Dados econômicos são de fato muito bons. Isso os economistas concordam sempre. Ministro, o senhor falou de ajuste de contas. Aqueles que concordam com a manutenção da taxa de juros em 15% ao ano dizem justamente que a situação fiscal do país é preocupante, não é favorável. O senhor concorda ou discorda deles? Eu vou te explicar porque que eu discordo.
A situação fiscal do país já teve muito pior num período recente no Gutemer, no governo do Bolsonaro. A situação fiscal é só pegar os dados. né? Eh, fiscais do país. Você tava lá com um déficit primário na casa de 2% do PIB. Hoje nós estamos falando em equilíbrio das contas públicas e eventualmente um pequeno superá o ano que vem.
Então, mudou muito para melhora a situação fiscal do país. Você sabe que o gasto tributário do Brasil chegou a patamares absurdos e tem três ou quatro coisas que vão acontecer o ano que vem que melhoram muito essa perspectiva e para os quais os analistas, vamos dizer, de jornal e tão pouco atentos, né? Nós vamos praticamente liquidar o fundo de variação eh de compensação salarial, né? Nós vamos integralizar se 100% do FUNDEB, que é uma despesa que foi contratada no governo anterior, sem fonte de financiamento. Nós estamos
normalizando a curva do BPC, que também foi uma mudança na legislação em 2021, que flexibilizou os critérios de elegibilidade e isso impactou em quase R bilhões deais por ano. E nós estamos nós estamos também concluindo a tarefa de encontrar fonte de financiamento para que o o programa não seja descontinuado.

Nós temos a tese do século que foi um colapso das finanças públicas no governo Temer, que fez com que a União tivesse que compensar eh mais de R bilhões de reais, né, eh para as empresas. Só o ano passado foi mais de 60 bilhões, termina provavelmente também o ano que vem. Então, eu tô citando alguns exemplos de problemas gravíssimos, herdados dos governos anteriores e que nós estamos conseguindo equacionar de maneira muito eh consistente.
E é curioso que assim, muitos eh economistas que escrevem jornal, não sei se estão familiarizados com esses números, mas nós demos conta de uma herança muito complexa de administrar. E nós vamos terminar 2026 com esses quatro temas muito bem endereçados. Em 2027 entra em vigor a reforma tributária, que todos reconhecem que vai ter um impacto forte no PIB, né? Ah, os mais pessimistas falam num crescimento adicional de 12% em 10 anos do PIB.
Quer dizer, como se o Brasil fosse crescer 1% a mais, só por ano, só por conta da reforma tributária. A reforma no crédito que nós fizemos, a reforma no mercado de seguros, tem muita coisa acontecendo, né, que não tá na conta dos mais pessimistas. Agora, o pessimismo também é bom, porque ele deixa o alerta de que tem coisas para serem feitas, nós precisamos continuar com as reformas que estão sendo feitas e isso tudo vai robustecendo a economia brasileira.
Mas eu não temo pelo futuro, porque eu acredito que se nós continuarmos a fazer h o que estamos fazendo há 3 anos, eu acredito que nós vamos ter eh um espaço ainda maior para crescer eh em termos de não só em termos de PIB, mas em termos de bem-estar, porque esse governo tá preocupado não só com o crescimento do PIB, mas tá preocupado também com a questão da desigualdade, né? Eu sei que daqui a pouco vou me perguntar sobre o imposto de renda, mas é um grande feito do esse governo pela primeira vez na história colocar o dedo numa questão
central que é a questão da desigualdade. A a desigualdade de renda no Brasil é muito grande, é uma das 10 piores do mundo. Então nós, se a gente não quer ter um voo de galinha, nós precisamos fortalecer, né, o trabalho, eh, para que o os trabalhadores consigam prosperar junto com o país. Nós queremos um um país próspero para todo mundo, não só pro andar de cima, né? A gente a gente já vai falar melhor sobre o imposto de renda.

