A atitude inesperada de Ancelotti com Estevão que chocou o vestiário e revelou o futuro do craque brasileiro

Existem histórias no futebol que fogem totalmente do campo, das táticas e dos gols — e, ainda assim, dizem mais sobre um jogador e um treinador do que qualquer número estatístico. A história entre Carlo Ancelotti, um dos técnicos mais vencedores do mundo, e Estevão, o prodígio brasileiro de apenas 18 anos que vem incendiando a Premier League, é exatamente desse tipo.
O episódio, que começou como um simples compromisso pessoal do garoto, acabou se transformando em assunto dominante no vestiário da Seleção Brasileira. Foi uma atitude tão humana quanto inesperada de Ancelotti — e que mostrou por que Estevão conquistou o respeito de todo mundo tão rapidamente.
A ascensão meteórica de Estevão
A estreia impactante de Estevão no Chelsea já havia deixado claro: ele não era um talento comum. No jogo contra o Wolverhampton, o Chelsea saiu vaiado para o intervalo, preso, sem inspiração. Bastou Estevão entrar no segundo tempo para o ambiente mudar.
Sua primeira arrancada levantou um setor do estádio; o primeiro drible fez outro lado reagir; e quando ele participou decisivamente da jogada que resultou no gol de João Pedro, Stamford Bridge explodiu como se tivesse sido ligado à tomada.
Enzo Maresca, normalmente contido, foi direto após a partida:
“Estevão titular? É só questão de tempo.”
Gabriel Magalhães, zagueiro consolidado do Arsenal, também não economizou elogios. Para ele, o garoto parecia alguém que já convivia com o futebol europeu há anos — mentalidade madura, comportamento exemplar e adaptação impressionante.
Essa postura, aliada ao talento, abriu as portas da Seleção Brasileira antes mesmo que muitos esperassem.

A confiança de Ancelotti — e a surpresa
Mas o momento que realmente marcou a relação entre Ancelotti e Estevão não tem nada a ver com gols, treinos ou jogadas de efeito. Na verdade, começou com um problema totalmente pessoal do garoto: a necessidade urgente de tirar sua carteira de motorista.
Com a viagem ao Mundial de Clubes e, em seguida, a mudança para Londres, Estevão sabia que, se não resolvesse a questão ali, levaria meses para conseguir outra oportunidade. O problema? A concentração da Seleção estava apertada, com treinos, compromissos e agenda cheia.
Com apenas 18 anos, enfrentar o técnico da Seleção Brasileira para pedir dispensa parecia quase impensável. Mas a necessidade falou mais alto.
A conversa, porém, nem precisou acontecer diretamente com Ancelotti. Estevão pediu ajuda a Cícero, funcionário da Seleção e ex-Palmeiras, que intermediou o pedido. Ancelotti ouviu — e liberou o garoto na hora. Sem drama, sem complicação, com a naturalidade de quem entende que jogadores são seres humanos antes de serem atletas.
Até aí, tudo bem. O inusitado veio depois.
O retorno à concentração — e o anúncio inesperado
Quando Estevão voltou, Ancelotti estava o esperando na porta.
— “E aí, passou?”, perguntou o treinador.
— “Passei, Mister.”
Mas o que aconteceria em seguida virou folclore interno.
Na hora do almoço, com o elenco reunido, Ancelotti bateu palma, pediu silêncio e anunciou diante de todos:
“Atenção, pessoal: o Estevão passou na prova de direção!”
O vestiário caiu na risada. Estevão ficou todo envergonhado, sem saber onde enfiar a cara. O assunto virou piada interna por dias — e, muito mais do que isso, virou o símbolo de algo maior.
O que esse episódio realmente revelou
O gesto simples de Ancelotti revelou várias coisas ao mesmo tempo:
Estevão já tinha conquistado o treinador de um jeito que poucos jovens conseguem.
O ambiente da Seleção estava leve, unido, humano.
Ancelotti tem uma sensibilidade fora do comum para lidar com jogadores jovens.
O garoto de 18 anos não era apenas uma promessa técnica — mas emocionalmente pronto para responsabilidades gigantes.
Dali em diante, Estevão recebeu ainda mais minutos, mais protagonismo e, consequentemente, mais confiança. Tornou-se artilheiro da era Ancelotti e voltou para o amistoso contra o Senegal já com status de titular.

Uma estrela em formação — dentro e fora de campo
Enquanto brilha pelo Chelsea, acumulando participações em gols e se adaptando de maneira espetacular à Premier League, Estevão mostra uma maturidade rara. Ele encara jogos grandes como se estivesse jogando bola na rua. Conquista torcedores, companheiros e treinadores — tudo ao mesmo tempo.
E a história da carteira de motorista, por mais simples que pareça, revela a essência desse momento.
Ela mostra:
a leveza do grupo,
a humanidade de Ancelotti,
a personalidade forte, mas humilde, de Estevão,
e como um pequeno gesto pode mudar a percepção de todos ao redor.
Até onde ele pode chegar?
Se ele já impacta dois continentes aos 18 anos, o que virá quando atingir seu auge?
Essa é a pergunta que movimenta Chelsea, Seleção Brasileira, imprensa e torcedores.
E, se depender da forma como conduz a carreira — dentro e fora de campo — a resposta pode ser: muito mais longe do que imaginamos.