animal sentisse uma presença maligna que os humanos não conseguiam perceber diretamente.
As manifestações dentro da casa grande tornaram-se ainda mais intensas. Os filhos de Mariana, que haviam retornado para ajudar nas buscas, começaram a ter pesadelos idênticos. Todos sonhavam com a mãe enterrada de cabeça para baixo, gritando por socorro em algum lugar escuro sob a terra. Acordavam simultaneamente no meio da noite, suando frio, com a sensação de que alguém os estava observando das sombras dos quartos.
Se esta história está te impressionando, compartilhe agora para que mais pessoas conheçam o poder da resistência ancestral africana. Deixe seu like e se inscreva para mais conteúdos sobre histórias reais que revelam nosso passado oculto. Objetos pessoais de Mariana começaram a se comportar de forma inexplicável. Espelhos em seu quarto rachavam espontaneamente.
Suas roupas guardadas no armário apareciam espalhadas pelo chão toda a manhã, mesmo após serem dobradas e organizadas na noite anterior. Seu perfume favorito, uma fragrância cara importada da França, podia ser sentido em todos os cômodos da casa nas horas mais estranhas, especialmente à meia-noite.
Embora o frasco estivesse lacrado e guardado. A temperatura na Casa Grande mudou drasticamente. Mesmo durante os dias quentes de fevereiro e março, certos cômodos permaneciam gelados com um frio úmido que penetrava os ossos. Visitantes comentavam sentir mãos invisíveis tocando seus ombros, ouvir sussurros em seus ouvidos, ver sombras que se moviam no canto da visão, mas desapareciam quando olhadas diretamente.
Em 10 de março, aconteceu o evento que convenceu definitivamente todos de que algo sobrenatural estava acontecendo. Um escravo jovem chamado José, que não tinha participação em qualquer dos eventos e não sabia de nada sobre o enterro de Mariana, estava trabalhando nos campos quando foi possuído por algo que os outros escravos identificaram como sendo o espírito da sinhá.
José começou a falar com a voz de Mariana, gritando em desespero que estava presa sob a terra, que não conseguia subir, que algo a mantinha invertida e amarrada. Falou sobre escuridão eterna, sobre estar de cabeça para baixo, olhando para o inferno ao invés do céu, sobre raízes de árvores penetrando seu corpo.
O episódio durou 15 minutos antes que José desmaiasse. Quando acordou, não se lembrava de nada, mas seu corpo estava coberto de arranhões que pareciam ter vindo de dentro, como se algo sob sua pele estivesse tentando escapar. O incidente aterrorizou toda a fazenda. Alguns escravos mais velhos que conheciam as tradições africanas sussurravam entre si que aquilo era trabalho de feitiçaria poderosa, o tipo de magia que apenas iniciados nos mistérios mais profundos poderiam realizar.
Foi nesse contexto de paranoia crescente que em 15 de março os trabalhadores finalmente encontraram o corpo de Mariana exatamente como Maria havia planejado. A descoberta da forma como ela estava enterrada, de cabeça para baixo, cercada por símbolos pagãos com o boneco de pano e os espinhos, causou horror absoluto. Ninguém na fazenda duvidava mais de que tinham testemunhado feitiçaria negra, uma maldição lançada com intenção e poder, que iam além da compreensão cristã normal.
As autoridades foram chamadas novamente e, desta vez, as investigações tomaram uma direção completamente diferente. Não era mais apenas uma questão de homicídio, era heresia, bruxaria, envolvimento com forças demoníacas. O padre local foi convocado para examinar o local e declarou que ali havia sido realizado um ritual maligno de poder incomum.
Recomendou que o corpo não fosse movido até que fosse realizado o exorcismo completo do local. Mas quando tentaram desenterrar Mariana para dar-lhe sepultamento adequado, problemas começaram imediatamente. O primeiro trabalhador que tocou a terra ao redor da cova foi acometido por dores terríveis nas mãos que incharam e ficaram cobertas de bolhas como se tivessem sido queimadas.
O segundo sofreu ataque súbito de convulsões e teve que ser contido por vários homens. Após três tentativas frustradas e três pessoas feridas, Inácio Távora ordenou que o corpo fosse deixado onde estava, pelo menos temporariamente. Maria observava tudo com satisfação silenciosa. O plano havia funcionado perfeitamente.
