Um bilionário volta para casa e descobre a esposa a empurrar a mãe dele para um lago de crocodilos
Chat, por favor, não faças isso. Já não tens lugar nesta casa. Foste tu que escolheste este fim. Mamã, já vou. Ajudem-me. Ninguém vai tirar-me a minha mãe, nem mesmo as próprias trevas. Não, não, isto não pode acontecer. Não, por favor, lamento ter-te deixado sofrer sozinha.
A ganância consome-te muito antes de matar o corpo. Numa manhã na mansão, a família perfeita. Todas as manhãs na mansão dos Tobachuku começavam com sons quase demasiado perfeitos. O suave ronronar da máquina de café na cozinha, o toque seco dos saltos de Kyoma no chão de mármore.
O riso educado do casal a ecoar na sala de jantar como um anúncio familiar bem ensaiado exibido na televisão da manhã. Para os vizinhos, aquela família não carecia de nada. Toby, jovem homem de negócios, fatos elegantes, atravessando os grandes portões para entrar num carro de luxo brilhante. Falava inglês fluentemente, fazia discursos confiantes na televisão, aparecia em conferências e era frequentemente citado em revistas como o modelo do homem bem‑sucedido.

Ao seu lado, Kyoma, esposa belíssima, sempre vestida com roupas caras, penteada no melhor salão da cidade, o seu sorriso perfeito como se fosse ensaiado todas as noites. Nas redes sociais, publicava fotos de pequenos‑almoços sumptuosos, flores frescas, copos de vinho com legendas como “a família é o maior presente”.
(1:37) Num canto dessas fotos, havia sempre uma pequena figura ligeiramente curvada, Mamã Adana. A maioria das pessoas mal reparava nela. Uma sogra envelhecida, delicada, caminhando mancando por causa da sua perna de madeira. Mantinha‑se sempre em segundo plano, segurando uma bandeja, sorrindo gentilmente mas com cautela, como se temesse que um sorriso demasiado sincero pudesse incomodar alguém.
Para Toby, tudo parecia correr bem. Sempre que chegava a casa, via a esposa puxar uma cadeira para a mãe, servir‑lhe chá, perguntar docemente: “Mamã, a tua perna ainda te dói hoje?” A voz de Kyoma era doce como mel. Toby observava aquela cena com gratidão a encher-lhe o peito.
Frequentemente segurava a mão da esposa e sussurrava: “Tenho sorte de ter uma esposa como tu.” Kyoma encostava‑se ao seu ombro, sorrindo com modéstia. “Só faço o meu dever.” Mas esse “dever” só existia quando Toby estava em casa. Porque no instante em que o portão de ferro se fechava atrás dele, no instante em que o carro desaparecia para além da fileira de árvores, o ar dentro da mansão mudava.
O sorriso doce desaparecia do rosto de Kyoma como se alguém tivesse acionado um interruptor. Os seus olhos, tão brilhantes e suaves momentos antes, tornavam‑se frios como aço. “Mamã”, chamou ela sem qualquer gentileza. “O chão ainda está sujo. Limpa outra vez.” Mamã Adana acenou docemente, apoiando‑se na sua perna de madeira, curvando‑se lentamente.
“Está bem, faço já.”
“E para de arrastar essa perna de madeira pelo chão. O barulho é irritante.”
Kyoma franzia o sobrolho, verificando a maquilhagem impecável. A sua voz não tinha qualquer traço de respeito, apenas a mordida autoritária de alguém que fala com uma serva.
Toby, pensei, pensei que nunca mais te veria. Estou aqui. Estou aqui, mãe. Ele a puxou contra o peito e usou cada gota de força para nadar até a margem. Mas os crocodilos apertaram seu círculo. Eles bloquearam os caminhos. Agitaram a água com uma precisão lenta e mortal. Na margem, Kioma entrou em pânico.
Não porque a mãe estivesse morrendo, não porque seu marido estivesse a poucos centímetros da morte, mas porque seu plano perfeito, seu crime impecável, desmoronava diante de seus olhos. Toby tinha chegado uma hora antes. Uma hora que mudou tudo. Não, não, eles não podem sobreviver. Eles não podem.

Ela cambaleou para trás, abalada, os olhos loucos de terror. Então se virou e correu. Não sabia para onde ia, apenas que precisava fugir do local de seu crime que desmoronava. Mas, ao se virar, seus saltos escorregaram na pedra coberta de musgo e encharcada pela chuva. Ah! Seu corpo bateu violentamente na grade de madeira, a mesma que ela havia afrouxado alguns minutos antes.
Um estalo agudo cortou o ar como um julgamento divino. Ela caiu no mesmo lugar, na mesma direção, na mesma postura, exatamente como a mãe alguns instantes antes. Splash! A água jorrou, gelada e brutal, engolindo-a altivamente. Sob o lago, Toby ouviu o grito. Ele se virou.
Na fraca luz da lua, ele viu um clarão branco lutando violentamente. “Toby, me ajude. Por favor, me ajude.” Sua voz perfurou a noite, estridente, em pânico, sufocante. Mas os crocodilos haviam mudado de alvo. O instinto os levou à presa mais próxima, aquela que lutava mais ruidosamente. Eles deram meia-volta, mais rápido desta vez.
