Rancher Solitário Acolheu Uma Estranha Por Uma Noite – Sem Saber Que Ela Era Filha de um Magnata Ferroviário Fugindo de um Casamento Arranjado

A tempestade chegou sem aviso, transformando o deserto em uma parede de areia cortante e vento uivante. Sam McCarthy puxou o chapéu sobre os olhos e forçou-os contra a poeira, enquanto seu cavalo lutava contra a ventania em direção à sua cabana. Foi então que ele a viu: uma figura em seda rasgada cambaleando pelo arbusto de sálvia, os cabelos escuros chicoteando ao vento. O tecido caro do vestido agarrava-se às curvas que não tinham negócio ali, naquele país abandonado por Deus.

Ela se movia como uma mulher fugindo de algo — ou de alguém. Quando olhou para ele, seus olhos guardavam segredos que poderiam condenar a alma de um homem.

— Socorro… — ofegou, sua voz mal atravessando a tempestade. — Preciso de ajuda.

As mãos de Sam apertaram as rédeas. Ele havia jurado nunca mais se envolver com mulheres depois de enterrar a esposa três anos atrás. Jurou evitar complicações. Mas a maneira como aquela desconhecida o olhava, desesperada, desafiadora e perigosa, despertou algo em seu peito que ele pensava morto e enterrado.

O relâmpago cortou o céu, iluminando seu rosto por um instante: bela, assustada e correndo de algo que a fazia tremer como uma folha em tornado. Ele poderia simplesmente voltar, deixar o deserto decidir seu destino. Mas quando ela tropeçou e caiu de joelhos na areia, o vestido subindo para revelar a pele pálida, nunca tocada por trabalho honesto, Sam sabia que já estava perdido.

Que tipo de mulher aparece no meio do nada, vestida como dinheiro do leste, com medo nos olhos e problemas logo atrás?

Sam desmontou e se aproximou devagar, como faria com um Mustang assustado. De perto, ela era ainda mais complicada do que ele imaginava. Não era esposa de colonos perdida na trilha; as pérolas no pescoço e o corte fino do vestido, mesmo rasgado e empoeirado, falavam de dinheiro — muito dinheiro.

— O que uma dama como você faz aqui? — perguntou, estendendo a mão.

Ela hesitou antes de aceitá-la. Os dedos macios, sem marcas de trabalho.

— Eu… estava viajando com uma caravana. Fomos atacados por bandidos. Eu corri… — a mentira saiu fácil.

Sam conhecia o deserto e as pessoas nele. Sabia quando alguém contava histórias. Ainda assim, a tempestade piorava, e fosse qual fosse a história dela, ela estaria morta até a manhã se ele a deixasse ali.

— Então venha. — disse, puxando-a para trás dele no cavalo. — Meu lugar não é muito, mas é quente e seco.

Quando ela envolveu os braços em sua cintura para se equilibrar, seu corpo pressionou-se contra as costas dele de uma forma que fez seu sangue ferver. Três anos de solidão o atingiram como um golpe físico. O cheiro do cabelo dela, a suavidade de suas curvas — fazia tanto tempo que ele não sentia o toque de uma mulher.

A cabana ficava em um pequeno vale, protegida por rochas vermelhas e carvalhos arbustivos. Fumaça subia da chaminé, e uma luz quente brilhava nas janelas. Quando se aproximaram, um rostinho de menina apareceu na porta.

— Papai! — Molly correu, suas perninhas de oito anos carregando-a o mais rápido que podia. Ela parou ao ver a mulher atrás dele.

— Papai… Molly, conheça… — Sam percebeu que nem sabia o nome dela.

— Catherine — disse a mulher, deslizando do cavalo com graça. — Mas pode me chamar de Kate.

Dentro da cabana, Kate ficou ao lado do fogo, o vapor subindo de suas roupas molhadas, o calor tingindo suas bochechas de rosa. Quando se virou para agradecê-lo, Sam percebeu como o vestido se agarrava ao corpo dela. Olhou para outro lado rápido, mas não rápido o suficiente. O desejo o atingiu baixo e forte.

— Vou pegar roupas secas para você — disse, a voz mais áspera do que pretendia.

Enquanto Kate se trocava atrás de um cobertor pendurado no canto, Sam tentou se concentrar em fazer café e não pensar no que acontecia a poucos metros. O som do tecido deslizando pelo chão quase o levou à distração total.

— Senhor McCarthy? — a voz de Kate era suave, incerta. — Pode me ajudar com esses botões? Minhas mãos ainda estão tremendo.

