“Comprei a menina gorda só para usar seu corpo” — Mas este homem da montanha se apaixonou por…

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“Comprei a rapariga gorda apenas para usar o seu corpo. Mas este homem da montanha apaixonou-se pelo coração dela.” Chamavam-lhe a rapariga gorda que nunca deveria ter nascido. E naquela noite gelada de inverno de 1878, cada homem no salão Whisky Rose parecia determinado a prová-lo.

Clara Hay ajoelhou-se nas tábuas deformadas, esfregando cerveja pegajosa de entre as fendas, enquanto botas bêbadas chutavam água sobre as suas mãos. O piano tocava desafinado, o fumo de tabaco pairava espesso no ar e o riso, agudo, feio, erguia-se cada vez que alguém a insultava.

Manteve a cabeça baixa, ombros redondos a tremer, bochechas a arder de humilhação. “Mexe-te mais rápido, vaca inútil”, ladrou Hank, o dono do salão, de trás do balcão. Quando não se moveu rápido o suficiente, a bota dele cravou-se nas costelas dela. Ela ofegou, dobrando-se sobre o seu balde. O riso estalou. Um homem puxou o cabelo dela, puxando o seu rosto para cima. “Olha para isso”, zombou.

“Grande como um porco e duas vezes mais lenta. Quem pagaria nem um cêntimo por algo como tu?” A garganta de Clara apertou-se. Queria que as tábuas do chão a engolissem inteira. Então as portas do salão abriram-se de golpe. Uma rajada de vento gelado entrou e com ele veio um homem por quem toda a sala instantaneamente guardou silêncio.

Jacob Mitchell, o homem da montanha de Thunder Peak, quase seis pés e quatro polegadas, largo como um aro de porta, usando um casaco de pele de urso e um rosto talhado do próprio inverno. A sua barba era espessa, os seus olhos azul glacial, afiados o suficiente para congelar um homem onde estava. Raramente vinha à vila.

Quando o fazia, até os bêbados mais calejados fechavam a boca. Jacob inspecionou a sala. O seu olhar parou em Clara, ajoelhada, a tremer, de bochechas vermelhas, o avental ensopado, uma nódoa negra a formar-se ao longo da sua mandíbula. Algo cintilou nos olhos dele. Reconhecimento, memória, dor. Ela lembrou-lhe outra mulher outrora ridicularizada pelo seu tamanho, a sua falecida esposa, Sarah.

“Quanto?”, disse Jacob. Hank piscou os olhos. “Porquê? Por ela.” Jacob acenou para Clara, voz baixa e perigosa. Alguém bufou. “Queres a gorda?” Jacob não desviou o olhar. “Perguntei-te um preço.” Hank esfregou as mãos, ganancioso. “O pai dela devia-me. Ela tem estado a trabalhar para pagar. 100 dólares.”

Jacob pôs uma bolsa de couro no balcão. Pesada, cheia. “Há mais do que isso aí.” Hank contou rápido. O seu sorriso alargou-se. “É tua.” A respiração de Clara cortou-se enquanto Jacob caminhava na direção dela. Não falou, simplesmente estendeu uma mão, uma mão grande e com cicatrizes que poderia tê-la esmagado ou salvado, dependendo de como o destino quisesse jogar.

“Levanta-te”, disse em voz baixa. Ela hesitou. “Vem”, repetiu mais suave desta vez. E Clara, a tremer, mas desesperada para sair, pôs a mão na dele. Lá fora, a neve rodopiava através da noite, enquanto Jacob a subiu para o seu cavalo e se dirigiu para as montanhas. Em direção a uma vida que temia poder ser outra prisão, mas rezava, poderia ser algo mais, algo melhor.

Não olhou para trás e Clara não sabia se alguma vez voltaria a ser a mesma. A neve caía em camadas espessas, silenciadoras, enquanto Jacob Mitchell guiava o seu cavalo para fora de Red Creek e em direção ao trecho escuro de pinheiros. Clara agarrou-se à parte de trás do casaco de pele de urso dele, dedos rígidos pelo frio e pelo medo. Não se atrevia a falar.

Não tinha a certeza de que a sua voz saísse mesmo se tentasse. Atrás deles, as luzes do salão atenuaram-se e desapareceram. À frente, a montanha erguia-se, vasta, silenciosa e implacável. Durante a primeira hora, nenhum dos dois disse uma palavra. A respiração de Clara tremia no ar frio, derivando à volta deles em nuvens pálidas.

A mente dela girava mais rápido que o vento a açoitar as copas das árvores. Comprada. Assim tão simples. Comprada e levada por um estranho. Não tinha esperado resgate, apenas um tipo diferente de jaula. Os seus pensamentos escureceram com cada passo que o cavalo deu montanha acima. O que queria ele com ela? Porquê ela? Porquê agora? A voz de Jacob cortou o vento.