Kioma lutou desesperadamente. A água explodindo ao redor dela, suas mãos arranhando o nada, o desespero rasgando o ar, a escuridão, a água. “Toby, por favor, me ajude, eu imploro.” Mas Toby segurava a mãe, lutando para trazê-la à margem. Ele não podia soltar. Não podia abandonar a mãe, não podia voltar atrás.
E no fundo de si, sabia que mesmo se desse meia-volta, nunca a alcançaria a tempo. Seu último grito foi cortado por um turbilhão violento de água e o golpe brutal sob a superfície. O lago voltou a ficar calmo. Sem gritos, sem vestidos brancos, sem Kiomas, apenas círculos se expandindo, desaparecendo lentamente como se ela nunca tivesse existido.
Na margem, Toby puxou a mãe para o chão. Ambos abalados, encharcados. Mal respirando, a mãe soluçava, agarrando suas mãos. “Toby, meu filho, não volte lá. Não faça isso!” Toby a envolveu em seus braços, suas lágrimas misturando-se com a chuva. “Você está segura agora, mãe. Estou aqui, não vou a lugar algum.” Ele olhou para a água negra.
Nenhum sinal de Kioma, nenhum som, nenhum pedaço de tecido. O crime que ela havia criado a consumiu em seu lugar. E no silêncio pesado e sufocante daquela noite, Toby compreendeu algo com clareza gélida. Às vezes, os maus não precisam de ninguém para puni-los. Eles caem em suas próprias armadilhas. A chuva parou quando o amanhecer tocou o telhado da mansão.
A primeira luz do dia se espalhou pelo lago, refletindo nas suaves ondulações, como se a noite anterior tivesse sido apenas um pesadelo passageiro. Sem o rugido dos crocodilos, sem gritos desesperados, apenas um silêncio gelado, um silêncio que conhecia segredos demais. Na sala, mãe Adana estava sentada, envolta em um cobertor grosso.
Seu corpo ainda tremia, mas seus olhos ainda carregavam luz, a luz de alguém trazido de volta da tênue fronteira entre a vida e a morte. Toby se ajoelhou diante de sua mãe. Não tentou ser forte. Não escondeu suas emoções. Cada máscara que ele usara como homem de negócios próspero caiu ao chão com suas lágrimas.
“Mãe, me desculpe.” Sua voz quebrou-se, cada palavra cortada como uma lâmina. Se eu tivesse estado mais presente em casa, se eu tivesse ouvido mais, se eu tivesse prestado atenção, você não teria sofrido sua crueldade sozinha. Suas lágrimas caíram sobre suas mãos enrugadas.
As mãos que o criaram o alimentaram na pobreza, o protegeram do perigo. E na noite anterior, essas mesmas mãos quase deslizaram da vida por causa de uma mulher que ele um dia achou perfeita. Mama Adana levantou a mão e a colocou suavemente sobre sua cabeça, acariciando-a da mesma forma que fazia quando ele era um garoto magro e frágil. Sua voz era rouca, mas firme.
“Toby, a ganância de uma pessoa é mais perigosa que qualquer crocodilo.” Ela olhou em seus olhos, olhos para sempre mudados pelo horror da noite anterior. “Quando você coloca sua confiança na pessoa errada, o mal entrará na sua casa pela porta que você abriu para ela.”
Toby inclinou-se mais profundamente, seus soluços se libertando. “Nunca mais deixarei ninguém te machucar. Eu juro.” A mão da mãe tremia, mas ela sorria suavemente. “Essa dor vai passar. Mas lembre-se disto: quem semeia o mal colherá o mal. Essa é a lei do céu. Ninguém escapa.” Toby apertou sua mãe contra si.
Pela primeira vez em anos, ele entendeu que a verdadeira força não vem da riqueza ou do status, mas de como protegemos a pessoa que nos deu a vida. Nos braços dele, Mama Adana expirou profundamente, como se liberasse uma montanha que havia esmagado seu peito durante todos aqueles meses com Yoma.
Ela não sentia ódio, apenas tristeza pelos corações engolidos pela escuridão. Lá fora, o vasto lago recuperou sua estranha calma. Sem ondulações, sem sinais de crime, sem gritos persistentes, apenas uma superfície negra como espelho. Um reflexo sombrio que testemunhara a verdade de uma noite implacável ao luar.
E então, nesse momento de calma, a câmera focou lentamente em Toby, segurando sua mãe, as lágrimas molhando seu cobertor, seu coração finalmente encontrando o lugar onde sempre pertenceu. Atrás deles, o lago dos crocodilos permaneceu silencioso, como se nada tivesse caído nele. Ainda assim, esse silêncio trazia uma lição para sempre. A ganância pode criar o mal, mas a justiça sempre se erguerá, às vezes de uma maneira que os maus jamais esperam. A história pode terminar aqui, mas seu eco persiste.
Valorize sua mãe, porque quando o mundo inteiro te virar as costas, é ela quem estenderá a mão e te trará de volta do mais profundo dos abismos.