CAMINHONEIRO AJUDOU NOSSA SENHORA APARECIDA NA ESTRADA… E O MILAGRE EM SUA VIDA…

Tem histórias que mudam a vida da gente para sempre e tem outras que a gente leva para o túmulo sem conseguir explicar direito o que aconteceu. A minha é dessas que mexe com tudo que você acredita sobre fé, sobre milagres e sobre como Deus age no mundo. Sou João Carlos da Silva, tenho 45 anos, sou caminhoneiro há 18 anos e já rodei esse Brasil de norte a sul, de leste a oeste.

 Mas o que aconteceu comigo numa tarde de outubro na rodovia SP150 entre Ribeirão Preto e Araraquara não só mudou minha vida, como mudou a vida de milhares de pessoas. E você que está ouvindo isso agora, não está aqui por acaso. Se essa história chegou até você, talvez seja porque Deus quer falar alguma coisa no seu coração também.

 Me conta aí nos comentários, você já viveu alguma situação que não consegue explicar pela lógica? Já sentiu que alguém muito especial cruzou seu caminho disfarçado de pessoa comum? Deixa um joinha se você acredita que Nossa Senhora ainda intercede por nós nos dias de hoje, porque o que vou contar vai mexer com suas convicções mais profundas. Era uma quinta-feira, 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida.

Lembro da data porque foi o dia que minha vida virou de cabeça para baixo. Eu estava saindo de uma fazenda em Franca, onde havia carregado 27 toneladas de café especial para entregar no porto de Santos. Era uma carga valiosa dessas que não pode atrasar nenhum minuto, porque o navio partiria no dia seguinte para a Europa.

 Meu patrão havia confiado em mim para essa entrega importante, mas naquele dia tudo estava conspirado contra mim. O caminhão estava dando sinais de problema há duas semanas. Era um Volvo 2018, não era velho, mas com quase 400.000 1000 km rodados, já pedia manutenção. O radiador estava vazando, o ar condicionado pifara na semana anterior e eu vinha sentindo uma vibração estranha no volante.

 Pior ainda, em casa as coisas não estavam nada bem. Minha esposa Márcia estava desempregada há quatro meses, desde que a empresa onde trabalhava fechou por causa da crise. Nosso filho Gustavo, de 16 anos, precisava de um tratamento dentário caro que não conseguíamos pagar. Que nossa filha Ana Paula, de 12 anos, estava com notas baixas na escola, precisando de aula particular de matemática.

 As contas estavam apertando tanto que eu vinha pensando seriamente em vender meu caminhão e virar funcionário de alguma transportadora. Mas isso significaria ganhar bem menos e abrir mão do sonho de ter minha própria empresa de transporte. Naquela manhã, antes de sair para a viagem, tive uma briga feia com a Márcia. Ela estava cobrando soluções que eu não tinha, desesperada com a situação financeira da família.

 João, a gente não pode mais viver assim”, disse ela com lágrimas nos olhos. “Os meninos estão percebendo que a gente está passando dificuldade. Ontem a Ana Paula me perguntou se a gente ia ter que mudar de casa.” “Márcia, eu estou fazendo o que posso.

 Esse frete vai render bem, vai dar para respirar um pouco e depois? E o mês que vem? João, você precisa tomar uma decisão. Ou a gente encontra um jeito de melhorar nossa situação, ou você vai ter que aceitar que ser dono do próprio negócio não é para todo mundo. Saí de casa com o coração apertado e a mente confusa. Dirigia pela rodovia Anhanguera pensando em tudo que estava acontecendo.

 Será que eu estava sendo teimoso demais em insistir no sonho de ter minha própria transportadora? Será que não era hora de aceitar a realidade e virar empregado novamente? Aos 45 anos, começar de novo como funcionário seria um golpe duro no meu orgulho e nas minhas ambições. O sol estava escaldante naquela tarde de outubro.

 Mesmo com os vidros fechados, o calor dentro da cabine era quase insuportável. Eu bebia água constantemente de uma garrafa de 2 L que sempre levava comigo nas viagens. Era por volta das 3 da tarde quando peguei a SP150, aquela estrada estadual que corta o interior paulista, cheia de curvas, subidas e descidas, passando por plantações de cana de açúcar e pastagens que se estendem até o horizonte.

 Foi numa subida íngreme, cerca de 80 km depois de Ribeirão Preto, que viu uma cena que me chamou atenção. Na beira da estrada, embaixo de uma árvore solitária, estava uma mulher sentada numa pedra. Ela usava um vestido azul simples, meio desbotado, e um manto branco que cobria parcialmente seus cabelos escuros.

 Parecia ter uns 30 e poucos anos, pele morena, rosto sereno, mas com uma expressão de cansaço. Normalmente eu não pararia. A estrada pode ser perigosa e a gente nunca sabe com quem está lidando. Mas algo naquela mulher me fez pisar no freio. Talvez tenha sido o jeito humilde como ela estava sentada.

 sem acenar para os carros, sem parecer estar pedindo carona. Simplesmente estava ali, como se estivesse esperando alguma coisa ou alguém. Parei o caminhão cerca de 50 m à frente e voltei caminhando até onde ela estava. Quando me aproximei, ela levantou o olhar e me fitou com os olhos mais doces e profundos que já vi na minha vida.

 Havia uma serenidade naquele olhar que me tranquilizou instantaneamente. Boa tarde, senhora. Está tudo bem? Precisa de alguma coisa? Ela sorriu de um jeito que iluminou o rosto inteiro. Boa tarde, meu filho. Só um pouco de água, se o senhor tiver. Faz tempo que estou aqui e o sol está muito forte. Sua voz era suave, melodiosa, com um sotaque que eu não conseguia identificar.

 Não era do interior paulista, nem de nenhuma região específica que eu conhecesse. Era uma voz que acalmava, que trazia paz. Claro, senhora, tenho água geladinha no caminhão. Vou buscar para a senhora. Voltei até o caminhão e peguei minha garrafa de água. Estava praticamente cheia, uns 1,8 L, talvez.

 Quando retornei até onde ela estava, entreguei a garrafa com cuidado. Fique à vontade, senhora. pode beber o quanto quiser. Ela pegou a garrafa com as duas mãos, como se fosse algo sagrado, e bebeu devagar, com calma, como se cada gole fosse importante. Enquanto bebia, eu observava seu rosto.

 Havia algo diferente naquela mulher, uma presença que eu não conseguia definir. Era como se uma paz inexplicável emanasse dela. Depois de beber, ela me devolveu a garrafa e segurou minhas mãos por um instante. O toque dela era quente, mas não do calor do sol. Era um calor diferente que subia pelos meus braços e chegava até o coração. Muito obrigada, meu filho. O senhor tem um coração bondoso.

 Imagina, senhora. Qualquer um faria a mesma coisa. Ela me olhou de um jeito penetrante, mas carinhoso. Nem todos fariam, João Carlos. Hoje o Senhor foi instrumento de Deus. Meu coração disparou. Como ela sabia meu nome? Eu não havia me apresentado. Como a senhora sabe meu nome? Ela sorriu novamente, mas não respondeu diretamente.

 O senhor está passando por um momento difícil, não está? Como a senhora tenha fé, meu filho, as dificuldades que o senhor está enfrentando são temporárias. Deus tem planos grandes para sua vida. Fiquei sem palavras. Havia algo naquela mulher que desafiava qualquer explicação lógica. Como ela podia saber sobre meus problemas? Senhora, quem é a senhora? Como sabe essas coisas sobre mim? Isso não importa agora, João Carlos.

 O que importa é que o Senhor continue sendo quem é, continue ajudando quem precisa, continue tendo fé. Nos próximos dias, coisas extraordinárias vão começar a acontecer na sua vida. Que tipo de coisas? Mas quando levantei os olhos para olhá-la melhor, ela não estava mais ali. Olhei para todos os lados, procurei atrás da árvore, mas não havia ninguém.

Era como se tivesse desaparecido no ar. Voltei para o caminhão com as pernas tremendo. Sentei na cabine, tentando entender o que havia acontecido. Quem era aquela mulher? como ela sabia meu nome e como havia sumido tão rapidamente. Foi quando olhei para a garrafa de água que levei o maior susto da minha vida.

 Ela estava completamente cheia novamente, como se não tivesse sido tocada. Mas eu havia visto a mulher beber. Havia sentido o peso da garrafa diminuir quando ela pegou para beber. Peguei a garrafa com as mãos tremendo. A água estava geladinha, mais gelada até do que quando eu a havia pegado no caminhão. E tinha um gosto diferente, mais puro, mais refrescante do que qualquer água que eu já havia bebido.

Liguei o motor e retomei a viagem, mas minha mente estava completamente perturbada. O que havia acabado de acontecer? Quem era aquela mulher? E por que ela havia falado sobre coisas extraordinárias que iriam acontecer nos próximos dias? Dirigi cerca de 100 km em estado de choque, tentando processar o que havia vivido. Foi quando vi luzes de emergência piscando à frente. Era um acidente.

 Um carro havia capotado numa curva e estava de rodas para o ar no acostamento. Havia várias pessoas ao redor, mas parecia que ninguém conseguia ajudar as vítimas que estavam presas nas ferragens. Parei o caminhão e desci para ver se podia ajudar. Era uma família, pai, mãe e duas crianças pequenas. Todos estavam conscientes, mas presos dentro do carro.

 O homem gritava desesperado: “Por favor, alguém ajuda. Minhas filhas estão machucadas.” “Já chamaram os bombeiros?”, perguntei. “Sim, mas disseram que só vão chegar em 40 minutos.” Não podemos esperar tanto tempo. Olhei ao redor. Outras pessoas haviam parado, mas ninguém sabia o que fazer. O carro estava numa posição que tornava impossível abrir as portas.

 As crianças choravam e a mãe tentava acalmá-las, mas ela própria estava em pânico. Foi quando me lembrei das palavras da mulher misteriosa. Continue ajudando quem precisa. Uma força inexplicável me impulsionou para a ação. “Pessoal, vou tentar puxar o carro com meu caminhão para endireitá-lo”, disse eu. “Você tem certeza? Pode ser perigoso”, disse um dos presentes. “Tenho correntes no caminhão. Vou tentar com cuidado.

” Busquei as correntes no meu caminhão e com a ajuda de outros homens conseguimos amarrar na traseira do carro capotado. Muito devagar, usando a força do Volvo, conseguimos endireitar o veículo. Em poucos minutos, conseguimos abrir as portas e retirar a família.

 As crianças tinham apenas arranhões leves e os pais, apesar do susto, estavam bem. Quando a ambulância chegou, os paramédicos disseram que se tivéssemos esperado mais tempo, as crianças poderiam ter tido complicações mais sérias por causa da posição em que estavam presas. O pai da família veio me agradecer com lágrimas nos olhos. Meu amigo, você salvou minha família.

