Ele se apaixona por uma funcionária… sem saber que ela era a filha de seu chefe

Ele se apaixona por uma funcionária… sem saber que ela era a filha de seu chefe

Ele era apenas um simples funcionário em uma grande empresa de Kinshasa. Um jovem sem fortuna, sem conexões, mas com uma vontade que a pobreza não conseguiu quebrar. Seu nome era Joël. Desde a morte de sua mãe, ele morava com sua avó, Mama Odette, em uma casinha no fundo de um bairro popular.

Ele nunca conheceu seu pai. Diziam que ele havia desaparecido antes mesmo de seu nascimento. Então, tudo o que ele conhecia de carinho eram os braços de Mama Odette. Foi ela quem o criou, alimentou, aconselhou e que, apesar dos anos e do cansaço, nunca deixou de lhe repetir que a dignidade de um homem não se mede pela sua riqueza.

Para cuidar dela e pagar suas necessidades, Joël fazia pequenos bicos. Um dia em um canteiro de obras, outro no mercado, às vezes carregando sacos ou entregando encomendas. Mas a renda escassa já não era suficiente. Quando os medicamentos faltavam, eles se sentiam impotentes. E foi numa noite, após ouvir sua avó tossir a noite inteira, que ele tomou uma decisão.

Ele precisava encontrar um trabalho de verdade, mesmo que isso significasse atravessar toda a cidade todos os dias. Na manhã seguinte, ele acordou antes do amanhecer, beijou Mama Odette e pegou um táxi para o centro da cidade. Ele passou o dia todo procurando trabalho. Em todos os lugares, diziam-lhe: “Volte amanhã” ou às vezes nada. Mas ele não se desanimou.

Dias depois, um segurança lhe disse que uma grande empresa no bairro estava contratando agentes de limpeza. No dia seguinte, Joël seguiu a direção indicada. À sua frente, um enorme prédio com uma placa brilhante: Libala Group, uma das empresas mais respeitadas do país. Ele entrou timidamente e pediu para falar com o responsável pelo pessoal.

Depois de algumas perguntas rápidas, ele recebeu um crachá e um uniforme de trabalho. Naquele dia, Joël sentiu uma alegria que não sentia há muito tempo. Finalmente, ele tinha um trabalho de verdade, não um grande cargo, nem um salário dos sonhos, mas um emprego estável e o orgulho de poder voltar para casa à noite com algo para dar à sua avó. No dia seguinte, ele começou a trabalhar.

Ele chegava antes dos outros, arrumava o material na reserva, pegava sua vassoura e começava a limpar os escritórios no térreo. Trabalhava com cuidado, sem pressa, observando esse novo mundo onde as pessoas andavam rápido, falavam alto e pareciam viver em uma realidade diferente da sua.

E foi ali, em um corredor, que ele a viu pela primeira vez. Naomi Libala, a filha do CEO, uma jovem elegante, sorridente, que caminhava com confiança, cumprimentando educadamente todos à sua passagem. Quando ela passou perto dele, Joël abaixou a cabeça por reflexo, mas o perfume dela ficou no ar. Ele levantou os olhos por um instante e seus olhares se cruzaram.

Não foi nada, talvez um segundo apenas. Mas naquele segundo, Joël sentiu algo estranho, uma mistura de curiosidade, admiração e emoção. Ele não sabia que aquele olhar seria o primeiro passo de uma história que superaria tudo o que ele imaginava.

Os dias passaram e Joël foi se acostumando pouco a pouco com sua nova vida. A cada manhã, ele chegava bem antes da abertura, limpava os escritórios, limpava as janelas, arrumava os papéis esquecidos nas mesas. Trabalhava em silêncio, concentrado, sem nunca reclamar. Os outros agentes de limpeza falavam muito, riam alto, reclamavam do calor ou dos horários. Ele, no entanto, mantinha sempre a mesma atitude, calmo, discreto e respeitoso. Nos corredores, alguns gestores começaram a notar sua maneira de trabalhar.

“Esse garoto é diferente”, dizia às vezes uma secretária. “Ele faz as coisas como se tudo dependesse dele.”

E foi numa manhã, enquanto ele limpava o grande hall de entrada, que o destino decidiu se manifestar novamente. Naomi descia dos andares superiores para uma reunião.

Ela carregava vários papéis nos braços e andava rápido, concentrada, sem realmente olhar ao redor. Mas, ao passar, ela esbarrou no balde de Joël. Um pouco de água respingou em seu vestido. Joël se levantou imediatamente, apavorado. “Desculpe, senhorita, eu não te vi passar.”

