O dia 5 de agosto, marcado por tensões políticas nacionais, foi brutalmente interrompido por um evento que expôs de forma crua a polarização e a inumanidade que permeiam o cenário brasileiro: o grave acidente envolvendo Jaciara Machuga, uma combativa ativista progressista de São Bento do Sul, em Santa Catarina. Conhecida em suas redes como “Um Pontinho Vermelho em Santa Catarina”, Jaciara dedica sua vida a visitar e apoiar comunidades vulneráveis, levando as demandas da base popular ao governo federal. Em sua mais recente jornada, o caminho quase a levou à morte.
O Acidente: Um Milagre na Serra de Corupá
O título da notícia reverberou com impacto: o carro da ativista foi arremessado de um precipício. A realidade, descrita por ela em meio ao choque e ao trauma, era igualmente devastadora. Enquanto se dirigia às comunidades carentes, seu veículo deslizou em uma mancha de óleo na pista da serra de Corupá, capotando e caindo em uma ribanceira profunda. Em uma gravação feita logo após o ocorrido, Jaciara relata o desespero: “Nosso carro caiu lá na ribanceira. Está todo mundo machucado, mas nós estamos vivos… Não sobrou nada. Não tem um sinal de nada aqui, de nada, de nada aqui na serra de Corupá.”
O medo, o receio e a incerteza de sobreviver foram gigantescos. O isolamento era total; sem sinal de celular, o socorro demorou. Por um “milagre divino”, ela e as pessoas que a acompanhavam sobreviveram. A perda material, no entanto, foi total. Seu carro, ferramenta essencial de seu ativismo, foi dado como perda total. E aqui reside um golpe ainda maior na sua capacidade de trabalho: o veículo estava sem seguro – a vistoria seria feita no dia seguinte.
Para Jaciara, que diariamente usa o carro para se deslocar entre cidades e levar projetos e assistência, a perda é imensurável. “Meu carro era os meus pés, minhas pernas,” desabafou ela, sublinhando a impossibilidade de manter o ritmo de visitas e apoio a famílias carentes sem esse meio de transporte.
A Reação Desumana: O Ódio Contra a Solidariedade
No momento em que Jaciara e seus companheiros se recuperavam do susto e das dores, o que se esperava de solidariedade cedeu lugar a uma onda de ódio nas redes sociais. A ativista e seus apoiadores tiveram que lidar com a barbárie de comentários maldosos de opositores que, em vez de oferecerem compaixão, celebraram a tragédia com piadas de mau gosto. Comentários como “deu PT no carro” e até mesmo desejos explícitos de morte foram dirigidos à militante.
Essa reação atroz, que demonstra a falência da empatia em certos setores da sociedade polarizada, reforça a gravidade da perseguição política que a ativista, segundo seus apoiadores, já sofria. “Nossa amiga já foi ameaçada de morte várias vezes. Passamos por isso juntos aqui no canal,” relatou um parceiro. Essa hostilidade contra um ato de humanidade – o trabalho de Jaciara com vulneráveis – expõe a profundidade da crise ética e da inumanidade que contaminou o debate público brasileiro. É um lembrete sombrio de que “um certo número de pessoas que se dizem humanas não merecem esse rótulo,” como pontuou um de seus amigos.
A Luta que Não Pode Parar: O Apelo por Solidariedade
Diante da perda e da impossibilidade de interromper a caminhada em prol dos mais necessitados, o campo progressista se mobilizou. Foi lançada uma vaquinha online (financiamento coletivo) para que Jaciara possa comprar um novo carro e continuar seu trabalho, “defendendo a esquerda em Santa Catarina.”
O apelo é direcionado a todos que acreditam na importância da luta de base: “Eu não posso parar a minha caminhada e meu carro era os meus pés, minhas pernas… Eu preciso da tua ajuda. Da tua ajuda com o que você puder ajudar. Não importa o valor,” rogou Jaciara em seu depoimento. A ajuda não é apenas para repor um bem material, mas para garantir a continuidade de um projeto social e político essencial que leva os projetos da esquerda e as demandas das comunidades ao governo federal. É um ato de resistência contra a tentativa de calar a voz e a ação da militância em um estado com histórico de forte oposição.
Seja com R$ 1, R$ 5, R$ 500, uma mensagem de apoio ou o simples compartilhamento, a solidariedade é o contraponto à crueldade demonstrada pelos haters.
Jaciara: Um Microcosmo da Batalha Nacional em Brasília
O acidente e a resposta política a ele funcionam como um microcosmo das batalhas travadas diariamente nas esferas superiores do poder em Brasília. O canal que veiculou a história de Jaciara dedica grande parte de sua análise ao cenário político, traçando um paralelo entre a perseguição à ativista e os movimentos que buscam minar a democracia e as instituições.