 Como posso retribuir? Não precisa retribuir nada. Fico feliz em ter ajudado. Pelo menos me diga seu nome. João Carlos. A mãe se aproximou, ainda visivelmente abalada. João Carlos, eu tive uma experiência muito estranha enquanto estava presa no carro. Como assim? Eu eu vi uma senhora de vestido azul e manto branco. Ela me disse que nossa salvação estava chegando, que um homem bom viria nos ajudar.

 Disse que ele tinha um coração generoso e que Nossa Senhora havia preparado o encontro. Senti meu coração disparar novamente. A senhora viu essa mulher onde? Não sei explicar. Foi como se ela aparecesse na minha mente, ou talvez eu tenha sonhado por alguns segundos, mas ela foi muito clara. Disse que um caminhoneiro pararia para nos ajudar e que não era coincidência.

 As palavras daquela mãe ecoaram na minha cabeça durante todo o resto da viagem até Santos, duas vezes no mesmo dia, situações envolvendo uma mulher misteriosa que parecia saber o que ia acontecer. Seria coincidência? Seria coisa da minha imaginação? Cheguei ao porto de Santos já no início da noite. A descarga correu normalmente e o cliente ficou satisfeito com a pontualidade.

Mas eu mal conseguia me concentrar no trabalho. Minha mente estava nas nuvens, tentando entender os eventos do dia. Na volta para Ribeirão Preto, resolvi passar novamente pela SP150, pela mesma estrada onde havia encontrado a mulher. misteriosa. Queria ver se encontrava algum vestígio, alguma pista que me ajudasse a entender o que havia acontecido. Era madrugada quando passei pelo local.

Parei o caminhão exatamente onde ela havia estado. Desci e procurei por sinais de que alguém estivera ali. Não encontrei nada. Mas quando estava voltando para o caminhão, vi algo que me fez arrepiar dos pés a cabeça. Na árvore onde ela havia se abrigado do sol, havia uma pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida pregada no tronco.

 Era uma imagem simples, de plástico, como aquelas que se compra em lojas de artigos religiosos. Mas o estranho é que eu tinha certeza absoluta de que ela não estava lá quando encontrei a mulher pela tarde. Peguei a imagem com cuidado. No verso, havia uma inscrição gravada para João Carlos, que me deu água quando eu tinha sede. Minhas pernas ficaram bambas.

 Sentei no chão e comecei a chorar como não chorava há anos. Naquele momento, tudo ficou claro. A mulher que eu havia encontrado não era uma pessoa comum. Era Nossa Senhora Aparecida em Pessoa que havia aparecido para mim disfarçada de uma mulher necessitada. Voltei para casa com o coração transbordando de emoções que eu nem sabia como expressar.

 Era madrugada quando cheguei. Márcia me esperava acordada, preocupada com a demora. João, você está bem? Por que demorou tanto? Contei tudo para ela. O encontro com a mulher, a garrafa que se encheu sozinha, o acidente que ajudei a resolver, a imagem de Nossa Senhora que encontrei na árvore.

 Ela me ouviu em silêncio, com uma expressão que misturava preocupação e incredulidade. João, você tem certeza de que não foi só cansaço? Às vezes, quando a gente fica muito tempo dirigindo, começa a ver coisas. Márcia, eu sei o que vi e o que aconteceu. Olha aqui a imagem que encontrei. Mostrei a pequena imagem com a inscrição.

 Márcia pegou, examinou com cuidado e ficou em silêncio por um longo tempo. João, essa inscrição parece que foi feita há muito tempo. O plástico está desgastado como se fosse antigo. É isso que mais me impressiona. Como pode uma imagem velha ter uma inscrição com meu nome? Naquela noite não consegui dormir. Fiquei na sala pensando em tudo que havia acontecido.

 Pela primeira vez em meses, senti uma paz inexplicável no coração. Era como se todos os problemas financeiros e familiares tivessem perdido a importância diante da magnitude do que havia vivido. No dia seguinte, ainda estava processando os eventos quando recebi uma ligação inesperada. Era o cliente de Santos, a empresa para quem havia entregado o café. João Carlos, bom dia.

 Aqui é o Rodrigo da Santos Exportação. Bom dia, Rodrigo. Tudo bem? Tudo ótimo. Escute, estou ligando porque nosso transportador fixo teve um problema sério. O caminhão bateu e ele vai ficar sem trabalhar por uns dois meses. Você teria interesse em assumir a rota fixa? São quatro viagens por mês, pagamento garantido, sempre cargas de café especial.

 Meu coração disparou. Era exatamente a oportunidade que eu precisava para estabilizar minha situação financeira. Claro, Rodrigo, qual seria o valor? Quando ele disse o valor, quase caí da cadeira. Era o dobro do que eu estava ganhando com fretes avulsos. Com aquele contrato, todos os nossos problemas financeiros estariam resolvidos.

 E outra coisa, João Carlos, o pessoal aqui ficou impressionado com sua pontualidade e cuidado com a carga. Queremos te ofertar um contrato de exclusividade. Você transportaria só para nós, mas com garantia de trabalho o ano todo e um salário fixo mensal, além do pagamento por viagem. Era um sonho se tornando realidade. Desliguei o telefone e corri para contar para Márcia.

 Ela gritou de alegria e me abraçou forte. João, isso é um milagre. Justo agora, quando a gente mais precisava. Márcia, eu tenho certeza de que isso tem a ver com o que aconteceu ontem. Nossa Senhora está cuidando da nossa família. A tarde fui até a igreja de Nossa Senhora Aparecida no centro da cidade. Precisava agradecer pela bênção recebida.

 Era uma igreja simples, mas cheia de fiéis. Acendi uma vela e fiquei ali orando por quase uma hora. Quando estava saindo, o padre me chamou. Meu filho, você está com uma expressão muito especial. Aconteceu algo? Padre Antônio era um homem de uns 60 anos, cabelos grisalhos, olhar bondoso. Conhecia a nossa família há anos. Padre, aconteceu algo que eu mesmo não acredito direito.

 Contei toda a história para ele. Padre Antônio me ouviu atentamente, sem interromper. Meu filho, Nossa Senhora tem uma forma muito especial de se manifestar. Ela frequentemente aparece como uma mulher simples, humilde, para testar nossos corações. O senhor acredita que realmente foi ela, João Carlos, pelos frutos você conhecerá a árvore. Olhe o que aconteceu na sua vida depois desse encontro.

 As bênçãos começaram a chover. Isso não é coincidência. Mas, padre, por que ela escolheria alguém como eu? Sou só um caminhoneiro. Justamente por isso, Nossa Senhora sempre escolhe os humildes, os simples de coração. Ela não procura os poderosos ou os sábios aos olhos do mundo. Procura quem tem disponibilidade para servir.

 As palavras do padre me tranquilizaram e, ao mesmo tempo, me deixaram pensativo. Se realmente Nossa Senhora havia aparecido para mim, qual seria o propósito? O que ela esperava de mim, além de continuar sendo uma pessoa boa? Nos dias seguintes, comecei a notar mudanças sutis na minha vida. O caminhão que vinha dando problemas passou a funcionar perfeitamente.

 O radiador parou de vazar. O ar condicionado voltou a funcionar. A vibração no volante desapareceu. Era como se o veículo tivesse sido renovado. Mas as mudanças não foram só materiais. Comecei a ter uma vontade maior de ajudar pessoas. parava mais vezes para socorrer motoristas com problemas na estrada.

 oferecia carona para quem precisava, ajudava outros caminhoneiros com pequenos reparos e toda vez que fazia isso, sentia uma paz inexplicável no coração. Foi numa dessas ocasiões, uma semana depois do primeiro encontro, que algo extraordinário aconteceu. Eu estava na rodovia Castelo Branco, quando vi uma família com o carro quebrado no acostamento.

 Era um casal com três filhos pequenos, claramente em dificuldades. Parei para ajudar. O problema era na bateria que havia descarregado completamente. Usei os cabos do meu caminhão para dar partida no carro deles. Muito obrigado, amigo disse o homem. Você nos salvou. Estamos voltando de um tratamento do meu filho em São Paulo. Tratamento de quê? Perguntei. Ele tem leucemia.

Faz quimioterapia há se meses. Olhei para o menino que devia ter uns 8 anos. estava visivelmente debilitado, magro, sem cabelo por causa do tratamento. Como ele está respondendo ao tratamento? Os médicos dizem que está estável, mas a mãe engoliu o choro. É muito difícil ver ele sofrendo assim.

 Algo dentro de mim se mexeu profundamente. Sem pensar, me aproximei do menino. “Qual é seu nome, campeão?” “Pedro”, respondeu ele com uma voz fraquinha. “Pedro, posso fazer uma oração por você? Ele acenou que sim. Coloquei as mãos sobre a cabeça dele e comecei a orar. Não foi uma oração decorada, foram palavras que saíam do coração.

 Pedia a Nossa Senhora para interceder pela cura do Pedro, para dar força para ele e para a família. Enquanto orava, sentia a mesma sensação de calor nas mãos que havia sentido quando a mulher misteriosa tocou minhas mãos. Era como se uma energia passasse através de mim.

 Quando terminei a oração, Pedro me olhou com um sorriso que iluminou o rosto inteiro. “Tio, eu me sinto melhor”, disse ele. “Como assim, filho? Não sei explicar. É como se uma quentura boa tivesse entrado em mim.” A mãe do menino me olhou com lágrimas nos olhos. “Senhor, o que o senhor fez?” Pedro não sorria assim há semanas. Só orei por ele, senhora. Às vezes a fé move montanhas.

 Nos despedimos e cada um seguiu seu caminho, mas aquela cena ficou gravada na minha memória. Havia algo diferente acontecendo, algo que eu ainda não compreendia completamente. Três dias depois, recebo uma ligação que mudaria minha perspectiva sobre tudo. Alô, é o João Carlos. Sou eu. Aqui é a Cristina, mãe do Pedro.

 Lembra de nós? O senhor orou pelo meu filho na estrada. Claro que lembro como ele está. É por isso que estou ligando. João Carlos. Os exames que o Pedro fez ontem mostraram uma melhora impressionante. Os médicos estão sem entender. As células cancerígenas diminuíram drasticamente. Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo. Que bom, dona Cristina. Glória a Deus.

 João Carlos, o médico disse que nunca viu uma resposta tão rápida ao tratamento. E sabe o que é mais estranho? Pedro contou para o médico sobre a oração que o Senhor fez e disse que desde aquele dia se sente completamente diferente. Desliguei o telefone com o coração disparado. O que estava acontecendo comigo? Como uma simples oração podia ter resultado em uma melhora tão significativa? Naquela noite, conversei longamente com Márcia sobre tudo que estava acontecendo.

João, eu acho que Nossa Senhora realmente apareceu para você naquele dia e acho que ela tem um plano para sua vida. Que tipo de plano? Não sei, mas observe os sinais. Desde aquele dia sua vida mudou. O trabalho melhorou, o caminhão parou de dar problema. E agora isso do menino Pedro. Não pode ser coincidência. Ela estava certa.

