A Saga de Wicked e a Decepção Pop: A Ausência Sentida de Ariana Grande
O mês começou com a ansiosa pré-estreia mundial de Wicked no Brasil, e a empolgação de Lourel com a aguardada parte dois do musical foi evidente. No entanto, a alegria da fã confessa de Ariana Grande foi brutalmente interrompida: a estrela pop, escalada para o papel de Glinda, não compareceu ao evento.
Lourel, que se declara em vias de se tornar fã da artista, expressou sua profunda frustração, traçando um paralelo com a histórica ausência de Lady Gaga no Rock in Rio. A decepção foi amplificada, já que a atriz Cynthia Erivo, que interpreta Elphaba, estava presente e, segundo Lourel, estava belíssima. A ausência de Ariana Grande não apenas marcou o início da sessão com um “gostinho de raiva”, como também acendeu uma discussão sobre o que significa ser “fã” na vida adulta – a dificuldade de se entregar ao fandom com a mesma intensidade da juventude. Apesar do revés, Lourel defendeu a escolha de Ariana para o papel, rebatendo as críticas e afirmando que a cantora “nasceu para isso”.
Microplásticos e o Brilho Perigoso: A Farsa do Glitter Comestível
Em um dos momentos mais bizarros e, ao mesmo tempo, cruciais do mês, Lourel abordou a polêmica levantada pelo influencer Dário Centurioni (do Almanak SOS) sobre o famigerado glitter comestível. O que parecia ser uma inofensiva tendência estética na confeitaria revelou-se um problema de saúde pública.
“Não existe glitter comestível”, sentenciou Lourel, ecoando a descoberta de que muitos produtos vendidos com esse rótulo são, na verdade, microplásticos (feitos de PET ou Polipropileno, muitas vezes misturados com alumínio e corantes). A discussão ganhou tanta força que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisou emitir alertas, reforçando o óbvio: microplásticos não são ingredientes autorizados em alimentos.
Lourel expressou seu ódio à irresponsabilidade da indústria e à venda enganosa, notando a ironia de que, mesmo em um mundo capaz de clonar animais (pauta que viria logo a seguir), ainda se consome plástico de forma inadvertida. O influenciador utilizou o tema para enaltecer o papel de alguns criadores de conteúdo que, de fato, levantam pautas relevantes e geram transformações sociais significativas, extrapolando o entretenimento.
Clonagem e Luto no Showbiz: O Cachorro de Tom Brady e Gisele Bündchen
Ainda na seara das “coisas que não deveriam esfarelar” (literal e metaforicamente), Lourel dedicou um momento de seu ódio à notícia de que Tom Brady, ex-marido de Gisele Bündchen, clonou sua cadela, Lua. O atleta buscou uma “segunda chance” para o pet que dividia com a modelo.
Para Lourel, a atitude é um misto de desperdício de dinheiro e uma profunda incompreensão do luto e da ciência. A clonagem, apesar de gerar um ser geneticamente idêntico, não é capaz de replicar a consciência, a memória ou a alma do animal que se foi. “O animal que morreu, morreu, gente,” resumiu. Além do aspecto científico, a crítica principal residiu na frivolidade da clonagem em um mundo com tantos cães para adoção, levantando a suspeita de que laboratórios se utilizam de celebridades para angariar fundos e publicidade para práticas fúteis. A ironia de que o novo clone jamais conheceria o glamour da vida com a supermodelo brasileira foi um toque final de humor ácido.
“A Farofa dos Fones”: O Descaso da Indústria Eletrônica
Em uma pausa dos grandes escândalos, Lourel trouxe à tona um ódio mais cotidiano, mas universal: a péssima qualidade dos fones de ouvido premium que, após um ano de uso, invariavelmente “esfarelam”.
A reclamação é direcionada àquele material que imita couro e se desintegra em uma “farofa” preta, espalhando-se por todos os cantos. O influenciador questiona a lógica de um mercado que investe em tecnologias de ponta, como a clonagem, mas falha em produzir um material durável para um acessório tão caro e essencial. A frustração é o reflexo de um consumismo descartável, onde a obsolescência programada parece ser a regra, mesmo em produtos de alto valor agregado.