A abertura da transmissão fez menção ao impacto das sanções unilaterais impostas ao Brasil e à firme atitude do presidente Lula em defesa das instituições, da soberania nacional, junto ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF). A mobilização da sociedade, ressalta o canal, foi crucial para isolar “os traidores” e seus aliados no país.
Recentemente, a tensão atingiu o ponto máximo com a aprovação de uma medida controversa na Câmara dos Deputados que buscava a redução de pena para o ex-presidente, uma ação vista como uma “pequena blindagem” e, segundo a análise, inconstitucional. O presidente Lula prontamente anunciou o veto, reafirmando o compromisso com a prevalência da democracia e da justiça. Os fatos no plenário foram descritos como inaceitáveis, onde quem deveria defender a democracia flertou com o fascismo. Houve relatos de um parlamentar do campo democrático popular sendo arrastado e a imprensa sendo colocada para fora do plenário, impedida de acompanhar.
A Crise de Liderança na Câmara e a Força da Resistência
A crise de liderança e a perseguição aos parlamentares de esquerda também ocuparam grande espaço na análise. O canal dirigiu duras críticas ao presidente da Câmara, Hugo Mota, e ao ex-presidente da Casa, Arthur Lira, apontados como figuras que atuam contra o campo progressista.
Hugo Mota, em um episódio citado no vídeo, teria dado a ordem para desligar a transmissão da Câmara e acionar a polícia contra jornalistas – o que foi caracterizado como “jogar o avião em cima dos brasileiros e da democracia brasileira.” A avaliação é de que Mota politicamente se mostrou “pequenininho” e um “vassalo”, um “fantoche” que não tem vontade própria e é “tchutchuca” com a extrema-direita e “tigrão” contra o campo progressista, seguindo os passos de seu “ídolo”, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, cujo destino foi a prisão.

O caso da tentativa de cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL) é o exemplo mais eloquente da tensão. A Câmara tentou cassar o mandato do parlamentar por oito anos, devido a suas veementes denúncias contra o Orçamento Secreto e as ações de Arthur Lira e Hugo Mota. O constrangimento foi tal que parlamentares do MDB, União Brasil e até do PSD, como Pedro Paulo, levantaram a voz contra o absurdo da cassação.
A vitória popular, no entanto, prevaleceu. Graças à união do povo brasileiro, dos artistas, dos políticos e das pessoas comuns nas redes sociais, a Câmara recuou. O mandato de Glauber foi preservado, e a cassação foi substituída por uma suspensão de seis meses, mantendo seus direitos políticos. O deputado Glauber, que não tem contra si sequer uma acusação de desvio de dinheiro público, não baixou a cabeça e continuou a denunciar a corrupção e os desmandos, como o caso de Arthur Lira, investigado pela Polícia Federal no suposto superfaturamento de kits de robótica.
No cenário oposto, o vídeo também lembrou o caso da deputada federal Carla Zambelli, que já deveria ter o mandato cassado, segundo a análise, devido a condenações em julgado por crimes graves, como a invasão de arquivos da justiça com um hacker e o episódio de ter corrido com uma arma atrás de um eleitor nas ruas de São Paulo, o que evidencia uma assimetria na aplicação da justiça e do regimento interno da Câmara.
Apesar das tensões e da violência política, o canal faz um apelo à força da militância. A deputada federal Benedita da Silva, veterana da Constituinte de 1988, foi lembrada como um exemplo de combatividade ao rebater Hugo Mota em plenário, desmoralizando-o. Essa energia é a que o povo é convocado a levar às ruas no próximo domingo, dia 14, para impedir que a Câmara dos Deputados seja comandada por figuras que trabalham “nas sombras” e contra o interesse popular.
A luta continua, seja nas ruas de Brasília, nas trincheiras digitais ou nas estradas de Santa Catarina. O carro de Jaciara era mais do que um meio de transporte; era um símbolo da presença da esquerda onde ela é mais necessária. Apoiar a vaquinha é, portanto, um ato de militância e de humanidade que ecoa as grandes batalhas pela justiça e democracia travadas no país.
Para Continuar a Missão: Ajude Jaciara
Para que Jaciara possa continuar seu trabalho, levando projetos e assistência às comunidades mais vulneráveis, sua ajuda é crucial. Para contribuir com a vaquinha ou oferecer uma mensagem de apoio, consulte os dados e as redes sociais da ativista que estão no link fixado no primeiro comentário.