Eles Mandaram a Garota Obesa Limpar o Celeiro Como uma Piada — Mas o Fazendeiro Se Recusou a Deixá-la Ir

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Eles enviaram a garota obesa para limpar o celeiro dele como uma piada, mas o rancheiro se recusou a deixá-la ir. A cozinha da pensão cheirava a café queimado e fofoca. Sete garotas se amontoavam ao redor da mesa, rindo de um aviso pregado na parede. “Rancho Luke Grayson. Procura-se ajuda: limpeza de celeiro. Pagamento justo.”

“Pagamento justo?” uma garota bufou. “Por trabalhar para aquele diabo?”

“Ele jogou um balde no último garoto que trabalhou para ele”, outra sussurrou. “Demitiu três homens em uma semana. Meu irmão disse que ele tem um temperamento como uma cascavel.”

Todas conheciam as histórias. Luke Grayson, o rancheiro zangado, o homem que ninguém queria contrariar. Ele morava sozinho na orla da cidade, trabalhava em sua terra como um homem possesso e não falava com ninguém a menos que precisasse. E agora ele precisava de ajuda.

“Quem é tolo o suficiente para aceitar esse emprego?” perguntou uma garota.

A sala ficou em silêncio. Então, lentamente, todos os olhos se voltaram para o canto. Abigail estava sentada curvada em um banco, remendando um avental rasgado. Suas mãos se moviam com cuidado, costurando cada buraco com paciência. Ela não olhou para cima. Havia aprendido há muito tempo a não encontrar os olhos delas.

“Abigail”, uma garota chamou docemente. Doce demais.

As mãos de Abigail pararam. Seu estômago apertou.

“Você não vai fazer nada amanhã, vai?”

Abigail balançou a cabeça lentamente.

“Perfeito.” A garota se levantou, arrancando o aviso da parede. “Você vai limpar o celeiro do rancheiro.”

A garganta de Abigail fechou. “Eu… eu não posso.”

“Por que não? Você limpa aqui, não limpa?”

“Mas ele… Dizem que ele é maldoso”, a garota riu. “E daí? Você está acostumada com maldade.”

As outras explodiram em risadas.

“Além disso”, acrescentou outra garota, circulando mais perto. “Você foi feita para trabalho pesado, não foi? Todo esse levantamento, toda essa curvatura…” Mais risadas.

As bochechas de Abigail queimaram.

“Olhe para ela”, alguém sussurrou alto o suficiente para que todos ouvissem. “Ela mal consegue passar pela porta. Imagine ela tentando se espremer naquele celeiro. Talvez ela fique presa. Luke Grayson terá que passar manteiga na moldura para tirá-la.”

A sala rugiu. As mãos de Abigail tremiam. Ela manteve os olhos no avental em seu colo, costurando mais rápido, mais forte, tentando desaparecer no tecido.

“Está decidido, então”, disse a primeira garota, jogando o aviso no colo de Abigail. “Você sai ao amanhecer. Não se atrase, e não volte até que a piada termine”, acrescentou outra. “Se ele te jogar para fora, problema seu.”

Abigail abriu a boca para protestar, mas nenhuma palavra saiu. Apenas a gagueira que sempre a prendia quando estava com medo. As garotas se viraram, já passando para a próxima fofoca, a próxima piada. Abigail sentou-se sozinha no canto. O aviso amassado em suas mãos trêmulas. Ela queria recusar, dizer não, levantar-se e sair. Mas para onde ela iria? Ela não tinha família, nem dinheiro. A pensão era tudo o que ela tinha. E se a matrona descobrisse que ela recusara trabalho, seria jogada na rua ao anoitecer.

Então, ela dobrou o aviso, guardou-o no bolso e subiu as escadas estreitas para o sótão onde dormia. Naquela noite, Abigail ficou acordada em seu colchão fino, olhando para as vigas de madeira acima. A risada das outras garotas ecoava em sua mente. “Feita para trabalho pesado… nem consegue passar por uma porta… ela vai quebrar o assoalho dele.”

As palavras cortavam mais fundo do que qualquer lâmina. Ela pressionou as mãos no peito, sentindo o subir e descer de sua respiração, e sussurrou para a escuridão: “Por que fui feita assim?” Nenhuma resposta veio. Apenas o som do vento batendo nas venezianas.

