MEMPHIS DEPAY DESTRÓI LEILA PEREIRA POR INSULTAR O TIMÃO. QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

Memphis De Pai caminhava pelos corredores do CT com a confiança de quem já conquistou grandes palcos europeus. Seus olhos, no entanto, revelavam uma mistura de curiosidade e respeito pelo novo desafio que abraçava no Brasil. “Nunca imaginei que o futebol me traria até aqui”, comentou Memphis para seu tradutor enquanto observava as instalações do Corinthians. “Mas sinto que este lugar tem algo especial.”

A notícia da contratação do holandês havia causado frisson em toda a torcida alvinegra. Nas ruas de Itaquera, camisas com o nome do jogador já apareciam por todos os lados, mesmo antes de sua estreia oficial. A expectativa era palpável. Augusto Melo, presidente do Corinthians, não escondia o sorriso de satisfação ao apresentar o novo reforço à imprensa: “Memphis não é apenas um grande jogador, mas alguém que entende o que significa vestir esta camisa. Ele veio para fazer história.”

Nos bastidores, o ambiente fervia com a proximidade da final do Paulistão contra o arquirrival Palmeiras. A primeira partida havia terminado com vitória corintiana por 1 a 0, resultado que dava certa vantagem, mas longe de garantir o título. Memphis, ainda adaptando-se ao português, absorvia cada palavra nas reuniões táticas.

“O clássico aqui é diferente”, explicou Romero, um dos veteranos do elenco. “Não é só um jogo, é uma questão de honra e identidade.”

No treino, Memphis demonstrava habilidade impressionante: dribles desconcertantes e finalização precisa encantavam a comissão técnica. Porém, mais do que a técnica, era sua competitividade que chamava atenção. Em cada atividade, o holandês se entregava como se fosse uma final de campeonato.

Na véspera do jogo decisivo, o noticiário esportivo não falava de outra coisa. Programas de televisão, rádio e redes sociais esquentavam o clima com provocações de ambos os lados. A cidade estava dividida entre verde e preto e branco.

Durante a última coletiva, Memphis ouviu sobre o comentário de Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Os jornalistas queriam sua reação à brincadeira dela, dizendo que o Corinthians sempre ganhava dentro de campo. Memphis sorriu, aquele sorriso característico que os europeus já conheciam bem: “Já fiquei sabendo o que a presidente do Palmeiras disse sobre nós. ‘Vocês sempre ganham’? Não foi respeito a todos os adversários. Mas quando insultam o Timão, insultam a mim também. Amanhã veremos quem tem razão.”

À noite, antes do clássico, Memphis permaneceu mais tempo que o normal assistindo a vídeos de confrontos anteriores entre as equipes. Queria entender a essência daquela rivalidade, absorver o significado histórico do que estava prestes a vivenciar.

Na manhã do jogo, as ruas próximas à Neo Química Arena já estavam tomadas por torcedores desde cedo. Bandeiras tremulavam, tambores soavam e cânticos ecoavam por toda Itaquera. Memphis observava tudo pela janela do ônibus da delegação, impressionado com a paixão brasileira pelo futebol, tão intensa e visceral, diferente da Europa.

“Agora entendo por que o futebol brasileiro é tão especial”, pensou, enquanto o ônibus se aproximava do estádio e a multidão alvinegra crescia diante de seus olhos. “Hoje não jogo apenas por mim, jogo pela fé destas pessoas.”

Pouco sabia Memphis que aquele dia marcaria não apenas a história do Corinthians, mas também sua própria jornada no futebol brasileiro de uma forma que jamais poderia ter imaginado.

As horas que antecederam a grande final foram marcadas por um clima de tensão que ia muito além do habitual em clássicos. Nos corredores da Neo Química Arena, funcionários de ambos os clubes trocavam olhares desconfiados, como soldados em campos opostos, preparando-se para uma batalha iminente. Memphis chegou cedo ao estádio, preferindo familiarizar-se com a atmosfera. A tensão já era palpável, especialmente porque o Corinthians havia vencido o primeiro jogo por 1 a 0 e agora precisava apenas de um empate para conquistar o título.