“Agarra-te com mais força. O caminho fica difícil.” Clara sobressaltou-se, mas obedeceu. As mãos dela deslizaram à volta da cintura dele, inseguras, tímidas. Ele não estremeceu, não reagiu de todo, apenas continuou a guiar o cavalo através da neve. Ela reuniu a coragem para falar.

“Porquê? Por que me compraste?” Os ombros dele tensaram-se sob as palmas dela. Por um momento pensou que ele ignoraria a pergunta completamente. Então disse sem inflexão: “Porque estavas a sofrer?” A resposta atordoou-a. Clara pressionou a bochecha contra a parte de trás do casaco dele, tentando esconder a emoção que se acumulava nos seus olhos.

“Compraste-me para me ajudar?” “Não.” O tom dele baixou pesado como a neve sob as botas. “Não entendas mal, não te comprei por bondade.” Clara piscou os olhos. “Então, porquê?” O cavalo subiu uma crista íngreme. Jacob guiou-o cuidadosamente antes de responder. “Precisava de alguém na cabana, alguém que pudesse cozinhar, limpar, manter o lugar a funcionar.” Uma pausa. “E precisava de companhia.”

O coração de Clara bateu dolorosamente. Companhia. Sabia o que essa palavra significava na boca dos homens. Significava um preço, uma dívida, um corpo que já não era dela. Envolveu os braços à volta de si mesma, olhando para o colo. “Entendo.” Jacob não elaborou, não suavizou. Era um homem talhado por invernos e dor, não por gentileza.

“Mas sim,” acrescentou em voz baixa, “não serás magoada sob o meu teto.” As palavras foram simples, quase bruscas, mas para Clara bateram mais fundo do que qualquer promessa alguma vez feita. Ninguém lhe tinha oferecido segurança antes. Não o pai a afogar-se em dívidas, não Hank, não os homens que tinham zombado dela no salão, ninguém. O caminho estreitou-se serpenteando entre altos abetos carregados de neve.

Clara tremeu violentamente. Jacob notou. “Vais congelar se ficares nessa roupa”, disse. “10 minutos mais.” A montanha abriu-se numa pequena clareira, um bolso de tranquilidade onde a neve caía mais suavemente. No centro erguia-se uma cabana construída de madeira, fumo a serpentear fracamente de uma chaminé de pedra.

Não era bonita, não era grande, mas parecia sólida, segura. Jacob desmontou primeiro, depois virou-se para ajudar Clara a descer. A mão dele envolveu a dela, calejada e firme. Quando o pé dela escorregou no chão gelado, agarrou-a pela cintura e pô-la de pé sem esforço. “Para dentro”, disse. A cabana estava quente, iluminada pelo resplendor de um fogo.

Os olhos de Clara absorveram o espaço. Uma mesa resistente, lenha ordenadamente empilhada, prateleiras cheias de frascos, uma panela a ferver fracamente no fogão. Era o lar de um homem que trabalhava duro e não esperava nada do mundo. Jacob fechou a porta suavemente atrás dela.

“Senta-te”, ordenou, embora não de maneira cruel. Ela acomodou-se no banco junto ao fogo, todo o corpo a tremer enquanto o calor finalmente se filtrava de volta para as extremidades. Jacob tirou o casaco, pendurou-o junto à porta e parou sobre ela como uma sombra. Grande, silencioso, ilegível. “Esta é a verdade”, disse por fim. “Não te trouxe aqui para ser minha esposa ou minha namorada. Não amo, não cortejo, não galanteio.”

O peito de Clara apertou-se. “Comprei-te”, continuou, olhos frios como a neve lá fora, “porque preciso de alguém, uma presença, um corpo, uma mulher.” A mandíbula dele tensou-se como se a admissão lhe custasse algo. “Isso é tudo o que isto é.” Clara engoliu em seco. “E se eu disser que não?” “Não serás forçada.” A voz dele suavizou-se apenas uma fração.

“Mas não posso enviar-te de volta. Hank matar-te-ia ou pior.” A cabeça de Clara afundou-se. Sabia que ele tinha razão. Jacob entregou-lhe uma manta. “Aquece-te, depois dorme. Falaremos de manhã.” Clara assentiu apertando a manta contra o peito. “Obrigada”, sussurrou. Ele parou na entrada do seu quarto, olhos a demorar-se nela, nos ombros redondos, nas mãos trémulas, na derrota silenciosa na postura dela. “Não és um fardo aqui”, disse suavemente.

“Não a menos que queiras ser.” Então fechou a porta. Clara sentou-se sozinha junto ao fogo, lágrimas a deslizar silenciosamente pelas bochechas enquanto sussurrava na manta. “O que sou eu agora?” Lá fora, o vento da montanha uivou. Lá dentro, Jacob apoiou-se contra a porta, a respirar com dificuldade, porque tinha esperado um corpo, mas não tinha esperado um coração.

