Guerra Civil no Bernabéu: A Rebelião dos Galácticos Contra Xabi Alonso Ameaça Implodir o Real Madrid

Por Redação de Esportes Madri, Espanha

O que começou como um murmúrio nos corredores de Valdebebas transformou-se em um grito ensurdecedor de discórdia. O Santiago Bernabéu, palco de tantas glórias, tornou-se o epicentro de uma guerra civil sulfurosa que ameaça desestabilizar a temporada do Real Madrid. No centro do furacão está o técnico Xabi Alonso, cuja “lua de mel” no comando da equipe merengue parece ter acabado antes mesmo de começar.

Apesar de liderar a La Liga — com um ponto de vantagem sobre o rival Barcelona — a atmosfera no vestiário branco é irrespirável. O empate em 2 a 2 contra o Elche no último domingo foi a gota d’água, marcando a terceira partida consecutiva sem vitória e expondo fraturas profundas entre o elenco estelar e seu comandante.

O “Sargento” Alonso e a Revolta dos Veteranos

Diferente da gestão paternalista e flexível de Carlo Ancelotti ou Zinedine Zidane, Xabi Alonso chegou com uma abordagem “mão de ferro”. Sua filosofia de tolerância zero para “maus hábitos” e a insistência de que cada titularidade deve ser conquistada diariamente nos treinos não caiu bem entre as estrelas acostumadas a um certo status quo.

Segundo o Mundo Deportivo, a lista de dissidentes é longa e de peso. Jogadores como Fede Valverde, Brahim Díaz, Rodrygo, Endrick e Ferland Mendy formam a linha de frente da oposição aos métodos do ex-treinador do Bayer Leverkusen.

Valverde tem sido frequentemente sacrificado, atuando improvisado na lateral-direita para cobrir as ausências de Carvajal e Alexander-Arnold. Rodrygo e Brahim Díaz viraram peças de luxo no banco, utilizados a conta-gotas. Já o jovem Endrick vive um ostracismo quase total, tendo participado de apenas uma partida na temporada, falhando em impressionar o novo chefe.

Vinicius Jr.: O Líder da Insurreição

Mas o rosto mais visível e explosivo dessa insatisfação é Vinicius Jr. A relação entre o camisa 7 e Alonso atingiu um ponto de ruptura irreversível. O estopim foi a substituição do brasileiro durante o El Clásico no mês passado.

Ao deixar o campo, Vini não escondeu sua fúria, gritando: “Vou embora deste time”, e ignorando completamente o treinador ao chegar ao banco. Sua tentativa de “pedido de desculpas” público nas redes sociais apenas jogou mais gasolina no fogo, ao omitir deliberadamente o nome de Alonso na mensagem.

Fontes indicam que a raiz do conflito remonta ao Mundial de Clubes, quando Vinicius foi forçado a jogar na ponta direita na humilhante derrota por 4 a 0 para o PSG. Desde então, a confiança foi quebrada.

Agora, a situação contratual tornou-se uma bomba-relógio. Vinicius, cujo contrato vai até 2027, teria comunicado que não considera uma renovação sob as atuais circunstâncias. O clube ofereceu um aumento para €20 milhões líquidos por temporada, mas o estafe do jogador exige um pacote próximo de €30 milhões, incluindo bônus inéditos. A proximidade de Vini com o presidente Florentino Pérez torna o cenário ainda mais complexo, com reuniões privadas ocorrendo para discutir seu futuro.

O Campo Lealista: Quem Defende Alonso?

Apesar do motim, Alonso não está sozinho. Existe uma facção lealista dentro do vestiário que apoia a visão tática e a disciplina do treinador.

Este grupo inclui as contratações de verão Dean Huijsen e Álvaro Carreras, o jovem talento turco Arda Güler, o goleiro Thibaut Courtois e, crucialmente, a superestrela Kylian Mbappé. O apoio de Mbappé é vital, criando uma dinâmica fascinante (e perigosa) de poder entre as duas maiores estrelas do time.

A Batalha de Atenas

Com o vestiário dividido e a forma no campeonato doméstico em queda livre, o Real Madrid viaja para a Grécia nesta quarta-feira. O confronto contra o Olympiacos pela Liga dos Campeões não é apenas uma partida para garantir a classificação; é um teste de sobrevivência para Xabi Alonso.

Uma vitória pode acalmar os ânimos temporariamente. Uma derrota, no entanto, pode transformar essa guerra fria em um conflito aberto que nem mesmo Florentino Pérez conseguirá controlar.