 Era impossível que tantas coisas boas acontecessem ao mesmo tempo por acaso. Nossa Senhora realmente havia interferido na minha vida, mas eu ainda não sabia bem qual era o propósito. Foi então que me lembrei das palavras que ela havia dito: “Nos próximos dias, coisas extraordinárias vão começar a acontecer na sua vida.” As coisas extraordinárias já estavam acontecendo.

A pergunta era: “O que mais estava por vir?” Antes de dormir, peguei a pequena imagem de Nossa Senhora que havia encontrado na árvore, segurei-a entre as mãos e fiz uma oração. Nossa Senhora, se foi realmente a senhora que apareceu para mim naquele dia, eu quero agradecer por todas as bênçãos.

 Não sei o que a senhora espera de mim, mas estou disponível. Use minha vida como quiser. E foi nesse momento que tive a certeza absoluta de que minha jornada estava apenas começando. O que aconteceu nas semanas seguintes foi além de tudo que eu poderia imaginar. Pessoas, o que vocês acham? Já viveram algo parecido? Já sentiram que alguém especial cruzou seus caminhos disfarçado? Compartilhem nos comentários suas experiências de fé, porque eu garanto, esta história está só começando e o que vem pela frente vai mexer ainda mais com o coração de vocês.

O que vou contar agora vai parecer impossível para quem não tem fé, mas para quem acredita no poder de Nossa Senhora, vai entender que os milagres não pararam de acontecer no século XX. Depois daquela primeira experiência com o menino Pedro, minha vida tomou um rumo que eu jamais imaginei possível. Na semana seguinte, ao telefonema da dona Cristina, comecei a prestar mais atenção nas oportunidades de ajudar pessoas que apareciam no meu caminho.

 Era como se Nossa Senhora estivesse me mostrando que aquele encontro na estrada tinha um propósito muito maior do que eu imaginava. Estava voltando de uma entrega em Campinas quando vi uma cena que me fez parar imediatamente. Na entrada da cidade de Limeira, uma família estava na beira da estrada com um gol velho que tinha furado não um, mas dois pneus do lado direito.

 O homem estava ajoelhado no chão, visivelmente desesperado, e uma mulher com um bebê no colo tentava acalmar duas crianças pequenas que choravam no calor. Parei o caminhão e desci para ver a situação. O homem se chamava Sebastião. Era pedreiro e estava voltando de São Paulo, onde havia levado a esposa para uma consulta médica urgente. Amigo, que azar danado disse ele limpando o suor do rosto.

 Dois pneus ao mesmo tempo. Nunca vi isso. E eu só tenho um step. O que aconteceu? Passou por uns buracos grandes e acabou estourando os dois. Agora não sei o que fazer. Não tenho dinheiro para comprar pneu novo e o borracheiro mais próximo fica a 15 km daqui. Olhei para a família. A mulher, que se chamava Joana parecia muito debilitada.

 Estava pálida e suando frio, claramente precisando de cuidados médicos. “Sua esposa está bem?” “Ela com problema no coração”, explicou Sebastião. “Por isso fomos a São Paulo. O médico disse que precisa operar com urgência. Mas a gente está na fila do SUS há seis meses. Meu coração se apertou vendo aquela situação.

 Uma família humilde, enfrentando problemas de saúde, sem condições financeiras para resolver uma situação simples, como dois pneus furados. Sebastião, vou te ajudar. Vamos colocar seu carro na carroceria do meu caminhão e eu levo vocês até um borracheiro. Mas, amigo, quanto vai custar isso? Não vai custar nada, é só uma ajuda. Levei a família até um borracheiro em Limeira. O dono da oficina, seu João, era um homem bom que conhecia em outras viagens.

 Expliquei a situação para ele. Seu João, essa família está passando dificuldade. Será que dá para dar um preço especial nos pneus? Ele olhou para Sebastião, para as crianças, para Joana com o bebê no colo e eu vi que o coração dele se moveu. “Olha, rapaz”, disse seu João para Sebastião. “tenho dois pneus seminovos aqui.

 Uso eles no meu carro, mas posso te deixar por R$ 50 cada um. Era um preço excelente. Pneus daquele aro custavam pelo menos R$ 150 cada um na época. Mas quando Sebastião foi pegar a carteira, vi que ele ficou constrangido. Seu João, será que o senhor aceita R$ 80 pelos dois? É o que tenho aqui. Seu João hesitou. Eu me aproximei dele.

 Seu João, eu pago a diferença. São R$ 20 só. Não precisa não, João Carlos. Esses pneus estão parados aqui há meses mesmo. Pode levar pelos 80. Enquanto seu João montava os pneus, Joana se aproximou de mim. Estava com o bebê no colo, uma menina de uns ito meses que parecia saudável e bem cuidada, apesar das dificuldades da família. Senr.

 João Carlos, muito obrigada pela ajuda. Não sabemos como retribuir. Não precisa retribuir nada, dona Joana. A gente faz o que pode pelos outros. O senhor parece uma pessoa muito especial. Tem algo diferente no Senhor. Fiquei curioso com o comentário. Como assim? Não sei explicar direito. É como se o senhor tivesse uma luz. Quando o senhor se aproximou de nós na estrada, senti uma paz muito grande.

 As palavras dela me deixaram pensativo. Outras pessoas já haviam feito comentários parecidos nas últimas semanas. Quando os pneus ficaram prontos, ajudei Sebastião a descarregar o carro do meu caminhão. Na hora da despedida, ele insistiu em me dar algo. João Carlos, sei que o senhor não quer dinheiro, mas aceite isso aqui.

 Era um santinho de Nossa Senhora Aparecida, daqueles antigos meio amarelados pelo tempo. Sebastião, não precisa, por favor, aceite. Esse santinho pertencia à minha avó. Ela sempre dizia que Nossa Senhora protege quem tem coração bom. Quero que o senhor fique com ele. Peguei o santinho e senti algo diferente.

 Era como se estivesse tocando em algo sagrado. Obrigado, Sebastião. Vou guardar com carinho. E outra coisa, João Carlos, pode anotar meu telefone? Se um dia precisar de alguma coisa, é só ligar. Sou pedreiro, mas faço qualquer serviço. Quero ter como retribuir essa bondade. Anotei o telefone dele, nos despedimos e cada um seguiu seu caminho.

Coloquei o santinho no painel do caminhão, ao lado da imagem que havia encontrado na árvore. Três dias depois, na quinta-feira, estava carregando uma carga em Ribeirão Preto, quando meu caminhão começou a fazer um barulho estranho. Era um chiado alto que vinha do motor, seguido de uma vibração forte. Consegui chegar até um posto na saída da cidade, mas o caminhão simplesmente morreu e não quis ligar mais.

 Levantei o capô e vi fumaça saindo de vários pontos. Havia óleo derramado por todo lado e um cheiro forte de peça queimada. Era claramente um problema sério no motor. Liguei para alguns mecânicos da região, mas era tarde da noite e a maioria já estava fechado. Os que atenderam cobravam uma fortuna só para ir até lá diagnosticar o problema.

 Um deles disse que pelo barulho que descrevi, podia ser junta do cabeçote ou até mesmo o motor fundido. Fiquei desesperado. Se fosse realmente o motor, seria um prejuízo de pelo menos R$ 15.000. Todo o lucro dos últimos meses iria embora e eu ainda ficaria devendo. Pior ainda, se não conseguisse entregar a carga no prazo, perderia o contrato com a empresa de Santos.

 Estava sentado na cabine do caminhão com a cabeça entre as mãos, quando ouvi alguém batendo na porta. Boa noite, amigo. Está com problema? Era um homem negro de uns 50 anos vestindo um macacão de mecânico e carregando uma caixa de ferramentas. Tinha um sorriso simpático e olhos bondosos. Boa noite. Pois é, o motor pifou. Não sei o que fazer. Posso dar uma olhada? Claro. Fico muito grato.

 Ele se apresentou como Antônio e disse que tinha uma oficina pequena ali perto. Estava voltando de um serviço quando me viu parado. Antônio abriu o capô e começou a examinar o motor com conhecimento de quem realmente entendia do assunto. Mexeiu aqui e ali, testou algumas peças, ouviu o barulho quando tentei ligar. Rapaz, é a bomba d’água.

 estourou e levou junto à correia do alternador. Por isso, o motor esquentou e parou. É muito caro para consertar. Olha, normalmente seria uns R$ 800 de peça e mão de obra, mas se você quiser, posso fazer um reparo provisório aqui mesmo. Não vai ficar novo, mas deve aguentar até você chegar no destino. Quanto custaria esse reparo provisório? Antônio fez uma conta rápida.

 Pelas peças e meu trabalho, uns R$ 300. Era muito menos do que eu esperava, mas mesmo assim estava apertado financeiramente. Antônio, vou ser sincero com você. Estou numa situação complicada. Será que daria para fazer por 200? É o que tenho aqui. Ele me olhou com atenção, como se estivesse avaliando alguma coisa. Você é o João Carlos? Fiquei surpreso. Sou.

Como você sabe? Cara, você é famoso aqui na região. Todo mundo está comentando sobre o caminhoneiro que anda ajudando o pessoal na estrada. Como assim, Sebastião? O pedreiro que você ajudou em Limeira é meu cunhado. Ele contou para todo mundo sobre sua bondade. Disse que você pagou parte dos pneus e ainda levou a família dele no seu caminhão.

 Meu coração se acelerou. O mundo é mesmo pequeno. Antônio. Eu só fiz o que qualquer pessoa faria. Não, rapaz, qualquer pessoa não faria. Sebastião disse que vocês nem se conheciam e você parou para ajudar. Isso é raro hoje em dia. Antônio guardaleta as ferramentas e sorriu. Olha, vou fazer o seguinte.

 Vou consertar seu caminhão, mas você não vai pagar nada. Como assim? Sebastião me contou toda a história, disse que você tem um coração de ouro e que Nossa Senhora está abençoando quem cruza seu caminho. Quero fazer parte dessa corrente de bênçãos. Antônio, eu não posso aceitar isso. Você tem família para sustentar. Precisa do seu trabalho. Rapaz, deixa eu te contar uma coisa.

 Ontem fechei o maior contrato da minha vida. Uma empresa de ônibus me contratou para ser o mecânico oficial deles. É um trabalho fixo que vai resolver minha vida financeira. Sei que não é coincidência. Ele começou a trabalhar no motor e o que aconteceu a seguir foi algo que jamais esquecerei.

 Antônio trabalhava com uma agilidade impressionante, mas o mais incrível é que tudo que ele tocava parecia se consertar sozinho. Em duas horas, não só a bomba d’água estava funcionando, como o motor inteiro estava rodando melhor do que antes. Pronto, João Carlos, pode testar aí. Liguei o motor. O som estava perfeito, sem barulhos estranhos, sem vibrações. Era como se o caminhão fosse novo.