Quando o amanhecer se arrastou sobre Thunder Peak, Clara mal tinha dormido. O fogo tinha-se consumido baixo, brasas a pulsar como um coração cansado. A mente dela agitava-se com medo, confusão e a picada aguda da humilhação, comprada, possuída, desejada apenas pelo seu corpo. No entanto, tratada com uma gentileza que não tinha esperado, não bondade, não afeto, mas contenção.

E para uma mulher que tinha vivido sob crueldade, até a contenção se sentia como um milagre. Clara levantou-se lentamente, envolveu a manta à volta e começou a arrumar a cabana. Não tinha a certeza se se esperava que o fizesse. Só sabia que não queria que Jacob se arrependesse de a ter trazido aqui.

Lá fora, o som de um machado partiu o silêncio matinal. Clara espreitou pela janela fosca. Jacob estava parado junto a um cepo, a balançar o machado com golpes firmes e poderosos. A neve agarrava-se ao cabelo e barba dele. A respiração dele embaciava o ar. Cada movimento era eficiente, controlado, decidido. Não parecia um homem que precisasse de companhia. Parecia um homem que tinha aprendido a viver com fantasmas.

Uma hora depois, Jacob entrou a carregar um braço cheio de lenha. Parou quando viu Clara a varrer o chão. “Não precisas de começar a trabalhar tão cedo”, disse fechando a porta atrás dele. A neve derreteu nas botas dele. “Ainda estás meio congelada.” Clara manteve os olhos no chão. “Queria ajudar.” “Não tens de ganhar um teto sobre a tua cabeça.”

A respiração dela cortou, “Mas tu… tu compraste-me.” Jacob tensou-se. “Pela tua segurança”, murmurou. “E por companhia, não servidão.” Não servidão. Essa única palavra desatou algo pequeno mas importante dentro dela. Passou por ela pendurando o casaco no gancho. “Iremos à nascente hoje. Precisamos de água fresca.”

O pulso de Clara saltou. “Juntos?” “A menos que queiras ficar sozinha na floresta.” Negou com a cabeça rapidamente. “Não… eu vou.” Atirou-lhe um casaco grosso, um claramente feito para alguém do tamanho dela. Quando o vestiu, engoliu-a completamente. Esperava que ele se risse. A maioria dos homens fazia-o. Nem sequer sorriu.

Simplesmente abotoou o botão superior quando os dedos trémulos dela não conseguiram fazê-lo. “Vamos.” Caminharam em direção à floresta polvilhada de neve, passos a ranger em ritmo. Clara tropeçou muitas vezes. O caminho era irregular, gelado, desconhecido. De cada vez que escorregou, Jacob agarrou o cotovelo dela, estabilizando-a sem uma palavra.

Num ponto tropeçou numa raiz enterrada e lançou-se para a frente com um grito sobressaltado. Jacob agarrou a cintura dela puxando-a para cima num movimento rápido. “Cuidado.” Clara olhou para ele sem fôlego. As mãos dele demoraram-se na cintura dela, um batimento demasiado longo antes de a soltar. “Desculpa”, sussurrou. “Porquê?”, perguntou. “Por ser desajeitada e por ocupar espaço.”

Jacob deixou de caminhar. Voltou-se para ela lentamente, os olhos mais frios que a neve em redor, mas não cruéis, mais como um homem a confrontar uma verdade que odiava. “Quem te ensinou isso?”, perguntou em voz baixa. Clara piscou os olhos. “O quê?” “Que ocupar espaço é algo pelo qual pedir desculpa.” Sentiu a garganta apertar-se. “Todos.”

Jacob inalou bruscamente, depois retomou o caminho. Mandíbula tensa. “Todos estavam errados.” Chegaram à nascente. Um tanque de água cristalina rodeado de abetos pesados com neve. Clara ajoelhou-se junto a ele, submergindo as mãos. O frio cravou-se pelos braços. Jacob encheu ambos os baldes levantando-os sem esforço.

Clara tentou ajudar, mas ele abanou a cabeça. “São demasiado pesados.” As bochechas dela aqueceram. “Quero ser útil.” “Tu és.” Duas palavras simples, honestas, diretas, sem piedade a esconder-se por baixo. Clara sentiu calor espalhar-se pelo peito, que não tinha nada a ver com o sol de inverno. No caminho de volta apertou o casaco mais perto.

“Jacob, quando disseste ontem à noite que precisavas de uma mulher, quiseste dizer…” Ele cortou-a. “Agora não.” Ela engoliu a pergunta assentindo rapidamente. A vergonha picou a pele dela, mas então Jacob acrescentou: “Voz, falaremos quando nos entendermos melhor.” Entendermo-nos, não usar, não tomar, entender. De volta na cabana, Jacob pôs a água em baixo e avivou o fogo.

