A Derrocada de uma Aliança: O Fim da “Lei Magnitsky” para Alexandre de Moraes, o Pânico de Bananinha e a Investigação-Bomba de Trump

O cenário político brasileiro e internacional ferve com as últimas movimentações que colocam em xeque a estratégia da ala mais radical da direita. O que começou com bravatas e apostas em uma intervenção externa se transforma agora em um espetáculo de recuos e desespero, centrado na figura de Eduardo Bolsonaro. Sua recente viagem a Israel, culminando em uma cena tragicômica no Muro das Lamentações, onde depositou um pedido manuscrito de “Free Bolsonaro”, não é apenas um ato de fé política, mas o sintoma claro de um pânico crescente.

A ida a Israel, na tentativa de obter apoio de figuras como o controverso e sanguinário ditador Netaniarro, parece ter sido infrutífera. Poucas horas depois do ato simbólico no Muro, o pedido foi desprezado, sumindo em meio aos detritos, um espelho melancólico do destino de sua agenda internacional. Os encontros com ministros israelenses, cujos resultados não foram divulgados com o entusiasmo habitual, sugerem que as portas do socorro internacional estão se fechando, forçando a família Bolsonaro a encarar uma realidade: a dependência de um aliado internacional volátil e egocêntrico.


A Revista Oeste e a Preparação do Terreno para o Recuo

O primeiro sinal concreto de que a estratégia bolsonarista estava naufragando veio do seu principal veículo de imprensa, a Revista Oeste. Em um movimento surpreendente, o site ventilou a possibilidade de que os Estados Unidos estariam avaliando revogar a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa. Este é um ponto de inflexão que deve ser analisado com cautela.

Até então, a Lei Magnitsky era o pilar da narrativa radical, a “faca e o queijo na mão” que os bolsominions mais fervorosos acreditavam possuir para forçar uma mudança de rumo na política brasileira. A defesa da lei era vista como o sinal máximo do apoio de Donald Trump à causa. Por que, então, a própria mídia ligada à família Bolsonaro seria a primeira a noticiar um potencial recuo?

A resposta é estratégica e cruel: é uma tática para maciar o terreno e acostumar o eleitorado raiz com a inevitabilidade da derrota. A narrativa está sendo cuidadosamente reescrita para que, quando o recuo de Trump for oficializado — o que, segundo a análise, é apenas uma questão de tempo —, o golpe não seja tão devastador para a moral da base. O público está sendo preparado para aceitar que o “grande líder” do norte está apenas “negociando” em nome do Brasil, transformando uma rendição humilhante em uma tática genial de bastidores.


Donald Trump: Um Negociador Desastroso e Viciado em Sobrevivência

A leitura mais sóbria do cenário demonstra que Donald Trump não está negociando em nome do Brasil ou de qualquer facção ideológica; ele está negociando puramente em nome de seus próprios interesses políticos e dos Estados Unidos. E, como apontado, ele se revela um dos piores negociadores da história recente, cometendo erros crassos que fortaleceram seus rivais.

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O episódio das tarifas de mais de 50% impostas aos produtos brasileiros, como carne e café, é um exemplo cabal de um tiro no pé político-econômico. A intenção era supostamente pressionar o governo Lula, mas o efeito real foi o aumento exponencial da inflação nos Estados Unidos. O empresariado norte-americano, livre da concorrência externa, não apenas absorveu o lucro das tarifas, mas triplicou suas margens, fazendo o preço da carne saltar de 10 para 30 dólares em alguns casos, um aumento de 200% a 300%.

Este movimento não só penalizou o consumidor americano, mas também aumentou a popularidade de Lula no Brasil, que soube capitalizar sobre a falha estratégia do oponente. O recuo total de Trump nas tarifas, forçado pela realidade econômica e pelo desastre político doméstico, apenas confirmou sua incompetência negocial, cedendo poder de barganha ao lado adversário.

Trump, obcecado com sua própria sobrevivência política, está agindo tardiamente para reverter o dano.


A Investigação-Bomba e o Pânico Doméstico

O verdadeiro motor do recuo de Trump não é a política externa, mas sim a sua aprovação interna, que despencou dramaticamente. Notícias da CNN americana mostram que, entre fevereiro e agora, ele perdeu cerca de 60 pontos de aprovação, especialmente entre os eleitores mais jovens (18 a 29 anos). O núcleo onde ele tinha sua maior aprovação transformou-se em seu ponto de maior reprovação, caindo 56 pontos.

A causa direta desse colapso, como a análise de longo prazo previa, foi o preço dos alimentos. O empresariado americano criou um cartel, combinando preços para lucrar de forma desmedida com a ausência da concorrência brasileira e de outros países. Eles transformaram a política tarifária de Trump em um assalto ao bolso do consumidor, minando sua base eleitoral.