 Antônio, como você conseguiu fazer isso tão rápido? E por o motor está funcionando melhor que antes? Ele sorriu de um jeito humilde. Às vezes a gente recebe uma ajudinha de cima, né? Principalmente quando está fazendo algo bom. Antônio, pelo menos deixa eu pagar as peças. Não precisa, rapaz. As peças eu tinha aqui na oficina sobraram de outros serviços.

 E sabe de uma coisa? Fazer esse trabalho me deu uma alegria muito grande. É como se estivesse participando de algo importante. Quando ele terminou de guardar as ferramentas, Antônio me olhou sério. João Carlos, posso te dar um conselho? Claro. Continue fazendo o que está fazendo, ajudando as pessoas, sendo bondoso. Tenho a impressão de que você foi escolhido para algo especial.

 Escolhido por quem? Isso você vai descobrir aos poucos. Mas uma coisa eu sei, pessoas como você são raras e quando aparecem é porque Deus tem um plano. Antônio partiu naquela noite, deixando-me sozinho com meus pensamentos. Era a segunda vez em poucas semanas que alguém falava sobre eu ter sido escolhido. Primeira foi a mulher misteriosa na estrada, agora Antônio.

Retomei a viagem para Santos com o coração inquieto. O caminhão estava funcionando perfeitamente, melhor até do que quando era novo. Mas minha mente estava fervilhando com questionamentos. Por que tantas pessoas boas estavam aparecendo no meu caminho? Porque situações que pareciam impossíveis de resolver se resolviam de forma tão milagrosa? Entreguei a carga em Santos no prazo correto e o cliente ficou satisfeito.

 Na volta, resolvi passar pela igreja de Nossa Senhora Aparecida em Aparecida do Norte. Precisava conversar com Deus, ou melhor, com Nossa Senhora, sobre tudo que estava acontecendo. Cheguei no santuário nacional numa sexta-feira à tarde. O local estava cheio de romeiros, pessoas simples que vinham de longe para pagar promessas e pedir bênçãos.

 Entrei na basílica e fiquei ali em silêncio, observando a devoção daquelas pessoas. Foi quando notei um padre idoso que parecia estar observando os fiéis com especial atenção. Nossos olhares se cruzaram e ele sorriu para mim. Era um homem de uns 70 anos, cabelos completamente brancos, olhos azuis muito vivos e uma presença que irradiava a paz. Depois da missa, ele se aproximou de mim.

 Primeira vez aqui, meu filho? Não, padre, mas faz tempo que não venho. Posso perguntar qual foi sua intenção hoje? Na verdade, padre, estou passando por uma situação estranha na minha vida. Coisas estão acontecendo que eu não consigo explicar. Que tipo de coisas? Contei para ele sobre o encontro na estrada, sobre as situações em que conseguia ajudar pessoas, sobre os milagres que pareciam acontecer sempre que eu estendia a mão para alguém.

 Padre Miguel, como ele se apresentou, me ouviu atentamente. Meu filho, você já ouviu falar dos dons do Espírito Santo? Já ouvi, mas não entendo muito bem. São capacidades especiais que Deus dá a algumas pessoas para que elas possam servir melhor à comunidade. Nossa Senhora, como intercessora, frequentemente prepara pessoas para receberem esses dons.

Padre, eu sou só um caminhoneiro. Não tenho estudo, não sou ninguém especial. justamente por isso você pode ter sido escolhido. Nossa Senhora não escolhe os capacitados, ela capacita os escolhidos e sempre prefere os humildes, os simples de coração. Padre Miguel me convidou para conversar em particular no escritório da paróquia.

 João Carlos, você sabe que Nossa Senhora apareceu muitas vezes ao longo da história para pessoas simples em Lourdes para Bernadete, em Fátima, para os três pastorinhos. aqui mesmo em Aparecida para os pescadores. Sim, padre, sei dessas histórias. Então, você sabe que ela tem uma forma muito especial de chamar pessoas para uma missão e geralmente começa com pequenos sinais, pequenos milagres para preparar a pessoa para algo maior.

 As palavras do padre me deram arrepios. Que tipo de missão? Isso você descobrirá aos poucos. Mas posso te adiantar uma coisa. Se realmente Nossa Senhora apareceu para você, é porque ela tem trabalho para suas mãos. Que tipo de trabalho? Levar esperança para quem perdeu a fé. Mostrar que Deus ainda age no mundo através de pessoas comuns. Ser instrumento de cura, de conforto, de amor.

 Padre Miguel me deu sua bênção e me entregou um terço especial. Este terço foi abençoado no altar de Nossa Senhora. Leve sempre com você. E quando sentir que ela está te chamando para ajudar alguém, não hesite. Voltei para casa naquele dia com uma compreensão mais clara do que estava acontecendo comigo.

 Não era coincidência, não era sorte, era realmente Nossa Senhora me preparando para algo maior. Na semana seguinte, teste definitivo veio de uma forma que eu nunca esperava. Minha sogra, dona Conceição, veio almoçar conosco como fazia todos os domingos. Ela sempre foi cética em relação a essas coisas de fé. Uma mulher muito prática que só acreditava no que via.

 Durante o almoçar, ela começou a passar mal. Sentia dores fortes no peito e falta de ar. Era claramente um problema cardíaco. “Mãe, vamos pro hospital”, disse Márcia preocupada. “Ah, filha deve ser só aia, não precisam se preocupar”. Mas a situação piorou rapidamente.

 Dona Conceição ficou pálida, suando frio, e a dor no peito se intensificou. “Vamos pro hospital agora”, insisti. Foi quando algo inexplicável aconteceu. Uma força muito grande me empurrou para perto dela. Sem pensar, me ajoelhei ao lado da cadeira onde ela estava e coloquei as mãos sobre seu peito. “João, o que você está fazendo?”, perguntou Márcia assustada. Não sei.

 Só sinto que preciso fazer isso. Fechei os olhos e comecei a orar mentalmente, pedindo a Nossa Senhora para curar minha sogra. Enquanto orava, senti o mesmo calor nas mãos que havia sentido outras vezes. Era como se uma energia passasse através de mim. Fiquei ali por uns 5 minutos. Quando abri os olhos, dona Conceição estava me olhando com uma expressão de total espanto.

 “A dor passou”, disse ela incrédula. Como assim passou, né? Perguntou Márcia. Sumiu completamente. E essa falta de ar também. João, o que você fez? Só orei pela senhora dona Conceição. Ela se levantou da cadeira, respirou fundo várias vezes, colocou a mão no peito. Não sinto mais nada, nada mesmo. Márcia e eu nos entreolhamos.

 O que havia acabado de acontecer? João”, disse minha sogra me olhando de um jeito diferente. “suas mãos estão muito quentes. Olhei para minhas mãos. Para mim estavam normais. Mas quando Márcia as tocou, confirmou: “Está queimando, João. Como pode estar tão quente?” Nos dias seguintes, dona Conceição fez todos os exames cardíacos possíveis: eletrocardiograma, ecocardiograma, teste de esforço. Todos os resultados deram normais.

 Dona Conceição, disse o cardiologista, pelos sintomas que a senhora descreveu, deveria haver alguma alteração nos exames, mas está tudo perfeito. A senhora tem o coração de uma pessoa de 40 anos. Minha sogra voltou para casa completamente transformada. A mulher, que não acreditava em nada, agora falava para todo mundo sobre o que havia acontecido. “Meu genro tem um dom”, dizia ela.

 “Vi com meus próprios olhos. Eu mesmo não sabia o que pensar, o que havia acontecido de forma tão natural, tão espontânea, que nem parecia que eu havia feito algo extraordinário. Foi naquela noite que Márcia me fez uma pergunta que mudou tudo. João, você não acha que deveria usar esse dom para ajudar mais pessoas? Como assim? Sei lá, visitar hospitais, fazer orações por doentes. Se Nossa Senhora realmente te deu essa capacidade, talvez seja para usar.

 A sugestão da Márcia plantou uma semente na minha cabeça. Será que eu deveria procurar ativamente pessoas que precisassem de ajuda? Será que minha missão era maior do que simplesmente ajudar quem cruzasse meu caminho por acaso? Na manhã seguinte, liguei para padre Miguel em Aparecida. Padre, preciso conversar com o senhor. Aconteceu algo importante. Contei sobre a cura da minha sogra.

 Ele me ouviu em silêncio. Meu filho, agora não há mais dúvidas. Você realmente foi escolhido para uma missão especial. O que devo fazer, padre? Continue seu trabalho normal, mas fique atento aos sinais. Nossa Senhora vai te mostrar o caminho e quando ela indicar que é hora de expandir sua missão, você saberá. Como vou saber? Vai saber. Acredite em mim.

Os sinais começaram a aparecer já na semana seguinte. E quando digo sinais, foram sinais impossíveis de ignorar. O que aconteceu a partir daí transformou não só minha vida, mas a vida de centenas de famílias. Pessoas, vocês já sentiram que têm algum propósito especial na vida? Já viveram situações onde sentiram que Deus estava agindo através de vocês? Compartilhem nos comentários suas experiências, porque o que vem pela frente nesta história vai mostrar como Nossa Senhora pode transformar uma vida comum numa missão extraordinária.

E quem sabe ela não está preparando vocês também para algo especial. O que vou contar agora é quando minha vida deixou de ser só minha e se tornou um instrumento nas mãos de Nossa Senhora. Foi quando entendi que aquele encontro na estrada não foi apenas uma bênção pessoal, mas o início de uma missão que mudaria a vida de milhares de pessoas.

 Uma semana depois da cura da minha sogra, recebi uma ligação que não esperava. Era de uma assistente social de Presidente Prudente no interior de São Paulo. João Carlos, meu nome irmã Helena. Consegui seu contato através do padre Miguel de Aparecida. Ele me contou sobre o trabalho especial que você tem feito. Pois não, irmã. Em que posso ajudar? Temos aqui uma situação muito delicada.

 Uma criança de 6 anos em estado terminal. Os médicos desenganaram. Disseram que não há mais nada a fazer. A família está desesperada e pediu especificamente por alguém que pudesse fazer uma oração especial. Meu coração se apertou. Que tipo de doença? Tumor no cérebro. muito agressivo. A criança está internada há dois meses e os médicos deram no máximo uma semana de vida.

 Senti uma força inexplicável me empurrando para aceitar. Quando vocês precisam que eu vá lá o mais rápido possível. A família está sem esperanças. Cancelei uma viagem que tinha programada e parti para a Presidente Prudente naquela mesma tarde. Era uma viagem de cerca de 400 km que me deu tempo para pensar e orar durante todo o trajeto. Cheguei ao hospital no início da noite.

Irmã Helena me esperava na portaria. Era uma mulher de uns 50 anos, pequena, mas com uma energia impressionante e um olhar cheio de compaixão. João Carlos, muito obrigada por ter vindo. A família está numa situação muito difícil. Ela me levou até o quarto onde estava internada a criança.