Clara moveu-se para ajudar e as mãos deles roçaram-se. Ela congelou. Jacob não se afastou. Em vez disso, deixou que os dedos se demorassem. Não era nada, um toque, um vislumbre. Mas foi o primeiro momento que não se sentiu como dívida, o primeiro momento que se sentiu humano. Nessa noite Clara cozinhou estufado de coelho, a primeira refeição real que Jacob tinha comido de uma panela não mexida pelas suas próprias mãos em anos.

Sentou-se à mesa, observando-a com uma expressão que ela não conseguia ler. “És boa cozinheira”, disse. Clara corou. “Obrigada.” Comeram em silêncio, o fogo a crepitar suavemente. Clara sentiu o olhar dele derivar para ela de vez em quando, demorando-se um pouco mais a cada vez. Não estava a olhar para o corpo dela, estava a olhar para ela, a pessoa.

Quando as tigelas ficaram vazias, Clara levantou-se. Jacob levantou a vista. “Obrigado por me deixares respirar hoje.” Jacob engoliu em seco. “Mereces mais do que respirar.” O coração de Clara tropeçou. Então Jacob acrescentou quase a contragosto: “Não sei o que estou a fazer contigo.” Clara sorriu suavemente. “Talvez nenhum de nós saiba.” Pela primeira vez, Jacob também sorriu. Apenas uma pequena curva da boca.

Mal lá. Mas suficiente para derreter um pedaço do gelo entre eles. Naquela pequena cabana em Thunder Peak, algo frágil começou a crescer. Não desejo, ainda não… entendimento, respeito, possibilidade, uma faísca sob a neve. O inverno espessou-se sobre Thunder Peak nos dias que se seguiram, envolvendo a montanha em silêncio branco.

Clara começou a aprender o ritmo da cabana, os seus rangidos, as suas correntes de ar, o seu calor, a sua solidão e lentamente começou a aprender o ritmo do homem que vivia dentro dela. Jacob levantava-se antes do amanhecer todas as manhãs. Movia-se silenciosamente com a disciplina de alguém habituado há muito a estar sozinho. Clara acordava frequentemente com o estalo do machado dele a partir lenha lá fora ou o suave baque de neve a cair do telhado.

No início manteve-se para si mesma, temerosa de fazer algo errado, mas Jacob surpreendeu-a. Nunca lhe deu ordens, nunca a repreendeu, nunca a tratou como Hank tinha feito. Em vez disso, dizia coisas como: “O fogo está baixo, se quiseres podes adicionar mais troncos.” Ou: “Se gostarias de cozinhar, sente-te à vontade… se não, posso fazê-lo eu.”

Tudo era fraseado como uma escolha, uma liberdade que nunca lhe tinham dado antes. Clara não sabia como lidar com isso. Uma manhã acordou para encontrar uma caneca fumegante de chá de agulhas de pinheiro na mesa junto a ela. Noutra manhã, Jacob tinha apartado a manta mais grossa para ela, dizendo apenas: “As noites ficam mais frias. Toma-a.”

Deixou-lhe o último pedaço de peixe ao jantar. Talhou-lhe uma pequena colher de madeira para que se ajustasse melhor à mão dela. Até reparou o trinco solto na porta do quarto dela para que não batesse na noite. Gestos pequenos, silenciosos, mas para Clara sentiam-se como milagres. Ainda assim, o desconforto persistia.

A verdade não dita de que estava aqui porque ele a tinha comprado, porque tinha admitido precisar da presença de uma mulher no seu lar. A tensão assentou entre eles como geada invisível, mas não ficou fria para sempre. Uma tarde, Clara estava a bater roupa junto ao riacho congelado quando escorregou num pedaço de gelo e caiu de lado na neve.

A respiração dela saiu num ofego surpreendido. Antes que se pudesse empurrar para cima, Jacob apareceu do nada, agarrando-a debaixo dos braços e puxando-a para cima com gentileza surpreendente. “Estás bem?”, perguntou, voz áspera com preocupação. Clara assentiu, a sacudir neve da saia. “Estou bem, obrigada.” Jacob recuou, mas os olhos demoraram-se. “Deverias ter-me chamado.”

“Poderia ter ajudado.” Sorriu fracamente. “Não estou habituada a pedir ajuda.” “Consigo ver isso.” Os olhos encontraram-se. Algo quente cintilou brevemente entre eles antes de Jacob limpar a garganta e olhar para outro lado. “Vem para dentro, estás a congelar.” Mais tarde nessa noite, o vento uivou fora da cabana, empurrando montes de neve contra a porta.

Clara mexeu uma panela de estufado de coelho no fogão, cantarolando suavemente, uma melodia que a mãe costumava cantar. Jacob sentou-se à mesa a afiar a faca, a ouvir sem querer. “Cantas”, disse Jacob em voz baixa. Clara saltou. “Oh, não percebi que o estava a fazer. Desculpa.” “Não devias sentir-te mal por isso.” Jacob embainhou a faca.