Em um ato de intervenção que beira a hipocrisia, o “homem da direita que prega o mínimo de Estado” foi forçado a ordenar uma investigação-bomba na indústria de alimentos por possível manipulação de preços. Trump, que demorou meses para compreender o óbvio — que a tarifa não afeta apenas o produto estrangeiro, mas inflaciona o preço de tudo ao permitir que o produtor nacional aumente sua margem de lucro em manobras de cartel —, agora recorre ao Estado para salvar sua campanha.

A investigação é um claro sinal para o eleitorado: Eu vou tirar as tarifas porque os empresários americanos estão roubando vocês, e eu preciso que o preço caia para a minha aprovação subir. O cálculo é frio: manter a tarifa, gerar lucro para os cartéis e ter a aprovação baixa é pior do que retirar a tarifa, gerar empregos no exterior, mas ter o preço doméstico reduzido e, consequentemente, uma chance maior de vitória. A política econômica foi sumariamente sacrificada no altar da eleição de meio de mandato de 2026, onde Trump corre sério risco de sofrer um impeachment se perder a maioria nas Casas Legislativas.


A Doutrina Monroe Global e o Xadrez Geopolítico

Ainda que dominado por problemas internos, o governo Trump não abandona sua visão de intervenção. A recente divulgação de sua doutrina para os próximos anos é assustadora: eles planejam levar a Doutrina Monroe — que historicamente justificou golpes e intervenções na América Latina nos anos 50, 60, 70, 80 e 90 — e aplicá-la dez vezes pior ao mundo inteiro. Isso significa mais golpes, mais compra de jornalistas e agentes públicos, e mais tentativas de desestabilização global.

Neste tabuleiro, a Venezuela surge como peça central, com Trump, através de lobistas, tentando negociar o petróleo e usando figuras como Joesley Batista (JBS), aquele que confessou ter pago propina a mais de 300 parlamentares, como emissário. Batista teria conseguido uma reunião com Trump e depois teria ido à Venezuela tentar convencer Nicolás Maduro a renunciar. O plano, evidentemente, fracassou, com Maduro se mantendo firme, apoiado por potências como a Rússia. O objetivo final de Trump de “roubar o petróleo” da Venezuela esbarra na complexa geopolítica, onde, por exemplo, Vladimir Putin provavelmente não trocará a influência na Venezuela por um acordo de paz na Ucrânia que lhe ceda territórios.


O Desfecho e o Fim do Túnel para Eduardo Bolsonaro

Tudo converge para a mesma conclusão: o pânico de Eduardo Bolsonaro é totalmente justificado. Ele está acompanhando de perto a queda de popularidade de seu aliado, que agora está desesperado para se salvar de um impeachment no próximo ano.

Number 3': Bolsonaro's son Eduardo pushes for US pressure on Brazil -  France 24

O encontro de Trump com Lula, onde o brasileiro deu o insight sobre o aumento dos preços domésticos (“É, realmente tá caro, sem pôs tarifa. Aí o preço do nacional também sobe. O preço de tudo sobe.”), foi o momento em que a ficha caiu para o líder americano. A partir daí, a lealdade ideológica foi liquidada.

O cálculo final de Trump é brutal e simples: se entrar em negociação a prisão de Eduardo Bolsonaro, ele não hesitará em entregá-lo. Além disso, com a aprovação baixa e a necessidade de mostrar serviço, se houver um mandato de prisão da Interpol, a polícia americana o prenderá para não contrariar o Estado de Direito e, mais importante, não perder mais apoio popular com a defesa de figuras controversas.

O desespero de Israel é, portanto, o reconhecimento do fim do jogo. O castelo de cartas de uma aliança internacional baseada em tweets e ideologia desmoronou diante da realidade do preço da carne e do risco iminente de impeachment. A faca e o queijo, se é que algum dia estiveram lá, foram entregues ao adversário.


Pânico Geral: A Conclusão

A história que se desenrola não é sobre ideologia, mas sobre poder e sobrevivência. Donald Trump, o suposto salvador, está sendo forçado a recuar em absolutamente tudo que o ligava à extrema-direita brasileira – das tarifas ao apoio tácito à Magnitsky. Sua investigação sobre o cartel de alimentos é uma admissão pública de erro. A única coisa que importa agora é a reeleição. E neste cenário, a família Bolsonaro é um peso morto que pode ser descartado a qualquer momento, seja em uma negociação de “terras raras” ou simplesmente para ganhar manchetes positivas antes das eleições de 2026. A pergunta que resta é: qual será o próximo pinico a ser pedido?

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