 Era uma menina chamada Isabela, cabelos loiros, magra pela doença, mas ainda com um sorriso doce no rosto. Ao lado da cama estavam os pais, Marcos e Silvia. visivelmente abatidos. “Vocês são os pais da Isabela?” “Somos,”, respondeu Marcos com a voz embargada. “A irmã Helena disse que o Senhor poderia fazer uma oração especial por nossa filha.

” “Posso sim, mas primeiro quero conhecer melhor a Isabela.” Me aproximei da cama. A menina estava acordada, mas muito fraquinha. “Oi, princesa. Qual é seu nome?” “Isabela”, respondeu ela com uma voz bem baixinha. Isabela. Que nome bonito. Posso te contar uma coisa? Conheci uma senhora muito especial que se chama Maria. Ela cuida de todas as crianças do mundo. Os olhos da Isabela brilharam um pouco. É verdade? É sim.

 E ela me pediu para vir aqui e fazer uma oração especial por você. Posso? Ela acenou que sim. Coloquei as mãos sobre a cabeça dela e comecei a orar. Não foi uma oração desesperada pedindo milagres impossíveis. Foi uma oração de entrega pedindo a Nossa Senhora para fazer o que fosse melhor para Isabela.

 Enquanto orava, senti novamente aquele calor intenso nas mãos, mas dessa vez foi diferente. Era como se uma energia muito poderosa estivesse passando através de mim, muito mais forte do que das outras vezes. Orei por quase 20 minutos. Quando terminei, Isabela estava com um sorriso no rosto e parecia mais animada.

 Tio, eu sonhei com uma senhora linda de vestido azul enquanto o senhor orava. Meu coração disparou. Como era essa senhora? Ela tinha cabelos escuros, era muito bonita e me deu um beijinho na testa. Disse que eu ia ficar boa. Os pais se entreolharam emocionados. Silvia segurou minha mão com lágrimas nos olhos. João Carlos, faz duas semanas que Isabela não sorri assim. Obrigada. Tenham fé, disse eu.

 Nossa Senhora sabe o que é melhor para cada um de nós. Voltei para casa naquela noite, sem saber o que esperar. Três dias depois, recebo uma ligação que me deixou sem palavras. João Carlos, aqui é o Marcos, pai da Isabela. Oi, Marcos, como ela está? É por isso que estou ligando, João Carlos. Aconteceu algo inexplicável. Os exames que fizemos ontem mostraram que o tumor diminuiu drasticamente.

Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo. Como assim? Os médicos estão sem entender. Disseram que nunca viram uma regressão tão rápida de um tumor tão agressivo. Querem repetir os exames para ter certeza, mas Isabela está visivelmente melhor. Uma semana depois, nova ligação. João Carlos. Os novos exames confirmaram. O tumor desapareceu completamente.

 Os médicos não sabem como explicar. Disseram que é um milagre. Fiquei em silêncio, tentando processar a informação. Isabela havia se curado completamente. Marcos, como ela está se sentindo? Está brincando, correndo, voltou a comer normalmente. É como se nunca tivesse estado doente.

 João Carlos, sabemos que foi sua oração que salvou nossa filha. Não fui eu, Marcos, foi Nossa Senhora. Sabemos disso e queremos retribuir de alguma forma o que podemos fazer. Façam o mesmo por outras famílias que estiverem passando dificuldades. É assim que a corrente de bênçãos continua. A notícia da cura de Isabela se espalhou rapidamente pela região.

 Em poucos dias, meu telefone não parava de tocar. Pessoas de várias cidades queriam que eu fizesse orações por seus familiares doentes. Foi quando irmã Helena me fez uma proposta que mudaria tudo. João Carlos, que tal organizarmos visitas regulares a hospitais? e comunidades carentes, você poderia usar seu caminhão para levar doações e fazer essas orações especiais.

 A ideia me animou e me assustou ao mesmo tempo. Significava assumir uma responsabilidade muito maior. Irmã, preciso conversar com minha família antes. Márcia me apoiou completamente, como sempre. João, se Nossa Senhora está te chamando para isso, a gente vai encontrar um jeito de conciliar com seu trabalho. Combinei com irmã Helena de fazer visitas nos fins de semana.

 Todo sábado eu carregava meu caminhão com doações que conseguíamos arrecadar, alimentos, roupas, medicamentos, e visitávamos uma comunidade diferente. A primeira visita oficial foi numa favela na periferia de Presidente Prudente. Era um local onde viviam cerca de 200 famílias em condições muito precárias. Casas de madeira e papelão, ruas de terra, esgoto a céu aberto, crianças brincando no meio da sujeira.

Quando chegamos lá, fomos recebidos como se fôssemos uma resposta direta do céu. As pessoas saíram de suas casas curiosas para ver o caminhão carregado de doações. Uma mulher se aproximou de mim. O senhor é o homem que cura? Eu não curo ninguém, senhora. Só oro pelas pessoas. Meu neto está muito doente. Os médicos disseram que não tem mais o que fazer.

 O senhor poderia orar por ele? Como eu poderia dizer não? Fui até a casa dela. Era um barraco pequeno de dois cômodos. No fundo, numa cama improvisada, estava um menino de uns 10 anos. Estava muito magro, pálido, claramente muito debilitado. “Qual é o problema dele?”, perguntei. “Leucemia. Faz um ano que ele luta contra a doença.

 O tratamento no SUS é muito demorado e ele está cada vez pior.” Sentei na beirada da cama. O menino abriu os olhos e me olhou. Mesmo debilitado, havia uma luz especial naquele olhar. Oi, campeão. Qual é seu nome? Rafael, disse ele com a voz fraca. Rafael, posso fazer uma oração por você? Pode, tio. Coloquei as mãos sobre a cabeça dele e comecei a orar.

 Senti novamente aquele calor intenso, aquela energia que não era minha passando através de mim. Enquanto orava, algo extraordinário aconteceu. Rafael abriu os olhos e sorriu. Tio, estou vendo uma senhora muito bonita aqui do lado. Como ela é? Tem um vestido azul e um manto branco. Está sorrindo para mim e falando que vou ficar bom. A avó do menino começou a chorar.

 Nossa Senhora está aqui ela sussurrou. Terminei a oração e Rafael estava visivelmente melhor. Tinha mais cor no rosto e parecia mais animado. Dona disse eu para a avó. Tenha fé. Nossa Senhora sabe o que faz. Duas semanas depois, recebo uma ligação emocionante. João Carlos, aqui é a Maria, a avó do Rafael. Preciso contar uma coisa para o senhor. Pode falar, dona Maria.

 Rafael está curado. Os exames mostraram que não há mais nenhum vestígio da leucemia. Os médicos disseram que é impossível, mas aconteceu. Mais uma cura inexplicável, mais uma confirmação de que algo muito especial estava acontecendo. Mas foi numa visita ao interior de São Paulo que tive meu segundo encontro direto com Nossa Senhora.

 Estávamos numa região que enfrentava uma das piores secas dos últimos anos. Era uma comunidade rural com cerca de 500 famílias que dependiam da agricultura, mas os poços haviam secado e as plantações estavam morrendo. Chegamos lá numa manhã de sábado. O cenário era desolador. Terra rachada, árvores secas, animais morrendo de sede.

 As pessoas estavam desesperadas, muitas já planejando abandonar suas terras. João Carlos disse o líder da comunidade, seu Benedito, nossa situação está crítica. Se não chover ou não conseguirmos água de algum lugar, vamos ter que abandonar tudo. Há quanto tempo não chove? 4 meses. E o poço principal da comunidade secou na semana passada. Era nossa última fonte de água.

 Distribuímos as doações que havíamos levado, mas eu sabia que não era suficiente. Aquelas pessoas precisavam de um milagre maior. À tarde fui visitar o poço seco. Era um buraco de uns 20 m de profundidade que um dia havia fornecido água para toda a comunidade. Agora estava completamente ressecado.

 Fiquei ali em silêncio, olhando para aquele poço vazio, quando senti uma presença atrás de mim. Me virei e lá estava ela, a mesma mulher que havia encontrado na estrada meses antes. Vestido azul, manto branco, olhos doces e serenos. Dessa vez não tive dúvidas. Nossa Senhora disse eu, me ajoelhando. Levante-se, João Carlos. Não precisa se ajoelhar, senhora.

 Essas pessoas estão sofrendo. Precisam de água. Ela sorriu daquele jeito sereno que eu havia guardado na memória. E por que você acha que te trouxe aqui para ajudá-las? Para ser meu instrumento. Faça uma oração sobre este poço, João Carlos, e tenha fé. Mas, senhora, eu sou só um caminhoneiro.

 Como posso fazer água brotar de um poço seco? Da mesma forma que fez uma criança com tumor se curar, um menino com leucemia se recuperar. Você não faz nada, meu filho. É apenas um canal. Ela se aproximou e colocou a mão sobre minha cabeça. Ore, João Carlos, ore com fé. Me ajoelhei na beira do poço e comecei a orar como nunca havia orado antes.

 Pedi a Nossa Senhora para ter misericórdia daquelas famílias para mostrar seu poder através da água que elas tanto precisavam. Enquanto orava, sentia aquele calor familiar nas mãos, mas dessa vez ele se espalhou por todo meu corpo. Era como se estivesse sendo atravessado por uma energia divina. Orei por quase meia hora. Quando terminei e abri os olhos, Nossa Senhora havia desaparecido novamente.

 Olhei para dentro do poço e não vi nada diferente. Voltei para a comunidade desanimado. Talvez eu tivesse esperado demais, pedido um milagre grande demais. Na manhã seguinte, fui acordado por gritos de alegria do lado de fora da casa onde estava hospedado. João Carlos, João Carlos, venha ver.

 Saí correndo e encontrei seu Benedito e várias pessoas correndo em direção ao poço. O que aconteceu? A água voltou. O poço está cheio de água. Corri até lá e não acreditei no que vi. O poço, que estava completamente seco no dia anterior agora estava cheio de água cristalina até a borda. Isso é impossível, disse eu. Impossível ou não aconteceu disse seu Benedito. E não é só isso.

 Outros três poços da região que estavam secos também voltaram a ter água durante a noite. Descemos um balde e experimentamos a água. Era fresca, limpa, melhor que muitas águas encanadas. A notícia se espalhou pela região como fogo. Em poucas horas, pessoas de comunidades vizinhas começaram a chegar para buscar água e para me conhecer.

 Mas o que mais me impressionou foi o que seu Benedito me contou depois. João Carlos, minha mulher, teve um sonho muito estranho essa noite. Que tipo de sonho? Ela sonhou com uma senhora de vestido azul caminhando pela nossa comunidade. No sonho, essa senhora parou em cada poço seco e fez o sinal da cruz. e disse para minha esposa: “Diga ao João Carlos que ele está cumprindo bem sua missão.

” Fiquei arrepiado dos pés à cabeça. Era a confirmação que eu precisava. A partir daquele dia, nossa pequena missão cresceu de forma impressionante. Outros caminhoneiros começaram a se juntar ao trabalho. Primeiro veio Sebastião, aquele pedreiro que eu havia ajudado em Limeira. Ele havia comprado um caminhão pequeno e queria participar.