Naomi parou, olhou para a mancha de água e então levantou os olhos para ele. Seu rosto permaneceu calmo. “Não tem problema!” ela disse suavemente. “Foi minha culpa, eu não estava prestando atenção.” Joël, envergonhado, quis insistir em limpar a mancha, mas ela fez um gesto com a mão. “Não se preocupe, tudo bem.”

Naquele dia, Joël sentiu algo novo, algo como consideração. Ela poderia tê-lo humilhado na frente de todos, como muitos gestores faziam frequentemente. Mas não, ela falou com ele com respeito, quase com bondade. E essa atitude, simples mas rara, ficou com ele. Nos dias seguintes, ele se pegava esperando inconscientemente o momento em que ela passaria pelo hall.

Cada vez que ele via sua silhueta, ele se endireitava, limpava as mãos, fingia estar ocupado com outra coisa, só para não parecer tão atento. Mas não conseguia deixar de segui-la com os olhos. E, sem que ele percebesse, Naomi também começou a notar aquele jovem sempre silencioso, sempre concentrado.

Uma manhã, ela perguntou discretamente à recepcionista: “Qual é o nome do novo rapaz da limpeza?” “Joël!” respondeu a mulher. “Um rapaz muito educado, sempre pontual.” Esse nome ficou em sua mente, Joël. Ela não sabia por quê, mas queria saber mais.

Uma quinta-feira, quando o dia começava, Naomi chegou mais cedo do que o habitual. O hall ainda estava quase vazio. Joël estava limpando o grande vidro perto da entrada. Quando ela chegou, hesitou um pouco e se afastou para deixá-la passar. Mas desta vez, foi ela quem falou. “Olá, Joël, é isso mesmo?” Ele se assustou ligeiramente, surpreso por ela saber seu nome. “Sim, senhorita.”

“Queria dizer que eu acho que seu trabalho é muito bem feito. Este lugar está sempre impecável.” Joël ficou parado, incapaz de responder imediatamente. Ninguém nunca lhe dissera palavras assim naquele prédio. “Obrigado, senhorita”, ele finalmente disse com uma voz baixa. “Eu só faço o que esperam de mim.”

“Não!” ela respondeu, sorrindo. “Você faz mais do que isso.”

E ela se foi, deixando para trás aquele leve perfume que Joël reconheceria entre mil. Naquele dia, ele teve dificuldade em se concentrar no trabalho. Cada palavra, cada sorriso passava pela sua cabeça. Foi a primeira vez em muito tempo que ele sentiu que realmente o viam, não como um simples funcionário, mas como um ser humano. E sem saber, Naomi tinha aberto uma porta que nada mais poderia fechar.

Desde aquele dia, nada mais foi igual para Joël. Cada manhã, ao atravessar as portas da empresa, ele sentia uma estranha impaciência. Não esperava mais apenas pelo trabalho, ele esperava por ela. Um simples “olá”, um sorriso furtivo. Às vezes, até um simples olhar no corredor era suficiente para deixar seu dia mais leve.

Mas, apesar dessa alegria discreta, Joël se manteve cauteloso. Ele sabia que Naomi era filha do CEO e que a diferença social entre eles formava uma barreira que talvez ele nunca pudesse ultrapassar. Então, ele se contentava em observá-la à distância, convencido de que isso já era bastante.

Uma manhã, no entanto, o acaso deu-lhes uma nova chance de conversar. Naomi tinha chegado mais cedo do que o habitual para preparar uma apresentação. Ela havia colocado vários papéis na mesa da sala de reuniões, mas um deles escapou de suas mãos e caiu no chão. Joël, que estava limpando por perto, correu imediatamente para ajudá-la.

“Deixe, eu vou pegar”, ela disse, surpresa, mas sorrindo.

“Não, senhora, não posso deixar você fazer isso.” Ele se agachou, rapidamente juntou os papéis, colocou-os novamente na pasta e os entregou a ela.

“Obrigado, Joël”, ela disse, olhando nos olhos dele. “Você está sempre lá quando é preciso.”

Ele abaixou a cabeça, envergonhado, mas desta vez ela insistiu. “Você sempre foi assim, discreto, mas eficaz. Pessoas como você nem sempre são notadas, mas sem vocês, nada funcionaria aqui.” Essas palavras, simples mas sinceras, ficaram por muito tempo no coração de Joël.