O amanhecer rompeu frio e cinzento. Abigail vestiu seu vestido de trabalho mais velho, amarrou o cabelo para trás com uma fita desfiada e saiu da pensão antes que as outras acordassem. A caminhada até o rancho de Luke Grayson levou uma hora. Seus pés doíam. Seu vestido grudava nela em todos os lugares errados. Quando o rancho apareceu, o suor umedecia seu colarinho, apesar do ar frio da manhã.

O rancho era maior do que ela imaginara. Cercas se estendiam longe nas colinas, cavalos pastavam em um pasto distante. E no centro de tudo havia um celeiro, desgastado e robusto, suas portas abertas como uma boca. O estômago de Abigail se revirou. Então ela ouviu. Um estrondo, alto, agudo, seguido por uma voz. Profunda, furiosa. “Maldita peça inútil de…” Outro estrondo.

Abigail congelou no portão, sua mão agarrando o poste de madeira. Pela porta do celeiro, ela podia vê-lo. Luke Grayson, maciço, de ombros largos, as mangas da camisa enroladas, músculos tensos enquanto agarrava uma roda de carroça quebrada e a arremessava através do celeiro. Ela se espatifou contra a parede, estilhaçando-se em pedaços. Ele ficou lá, peito arfando, punhos cerrados, mandíbula apertada o suficiente para rachar pedra.

A respiração de Abigail parou. Este era o homem para quem a haviam enviado. O rancheiro zangado, o diabo com temperamento. Ela queria dar meia-volta, correr, desaparecer de volta nas colinas. Mas então ele se virou, seus olhos travados nela, escuros, duros, ilegíveis. Por um longo momento, nenhum deles se moveu. Então Luke falou, sua voz baixa e áspera.

“O que você está fazendo aqui?”

A boca de Abigail se abriu, mas as palavras se enroscaram. “Eu… eu fui enviada para… para limpar o celeiro.”

Os olhos dele se estreitaram. “Enviada por quem?”

“A… a pensão. Elas… Disseram que você precisava de ajuda.”

Luke a encarou. Sua mandíbula trabalhou. Ela podia ver a tensão em seus ombros, a raiva ainda fervendo logo abaixo da superfície. Então ele soltou uma risada amarga. Curta, afiada.

“Elas enviaram você.”

Não foi uma pergunta. Foi uma declaração, uma constatação. As bochechas de Abigail queimaram. Ela sabia o que ele via. O que todos viam. Gorda, desajeitada, impotente… uma piada. Luke se virou, passando a mão pelo cabelo.

“Vá para casa.”

Abigail piscou. “O quê?”

“Eu disse vá para casa. Não preciso de ajuda de alguém que enviaram como uma brincadeira.”

O peito dela apertou. Ela deveria ir embora. Deveria agradecê-lo e ir embora. Mas então ela pensou na pensão, na risada, na crueldade. E pensou no aviso da matrona. “Sem trabalho, sem cama.” Sua voz saiu mais forte do que ela esperava.

“Eu preciso do trabalho.”

Luke parou lentamente. Ele se virou para encará-la. “Você precisa”, repetiu ele.

“Sim.”

Ele a estudou por um longo momento. Então apontou para uma vassoura encostada na parede do celeiro.

“Tudo bem. Você quer trabalhar? Então trabalhe. Não fale. Não reclame. E fique fora do meu caminho.”

Abigail assentiu rapidamente, o coração batendo forte. Luke se virou e caminhou de volta para a carroça quebrada, suas botas pesadas contra a terra. Abigail pegou a vassoura e, pela primeira vez em sua vida, não correu da raiva. Ela permaneceu nela.

O celeiro estava uma bagunça. A poeira pairava espessa no ar, agarrando-se a cada superfície. Feno espalhado pelo chão como se alguém o tivesse jogado com raiva. Ferramentas quebradas encostadas nas paredes. Uma sela jazia virada no canto, o couro rachado e negligenciado. Abigail agarrou a vassoura e começou a varrer. Seus braços doíam em minutos. A poeira a fazia tossir. O suor umedecia sua testa, apesar do ar frio da manhã. Mas ela não parou.