 João Carlos, quero fazer parte desse trabalho. Minha vida mudou depois que você me ajudou. Depois veio Antônio, o mecânico que havia consertado meu caminhão de graça. Rapaz, desde que te ajudei naquela noite, minha vida só melhorou. Quero retribuir participando da missão. Em poucos meses, tínhamos uma frota de oito caminhões voluntários. Criamos o projeto Águas de Aparecida, em homenagem à Nossa Senhora.

A cada fim de semana, saíamos em comboio para levar ajuda para alguma comunidade necessitada. Foi numa dessas viagens que aconteceu algo que mostrou que a obra havia tomado vida própria. Estávamos indo para uma comunidade no interior de Minas Gerais, quando recebemos um pedido de socorro urgente. Havia acontecido um acidente grave na BR381, próximo a Governador Valadares.

 Um ônibus havia capotado numa curva e havia dezenas de feridos. Quando chegamos ao local, encontramos uma cena desoladora. O ônibus estava de lado na pista, vidros quebrados, pessoas gemendo de dor espalhadas pelo asfalto. O corpo de bombeiros ainda estava chegando e havia apenas duas ambulâncias para mais de 40 feridos.

 “Pessoal”, disse eu para os caminhoneiros voluntários, “vamos ajudar no que pudermos”. Começamos a socorrer os feridos, organizando-os por gravidade, prestando primeiros socorros básicos. Mas havia casos muito graves que precisavam de mais do que cuidados médicos. Uma mulher de uns 50 anos estava inconsciente, com ferimentos na cabeça que sangravam muito.

 Os paramédicos disseram que ela precisava chegar urgentemente ao hospital, mas todas as ambulâncias estavam ocupadas. “Podemos levar ela no nosso caminhão?” Ofereci. “É arriscado”, disse o paramédico. “Ela pode não aguentar a viagem. Foi quando senti novamente aquela força me empurrando para agir.

 Coloquei as mãos sobre a cabeça da mulher e comecei a orar silenciosamente. Em poucos minutos, ela abriu os olhos. “O que aconteceu?”, perguntou ela. O paramédico ficou impressionado. “Senhora, a senhora estava inconsciente. Como se sente?” “Estou bem, um pouco tonta, mas bem.

” Quando os paramédicos a examinaram novamente, descobriram que os ferimentos haviam parado de sangrar e ela estava completamente consciente e orientada. Várias outras situações parecidas aconteceram naquele dia. Pessoas com ferimentos graves que melhoraram rapidamente depois que orei por elas. Quando tudo terminou, o comandante dos bombeiros me procurou. Amigo, o que vocês fizeram aqui hoje foi extraordinário. Salvaram várias vidas.

Fizemos o que pudemos. Não foi mais que isso. Alguns feridos que estavam em estado grave se recuperaram de forma inexplicável. Os médicos estão sem entender. Aquele acidente marcou um ponto de virada na nossa missão. A notícia se espalhou pelos meios de comunicação e começamos a receber convites de todo o Brasil.

 Padre Miguel de Aparecida me ligou alguns dias depois. João Carlos chegou ao meu conhecimento o que aconteceu na BR381. A obra está crescendo muito rapidamente. Padre, às vezes fico assustado com tudo isso. Será que estou preparado para tanta responsabilidade? Meu filho, você não precisa estar preparado, apenas precisa estar disponível. Nossa Senhora vai te preparando aos poucos.

E se eu falhar? E se não conseguir ajudar alguém que precisar? João Carlos, você não é responsável pelos resultados. É responsável apenas por estar disponível quando ela chamar. Essas palavras me tranquilizaram e me deram força para continuar. Nossa missão estava crescendo, mas eu sabia que não estava sozinho.

 Nossa Senhora estava guiando cada passo. O que aconteceu nas semanas seguintes mostrou que estávamos apenas no começo de algo muito maior. E para você que está ouvindo esta história, me diga: “Vocês já sentiram que Deus estava preparando vocês para alguma missão especial? Já perceberam que pequenos gestos de bondade podem se transformar em grandes obras? Compartilhem nos comentários suas experiências, porque talvez Nossa Senhora também esteja trabalhando na vida de vocês de formas que vocês ainda não perceberam. O que vou contar agora é

como uma simples obra de caridade se transformou numa rede nacional de esperança, alcançando lugares que eu jamais imaginei conhecer. Foi quando entendi que Nossa Senhora não tinha planos pequenos para aquela missão que começou com um copo d’água na beira da estrada. Três meses depois do acidente na BR381, nossa história havia se espalhado pelo Brasil inteiro.

 Jornais, rádios e até programas de televisão queriam entrevistar nossa equipe. Mas eu sempre recusava as entrevistas. Não queria que o foco fosse em mim, mas na obra que estávamos fazendo. Foi Márcia quem me convenceu a aceitar pelo menos algumas entrevistas.

 João, se você não contar a história, como outras pessoas vão saber que Nossa Senhora ainda opera milagres hoje? Como outros vão se inspirar a fazer a mesma coisa? Ela estava certa. Aceitei participar de um programa de rádio em São Paulo, mas com uma condição. O foco deveria ser na missão, não na minha pessoa. A entrevista foi ao ar numa quinta-feira de manhã.

 Na sexta, nosso telefone não parava de tocar. Pessoas de todo o Brasil queriam se juntar ao projeto. Ofertas de doação chegavam de empresários, igrejas, organizações. Em uma semana, recebemos mais de 3.000 mensagens de pessoas querendo participar como voluntárias. Mas a ligação que mais me marcou veio de um lugar que eu nunca esperava.

 João Carlos, aqui é a irmã Lúcia de São Luís do Maranhão. Pois não, irmã. Chegou até nós a notícia do trabalho que vocês estão fazendo. Precisamos muito da sua ajuda aqui no Maranhão. Ela me explicou a situação. Havia uma epidemia de dengue numa região pobre de São Luís que estava fora de controle.

 Dezenas de crianças estavam internadas e três já haviam morrido. A situação estava desesperadora. Irmã, posso levar medicamentos e suprimentos, mas uma epidemia. Isso é muito sério, João Carlos. Não é só os medicamentos. Essas pessoas perderam a esperança. Muitas famílias estão abandonando suas casas com medo. Elas precisam de mais que remédios. Precisam de fé. Aquela palavra fé ecoou no meu coração.

 Conversei com Márcia e com a equipe e decidimos que deveríamos ir. Organizamos um comboio de 15 caminhões carregados de medicamentos, soro caseiro, repelentes e alimentos. Também levamos uma equipe de médicos e enfermeiros voluntários que haviam se juntado ao projeto. A viagem até São Luís foi longa, mais de 2.000 km.

 Mas durante todo o trajeto eu sentia uma paz inexplicável, como se estivéssemos sendo guiados. Chegamos na periferia de São Luís numa manhã de sábado. O cenário era desolador. Casas alagadas pela chuva, lixo acumulado nas ruas, água parada em todos os cantos, o ambiente perfeito para a proliferação do mosquito da dengue.

 Irmã Lúcia nos esperava num posto de saúde improvisado numa escola. Era uma mulher de uns 45 anos, magra, com olhos cansados, mas determinados. Graças a Deus vocês vieram. A situação piorou desde que conversamos. Já são cinco crianças mortas e mais de 200 casos confirmados. Montamos nossa base de operações na escola.

 Os médicos voluntários começaram a atender os casos mais graves enquanto organizávamos a distribuição de medicamentos e orientações sobre prevenção. Mas foi quando visitei o hospital local que entendia a real dimensão do drama. Na enfermaria pediátrica havia dezenas de crianças internadas, muitas em estado grave. Os pais olhavam para nós com uma mistura de esperança e desespero. Uma mãe se aproximou de mim.

 O senhor é o João Carlos que faz milagres? Eu não faço milagres, senhora. Só oro pelas pessoas. Por favor, ore pelo meu filho. Ele está há cinco dias em coma por causa da dengue hemorrágica. Ela me levou até um menino de uns 7 anos que estava ligado a vários aparelhos. Era um quadro muito grave. Qual é o nome dele? Lucas.

 Ele é meu único filho. Coloquei as mãos sobre a cabeça do Lucas e comecei a orar. Pedi a Nossa Senhora para ter misericórdia daquela criança e daquela mãe que sofria tanto. Enquanto orava, sentia aquele calor familiar, mas dessa vez acompanhado de algo diferente. Era como se pudesse sentir a presença de Nossa Senhora ali no quarto.

 Quando terminei a oração, Lucas abriu os olhos. “Mãe”, disse ele com a voz fraca. A mãe começou a chorar de emoção. Lucas, meu filho. Em poucas horas, Lucas estava fora de perigo. Os médicos não conseguiam explicar a recuperação tão rápida. A notícia se espalhou pelo hospital e logo havia uma fila de pais querendo que eu orasse por seus filhos.

 Durante três dias, passei a maior parte do tempo no hospital orando por crianças doentes. O resultado foi extraordinário. Das 47 crianças internadas com dengue grave, 43 se recuperaram completamente em menos de uma semana. Os médicos locais ficaram impressionados com o índice de recuperação.

 Mas o que mais me chamou atenção foi o que aconteceu na comunidade. À medida que as crianças se recuperavam, a esperança voltava aos olhos dos pais. Famílias que estavam planejando deixar a região decidiram ficar. A própria comunidade se organizou para eliminar os focos do mosquito. No último dia da nossa estadia, o prefeito da cidade nos procurou.

 João Carlos, o que vocês fizeram aqui em uma semana é mais do que conseguimos fazer em meses. Como podemos retribuir? Não precisam retribuir nada. Façam o mesmo por outras comunidades que precisarem. Mas queremos fazer algo oficial. Vou dar a vocês o título de cidadão honorário de São Luís. Era uma honra que eu não esperava, mas aceitei em nome de toda a equipe. Quando estávamos nos preparando para partir, uma senhora idosa se aproximou de mim.

João Carlos, posso te contar uma coisa? Claro, senhora. Ontem à noite eu tive um sonho muito vivo. Sonhei com uma mulher muito bonita, de vestido azul, caminhando pelas ruas da nossa comunidade. Ela parava em cada casa onde havia criança doente e fazia o sinal da cruz. Meu coração disparou.

 Como era essa mulher? Tinha cabelos escuros, olhos muito doces e irradiava uma paz inexplicável. No sonho, ela me disse: “Diga ao João Carlos que seu trabalho aqui está terminado. As crianças estão curadas.” Fiquei arrepiado. Era a terceira vez que alguém relatava sonhos com Nossa Senhora durante nossas missões. “E tem mais uma coisa”, continuou a senhora. “No sonho, ela me entregou isso aqui para dar para você”.