Naquela noite, quando ele voltava para casa, pensava nela durante toda a viagem. O barulho do ônibus, a multidão, o vento no seu rosto. Nada parecia existir ao seu redor. Ele revivia aquele momento em que ela o olhou nos olhos, como se, pela primeira vez, alguém realmente o visse.

Nos dias seguintes, as conversas entre eles tornaram-se mais naturais. Às vezes, ela passava perto dele para dar um simples ”

— Mas eu não posso fingir que não te conheço.

Naquela noite, sob as luzes dos postes na grande avenida, o silêncio deles disse mais do que mil palavras. Eles sabiam que algo frágil e proibido acabara de nascer, e que seria impossível interromper.

Desde aquela noite, Naomi e Joël raramente falavam, mas sempre se procuravam com os olhares sempre que podiam. Um simples troca de palavras no corredor era suficiente para iluminar o dia deles. Eles se cuidavam, se cruzavam em lugares discretos.

Mas em um mundo onde tudo se sabe, nada permanece segredo por muito tempo. Uma manhã, enquanto conversava rapidamente perto da sala de descanso, o Sr. Libala passou casualmente pelo corredor. Ele parou abruptamente. O olhar de sua filha, o tom suave, o sorriso de Joël, tudo estava claro. Uma mistura de raiva e humilhação subiu nele. Sem dizer uma palavra, continuou seu caminho, com o rosto fechado.

Algumas horas depois, Joël foi convocado para o escritório do diretor de recursos humanos. Ao entrar, ele sentiu imediatamente que algo não estava certo. O Sr. Libala estava lá, sentado atrás de sua grande mesa, de braços cruzados. Seu olhar cortante fez o ambiente tremer.

— Então, é você, Joël?

— Sim, senhor.

— Disseram-me que você é um bom trabalhador, mas acabei de descobrir que você passa seu tempo cortejando minha filha.

Joël quis protestar, mas sua voz ficou bloqueada.

— Senhor, eu juro que nunca desrespeitei a senhorita Naomi. Nós conversamos de vez em quando, só isso.

— Cale-se! — rosnou Libala. — Você acha que sou cego? Quer se aproveitar da minha filha para subir na vida mais rápido?

As palavras caíam como golpes. Joël sentiu sua garganta se apertar, seu coração batia mais forte, mas ele permaneceu firme.

— Eu não estou tentando me aproveitar dela, senhor. Eu a respeito demais para isso.

Libala se levantou abruptamente.

— Chega! A partir de hoje, não quero mais te ver aqui. Você está demitido.

E se eu te ver por perto novamente, vou garantir que você nunca mais arrume trabalho nesta cidade.

O silêncio que se seguiu foi pesado, quase sufocante. Joël abaixou a cabeça e respondeu calmamente:

— Muito bem, senhor. Obrigado por me dar uma chance.

Ele saiu do escritório sem dizer mais nada, mas assim que atravessou a porta do prédio, suas pernas fraquejaram. Tudo pelo que ele havia lutado desmoronou. E o pior é que ele não poderia contar para ninguém, nem mesmo para Mam Odette, sua avó.

Naquela noite, ao voltar para casa, ele ficou muito tempo sentado em frente à casa, com os olhos perdidos no vazio. Ele pensava em tudo: no trabalho que amava, em Naomi, na promessa que fizera de nunca decepcionar sua avó. Quanto mais pensava nisso, mais sentia a dor cortar sua respiração.

Enquanto isso, na casa dos Libala, Naomi enfrentava a raiva de seu pai. Ele gritou, ameaçou e finalmente confiscou seu celular, mas nada adiantava. No fundo do seu coração, ela sabia que Joël não havia feito nada de errado. Ele era apenas um homem simples e sincero.

Naquela noite, ela chorou por muito tempo. Deitada na grande cama de seu quarto luxuoso, cercada por paredes frias e silenciosas, ela sentiu pela primeira vez como sua villa parecia vazia. Suas lágrimas deslizavam pelo travesseiro de cetim, e apesar do conforto ao seu redor, ela se sentia terrivelmente sozinha.

E em outra parte da cidade, Joël também ficava acordado, sem saber como poderia vê-la novamente. O destino acabara de separá-los, mas ele ainda não havia dito a última palavra.

Os dias seguintes foram os mais longos da vida de Joël. Sem trabalho, sem renda, ele via suas economias derretendo um pouco mais a cada dia. A pequena casa onde morava com Mam Odette estava ficando mais silenciosa. As refeições estavam mais raras, os medicamentos mais escassos, mas ele fazia de tudo para que sua avó não percebesse. Cada manhã, ele saía cedo como se fosse ao trabalho.