Luke trabalhava do lado de fora, martelando postes de cerca com força brutal. Cada golpe ecoava pelo rancho como um tiro de arma de fogo. Ela podia sentir a raiva dele em cada golpe. Afiada, implacável. Horas se passaram. O sol subiu mais alto. O vestido de Abigail grudava em suas costas. Suas mãos criaram bolhas ao redor do cabo da vassoura, mas lentamente o celeiro começou a se transformar. O chão limpo. O feno empilhado ordenadamente. As ferramentas organizadas ao longo da parede. Ela trabalhava em silêncio, do jeito que aprendera a sobreviver. Invisível, não ouvida.

O meio-dia veio e se foi. Luke não falara com ela uma vez. Abigail parou para recuperar o fôlego, encostando-se em uma viga de madeira. Seu estômago roncou. Ela saíra da pensão sem café da manhã, com muito medo de enfrentar as garotas.

“Você perdeu um lugar.”

Abigail pulou, quase deixando cair a vassoura. Luke estava na porta, silhueta contra o sol brilhante. Seu rosto ainda estava duro, ilegível. Ele apontou para o canto.

“Lá. Palha ainda espalhada.”

Abigail assentiu rapidamente, as bochechas queimando. “Desculpe. Eu vou… consertar.”

Luke a observou por mais um momento, depois se virou e voltou para fora. As mãos de Abigail tremiam enquanto ela varria o canto até ficar limpo. Ela esperava crueldade, esperava que ele a jogasse fora como as garotas previram, mas ele não o fez. Ele era rigoroso, frio, mas não cruel, apenas zangado com o mundo.

No final da tarde, Abigail havia terminado o andar principal. Seu corpo gritava por descanso. Suas pernas tremiam, mas ela continuou, subindo a escada para o sótão, varrendo a poeira das vigas. Foi quando ouviu passos abaixo. Luke estava na base da escada, uma caneca de lata na mão.

“Desça.”

Abigail desceu cuidadosamente, as pernas tremendo em cada degrau. Luke estendeu a caneca.

“Beba.”

Água fresca e clara. Abigail olhou para ela, depois para ele.

“Eu… eu não quero incomodar você.”

“Você não me serve de nada se desmaiar.” Sua voz era ríspida, mas algo nela havia suavizado. Apenas ligeiramente.

Abigail pegou a caneca com as mãos trêmulas e bebeu. A água era a coisa mais doce que ela provara em dias. “Obrigada”, sussurrou ela.

Luke grunhiu, depois caminhou de volta para a linha da cerca. Abigail o observou ir. A caneca vazia ainda em suas mãos. Pela primeira vez desde que chegara, seu peito não parecia tão apertado.

O sol começou a se pôr, pintando o céu em tons de laranja e roxo profundo. Abigail terminou o sótão e desceu de volta. Seu corpo doía em lugares que ela não sabia que podiam doer, mas o celeiro brilhava. Cada canto varrido. Cada ferramenta em seu lugar. Ela ficou na porta, olhando para o que havia feito, e sentiu algo que não sentia há anos. Orgulho.

Luke apareceu do pasto, conduzindo um cavalo pelas rédeas. Ele o amarrou ao poste, depois olhou para dentro do celeiro. Seus olhos varreram o chão limpo, as ferramentas organizadas, o feno empilhado ordenadamente. Por um longo momento, ele não disse nada. Então, calmamente:

“Você ainda está aqui.”

“Você… você disse para trabalhar. Então eu trabalhei.”

A mandíbula de Luke apertou. Ele entrou no celeiro, suas botas ecoando no chão varrido. Ele passou a mão pela parede, verificando o trabalho dela. Seus dedos saíram limpos.

“As garotas da pensão”, disse ele lentamente. “Elas enviaram você aqui para falhar.”

A garganta de Abigail apertou. Ela assentiu.

Luke se virou para encará-la. “Por que você ficou?”

“Eu… eu precisava do trabalho.”

“Isso é tudo?”

Abigail hesitou. Então, suavemente: “Eu queria provar que elas estavam erradas.”

Luke a estudou. Pela primeira vez, sua expressão não era dura. Era outra coisa. Algo quase como compreensão.