Antes eu convido o Daniel Rit, o diretor da CNN aqui em Brasília, para fazer uma pergunta. Ministro, ministro, boa tarde. Vamos só liquidar esse assunto dos juros e da questão fiscal antes da gente passar para imposto de renda, que esse assunto obviamente merece muito a nossa atenção. No que se refere à taxa de juros, ministro, a gente já começa a perceber no debate econômico aqui e a colá alguns participantes mencionarem a meta de inflação de 3% ao ano como muito desafiadora.
Obviamente essa situação foi herdada de governos anteriores, mas o governo Lula decidiu manter essa mesma meta. O Banco Central tá fazendo um esforço gigantesco, muito rigor na taxa de juros e tá conseguindo trazer a a inflação para um pouco mais perto da meta, mesmo assim pro teto da meta 4,5% ao ano.
Agora, o que eu lhe pergunto é, será que a gente e não terá uma discussão mais intensa e o senhor pretende participar dessa discussão de uma flexibilização dos 3% como meta de inflação? Se me permite só acrescentar, ministro, pra gente já passar pro imposto de renda na pergunta seguinte. Iria lhe perguntar sobre a meta fiscal de 2026.
Agora, em 2025, o governo conseguiu aprovar no Congresso uma flexibilização para continuar mirando à margem de baixo da meta, ao contrário do que vinha pressionando o TCU. Em 2026, o governo vai mirar o centro da meta ou terá a intenção também de perseguir e ou ter a possibilidade de perseguir a meta inferior do ponto de vista fiscal? Olha, obrigado pela pergunta.
Eu vou começar de trás para frente porque eu acho muito importante o debate que você colocou do TCU. Hã, quem tem familiaridade com a execução orçamentária sabe que existe uma coisa chamada empoçamento, né, que não tá na legislação, não tá em nenhum lugar, mas todo mundo que é familiarizado com a execução orçamentária sabe que é o seguinte, você nunca consegue executar 100% do orçamento.
Por quê? Porque no final do ano tem alguma frustração, né? Uma licitação que não sai, um empenho que não é liquidado. Tem uma série de questões que fazem com que você no final do ano você tem entre 15 e 25 bilhões de reais que você não consegue executar. Alguém vai perguntar: “Mas eh, mas é muito dinheiro? Mas você tá falando de um orçamento 100 vezes maior.
Você tá falando de uma execução de 99%, 99,1 9,2% do orçamento. Quando você eh tá dizendo que você tá mirando na banda, que você não tá mirando no centro, na verdade é uma imprecisão técnica, porque na verdade quando você considera o empoamento, você traz isso naturalmente para mais perto do centro da menta. Eu vou te dar o exemplo do ano passado, né? Porque às vezes as pessoas falam: “Pô, mas será que é assim?” O ano passado isso, eu tinha uma banda de 0,25% do PIB que me permitia, vamos dizer, eh, gastar ou investir alguma coisa perto de
R$ 28 bilhões deais, né? A mais do que o centro da meta. No entanto, o déficit ficou em 0,09%. Ficou 16.16 16 abaixo do do piso, né? O que significa dizer o seguinte: nós poderíamos ter gastado alguma coisa em torno de de 15 a 20 bilhões de reais a mais no ano passado e isso não aconteceu.
Por que que não aconteceu? por conta desse fenômeno que é tradicional na execução orçamentária de qualquer estado, município e do país, de que por mais que você queira executar 100% do orçamento, como a contabilidade pública, ela do ponto de vista do déficit primário, conta o o o regime de caixa é o quanto você gastou naquele ano, nem tudo que é empenhado é liquidado.
Então é, eu sei que é do debate chato e técnico, mas é a primeira vez que eu tô esclarecendo isso de uma maneira técnica, porque toda vez que eu falo nós estamos mirando o centro, a pessoa me pergunta: “Então, por que que você tá mudando o o que tava escrito na LDO?” É para deixar eh o Tesouro Nacional confortável de trabalhar na banda, mas buscando o centro.