“A tua voz faz o lugar sentir-se menos vazio.” As bochechas de Clara aqueceram. Mexeu a panela com mais força para esconder a maneira como os lábios tremeram. Depois do jantar, Jacob surpreendeu-a de novo. “Vem sentar-te mais perto do fogo”, disse. “As tuas mãos estão a tremer.” Clara hesitou.

Depois sentou-se no banco de madeira junto a ele. O calor infiltrou-se nos ossos. A proximidade fez a respiração dela cortar. Jacob olhou para as mãos dela. “Estão em carne viva do frio.” “Passará”, murmurou. Alcançou a mão dela sem pensar. Quando os dedos dele roçaram os dela, Clara congelou.

Jacob examinou a pele gretada nos nós dos dedos, os cortes fracos, o inchaço. “Deverias ter-me dito”, murmurou. “Estás magoada.” “Não é nada”, insistiu. “Estou habituada a pior.” A mandíbula de Jacob tensou-se. “Não deverias ter de estar.” Levantou-se, caminhou até uma prateleira e regressou com um pequeno frasco de unguento. Quando se sentou de novo, gentilmente segurou a mão dela, grande, quente, firme, e alisou a pomada sobre a pele.

Clara olhou para as mãos atordoada pela ternura. “Ninguém tinha feito isto por mim antes”, sussurrou. Jacob parou. “Ninguém deveria ter tido de o fazer. Mereces cuidado.” Clara engoliu em seco. “Porque estás a ser tão amável comigo?” O olhar de Jacob baixou para o fogo. “Porque estás aqui, porque estás a tentar, porque olhas para este lugar como se valesse alguma coisa.” “E tu?”, perguntou Clara suavemente.

“Achas que vales alguma coisa?” Não respondeu. Na manhã seguinte, Clara acordou antes de Jacob pela primeira vez. Cozinhou biscoitos, desajeitados, grumosos, mas quando Jacob deu uma dentada, fechou os olhos saboreando-os como se fossem a melhor coisa que tinha provado em anos. “Bons”, disse simplesmente. A palavra sentiu-se como luz solar.

Nessa tarde a neve atingiu a cabana numa tempestade viciosa. O telhado gemeu sob o peso. Jacob trouxe a Clara uma manta grossa de pele e pô-la sobre os ombros dela. “Uma tempestade assim durará toda a noite”, disse-lhe. “Precisaremos de manter o fogo alto.” Clara tremeu. “Estaremos seguros?” Jacob aproximou-se. A sua presença firme. “Comigo? Sim.” A respiração dela cortou pela certeza no tom dele.

Um tronco estalou na lareira enviando faíscas a subir. Clara envolveu a manta mais apertada à volta de si mesma. “Jacob,” sussurrou, levantou a vista. “Obrigada por me deixares existir aqui.” A garganta de Jacob moveu-se, levantou-se lentamente, caminhou até ela e estendeu a mão.

Os dedos dele roçaram uma madeixa solta de cabelo atrás da orelha dela, gentil, duvidoso, como se estivesse a reaprender o que significava tocar alguém com cuidado. “Não és um fardo, Clara”, disse. “Não para mim.” As palavras roubaram-lhe o fôlego. Lá fora o inverno desatou-se. Lá dentro algo quente criou raízes. Não amor, ainda não, mas confiança, esperança, suavidade. Um lugar onde duas almas solitárias começaram a descongelar.

A primavera ameaçou a borda do inverno em Thunder Peak. Os sincelos no telhado gotejavam constantemente todas as manhãs e o vento suavizou-se de um uivo brutal para um suspiro baixo e inquieto. Dentro da cabana, a vida assentou num ritmo silencioso, firme e quase gentil. Quase.

Mas a paz nunca dura muito na fronteira e nem Jacob nem Clara tinham escapado dos seus passados, apenas os tinham superado temporariamente. Uma manhã, Clara saiu para sacudir mantas limpas do pó quando notou algo na neve. Pegadas frescas, grandes, demasiado grandes para ser de Jacob. A respiração dela parou. Apressou-se de volta para dentro e fechou a porta silenciosamente.

“Jacob,” sussurrou. Ele voltou-se da mesa onde tinha estado a olear a espingarda. O olhar no rosto dela fez a mandíbula dele tensar-se instantaneamente. “O que aconteceu?” Clara apontou para a janela. “Alguém esteve aqui.” Jacob agarrou o casaco, arma já na mão, e saiu. Clara seguiu até ao aro da porta, coração a bater forte.

Agachou-se junto às pegadas tocando a neve perturbada. Não falou durante um longo momento. Quando finalmente se levantou, os olhos dele tinham ficado frios. Frio glacial. “Três homens”, disse, “vieram da crista oeste.” “São gente que conheces?”, perguntou. “Não. Mas sei porque vieram.” Clara engoliu. “Hank.” Jacob não respondeu. Não tinha de o fazer. O medo que viu no rosto dela confirmou-o. O pulso de Clara martelava.