“Você fez um bom trabalho hoje”, disse ele finalmente.

As palavras a atingiram como um golpe físico. Seus olhos arderam. Ela piscou rápido, segurando as lágrimas. “Obrigada.”

Luke assentiu uma vez, depois caminhou em direção à casa. Ele parou na porta.

“Volte ao amanhecer. Há mais para fazer.”

A respiração de Abigail parou. “Você… Você quer que eu volte?”

Luke olhou para ela por cima do ombro. “Você quer o trabalho ou não?”

“Sim. Sim, eu quero.”

“Então esteja aqui ao amanhecer.”

Ele desapareceu lá dentro. Abigail ficou sozinha no celeiro enquanto o crepúsculo se aprofundava ao redor dela. Seu corpo doía. Suas mãos estavam em carne viva, mas seu coração parecia mais leve do que estivera em meses. Ela não era uma piada aqui. Ela era uma trabalhadora. E pela primeira vez em sua vida, alguém lhe dissera que ela fizera um bom trabalho.

A caminhada de volta para a pensão pareceu mais curta de alguma forma. Quando ela chegou, as garotas estavam reunidas na cozinha rindo durante o jantar.

“Ora, ora”, gritou uma. “A piada voltou. Quanto tempo você durou? Uma hora? Ele jogou um balde em você?”

“Aposto que ela nem conseguiu passar pela porta do celeiro.”

Abigail passou por elas sem dizer uma palavra. Ela subiu as escadas para o sótão, lavou o rosto na bacia e deitou-se em seu colchão. Deixe-as rir. Amanhã ela estaria de volta ao rancho. E no dia seguinte, e no dia seguinte… porque Luke Grayson não rira dela. Ele lhe dera água. Ele lhe dissera que ela fizera um bom trabalho. E em um mundo que passara anos a derrubando, aquelas pequenas gentilezas pareciam as primeiras pedras de uma ponte. Ela não sabia que poderia atravessar.

Lá fora, as estrelas começaram a aparecer. Abigail fechou os olhos e sussurrou para a escuridão: “Obrigada.” Não para as garotas, não para a matrona, mas para o rancheiro zangado que a deixara provar que era mais do que uma piada.

E em algum lugar do outro lado da cidade, em uma casa construída por mãos rudes e guardada por paredes de silêncio, Luke Grayson estava sentado perto de sua lareira, olhando para as chamas. Pela primeira vez em anos, o celeiro estava limpo. Pela primeira vez em anos, alguém trabalhara sem reclamar. Pela primeira vez em anos, o silêncio em sua casa não parecia tão pesado.

Ele pensou na garota com a gagueira e as mãos trêmulas. Aquela que enviaram como uma piada, aquela que ficou de qualquer maneira. E algo dentro dele, algo que ele havia enterrado fundo depois dos punhos de seu pai e do silêncio de sua mãe, começou a se agitar. Não amor, ainda não, mas reconhecimento. Ela sabia o que significava resistir. E talvez, apenas talvez, ela fosse mais forte do que qualquer um lhe dava crédito, incluindo ela mesma.

O amanhecer veio suave e dourado. Abigail chegou ao rancho antes que o sol clareasse as colinas. Seu corpo ainda doía do trabalho de ontem, mas ela ignorou. Ela prometera estar aqui, e ela mantinha suas promessas. Luke já estava acordado, cortando lenha perto da casa. Sua camisa grudava nas costas, úmida de suor apesar do ar frio da manhã. Cada balanço do machado era preciso, controlado, mas por baixo disso, ela ainda podia sentir a raiva, sempre lá, sempre fervendo.

“Você chegou cedo”, disse ele sem olhar para cima.

“Eu… eu não queria me atrasar.”

Luke enterrou o machado no toco e se virou. “O celeiro precisa ser limpo hoje. As baias não são limpas há uma semana.”

Abigail assentiu. “Eu posso fazer isso.”

Ele a estudou por um momento, depois apontou para um par de luvas penduradas na porta do celeiro. “Use aquelas. O trabalho vai rasgar suas mãos se não usar.”