 A senhora tirou do bolso uma pequena medalha de Nossa Senhora Aparecida. era antiga de prata, com uma corrente simples. Ela disse que essa medalha vai te proteger durante as viagens e que você deve usá-la sempre. Peguei a medalha com as mãos tremendo. Era impossível que aquela senhora tivesse inventado aquela história.

 Como ela poderia saber detalhes tão específicos? Voltamos para São Paulo com a certeza de que nossa missão estava realmente sendo abençoada por Nossa Senhora. Mas o que aconteceu nas semanas seguintes superou todas as nossas expectativas. Começaram a chegar convites de todo o Brasil, comunidades carentes do Pará, do Acre, do Rio Grande do Sul, de Goiás, todas querendo nossa ajuda para situações específicas, secas, inundações, epidemias, pobreza extrema.

Foi quando tomamos uma decisão que mudaria tudo, criar núcleos do projeto Águas de Aparecida em outros estados. Cada núcleo teria sua própria equipe de voluntários e sua própria frota de veículos. O primeiro núcleo foi criado em Salvador, coordenado por um médico voluntário que havia participado da missão no Maranhão.

 O segundo foi no Rio Grande do Sul, coordenado por um grupo de caminhoneiros que tinham se inspirado na nossa história. Em se meses, tínhamos núcleos funcionando em 12 estados. Cada fim de semana, centenas de voluntários saíam para ajudar comunidades necessitadas em todo o Brasil. Mas foi numa missão ao interior do Pará.

 que tive uma das experiências mais marcantes da minha vida. Fomos chamados para ajudar uma comunidade ribeirinha que estava isolada há dois meses por causa de uma enchente. A comunidade se chamava Vila Esperança e ficava às margens do rio Tapajós. Para chegar lá, tivemos que usar balças para transportar nossos caminhões pelos rios. Foram dois dias de viagem através da floresta amazônica.

Quando chegamos na Vila Esperança, encontramos cerca de 300 pessoas vivendo em condições muito precárias. A enchente havia destruído suas casas, plantações e criações. Eles estavam sobrevivendo com o pouco que conseguiam pescar. O líder da comunidade, seu Raimundo, nos recebeu com lágrimas nos olhos. Vocês são a primeira ajuda que chega aqui.

 Já estávamos perdendo as esperanças. Como souberam da nossa existência? Perguntei. Um homem passou aqui na semana passada, disse que conhecia vocês e que estava muito preocupado com nossa situação. Que homem? Muito estranho. Apareceu numa canoa pequena, sozinho. Conversou com todo mundo, perguntou sobre nossas necessidades. Disse que ia mandar ajuda.

Como ele era, homem simples, roupas humildes, mas tinha algo especial. Falava de um jeito que dava muita paz. E o mais estranho, ninguém viu ele ir embora, simplesmente desapareceu. Fiquei intrigado com aquela história, mas tínhamos trabalho para fazer. Durante uma semana, nossa equipe trabalhou incansavelmente.

 Médicos atenderam doentes, engenheiros ajudaram a reconstruir casas, agrônomos ensinaram novas técnicas de plantio. E eu passei a maior parte do tempo orando por pessoas e abençoando famílias. Foi no último dia da nossa estadia que aconteceu algo extraordinário. Estava fazendo uma oração final com toda a comunidade reunida quando uma criança de uns 6 anos se aproximou de mim.

 Tio João, tem uma senhora ali que quer falar com o senhor. Olhei na direção que ela apontava, mas não vi ninguém. Onde, filha? Ali embaixo daquela árvore grande. Fui até a árvore, mas não havia ninguém. Quando voltei, a criança insistiu.

 Ela está falando que o senhor não consegue ver ela agora, mas que está muito orgulhosa do trabalho que o senhor está fazendo. Como essa senhora, muito bonita, de vestido azul, tem cabelos escuros e um sorriso muito doce. Ela disse que vai aparecer para o senhor quando for a hora certa. As palavras daquela criança me deram arrepios. Era impossível que ela estivesse inventando aquilo.

 Ela disse mais alguma coisa? disse que o trabalho do Senhor vai crescer muito mais e que vai chegar até outros países, mas o Senhor tem que continuar sendo humilde. Voltamos para São Paulo com essas palavras ecoando na minha cabeça. Outros países? Como nossa pequena obra poderia chegar a outros países? A resposta veio mais rápido do que imaginei.

 Duas semanas depois, recebo uma ligação internacional. João Carlos aqui é padre Antônio do Peru. Soube do trabalho que vocês fazem através de um artigo na internet. Seria possível uma conversa? Padre Antônio coordenava missões nas montanhas peruanas e queria nossa ajuda para levar assistência a comunidades isoladas nos Andes. Padre, seria uma honra, mas não sei se estamos preparados para uma missão internacional.

 João Carlos, a necessidade não conhece fronteiras. E pelo que li sobre vocês, tem exatamente o que precisamos: fé, organização e resultados. A primeira missão internacional aconteceu três meses depois. Levamos uma equipe de 20 voluntários e equipamentos médicos para uma região remota do Peru. Durante duas semanas, atendemos comunidades que não viam um médico há anos.

 Os resultados foram impressionantes. Não apenas curamos doenças físicas, mas trouxemos esperança para pessoas que se sentiam esquecidas pelo mundo. Foi nessa viagem que aconteceu algo que mudaria minha perspectiva, sobretudo. Estávamos numa aldeia a 4.000 m de altitude quando fui procurado por um índio ancião.

 “Você é o homem que a Patamama enviou?”, perguntou ele em espanhol. “Como assim, Patiam? A mãe Terra, ela me disse em sonho que enviaria um homem do Brasil para nos ajudar. Quando foi esse sonho? Há três luas. No sonho, ela tinha forma de mulher jovem vestida de azul com estrelas ao redor da cabeça. Era uma descrição perfeita de Nossa Senhora Aparecida.

 Mesmo numa cultura completamente diferente, Nossa Senhora estava preparando o caminho. A notícia do nosso trabalho internacional se espalhou rapidamente. Logo recebemos convites de missões na Bolívia, no Paraguai e na África. Em um ano tínhamos voluntários trabalhando em sete países.

 Foi quando recebemos um convite que me deixou sem palavras, uma carta oficial do Vaticano. Estimado irmão João Carlos, dizia a carta, chegou ao conhecimento de Sua Sante. O Papa Francisco, o trabalho extraordinário que você e sua equipe t desenvolvido. O Santo Padre gostaria de recebê-lo para uma audiência especial. Eu não conseguia acreditar. O Papa queria me conhecer. Márcia ficou tão emocionada quanto eu.

 João, isso prova que Nossa Senhora realmente está guiando tudo isso. Dois meses depois estava no Vaticano, sentado numa sala simples, conversando com o Papa Francisco. Ele era exatamente como eu imaginava, humilde, carinhoso, mais interessado em ouvir do que em falar. João Carlos, disse ele, me conte como tudo começou.

 Contei toda a história desde o primeiro encontro na estrada até os trabalhos internacionais. O Papa me ouviu atentamente. Você tem certeza de que foi Nossa Senhora quem você encontrou naquele dia? Absoluta certeza, santidade. Como pode ter certeza? Pelos frutos, Santo Padre, Jesus disse que pelos frutos conheceríamos a árvore. E os frutos dessa obra são bons.

 Pessoas curadas, famílias reunidas, esperança restaurada. O papa sorriu. Você tem razão. E o que planeja fazer agora? Continuar servindo onde Nossa Senhora me colocar. João Carlos, Nossa Senhora colocou você num lugar muito especial. Você é uma prova viva de que ela ainda caminha entre nós, ainda se manifesta através de pessoas simples e humildes.

 No final da conversa, o Papa me deu sua bênção e um presente que guardo até hoje, um rosário especial abençoado no túmulo de São Pedro. Este rosário pertenceu a um santo”, disse ele. “Leve-o sempre consigo para lembrar que Nossa Senhora está sempre ao seu lado.” Quando voltei ao Brasil, nossa missão havia se transformado numa organização internacional reconhecida oficialmente pela igreja.

 Tínhamos núcleos funcionando em 15 países e mais de 10.000 voluntários ativos. Mas no meio de todo esse crescimento, eu nunca me esqueci do que era essencial. Cada pessoa que ajudávamos era única, especial, amada por Nossa Senhora. E para vocês que estão ouvindo esta história, saibam que Nossa Senhora continua escolhendo pessoas simples para grandes missões.

 Talvez ela esteja preparando vocês também para algo especial. Já pararam para pensar que propósito Nossa Senhora tem para suas vidas? Reflitam sobre isso, porque o que vem no final desta história vai mostrar que a obra de Nossa Senhora nunca termina, apenas se multiplica através de corações disponíveis.

 O que vou contar agora é como uma obra que começou com um simples gesto de bondade se transformou num legado que continua crescendo pelo mundo inteiro. É a parte final da minha história, mas o começo de algo que vai durar para sempre. Quando voltei do Vaticano, nossa Fundação Águas de Aparecida já estava funcionando em 12 estados brasileiros e oito países.

 Tínhamos hospitais móveis, escolas itinerantes, programas de capacitação profissional, projetos de agricultura sustentável. Mas o mais importante, tínhamos uma nova geração de jovens que havia abraçado a missão. Foi numa manhã de quinta-feira, exatamente 5 anos depois do meu primeiro encontro com Nossa Senhora. que recebia a visita mais especial da minha vida.

 Estava no escritório da fundação em Ribeirão Preto, quando minha secretária me avisou: “João Carlos, tem uma jovem aqui que quer falar com você. Diz que é muito importante.” Quando ela entrou na sala, reconheci imediatamente. Era Isabela, aquela menina de 6 anos que estava com tumor no cérebro em Presidente Prudente. Agora ela tinha 11 anos. Estava linda, saudável, cheia de vida.

 Tio João disse ela correndo para me abraçar. Isabela, como você cresceu? Como está? Estou ótima. Vim aqui com meus pais para te agradecer e para te contar uma coisa muito importante. Os pais dela entraram na sala. Marcos e Silvia estavam radiantes, visivelmente emocionados. João Carlos”, disse Marcos. Isabela insistiu para vir aqui. “Ela tem algo para te dizer.

” “O que é, princesa?” Isabela me olhou com seriedade de adulto. “Tio João, eu me lembro do dia que o senhor orou por mim no hospital e me lembro da senhora de vestido azul que apareceu.” Meu coração disparou. “Você se lembra?” “Lembro de tudo. E desde aquele dia ela aparece para mim de vez em quando.” “Como assim?” nos meus sonhos.

 Ela conversa comigo, me conta coisas sobre o futuro e ontem ela me disse algo muito importante sobre o Senhor. Sentei na beirada da mesa com toda a atenção voltada para aquela menina. O que ela disse? Ela disse que o trabalho do Senhor aqui na terra está quase terminando, que outros vão continuar a obra, mas que o Senhor vai descansar.