Então, vai acontecer esse ano, se Deus quiser, né? essa arrecadação continuar vindo bem, eh, apesar da taxa de juro tá alto, a atividade econômica tá eh mantendo o nível de atividade que permite com que o orçamento do ponto de vista da receita se mantenha, né? Eh, nós vamos vai acontecer esse ano o mesmo fenômeno que aconteceu o ano passado, que em virtude do empoçamento você acaba trazendo para bastante perto da do centro da meta o resultado medido pelo Banco Central.
Quem mede o resultado é o Banco Central. Então, as ideias vão ser discutidas, né? Ah, nós no G20 nós propusemos uma coisa diferente. Nós propusemos a taxação de super ricos. Você há de lembrar que durante o G20, presigido pelo Brasil o ano passado, nós identificamos que apenas 3.000 famílias, 3.000 famílias, né, detém 15 trilhões de dólares de riqueza.
E nós imaginávamos durante o G20 que poderia haver na forma proposta pelo economista Gabriel Zukman, né, um francês que nos deu suporte técnico com também com a Ester do Flor, prêmio Nobel de economia, uma mulher prêmio Nobel de economia que poderia ser angareado recursos eh dessas 3.000 famílias, o incremento de riqueza delas é muito menor do que esses 2%.

e você conseguiria e a partir daí gerar um fluxo de receitas eh que seria muito significativo. Nós prevíamos naquela ocasião um fluxo de 300 bilhões de dólares por ano, só com esse imposto sobre super ricos em escala global. Então era uma das propostas brasileiras pro G20, mas surgirão outras, né? Eh, e a operacionalização, eh, tem que ser pensada também, porque propostas como essa exige uma coordenação entre os países muito grande, né? Muito grande.
Você desenvolver o mercado internacional de carbono, você taxar os super ricos, todas essas ideias envolvem uma articulação muito grande. Então, é preciso também não vender a ilusão de que essas coisas vão sair do do papel muito rapidamente, né? O que eu acho mais viável no curto prazo é a o fundo de florestas.
Eu acredito que é viável num prazo mais curto e eu acredito que o mercado internacional de carbono, com o apoio da China e da União Europeia são coisas viáveis num prazo exíguo, num prazo curto. Ideias mais elaboradas, né, eh, vão exigir mais tempo de estudo do ponto de vista da sua operacionalização. Desigualdade imensa, né, ministro? 3.
000 famílias, 15 trilhões de dólares. Ministro, vamos mudar nossos assuntos. Vamos falar de juros, principalmente agora, porque a gente teve uma entrevista na semana passada da ministra Gley Hoffman de relações institucionais. Ela disse que Gabriel Galípalo deixou a desejar, depois da decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 15% ao ano.
O senhor concorda com a GZ Hoffman ou discorda? Considera que Gabriel Galípulo deixou ou não a desejar? Não, eu não vou usar esse termo, até porque eh eu tenho uma proximidade muito grande, como você sabe, com com o Gabriel, foi meu secretário executivo, foi indicado por mim para diretor do Banco Central e eu acredito que ele tá fazendo um bom trabalho no Banco Central, né? Eh, do ponto de vista eh de uma série de procedimentos que estão sendo adotados pelo Banco Central para coibir uma série de abusos no sistema financeiro, que na verdade ele erdou, né? Eu falo
especificamente, por exemplo, da regulação das fintecs, né, que tá sendo feita pelo pelo Banco Central com muito zelo, sem inibir a concorrência, mas mantendo robusto o sistema financeiro. Então, tem muito trabalho. A mudança do crédito imobiliário, eh, que foi avalizada pelo Conselho Monetário Nacional, foi uma proposta do Banco Central, aperfeiçoada pela Fazenda e pelo Planejamento, que também foi muito bem recebida pelo mercado.