Ela pegou as luvas, surpresa com o gesto. O trabalho era mais difícil do que varrer. As baias estavam imundas. O cheiro fazia seu estômago revirar. Mas Abigail trabalhou firmemente, forcado na mão, movendo estrume para o carrinho de mão, transportando-o para fora, despejando-o na pilha de compostagem. Horas se passaram.

Luke trabalhava por perto, consertando a cerca. Ela podia ouvi-lo murmurando baixinho quando uma tábua se recusava a encaixar, xingando quando um prego entortava. Mas ele não jogou nada hoje. No meio da manhã, três das baias estavam limpas. Abigail parou para recuperar o fôlego, apoiando-se no forcado. Seus braços tremiam. O suor escorria pelo pescoço.

Foi quando ouviu vozes, vozes femininas, rindo. O estômago de Abigail caiu. Ela foi até a porta do celeiro e espiou para fora. As garotas da pensão, quatro delas paradas do lado de fora do portão, sussurrando e rindo enquanto a observavam.

“Olhe para ela”, disse uma, alto o suficiente para ser ouvida. “Coberta de sujeira. Cheira pior que os cavalos.”

“Aposto que ela adora. Rolando na lama onde ela pertence.”

“Quanto tempo até Grayson mandá-la embora?”

As bochechas de Abigail queimaram. Ela recuou para as sombras do celeiro, o peito apertado. Elas tinham vindo para vê-la falhar, para rir.

A voz de Luke cortou o ar como um chicote. “Vocês garotas têm negócios aqui?”

A risada parou.

“Apenas checando nossa amiga”, uma respondeu docemente.

“Sua amiga está trabalhando. Vocês a estão distraindo. Vamos embora quando estivermos prontas.”

Luke largou o martelo e caminhou em direção ao portão lentamente, deliberadamente. As garotas se mexeram desconfortavelmente.

“Eu disse”, repetiu Luke, a voz baixa e perigosa. “Vocês a estão distraindo. Saiam agora.”

Uma garota abriu a boca para discutir. O olhar fulminante de Luke a silenciou. Elas se viraram e foram embora, sussurrando furiosamente entre si. Abigail ficou congelada no celeiro, as mãos tremendo. Ele a defendera novamente. Luke voltou ao seu trabalho sem dizer uma palavra, como se nada tivesse acontecido. Mas a garganta de Abigail doía.

Naquela tarde, Luke pediu que ela ajudasse a empilhar fardos de feno no sótão. Abigail subiu a escada, músculos gritando em protesto. Os fardos eram mais pesados do que pareciam. Ela agarrou o primeiro, tentando levantá-lo. Mal se moveu. Ela tentou novamente, o rosto corando com o esforço. Ainda nada.

Passos na escada atrás dela. Luke apareceu, sua estrutura larga preenchendo o pequeno espaço do sótão.

“Aqui”, ele estendeu a mão passando por ela, agarrando o fardo com facilidade. “Faremos isso juntos.”

Suas mãos se tocaram apenas por um momento, mas Abigail sentiu como uma faísca. As mãos de Luke eram ásperas, cicatrizadas, fortes, mas gentis. Eles levantaram o fardo juntos, empilhando-o contra a parede.

“Próximo”, disse Luke.

Eles trabalharam lado a lado, movendo fardo após fardo. O espaço entre eles diminuiu. Seus ombros se roçaram. Suas mãos se tocaram de novo e de novo. Nenhum dos dois se afastou. Quando o último fardo foi empilhado, Luke enxugou a testa com as costas da mão.

“Você é mais forte do que parece”, disse ele calmamente.

A respiração de Abigail parou. “Eu sou?”

“Tão forte. Você trabalhou três dias seguidos sem reclamar. Isso é mais forte do que a maioria dos homens que contratei.”

Ela olhou para baixo, o coração batendo forte. Luke sentou-se em um dos fardos, seus ombros caindo ligeiramente. Pela primeira vez, ele parecia cansado. Não zangado, apenas cansado.

“Meu pai”, disse ele de repente, “costumava dizer que o trabalho era a única coisa que importava. Não importava se você estava sangrando. Não importava se você estava doente. Você trabalhava ou era inútil.”

Abigail sentou-se lentamente no fardo à frente dele. “Isso… Isso é cruel.”