“Pensei… pensei que me deixaria ir agora que levou o teu dinheiro.” Jacob abanou a cabeça. Raiva a ferver sob a superfície. “Homens como Hank não largam nada. Não uma dívida, não uma mulher, não o poder.” Clara envolveu os braços à volta, mas o frio que sentiu não era da montanha. Jacob caminhou até ela lentamente, parando a apenas polegadas.

“Ouve-me, se vierem, ficas atrás de mim. Não sais desta cabana a menos que te diga, entendes?” Assentiu rapidamente. Mas Jacob viu o tremor nas mãos dela. A voz dele suavizou-se. “Clara,” disse em voz baixa, “não deixarei que te levem.” E a maneira como o disse, não como obrigação, não como pagamento por trabalho, mas como algo muito mais pessoal, aqueceu-a mesmo enquanto o medo pressionava.

Nessa noite a tensão na cabana cresceu espessa. Jacob passeou em frente ao fogo, de vez em quando olhando a espingarda apoiada contra a parede. Clara tentou coser uma manga rasgada, mas os dedos tremeram demasiado. Após a terceira agulha caída, Jacob parou de passear. Clara levantou a vista. “Estás assustada?”, disse simplesmente. “Sim”, admitiu.

“Mas não só deles.” Jacob franziu o sobrolho. “De que então?” “Duvido do que isto significa para nós.” O peito de Jacob ergueu-se lentamente. “O que… O que significa?” “Disseste que me trouxeste aqui para ser companhia,” sussurrou. “Mas por semanas agora trataste-me como… como algo mais.” Exhalou olhando para outro lado.

“Eu sei, Jacob. O que sou eu para ti agora?” A pergunta pairou no ar como fumo. Jacob passou uma mão pelo cabelo, depois sentou-se à frente dela na mesa. A luz do fogo tremeluziu sobre as cicatrizes nos nós dos dedos, as bordas ásperas de uma vida talhada em sobrevivência.

Mas os olhos dele, azuis, guardados, incertos, eram mais suaves do que ela alguma vez os tinha visto. “Queres a verdade?”, perguntou. “Sim.” Inclinou-se para a frente, cotovelos nos joelhos. “Quando te trouxe aqui estava vazio. Pensei que precisava de um corpo quente na casa, nada mais. Tinha fechado tudo o resto depois de a Sarah morrer.”

“Pensei que essa era a única maneira em que podia sobreviver.” A respiração de Clara cortou. “Mas então começaste a cantarolar quando cozinhavas. E a sussurrar à sopa quando a mexias e a dobrar as mãos como se estivesses a rezar antes das refeições, embora nunca te tenha pedido que o fizesses.”

A voz dele tornou-se mais silenciosa. “E cada vez que sorrias para mim, mesmo os pequenos e duvidosos, algo em mim sentia-se como se estivesse a acordar.” Levantou os olhos para os dela. “Já não és companhia para mim, Clara. Não o tens sido há muito tempo.” Clara pressionou uma mão trémula à boca. Jacob continuou, voz baixa e crua. “Não sei como chamar a isto ainda.”

“Não sei como ser o que se supõe que um bom homem deve ser, mas sei que esta cabana se sente viva por ti. Sei que espero o teu riso. Sei que oiço os teus passos e sei que o pensamento de que Hank ou qualquer outro homem te leve…” A mão dele fechou-se num punho. “Aterroriza-me.” Clara piscou lágrimas. Jacob estendeu a mão através da mesa e tomou a mão dela tentativamente como se temesse que ela se afastasse. Mas não o fez.

Os dedos dela curvaram-se nos dele como se pertencessem ali. Exhalou a tremer. “Essa é a verdade.” Mas antes que Clara pudesse responder, antes que pudesse dizer as mil palavras a arder no peito, um tiro destroçou a noite. Jacob saltou para os pés. “Baixo.” Clara agachou-se debaixo da mesa enquanto lascas estalaram do aro da porta. Jacob agarrou a espingarda e moveu-se para a janela. Cuidadoso, controlado.

Passos rangeram lá fora. Então, uma voz familiar arrastou-se através da escuridão. “Mitchell, tens algo que é meu?” Hank. O sangue de Clara arrefeceu. Jacob voltou-se, olhos a arder. “Mantém-te escondida.” Mas Clara agarrou a manga dele. “Jacob, e se te matarem?” Ajoelhou-se junto a ela brevemente, agarrando os ombros dela. “Não o farão, não enquanto tiver algo por que lutar.”

Roçou um polegar ao longo da bochecha dela, suave, rápido, como uma promessa. Então levantou-se, espingarda firme, silhueta emoldurada pela luz do fogo e a neve a cair. “Sai, homem da montanha!”, rugiu Hank de fora. “Vamos resolver isto.” Jacob abriu a porta lentamente. A respiração de Clara congelou.