A maldição estava completa. Mariana estava presa entre mundos, incapaz de ascender ou descansar, eternamente punida por suas crueldades. E a mensagem estava clara para todos os senhores de escravos da região. Havia poderes que eles não compreendiam, forças que não podiam controlar, justiças que transcendiam seus tribunais e leis.
O rio continuou secando. Em abril estava completamente seco, apenas um leito de pedras, onde antes corria a água abundante. A fazenda Santa Rita, dependente daquele rio para irrigação e para dar água aos animais, começou a entrar em colapso econômico. As plantações morreram, os animais adoeceram.
A propriedade que havia sido próspera por décadas transformou-se em lugar amaldiçoado, que ninguém queria comprar ou trabalhar. As investigações sobre o assassinato de Mariana Távora duraram semanas, mas nunca chegaram à conclusão definitiva. Todos os escravos foram interrogados, alguns sob tortura, mas ninguém confessou ou forneceu evidências concretas.
Maria manteve-se impenetrável durante todos os questionamentos, sua expressão serena e suas respostas consistentes. Não havia provas físicas conectando-a ao crime, além das suspeitas baseadas em sua reputação como curandeira. Inácio Távora, dividido entre o desejo de justiça pela mãe e o medo supersticioso do que poderia acontecer se provocasse mais a feiticeira, tomou uma decisão surpreendente.
Em maio de 1860, libertou Maria oficialmente, concedendo-lhe carta de alforria completa. A decisão foi justificada publicamente como ato de piedade cristã, mas todos sabiam que era medo. Inácio esperava que, libertando Maria, poderia apaziguar sua ira e talvez reverter as maldições que estavam destruindo a fazenda.
Maria aceitou a alforria sem demonstrar emoção particular. Recolheu seus poucos pertences e partiu da fazenda Santa Rita numa manhã de junho, caminhando pela estrada que levava a Ouro Preto. Vários escravos vieram se despedir dela em segredo, agradecendo por ter vingado não apenas suas próprias humilhações, mas os sofrimentos de todos eles.
Maria abraçou cada um, abençoou-os com palavras em línguas ancestrais e prometeu que nunca esqueceria seus nomes e suas histórias. Ela nunca mais foi vista em Ouro Preto ou nos arredores. Alguns diziam que havia viajado para o norte, para a Bahia, onde as tradições africanas eram mais fortes e aceitas. Outros afirmavam tê-la visto em quilombos remotos, ensinando seus conhecimentos para novas gerações de curandeiros.
Havia até rumores de que ela havia retornado para África, realizando o sonho de todo escravo de rever a terra natal antes de morrer. A verdade é que Maria Benguela simplesmente desapareceu da história documentada, deixando apenas sua lenda. A fazenda Santa Rita nunca se recuperou. O rio permaneceu seco, transformado em leito de pedras, que se tornaria símbolo permanente da maldição.
Inácio tentou perfurar poços artesianos. Mas todos secavam misteriosamente após algumas semanas de uso. Tentou trazer água de longas distâncias, mas os custos eram proibitivos. Sem água adequada, era impossível manter a produção agrícola ou criar gado. Em 1862, apenas anos após a morte de Mariana, Inácio vendeu a propriedade por uma fração de seu valor anterior para um fazendeiro de Mariana, que planejava tentar recuperá-la.
O novo proprietário João Batista Ferreira era cético quanto a maldições e superstições. Acreditava que poderia reverter a situação através de trabalho duro e métodos modernos de agricultura. Durou menos de um ano. Ferreira relatou experiências que o forçaram a abandonar a propriedade. Todas as noites ouvia sons de correntes sendo arrastadas, gemidos que vinham de dentro da terra, cantos em línguas que não reconhecia.
Seus cavalos mais valiosos morreram sem causa aparente. Suas plantações eram atacadas por pragas que os vizinhos não experimentavam. Quando sua esposa ficou gravemente doente, com febre que nenhum médico conseguia curar, Ferreira decidiu que já era suficiente. Abandonou a fazenda Santa Rita, deixando-a ao destino que a maldição havia decretado.
A casa grande ficou abandonada durante décadas, tornou-se um lugar que as pessoas evitavam. Especialmente após o anoitecer, histórias se multiplicavam sobre aparições da sinhá Mariana, vista perambulando pelos campos, sempre de cabeça para baixo, seus pés onde sua cabeça deveria estar, movendo-se de forma antinatural e aterrorizante.