Então, o Banco Central é mais do que a Selic, né? O Banco Central eh envolve muitas outras coisas. O que eu posso dizer, porque todo mundo conhece a minha opinião, é de que eu acho que uma a taxa de juros e não é uma opinião isolada minha. Setores da sociedade, hoje eu mesmo eu tive reunido com a Febraban, passei amanhã eh reunido com a Febraban para discutir 10 temas.
Nenhum deles ligado a CELIC, mas 10 temas de caráter regulatório, de encaminhamento, de lei, uma série de providências que eu tenho que tomar a cada três, 4 meses, eu faço uma reunião com a Febraban para colocar a agenda em dia. e sempre uma conversa eh bastante franca, tentando superar divergências, construir convergências e assim essa opinião também é é avalizada, por assim dizer, eh pelos bancos que se reuniram comigo hoje pela manhã, de que efetivamente a taxa de juro tem espaço eh paraa corte.
E isso não é uma questão pessoal, eh percebe? Não, é uma questão institucional. As pessoas manifestam as suas opiniões, eh o mercado financeiro manifesta as suas opiniões, o setor produtivo manifesta suas opiniões, a classe política manifesta sua suas opiniões, os analistas, né, dos jornais, das revistas, das TVs manifestam suas opiniões. Quem decide é o Banco Central.
Tem nove diretores lá, um presidente, nove diretores, que é quem decide o patamar da SELIC. uma parte desses eh players, vamos dizer assim, concordam com a tese de que talvez já tenha chegado a hora de começar o ciclo de corte. Ah, começa quando com com que eh como começa? Isso é uma discussão, mas ninguém aí eh deveria se afligir com um debate eh honesto sobre essas questões.
Ninguém tá querendo eh nada que não seja pro bem do país. Quando a gente discute, a gente discute sempre o bem do país, o que que é melhor pro Brasil. Agora, eu tô eh celebrando no final aqui do meu terceiro ano de ministro da Fazenda uma série de indicadores econômicos que nem sempre eh são objeto de reflexão pública.
Mas olha, vai ser o maior crescimento médio da economia desde 2010, quando o presidente Lula deixou a presidência. Vai ser a menor taxa de inflação acumulada em 4 anos da história do Brasil. vai ser a melhor eh o menor índice de desigualdade da nossa história, né? O chamado índice de Gine, eh menor taxa de desemprego da história, da série histórica do IBGE e o o melhor resultado primário desde 2015 acumulado.
Então, para onde quer que você olhe, nós estamos aí com a bolsa batendo recorde. Eu entrei aqui, tava quase 155.000 pontos. O dólar comportado no patamar hoje de 5:30, 5:35, as perspectivas de um ciclo de corte de juro, já fazendo com que as empresas anunciem investimentos. Você veja lá o último relatório eh de um banco grande aqui do Brasil revelava um recorde de anúncio de investimentos.
Nós estamos batendo recorde de investimento em infraestrutura no país. Há muitos anos não se vê tanto investimento em infraestrutura. Queria cumprimentar o meu colega Renan Filho, que à frente do Ministério dos Transportes está dando um show, superando e em 300% o que foi feito pelo seu antecessor. Ou seja, nós temos aí muita coisa a comemorar e muitos pontos de atenção, porque o mundo ele não tá numa situação eh simples.
Você vê a América Latina aqui, sobretudo Argentina, Venezuela, nossos vizinhos, né? pega a Europa, né, numa situação difícil, desacelerando fortemente o tarifácio nos Estados Unidos, as dificuldades do governo Trump, ou seja, é um mundo que inspira cuidados, mas eu eu acredito que nós temos eh um em que o Brasil pode efetivamente a continuar eh fazendo o que tem que ser feito, ajustando suas contas, eh combatendo gasto tributário, desperdícios.
Nós vamos criar um ambiente econômico muito favorável ao investimento. Eu acredito sinceramente que isso vai acontecer. Isso já tá acontecendo e nós temos muita coisa para colher no futuro próximo.