Hank estava parado a 10 pés com três homens armados ao seu lado e Jacob saiu para os enfrentar sozinho. A neve rodopiava através do ar enquanto Jacob saía da cabana. Espingarda nivelada, respiração a embaciar no frio. O fogo atrás dele projetou um resplendor que converteu a sua silhueta em algo quase mítico, de ombros largos, firme, talhado do inverno e da determinação. Hank estava parado na clareira com três homens a flanqueá-lo.

As botas estavam lamacentas, os casacos esfarrapados, as expressões a pingar malícia e whisky barato. “Bem, bem”, zombou Hank cambaleando ligeiramente. “Olha quem se acha algum tipo de herói. Roubaste-me, Mitchell.” Jacob não piscou. “Paguei o teu preço.” “Pagaste por trabalho”, sibilou Hank. “Não por ela.” A mandíbula de Jacob flexionou. “Ela não é tua.”

“Também não é tua.” Hank cuspiu na neve. “É uma dívida, uma dívida gorda e inútil e estou aqui para cobrar.” Dentro da cabana, Clara agachou-se debaixo da janela, a tremer. Apenas podia respirar. Cada palavra gritada cortou-a como uma lâmina: inútil, gorda, dívida, o mesmo veneno que tinha ouvido toda a vida. Jacob levantou a espingarda uma fração.

“Não a vais levar.” Um dos homens de Hank riu-se. “Somos quatro contra um.” Jacob não se moveu. “Três. Estás bêbado.” O homem piscou confuso. Então Jacob disparou na neve aos pés dele, sobressaltando-o para trás. A mensagem foi clara. Hank grunhiu. “Disparem nele, rapazes.” Antes que pudessem levantar as armas, Clara moveu-se.

Não pensou, não planeou, não hesitou. Empurrou a porta da cabana e correu para fora, plantando-se diretamente à frente de Jacob. “Parem!”, gritou, respiração visível no ar gelado. “Por favor.” Jacob congelou. “Clara, volta para trás.” Mas não se moveu. O lábio de Hank curvou-se. “Olha para isso. O porco guincha.” Clara estremeceu, mas não correu. Não desta vez. A voz tremeu, mas levou-se através da clareira.

“Jacob não me roubou. Escolhi ficar.” Hank riu-se. “Escolheste, menina. Nunca foste escolhida nem um dia na tua vida.” Clara engoliu em seco. “Talvez não, mas ele trata-me como um ser humano e não voltarei contigo.” Um dos homens murmurou: “Hank, talvez não devêssemos.” “Cala-te”, estalou Hank. Apontou a pistola a Jacob.

“Mexe-te, menina, ou disparo nele e arrasto a tua carcaça de volta eu mesmo.” Jacob alcançou Clara, voz a quebrar. “Por favor, vai para dentro.” Lágrimas deslizaram pelas bochechas dela. “Não posso. Não deixarei que te magoem.” Hank armou o cão da arma. O mundo abrandou. Jacob empurrou Clara para trás dele rugindo: “Baixa-te!” Os tiros explodiram.

A espingarda de Jacob estalou. Um dos homens de Hank caiu agarrando o braço. Hank disparou selvagemente, falhando Jacob e acertando num pinheiro em vez disso. A neve choveu dos ramos numa nuvem cegadora. Jacob placou Clara ao chão, protegendo o corpo dela com o dele, enquanto as balas rasgaram o ar.

“Mantém a cabeça baixa”, ofegou. Quando a neve clareou, Hank estava a recarregar desajeitadamente, a praguejar. Os dois homens restantes pareciam abalados, um a recuar, o outro a baixar a arma completamente. “Isto não vale a pena morrer”, murmurou o homem. “Ela não vale.” Os olhos de Jacob tornaram-se fundidos. “Para mim vale.” As palavras atordoaram a clareira. Até Clara congelou.

Hank apontou de novo e Clara moveu-se primeiro. Agarrou uma pedra do tamanho de um punho da neve e lançou-a a Hank com cada onça de força que tinha. Atingiu-o no ombro. Cambaleou a praguejar. Jacob disparou. Hank caiu de joelhos, arma a deslizar da mão. Os últimos dois homens fugiram para as árvores. Caiu o silêncio.

Apenas as respirações entrecortadas de Clara o romperam. Jacob baixou a espingarda lentamente, as mãos a tremer, não de frio, mas pelo terror de quase a perder. Voltou-se para Clara, segurando o rosto dela com ambas as mãos. “Estás ferida?” Negou com a cabeça, lágrimas a correr. “Porque saíste?”, exigiu com voz quebrada.