“Ele era cruel.” A mandíbula de Luke apertou. “Me batia se eu não terminasse as tarefas até o pôr do sol. Me dizia que eu nunca seria mais do que a sujeira sob as botas dele.”

O peito de Abigail doeu. “Sinto muito.”

Luke balançou a cabeça. “Eu sobrevivi a ele. Mas a raiva… ela nunca foi embora.”

O silêncio caiu entre eles. Então Abigail falou, sua voz suave. “As garotas da pensão. Elas zombam de mim desde que cheguei. Me chamam de inútil, feia, um fardo. Eu comecei a acreditar nelas.”

Luke olhou para ela. Realmente olhou. “Você não é inútil.”

As palavras eram simples, mas abriram algo dentro dela. Lágrimas derramaram antes que ela pudesse pará-las. Luke se levantou, cruzou o espaço entre eles e ofereceu a mão.

“Vamos, o dia ainda não acabou.”

Abigail pegou a mão dele. E pela primeira vez em sua vida, ela não se sentiu como uma piada. Ela se sentiu vista.

As notícias viajaram rápido em uma cidade pequena. No final da semana, todos sabiam. A garota gorda da pensão ainda estava trabalhando no rancho de Luke Grayson, e ele não a demitira. O salão zumbia com fofoca. Homens se inclinavam sobre as mesas, uísque na mão, vozes subindo com zombaria.

“Grayson está mantendo a garota da piada. Talvez ele tenha ficado mole ou cego.”

“Aposto que ela está aquecendo a cama dele. Única razão para ele mantê-la por perto.”

A risada explodiu. Cruel. Alta. Um homem, Tom Hadley, um rancheiro do lado norte da cidade, bateu o copo na mesa.

“Alguém deveria ir lá. Ver o que realmente está acontecendo.”

Três outros concordaram. Ao pôr do sol, quatro homens a cavalo cavalgaram em direção ao rancho de Luke Grayson. Abigail estava varrendo a varanda quando ouviu os cascos. Seu estômago caiu. Ela conhecia aquele som. Sabia o que significava. Problema. Os homens pararam perto do portão, sorrindo largamente.

“Ora, ora”, gritou Tom. “Ouvi dizer que Grayson conseguiu uma nova empregada.”

Abigail congelou, vassoura na mão. Outro homem riu.

“Empregada? Isso é generoso. Mais como uma atração de circo. Quanto ele está te pagando, querida? Por quilo?”

A risada cortou através dela como facas. As mãos de Abigail tremiam. Ela queria correr para dentro para se esconder, mas então a porta atrás dela se abriu. Luke pisou na varanda. Silencioso, imponente, seus olhos travados nos homens.

“Vocês garotos estão perdidos?” Sua voz era baixa. Perigosa.

Tom sorriu. “Apenas checando você, Grayson. Garantindo que você está bem. Ouvi dizer que você manteve a piada que a pensão enviou.”

Luke desceu os degraus da varanda lentamente. “O que eu faço na minha terra não é da sua conta.”

“Só parece estranho”, disse outro homem. “Você recusando bons trabalhadores por meses, depois mantendo ela.”

“Ela trabalha mais duro do que qualquer homem que você tem.”

Tom riu. “Qual é, Luke. Olhe para ela. Você realmente espera que acreditemos…”

“Eu não espero que você acredite em nada.” Os punhos de Luke se fecharam ao lado do corpo. “Eu espero que você saia da minha propriedade.”

Os homens trocaram olhares.

“Estamos apenas nos divertindo um pouco”, disse Tom.

“A diversão acabou. Vão embora.”

O sorriso de Tom desapareceu. “Você defendendo a honra dela agora? A garota gorda da pensão?”

Luke deu um passo mais perto do portão. Sua voz caiu ainda mais. “Você a chama de piada? Ela fez mais trabalho honesto em uma semana do que o lote de vocês faz em um mês. Agora saiam antes que eu obrigue vocês.”

A ameaça pairou no ar. Tom encarou Luke, pesando suas opções. Então ele cuspiu na terra.

“Seu funeral.”

Os homens viraram seus cavalos e foram embora, suas risadas ecoando atrás deles. Abigail ficou congelada na varanda, lágrimas escorrendo pelo rosto. Luke se virou para ela.

“Você está bem?”