 As palavras de Isabela me deixaram pensativo. Ela disse mais alguma coisa? disse que quando chegar a hora do senhor partir, não é para ficar triste, porque o senhor vai para um lugar muito bonito, onde vai encontrar ela pessoalmente. Lágrimas começaram a rolar dos meus olhos. Uma criança de 11 anos estava me dando uma mensagem que eu precisava ouvir. E tem outra coisa, tio João.

 Ela disse que eu vou ser médica quando crescer, especialista em crianças com câncer, para continuar o trabalho que o senhor começou comigo. Aquela conversa com Isabela marcou o início de uma nova fase na minha vida. Comecei a pensar mais sobre o futuro da obra e menos sobre novos projetos. Era hora de preparar outros para assumir a liderança.

 Convoquei uma reunião com todos os coordenadores regionais. Vieram representantes de 15 estados e 10 países. Era impressionante ver como a obra havia crescido. Pessoal, disse eu na abertura da reunião, chegou a hora de pensarmos na continuidade da nossa missão. Como assim, João Carlos? Perguntou irmã Helena, que agora coordenava todo o trabalho social. Eu não vou estar aqui para sempre. Precisamos preparar novas lideranças.

Dr. Fernando, que havia se tornado nosso coordenador médico internacional, se manifestou. João Carlos, você ainda é jovem, tem muito trabalho pela frente. Fernando, nenhum de nós é insubstituível. A obra de Nossa Senhora é maior que qualquer pessoa. Passamos três dias planejando a transição.

 Criamos um conselho diretor com sete pessoas, representando diferentes áreas: assistência social, saúde, educação, agricultura, gestão financeira, coordenação internacional e assuntos espirituais. Mas a maior surpresa veio quando anunciamos quem seria o novo presidente da fundação. Era Rafael, aquele menino de 10 anos que havia se curado de leucemia na favela de Presidente Prudente.

 Agora ele tinha 15 anos e demonstrava uma maturidade impressionante. Rafael só assumirá oficialmente quando completar 25 anos expliquei. Até lá será preparado por toda a equipe. João Carlos disse Rafael emocionado. Eu prometo que vou honrar a confiança. Nossa Senhora me salvou através do Senhor. Agora quero salvar outras pessoas.

 Nos meses seguintes, comecei a passar mais tempo com a família e menos tempo viajando. Márcia estava feliz com a mudança. João, estes cinco anos foram incríveis, mas sentimos sua falta em casa. Márcia, Nossa Senhora, cumpriu o que prometeu. Nossa família está bem, nossos filhos estão crescendo saudáveis e a obra continua crescendo.

 Nosso filho Gustavo, agora com 21 anos, estava cursando engenharia e queria se especializar em saneamento básico para ajudar comunidades carentes. Nossa filha, Ana Paula, com 17 anos, já falava em ser enfermeira para trabalhar nas missões. Pai”, disse Ana Paula numa noite, “eu também quero servir a Nossa Senhora como você fez, filha, Nossa Senhora chama cada pessoa de um jeito diferente. Você vai descobrir qual é o seu caminho.

” Foi numa tarde de domingo, enquanto estava no quintal de casa brincando com meu primeiro neto, filho do Gustavo, que tive meu último encontro com Nossa Senhora nesta vida. Estava empurrando o carrinho do pequeno João Carlos. Sim, minha nora quis homenagear o avô quando senti uma presença familiar atrás de mim.

 Me virei e lá estava ela, exatamente como no primeiro encontro, vestido azul, manto branco, olhos doces e serenos. Mas dessa vez havia algo diferente. Ela estava sorrindo com uma satisfação maternal. “Minha querida mãe”, disse eu, me ajoelhando. “Levante-se, João Carlos. Venha caminhar comigo. Andamos pelo quintal enquanto meu netinho dormia no carrinho. Estou orgulhosa de você, meu filho.

 Senhora, eu apenas fiz o que a senhora pediu e fez muito bem. Olhe quantas vidas foram tocadas, quantas pessoas encontraram esperança, quantos jovens descobriram sua vocação. Foi tudo obra da senhora. Foi obra nossa, João Carlos. Eu plantei a semente. Você regou com dedicação e agora outros vão colher os frutos. Caminhamos em silêncio por alguns momentos.

 Era uma paz inexplicável estar na presença dela. Senhora, minha missão aqui terminou. Sua missão principal? Sim. Agora você tem uma nova missão. Ser exemplo de avô, transmitir sua experiência para as novas gerações da obra e se preparar para o dia em que virá me encontrar definitivamente. Quando será esse dia? Você saberá na hora certa, mas não tenha pressa nem medo. Ainda há muito que fazer aqui, só que de forma diferente.

Ela se aproximou e colocou a mão sobre minha cabeça, como havia feito na primeira vez. João Carlos, você quer saber qual foi seu maior milagre? Qual senhora? Não foram as curas físicas, nem a água que brotou dos poços secos.

 Seu maior milagre foi plantar esperança no coração de pessoas que haviam desistido de acreditar no amor. Lágrimas escorriam pelo meu rosto. Obrigado por terme escolhido, minha mãe. Obrigada por ter respondido ao chamado. Agora vá, sua família está te esperando para o jantar. Quando me virei para olhar novamente, ela havia desaparecido, mas dessa vez não fiquei perturbado.

 Sentia uma paz completa, a certeza de uma missão bem cumprida. Entrei em casa para jantar com minha família. Durante a refeição, contei sobre o encontro. Todos ouviram em silêncio respeitoso. “Pai”, disse Gustavo, “so significa que você não vai mais viajar?” Filho, vou viajar menos, mas a obra continua. Agora é vez de vocês carregarem a tocha.

 E foi exatamente isso que aconteceu. Nos anos seguintes, nossa fundação cresceu além de todas as expectativas. Tínhamos núcleos em 25 países, mais de 50.000 voluntários ativos, hospitais próprios, universidades parceiras, programas de pesquisa médica. Mas o que mais me orgulhava eram as histórias individuais.

 como a do Gabriel, que hoje é médico oncologista pediátrico e já salvou centenas de crianças, como a da Isabela, que se formou em medicina aos 23 anos e criou um método revolucionário de tratamento de câncer infantil, como a do Rafael, que aos 25 anos assumiu a presidência da fundação e expandiu nosso trabalho para África e Ásia, como a dos filhos de pessoas que ajudamos, que agora são voluntários, médicos. enfermeiros, professores, todos dedicados a ajudar outros.

 A obra havia ganhado vida própria, como Nossa Senhora havia prometido. Hoje, aos 55 anos, continuo como presidente de honra da fundação, mas passo a maior parte do tempo escrevendo livros sobre nossa experiência e orientando novos coordenadores. Viajo ocasionalmente, mas sempre acompanhado pela família.

 Semana passada recebemos uma estatística que me emocionou profundamente. Nossa fundação já tocou diretamente a vida de mais de 2 milhões de pessoas em todo o mundo. Indiretamente, através dos voluntários que inspiramos e das pessoas que eles ajudaram, estimamos que chegamos a mais de 10 milhões de vidas.

 Mas sabe qual é a estatística que mais me orgulha? Temos registrado mais de 5000 casos de curas inexplicáveis pela medicina. Crianças desenganadas que se recuperaram completamente, adultos com doenças terminais que voltaram à vida normal. Epidemias que foram controladas de forma milagrosa. Não sou eu que curo. Nunca fui. Sou apenas um canal que Nossa Senhora usa para mostrar que o amor ainda existe neste mundo.

 Ontem recebi a visita de uma família muito especial. Era Sebastião, aquele pedreiro que ajudei no começo de tudo, junto com sua esposa Joana e seus filhos, agora todos adultos. João Carlos, disse Sebastião, vine aqui para contar uma novidade. Que novidade? Meu filho mais novo, aquele bebê que estava no colo da Joana quando você nos ajudou, passou no vestibular de medicina.

 Que maravilha! E sabe qual foi o tema da redação dele? como um gesto de bondade pode transformar o mundo. Ele escreveu sobre aquele dia que você nos ajudou e sobre como isso mudou nossa família. Histórias como essa chegam até mim quase todos os dias. São pessoas cujas vidas foram tocadas direta ou indiretamente pela nossa obra e que agora estão espalhando bondade por onde passam.

 É isso que Nossa Senhora queria, uma corrente de amor que nunca parasse de crescer. Hoje, enquanto gravo esta mensagem para vocês, sei que há pessoas ouvindo que estão sendo chamadas para algum tipo de missão. Talvez não seja uma missão tão grande quanto a que Nossa Senhora me deu. Talvez seja simplesmente sorrir para alguém triste, ajudar um vizinho em dificuldades, visitar um idoso solitário, ensinar uma criança a ler.

Mas não importa o tamanho da missão. O que importa é estar disponível quando Nossa Senhora chamar, porque às vezes ela se disfarça de mendigo pedindo comida. Às vezes aparece como uma criança doente, precisando de carinho. Às vezes como um idoso abandonado, precisando de companhia. às vezes como alguém que simplesmente precisa de uma palavra de esperança.

 A pergunta que fica é: quando Nossa Senhora aparecer na sua vida e ela vai aparecer, você vai reconhecê-la? Você vai parar para ajudar? Você vai dar o que ela está pedindo? Porque eu garanto para vocês, quando vocês derem essa ajuda, suas vidas nunca mais serão as mesmas. Nossa Senhora continua caminhando pelas estradas do mundo, procurando corações generosos.

 mãos dispostas a servir, pessoas simples que aceitem ser seus instrumentos. Ela pode estar esperando por vocês na próxima esquina, no próximo hospital que visitarem, na próxima pessoa necessitada que cruzar seus caminhos. Se essa história tocou o coração de vocês, se inscrevam no canal e deixem o joinha, porque enquanto houver pessoas dispostas a acreditar no amor, a obra de Nossa Senhora continuará crescendo.

 E agora quero fazer um pedido especial. Deixem nos comentários os nomes de vocês e de seus familiares. Vamos fazer uma corrente de oração mundial, pedindo a Nossa Senhora para abençoar cada nome mencionado, para que cada pessoa seja instrumento de amor e esperança onde quer que esteja.

 Nossa Senhora de Aparecida, que apareceu para mim disfarçada de mulher necessitada, continua aparecendo para pessoas simples em todo o mundo. Talvez vocês sejam os próximos escolhidos. E lembrem-se sempre, vocês não estão sozinhos. Nossa Senhora caminha ao lado de cada um de vocês, às vezes como amiga, às vezes como pessoa necessitada que precisa da ajuda de vocês, mas ela sempre está lá.

 Que Nossa Senhora abençoe a vida de cada um que ouviu esta história. Que vocês também tenham a oportunidade de dar água para ela quando ela aparecer no caminho de vocês. Um forte abraço do coração. Que Nossa Senhora de Aparecida derrame suas bênçãos sobre cada um de vocês e suas famílias. Até nosso próximo encontro, seja aqui na terra ou na casa do Pai.

 E nunca se esqueçam, cada gesto de amor que vocês fizerem pode ser o início de um milagre que mudará o mundo. Nossa Senhora está esperando por vocês. Deus os abençoe.

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