Diferente da maioria dos jogadores, que ouviam música isolados em seus fones, o holandês queria absorver cada detalhe, cada ruído, cada energia que a arena exalava. Nos vestiários, o técnico fazia os últimos ajustes táticos quando foram informados que Leila Pereira havia chegado ao estádio. O burburinho entre os funcionários não passou despercebido por Memphis, que perguntou sobre a presidente do Palmeiras.

“Ela é uma figura polêmica”, explicou o diretor de futebol do Corinthians, “muito competente nos negócios, mas conhecida por declarações que às vezes ultrapassam a rivalidade saudável.”

Momentos depois, as câmeras capturaram o instante em que Leila se aproximou de Augusto Melo na área VIP do estádio. Com um sorriso entre o cordial e o provocativo, ela disparou: “A gente é sempre muito bem tratado aqui, só não tratam a gente bem dentro do campo. Vocês sempre ganham.” A fala aparentemente descontraída era, na verdade, um insulto direto ao Timão, insinuando que o clube tinha vantagens injustas em casa.

A provocação não passou despercebida pelo presidente corintiano, que sorriu educadamente enquanto respondia algo inaudível para as câmeras. Memphis, ao ser informado sobre o comentário, anotou mentalmente aquela provocação: “Então ela pensa que pode insultar o Corinthians assim? Quem ela pensa que é?”, pensou o holandês, determinado a dar uma resposta à altura em campo.

Durante o reconhecimento do gramado, Memphis percebeu movimentação incomum na área técnica. Rogério Godói, preparador de goleiros do Palmeiras, havia se envolvido em uma discussão acalorada com um funcionário do Corinthians. A tensão escalou rapidamente, exigindo intervenção dos seguranças para evitar que a situação piorasse.

“É sempre assim?”, perguntou Memphis a Fagner, veterano do elenco.
“Isso é só o aperitivo”, respondeu o lateral com um sorriso de quem já viu muito mais em clássicos anteriores. “Espere até ouvir a torcida, até sentir a energia deste lugar quando estivermos todos em campo.”

No vestiário, enquanto os jogadores se preparavam, Memphis recebeu um vídeo no celular: era um companheiro da seleção holandesa enviando a manchete do De Telegraaf sobre o primeiro jogo, que chamava as provocações entre os times de “brincadeira infantil”. Memphis respirou fundo, colocou o telefone de lado e concentrou-se em vestir o uniforme.

O plano tático era claro: segurar o resultado, administrar a vantagem conquistada no primeiro jogo e, se possível, ampliar em contra-ataques. Memphis seria peça fundamental nessa estratégia.

“Lembre-se”, disse o treinador olhando diretamente para o holandês, “no Brasil não é só vencer, é como você vence. É o que você demonstra em campo. A torcida quer ver garra e entrega.”

Enquanto os alto-falantes anunciavam a entrada das equipes, Memphis sentiu o estádio literalmente tremer sob seus pés. O calor humano, os cantos sincronizados, as bandeiras tremulando criavam uma atmosfera que ele jamais havia experimentado, mesmo nos maiores estádios europeus.

No túnel, cruzou rapidamente com alguns jogadores do Palmeiras, reconheceu rostos, trocou breves acenos, mas seus olhos já estavam fixos no campo, banhado pela luz dos holofotes e pelo calor de dezenas de milhares de corações pulsando em uníssono.

“Isso é maior que futebol”, pensou Memphis. “Isso é sobre pertencer a algo, sobre representar uma nação dentro de outra nação.”

O apito do árbitro inaugurou 90 minutos que ficariam marcados na história do futebol paulista e na carreira do astro holandês.

 

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News