Choque Cultural e Xenofobia: A Polêmica de Nicole Martins na Bahia
A ascensão meteórica da influenciadora Nicole Martins, celebrada por seu humor “direto e escrachado”, atingiu seu ponto de inflexão com um vídeo gravado na Bahia. Em sua experiência de viagem, Nicole fez um vlog em que detonava o atendimento local, classificando-o como o “pior que já viu na vida” e reclamando da demora para tudo.

Lourel, apesar de se solidarizar com o despreparo comum aos influencers que crescem rapidamente sem estrutura ou assessoria, não “passou pano”. A crítica de Nicole, ainda que talvez não intencionalmente, ressoou como xenofóbica, reforçando estereótipos regionais. O influenciador reafirmou uma máxima local: “Da nossa cidade, quem pode falar mal é a gente que mora nela”.
O debate ganhou profundidade com o posicionamento de Lumena, ex-BBB e voz importante no debate de raça e internet. Lumena se solidarizou com o “linchamento virtual” sofrido por Nicole, mas também criticou o “baixo astral” da opinião, alertando sobre a complexidade de emitir julgamentos no âmbito público. A treta, que rapidamente gerou um “rajadão” de críticas para Nicole, serviu como uma lição de que a autenticidade tem limites, e a exposição sem filtro pode ter consequências severas na internet.
Bastidores do BBB e Drama Familiar: O Confronto de Narcisa e Boninho
A entrevista mais caótica do ano foi, sem dúvida, o encontro de Blogueirinha com Narcisa Tamborindeguy. O que começou como uma conversa irreverente, descambou para um desabafo íntimo e doloroso de Narcisa sobre a ausência paterna de Boninho, seu ex-marido e diretor do Big Brother Brasil, em relação à filha, Mariana.
Narcisa, visivelmente ansiosa, trouxe à tona a mágoa por Boninho não ter ajudado a filha em situações como um assalto ou a troca de um carro quebrado. O desabafo veio de um “lugar de mãe”, e Lourel expressou empatia por essa dor, elogiando a condução da entrevista por Blogueirinha.
O ódio, no entanto, foi direcionado à resposta pública de Boninho. O diretor emitiu uma nota defensiva, afirmando que sempre esteve presente e criticando o “olhar editorial maldoso e irresponsável de quem conduziu esse momento”. Lourel, um espectador assíduo do BBB, desmascarou a hipocrisia de Boninho:
“Não dá para você tirar o seu da reta e falar que você jamais exploraria a fragilidade ou temas pessoais das pessoas, sendo que todo o seu trabalho é pautado nisso, né?”
O influenciador criticou a postura de Boninho de se vitimizar e desviar o foco da queixa original de Narcisa, que era a falta de suporte à filha.
Ostentação e Exploração: O Salário Mínimo de Isa Scherer vs. a Bolsa de R$ 165 mil
A chef e vencedora do MasterChef, Isa Scherer, virou alvo de ódio ao ter a hipocrisia de seu negócio exposta. A polêmica girou em torno de uma vaga de auxiliar de cozinha em seu restaurante, oferecendo um salário mínimo (R$ 800 na época), em escala 6×1, 8 horas diárias.
A revolta do público, especialmente da Geração Z, foi imediata e amplificada pelo fato de que Isa havia ostentado dias antes a compra de uma bolsa de R$ 165.000,00. Lourel não poupou críticas à empresária. Embora a vaga estivesse dentro da lei, a atitude soou “exploratória” e de péssimo gosto, expondo o abismo entre a ostentação nas redes e a lógica do lucro máximo em cima da exploração do trabalho.
A defesa de Isa, que alegou que a vaga era antiga e que a empresa segue a legislação, foi considerada por Lourel como a típica desculpa da elite que se esconde atrás da lei para pagar o mínimo possível. O influenciador encerrou o tema elogiando a Geração Z por contestar essa lógica exploratória, um trauma que sua própria geração (millennial) ainda luta para superar, muitas vezes aceitando “qualquer lixo de vaga” por medo do desemprego.