“Porque não podia deixar-te parado aí sozinho”, sussurrou. “Não por mim.” Jacob fechou os olhos como se as palavras o acertassem fisicamente. Quando os abriu, algo profundo e feroz ardia no olhar. “Já não estás sozinha”, disse. “Não, enquanto eu estiver a respirar.” A respiração dela tremeu. Jacob puxou-a para os braços, apertado, desesperado, tudo o que tinha estado a conter por semanas, finalmente desatado na maneira como as mãos dele acunaram as costas dela, a maneira como a testa dele se pressionou ao cabelo dela, a maneira como a voz dele ofegou contra a orelha dela. “Não te perderei”, sussurrou. “Não agora, não nunca.”

Clara agarrou-se a ele soluçando no peito, enquanto o vento da montanha soprou silenciosamente à volta deles. Não inimigos, não estranhos, algo novo, algo frágil, algo real. A neve silenciou o mundo enquanto Jacob guiava Clara de volta para dentro, um braço envolvido à volta dela protetoramente, a porta fechando-se com um golpe atrás deles.

A cabana brilhou dourada na luz do fogo, suave, quente, um contraste marcado da violência lá fora. Clara afundou-se no banco perto da lareira, ainda a tremer. Jacob ajoelhou-se à frente dela, as mãos a flutuar, inseguro de onde tocar primeiro, como se temesse que ela pudesse partir-se. “Clara,” sussurrou, voz crua, “olha para mim.”

Levantou os olhos lentamente. O medo ainda se agarrava a ela, mas por baixo havia algo mais firme, algo valiente. Tocou a bochecha dela, apenas as pontas dos dedos, leve como pluma. “Não deverias ter saído.” A voz dele quebrou-se. “Poderia ter-te perdido.” Clara engoliu.

“Pensas que poderia ter ficado lá dentro enquanto estavas parado aí sozinho? Não. Depois de tudo o que fizeste por mim.” A mandíbula de Jacob tensou-se. “Não te pedi que arriscasses a tua vida.” “Não tinhas de o fazer”, disse suavemente. “Importas-me, Jacob. Mais do que jamais pensei que poderia importar-me com alguém.” A respiração dele cortou. Por um longo momento, o único som foi o crepitar silencioso do fogo.

Jacob alcançou e gentilmente escovou o cabelo dela atrás da orelha. O mesmo gesto que tinha usado no dia que lhe disse que não era um fardo, só que agora significava algo mais, muito mais. “Vivi 6 anos nesta montanha”, murmurou. “E nunca temi nada. Não tempestades, não lobos, não a escuridão.” Parou.

Voz a tremer com a verdade que tinha enterrado por demasiado tempo. “Mas esta noite, quando te paraste à frente daquelas armas, estive aterrorizado pela primeira vez em anos.” A respiração de Clara estremeceu. Jacob sentou-se junto a ela, lento, duvidoso, como se não tivesse a certeza de se merecia a proximidade. “Clara, não sei como dizer isto bem.”

“Não sou bom com as palavras, mas ter-te aqui, o teu canto, o teu riso, a maneira como falas com a panela de sopa como se estivesse viva.” Clara corou. “Eu não sabia que ouvias isso.” Sorriu fracamente. “Ouço tudo o que fazes.” O coração dela revoloteou. Jacob tomou as mãos dela cuidadosamente, reverentemente, como se fossem as coisas mais preciosas que jamais tinha segurado.

“Esta cabana costumava sentir-se como uma tumba, um lugar onde o tempo parou depois de a Sarah morrer. Mas agora…” Olhou em redor da sala, para o fogo, para as mantas que ela tinha lavado, para a colher de madeira que lhe tinha talhado. “Agora sente-se como um lar.” Lágrimas quentes deslizaram pelas bochechas de Clara.

Jacob apertou as mãos dela. “Estás segura aqui, Clara? Se quiseres ficar, este também pode ser o teu lar.” A voz de Clara tremeu. “Quero ficar. Quero-te a ti.” Inclinou-se lentamente, dando-lhe toda a oportunidade de se afastar. Não o fez. As testas tocaram-se, respirações a misturar-se, duas vidas a alinhar-se em certeza silenciosa e frágil. Lá fora a tempestade acalmou-se.

Lá dentro a esperança floresceu como primavera sob a neve. A pergunta que pendia sem dizer: “Poderia este amor frágil sobreviver ao que esperava para lá da montanha?” Permanecia no ar suavemente a brilhar. Mas por agora, por esta noite, nesta cabana quente, tinham-se um ao outro.

Obrigado por caminhar com Clara e Jacob através de cada tempestade, cada medo sussurrado, cada passo frágil em direção a algo que finalmente se sentiu como lar. Histórias como as deles lembram-nos que até as pessoas mais inesperadas podem salvar-nos e às vezes nós salvamo-las de volta.

Cada vez que leio os vossos comentários lembram-me como as histórias encontram o seu caminho através de montanhas, oceanos e quartos silenciosos onde alguém mais precisa delas. Assim, diz-me, de que parte do mundo estás a ouvir esta noite? Se ainda acreditas que o amor pode crescer nos lugares mais improváveis, a próxima história já está a caminho de ti.

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