A boca de Sam secou. Ele virou-se lentamente e encontrou Kate no vestido de algodão da falecida esposa. Simples, mas de alguma forma parecia pecaminoso nas curvas dela. As costas estavam abertas, revelando a linha suave da espinha e a sombra entre as omoplatas. Suas mãos tremiam enquanto fechava os botões minúsculos. Cada toque enviava eletricidade por seus dedos.

Quando terminou, ela se virou para ele. Por um momento, ficaram próximos o suficiente para que ele contasse os cílios dela.

— Obrigada — sussurrou.

Sam recuou antes que fizessem algo de que se arrependeriam.

Os dias seguintes testaram toda a força de vontade de Sam. Kate tentou ajudar na cabana, mas tudo que tocava parecia pegar fogo. Ao recolher ovos, o vestido apertava-se aos quadris; ao alcançar algo na prateleira alta, a curva do pescoço despertava pensamentos impuros. Quando ela ria de algo que Molly dizia, o som penetrava seu peito como uísque.

Ela estava aprendendo a vida do campo: ordenhar vacas sem ser chutada, trabalhar na manteigueira, remendar roupas à luz de lamparina. Suas mãos ficaram mais ásperas, a pele mais bronzeada, mas era a forma como cuidava de Molly que realmente o atingia. Lendo histórias à luz do fogo, ensinando tranças e cantando canções de ninar com voz suave e musical, seu peito apertava de desejo.

Uma noite, sentados na varanda, observando o pôr do sol pintando o deserto de vermelho, Kate falou baixo:

— Nunca me senti tão livre. Livre de quem eu nunca quis ser.

A honestidade na voz dela o fez querer alcançá-la, prometer proteção, dar-lhe a liberdade que desejava. Mas ele se conteve; uma mulher como ela, educada, refinada, bela — o que poderia querer com um rancheiro quebrado e sua filha sem mãe?

Três semanas depois, tudo mudou. Sam consertava a cerca quando ouviu cascos se aproximando. Um cavaleiro solitário, sentado com propósito, seu cavalo o colocando em alerta.

— Você é Sam McCarthy? — perguntou o estranho.

— Depende de quem pergunta.

O homem mostrou uma insígnia: Detective James Porter, Agência Pinkerton. Ele procurava uma mulher desaparecida. Entregou a Sam um cartaz de procurada. O rosto olhando de volta fez o sangue de Sam gelar: era Kate, mas o nome abaixo dizia Catherine Vanderbilt, recompensa de $10.000.

Porter explicou: ela fugiu de seu noivado em Nova York, uma rica tentando a vida pobre. Sam percebeu tudo: as mãos suaves, a fala refinada, a maneira como se portava — acostumada a ser servida. Não fugia de bandidos, fugia de uma vida de privilégio e um casamento que não queria.

— Não posso dizer que a vi — mentiu Sam.

Naquela noite, confrontou-a na cozinha. Kate, ou Catherine, estava com o cabelo solto, lavando pratos. A visão dela, tão doméstica e bela, incendiou sua raiva.

— É seu nome verdadeiro, não é? — perguntou.

Ela assentiu, sem negar, apenas resignada. Explicou que seu pai oferecia fortuna para trazê-la de volta.

— Por favor, Sam, entenda por que menti. — Ela se aproximou, olhos cheios de lágrimas não derramadas. Antes que ele pudesse responder, a beijou, um beijo desesperado, cheio de semanas de desejo contido.

A resistência de Sam cedeu. Suas mãos embaraçaram-se no cabelo dela enquanto retribuía. Quando se separaram, ambos respirando com dificuldade, a realidade retornou.

— Isso está errado — disse Sam. — Você não nasceu para esta vida.

— Como você sabe o que eu nasci para? — exigiu Kate. — Só porque tenho dinheiro, não posso escolher minha felicidade?

Mais cascos ressoaram. Pela janela, viram tochas e cavalos finos; à frente, um homem grisalho que irradiava poder: Reginald Vanderbilt.

— Este é meu lar agora — disse Kate, ao lado de Sam.

O confronto foi tenso, mas Sam segurou firme. Ele cuidaria de Molly e de Kate, e, mesmo diante de riqueza e poder, o amor e a liberdade valiam mais. Kate escolheu ficar.

O inverno chegou cedo. Molly ficou doente, mas Kate ajudou, salvando sua vida. Com o tempo, a família construiu uma vida juntos, simples e verdadeira. A primavera trouxe risos e aprendizado, e o amor floresceu devagar, mas seguro, no deserto selvagem.

À distância, um apito de trem lembrava que o mundo levava outros a seus destinos, mas Sam já estava em casa.

E assim terminou a história de amor e redenção no Velho Oeste, onde coragem, escolhas e paixão mudaram tudo.

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News