Tragédias Climáticas e Negacionismo: O Pavor do Tornado no Paraná
O tom da conversa mudou drasticamente ao abordar uma das notícias mais assustadoras do mês: o tornado F4 que atingiu 11 cidades no Paraná, destruindo 90% de Rio Bonito do Iguaçu. Os ventos de 400 km/h causaram mais de mil desabrigados e afetaram 11.000 pessoas.
Lourel expressou sua solidariedade, mas também fez um alerta sombrio, ligando a tragédia à crescente crise climática global. Com a COP 30 e a conjuntura mundial focada na exploração de recursos (como para o avanço da Inteligência Artificial), o influenciador se mostrou pessimista quanto ao futuro, condenando veementemente o negacionismo climático, que exige um nível de “burrice” e desatenção à realidade que é inaceitável.
Hipocrisia e Fé na Política: Bolsonaro, Luana Piovani e Maria Gadu
No que se refere à política, o grande destaque foi o episódio surreal envolvendo a tornozeleira eletrônica do ex-presidente Bolsonaro. O vídeo em que o político, em prisão domiciliar, tenta derreter o equipamento com um ferro de solda e responde à fiscalização com “ferro de solda e vozes na cabeça” foi classificado por Lourel como “vergonha alheia” e a prova de que “a burrice dos Bolsonaros é sempre a próxima”.
No entanto, o ódio maior recaiu sobre a cantora Luíza Possi. Ela veio a público com um desabafo de tom religioso, associado à defesa de Bolsonaro, citando “heróis da fé” que sofreram injustamente e seriam recompensados por Deus. Lourel viu nas palavras de Possi uma distorção da realidade e uma chacota à pandemia, criticando veementemente a mistura de política e Bíblia para apoiar o conservadorismo.
O ápice do caos, e o momento de “lacre” do mês, veio com a resposta de Maria Gadu. A cantora, que já namorou Luíza Possi (um relacionamento que nunca foi publicamente assumido por Possi), comentou a postagem religiosa com uma ironia cortante:
“Glória a Deus. Ore por nós, que ele perdoe pelo tempo que passamos juntas, os pecados, as mentiras que contastes, dizendo que era mentira. Deus é misericordioso. Se te perdoou, vai me perdoar também.’ O tempo que namoramos foi um erro. Hoje percebi isso com tanta fé. Que o passado nos abandone. Amém.”
Lourel saudou Gadu por expor a hipocrisia de Possi, que apoia um governo de direita e conservador que ataca constantemente os direitos e a existência LGBTQIA+. O influenciador reafirmou que a hipocrisia política e a falta de coerência são alvos fáceis e merecidos de seu ódio.
O Olhar que Viralizou: Lourel Fox, Claudia Leitte e o Poder de um Meme
O grande clímax e desdobramento pessoal do mês foi o olhar de Lourel Fox para o amigo Fernando Pedrosa no programa Sem Censura, da TV Brasil. No momento em que a apresentadora Cissa Guimarães anunciou Claudia Leitte como a atração do dia seguinte, a reação constrangida de Lourel, capturada pelas câmeras, viralizou em proporções gigantescas.
Lourel admitiu que o olhar foi uma externalização de seu “ranço” e de seu posicionamento político e social, especialmente em relação à comunidade LGBTQIA+. O influenciador, alvo de uma “rajada” de hate dos fãs da cantora, sentiu-se confortado por estar “certo”, mantendo-se firme em sua posição de não abrir mão de suas crenças, sobretudo na pauta LGBT.
O influenciador rebateu os argumentos dos fãs sobre o “passado” homofóbico da cantora, citando outras problemáticas como a mudança da letra de músicas que faziam referência a orixás (intolerância religiosa) e o alinhamento público de Claudia com o conservadorismo. O principal ponto de Lourel é a dificuldade de entender como pessoas LGBTs continuam apoiando incondicionalmente alguém cujos posicionamentos “são nocivos à sua existência”.
Lourel concluiu o mês em um estado de “caos atípico”, mas feliz por ter furado a bolha com um meme genuíno e por ter reafirmado sua autenticidade. O olhar constrangido, que se tornou um símbolo de repúdio político-social, provou que, na era da internet, às vezes, um simples gesto vale mais do que mil palavras, e que a coerência de um influenciador é sua moeda mais forte.