Ela assentiu, mas as lágrimas continuaram caindo. Luke subiu os degraus e ficou ao lado dela. Por um longo momento, nenhum falou.

Então Abigail sussurrou: “Você não precisava fazer isso.”

“Sim, eu precisava.”

“Eles vão falar. Vão dizer coisas terríveis sobre você agora.”

Luke deu de ombros. “Deixe-os. Parei de me importar com o que essa cidade pensa de mim há muito tempo.”

Abigail enxugou os olhos com as costas da mão. “Por que você se importa com o que dizem sobre mim?”

Luke olhou para ela. Sua expressão suavizou de uma maneira que ela nunca vira antes. “Porque você merece mais do que a crueldade deles.”

As palavras a destruíram. Ela passara a vida inteira acreditando que merecia exatamente o que recebia. A zombaria, a vergonha, a solidão. Mas Luke Grayson, o rancheiro zangado que todos temiam, estava dizendo que ela merecia mais. E pela primeira vez, ela acreditou nele.

Dentro da casa, Luke serviu água para ela, depois sentou-se à sua frente na pequena mesa.

“Preciso te dizer uma coisa”, disse ele calmamente. Abigail esperou. “Eles não vão parar. A cidade, as garotas… eles continuarão vindo. Continuarão falando. E vai piorar antes de melhorar.”

“Eu sei”, sussurrou Abigail.

“Se você quiser ir embora, eu pago pelo trabalho que fez. Sem ressentimentos.”

O coração de Abigail batia forte. Ela olhou para a mesa rústica, a cabana simples, o homem que lhe dera mais respeito em uma semana do que qualquer um em toda a sua vida.

“Eu não quero ir embora”, disse ela.

Os olhos de Luke procuraram os dela. “Tem certeza?”

“Sim.”

Um leve sorriso puxou o canto da boca dele. “Bom… porque eu não estava pronto para deixar você ir.”

As palavras pairaram entre eles, pesadas com um significado que nenhum dos dois estava pronto para nomear. Mas algo havia mudado. Isso não era mais apenas sobre trabalho. Isso era sobre duas pessoas que haviam sido quebradas pela crueldade, encontrando algo inquebrável uma na outra. E nenhuma quantidade de fofoca da cidade poderia tirar isso.

A manhã veio quieta. Quieta demais. Abigail acordou no pequeno quarto que Luke lhe dera. A luz do sol entrava pela única janela. Por um momento, ela esqueceu onde estava. Então a memória inundou de volta. O rancho. Luke. Os homens que vieram zombar dela. E as palavras de Luke. “Eu não estava pronto para deixar você ir.”

Seu peito doeu da maneira mais doce. Ela se vestiu rapidamente e saiu. Luke já estava acordado alimentando os cavalos. Ele olhou para ela e assentiu. Nenhuma palavra necessária, apenas o ritmo tranquilo que haviam construído juntos nas últimas duas semanas. Ela estava alcançando o balde de água quando ouviu. Cascos, vários cavalos. Seu estômago caiu.

Não de novo. Mas desta vez não eram homens do salão. Era a matrona da pensão andando em uma pequena carruagem. E atrás dela, três das garotas que haviam enviado Abigail para cá como uma piada. Luke largou o balde de ração, sua mandíbula apertando. A carruagem parou do lado de fora do portão.

A matrona desceu, o rosto contraído de desaprovação.

“Sr. Grayson”, chamou ela. “Vim buscar a garota.”

Luke cruzou os braços. “Ela não vai a lugar nenhum.”

Os olhos da matrona se estreitaram. “Ela foi enviada para cá temporariamente. Estou levando-a de volta para a pensão, onde ela pertence.”

“Ela pertence aqui.”

Uma das garotas se inclinou para fora da carruagem, sorrindo com escárnio. “Vamos, Abigail. Você se divertiu brincando de ajudante de fazenda. Hora de voltar para casa.”

As mãos de Abigail se fecharam. Casa. Como se a pensão tivesse sido isso algum dia.

“Ela fica”, repetiu Luke, sua voz caindo mais baixo.

A matrona se aproximou do portão. “Isso é altamente irregular. A garota tem deveres na pensão. Ela não pode simplesmente abandoná-los para brincar de casinha com você.”