Moradores locais começaram a relatar que podiam ouvir seus gritos vindos da Terra, especialmente durante a Lua Nova, quando o véu entre mundos se tornava mais fino. O local do enterro original, próximo ao rio seco, tornou-se um lugar de peregrinação estranha. Escravos e ex-escravos da região visitavam o local secretamente, deixando oferendas de frutas, flores, cachaça e tabaco.
Não para Mariana, mas para Maria Benguela, honrando-a como guerreira espiritual, que havia usado conhecimento ancestral para realizar justiça impossível de outra forma. O local se tornou um santuário não oficial, espaço sagrado onde se reconhecia o poder da resistência africana. Com o passar dos anos, a vegetação reclamou a fazenda Santa Rita.
As paredes da Casa Grande desmoronaram lentamente. Os campos cultivados retornaram à mata selvagem. Apenas o leito seco do rio permaneceu como estava. Testemunho permanente dos eventos de 1860. Geólogos e hidrólogos que examinaram o fenômeno ao longo do século XX nunca conseguiram explicação satisfatória para porque aquele rio específico secou e nunca mais voltou a correr, enquanto nascentes vizinhas permaneceram ativas.
Em 1970, mais de um século após os eventos, a área foi parcialmente escavada por arqueólogos da Universidade Federal de Minas Gerais. Encontraram os restos da estrutura da casa grande e próximo ao rio, descobriram ossadas humanas em posição invertida, exatamente como os registros históricos haviam descrito.
Os ossos foram datados como sendo do período correto e a análise confirmou que eram de mulher branca de aproximadamente 40 anos de idade. Ao redor dos ossos encontraram restos de velas, pedaços de tecido que haviam sido um boneco, e sete espinhos de ferro que haviam resistido ao tempo.

A descoberta científica apenas confirmou o que as comunidades afrodescendentes locais sempre souberam. A história de Maria Benguela e sua vingança contra Mariana Távora era verdadeira, não apenas lenda. Os ossos foram finalmente enterrados novamente, desta vez em posição normal em um cemitério consagrado, após uma cerimônia religiosa que combinou elementos católicos e afro-brasileiros.
Muitos esperavam que isso finalmente permitisse ao espírito de Mariana encontrar paz. Mas o rio nunca voltou a correr. Até hoje, mais de 160 anos depois dos eventos, o leito permanece seco. Tornou-se parte da paisagem, um monumento natural à história que ocorreu ali. Em 2010, o município de Ouro Preto criou um pequeno memorial no local, reconhecendo oficialmente a história e honrando a memória de todos os que sofreram sob escravidão, incluindo Maria Benguela, identificada agora como símbolo de resistência e conhecimento ancestral. A história da
feiticeira de Ouro Preto nos ensina lições que permanecem relevantes hoje. Primeiro, que formas de conhecimento que a cultura dominante desconsidera como superstição frequentemente contêm sabedoria e poder reais. Os conhecimentos ancestrais africanos sobre plantas, rituais e conexões espirituais eram sofisticados e efetivos, preservados através de gerações de opressão.
Segundo, que a justiça encontra caminhos mesmo quando todas as portas oficiais estão fechadas. Maria não tinha acesso a tribunais, não tinha direitos legais, não tinha proteção de autoridades, mas encontrou forma de responsabilizar sua opressora, usando ferramentas que transcendiam o sistema legal que a escravizava. Terceiro, que ações têm consequências que reverberam muito além de suas circunstâncias imediatas.
A crueldade de Mariana Távora não apenas causou sofrimento no presente, mas criou ondas de consequências que afetaram gerações futuras. A fazenda foi destruída, uma família foi arruinada e um rio parou de correr, tudo porque uma mulher escolheu tratar seres humanos como propriedade descartável. Se esta história extraordinária de resistência, vingança e poder ancestral impactou você, compartilhe agora para que mais pessoas conheçam esta parte da nossa história que a Elite tentou apagar.
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Combina elementos de história documentada, conhecimento ancestral africano e eventos que desafiam explicações convencionais. Independente de quanto dos elementos sobrenaturais alguém aceita como literalmente verdadeiros, os fatos centrais são inegáveis. Uma escrava usou o conhecimento que possuía para se vingar de uma opressora brutal.
E as consequências dessa vingança marcaram física e psicologicamente toda uma região. O rio que nunca voltou flui agora apenas na memória coletiva, mas sua lição permanece viva. Não existe sistema de opressão tão completo que não possa ser resistido por aqueles que mantêm conhecimento, coragem e determinação de buscar justiça.
Não importa quanto tempo leve ou qual forma essa justiça precise assumir.