“Brincar de casinha?” Os olhos de Luke brilharam. “Ela trabalhou mais duro do que qualquer um que contratei em 5 anos. E ela ganhou o lugar dela aqui.”

“Ela é um caso de caridade”, a matrona retrucou. “E eu não terei a reputação dela ou a nossa manchada por viver solteira com um homem.”

As palavras pairaram no ar. O rosto de Abigail queimou. As garotas na carruagem riram. Luke ficou em silêncio por um longo momento. Então ele se virou para Abigail.

“O que você quer?”

Todos olharam para ela. A matrona, as garotas, até Luke. O coração de Abigail batia forte. Sua boca ficou seca. A gagueira que sempre a prendia quando estava com medo ameaçou retornar. Mas então ela olhou para Luke. Realmente olhou para ele. O homem que lhe dera água quando estava com sede, que ficara ao lado dela quando ela lutava, que a defendera quando a cidade zombava dela, que lhe dissera que ela era mais forte do que sabia.

E as palavras vieram claras, firmes. “Eu quero ficar.”

O rosto da matrona avermelhou. “Absolutamente não. Eu não vou permitir…”

Luke deu um passo à frente. “Vocês a enviaram aqui como uma piada. Para me humilhar. Para humilhá-la. Mas eu encontrei a única pessoa que vale a pena manter.”

A respiração de Abigail parou. Luke se virou para ela, sua voz suavizando.

“Você não é uma piada, Abigail. Você nunca foi. E se você me aceitar… eu gostaria que você ficasse. Não como trabalhadora. Como minha esposa.”

O mundo parou. As garotas arfaram. A matrona gaguejou. Abigail o encarou, lágrimas escorrendo por suas bochechas.

“Você… você quer casar comigo?”

“Eu quero”, disse Luke simplesmente. “Se você aceitar um homem que é zangado demais e rude demais nas bordas.”

Abigail riu através das lágrimas. “Eu aceito.”

O rosto de Luke se abriu no primeiro sorriso verdadeiro que ela já vira dele. Ele cruzou até o portão, abriu-o e pegou a mão dela.

A matrona gaguejou. “Isso é ultrajante. Ela não tem dote, não tem família…”

“Não, ela tem a mim”, disse Luke, sua voz firme. “E isso é tudo o que ela precisa.” Ele se virou para as garotas na carruagem. “Vocês a enviaram aqui para falhar, para ser ridicularizada. Mas ela é a pessoa mais forte que já conheci. E serei amaldiçoado se deixar vocês a levarem de volta.”

Uma das garotas abriu a boca, depois fechou. Pela primeira vez, elas não tinham nada a dizer. A matrona subiu de volta na carruagem, o rosto tenso de fúria.

“Isso é altamente irregular.”

“Altamente bom”, disse Luke. “Eu nunca fui de regularidade.”

A carruagem se afastou, as garotas em silêncio agora, a piada delas virada de cabeça para baixo. Luke e Abigail ficaram juntos na varanda, a mão dele ainda segurando a dela.

“Eles vão falar”, sussurrou Abigail.

“Deixe-os”, disse Luke. “Tenho tudo o que preciso bem aqui.”

Ele a puxou para perto, seus braços envolvendo-a gentilmente. Ela derreteu nele, sentindo-se segura pela primeira vez em sua vida.

“Eu nunca pensei”, ela sussurrou contra o peito dele, “que alguém me escolheria.”

Luke ergueu o queixo dela, seu polegar áspero enxugando as lágrimas. “Você não foi enviada para cá como uma piada, Abigail. Você foi enviada para cá para que eu pudesse te encontrar.”

E lá na varanda do rancho onde chegara tremendo e com medo, Abigail ficou de pé, não como a garota gorda, não como a piada, mas como a mulher que o rancheiro zangado se recusou a deixar ir, a mulher que ele escolheu, a mulher que ele amava. E enquanto o sol subia mais alto sobre o território de águas frias, Luke Grayson e Abigail ficaram juntos, de mãos dadas, prontos para enfrentar o que quer que viesse a seguir. Porque a piada era com a cidade. Ela o salvara tanto quanto ele a salvara. E juntos, eles eram inquebráveis.

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