Na verdade, ele caminhava pelas ruas de Kinshasa em busca de um novo emprego, mas ninguém queria contratar alguém demitido do Libala Group. A notícia já havia se espalhado, e o nome do CEO bastava para fechar todas as portas.

Uma noite, ao voltar para casa de mãos vazias, ele parou na pequena ponte do bairro. Ficou lá por muito tempo, os olhos perdidos no rio, o rosto cansado. Ele se perguntava o que havia feito para merecer tudo aquilo. Ele só havia amado alguém sinceramente, sem malícia, sem cálculos. Mas neste mundo, parecia que a sinceridade era um erro.

Naquela mesma noite, a vários quilômetros de distância, Naomi ainda chorava. Ela não aguentava mais saber que Joël estava sofrendo por causa dela. Ela tentara conversar com seu pai, tentara convencê-lo, mas nada adiantava.

— Você não entende, Naomi? — ele repetia. — Eu te protejo de você mesma.

Mas no coração de Naomi, não havia mais dúvida. Ela precisava fazer algo. Duas semanas se passaram.

Uma noite, enquanto Joël estava sentado em frente à casa, perdido em seus pensamentos, ele ouviu uma buzina discreta lá fora. Ele se levantou, curioso. Um carro preto estava estacionado a alguns metros. A porta se abriu lentamente e Naomi saiu, vestindo roupas simples, sem maquiagem, longe da imagem de filha de CEO.

Joël ficou parado, sem conseguir acreditar que ela tivesse corrido esse risco. Ela se aproximou dele, os olhos úmidos.

— Joël, eu precisava te ver.

Ele não conseguiu dizer nada. Ela continuou com a voz trêmula:

— Eu sei o que meu pai fez com você e me sinto terrivelmente mal. Você não merecia isso.

— Não é sua culpa, senhorita Naomi — ele respondeu suavemente.

— Seu pai fez o que achava certo.

— Pare de me chamar de senhorita — ela interrompeu, com as lágrimas nos olhos. — Eu não sou sua chefe, Joël. Eu sou apenas uma garota que te ama.

Um longo silêncio se fez entre os dois. O vento soprava levemente. Joël a olhou, sem saber o que dizer. Seu coração batia forte, entre a alegria e o medo.

— Você não deveria ter vindo aqui — ele murmurou. — Se seu pai souber disso, ele vai te machucar. E a mim também.

— Eu não me importo — respondeu ela. — Eu só queria te ver, mesmo que fosse uma única vez. Depois, se for preciso, eu vou embora.

Joël sentiu as palavras queimarem sua garganta. Ele queria segurá-la, queria dizer tudo o que sentia, mas sabia que aquele amor tinha um preço.

Então, ele se contentou em olhá-la, os olhos cheios de gratidão e de dor misturadas. Ela tirou um envelope de sua bolsa e o estendeu para ele.

— É um pouco de dinheiro. Eu sei que você não vai querer, mas aceita para sua avó. Diga a ela que é para ela, não para você.

Ele quis recusar, mas ela insistiu. Então, ele pegou suavemente o envelope e, sem dizer mais nada, ela se aproximou e o abraçou.

Um longo abraço, silencioso, cheio de coisas que eles não ousaram dizer. Depois, ela entrou no carro, com o rosto cheio de lágrimas, e desapareceu na noite. Joël ficou ali, de pé, no meio da rua, com o envelope na mão, o coração apertado. Ele sabia que ela havia arriscado muito por ele, e naquele simples gesto, ele sentiu que precisava lutar por ela, por eles.

Desde aquela noite, Naomi não dormia mais direito. Ela pensava constantemente no rosto de Joël, em sua dignidade, apesar da humilhação, em suas mãos calejadas pelo trabalho, mas cheias de ternura. Cada vez que fechava os olhos, via aquela cena no pátio, aquele silêncio antes de ela partir.

Ela sabia que o amava e que não poderia mais apagá-lo de sua vida, independentemente do que seu pai dissesse. Mas também sabia que precisava agir de outra forma. Se quisesse ajudá-lo sem atrair a ira de Libala, ela teria que ser mais inteligente do que ele.

No escritório do CEO, Naomi trabalhava frequentemente nos arquivos internos da empresa. E um dia, enquanto consultava arquivos de recrutamento, uma ideia lhe veio. Outra empresa parceira do grupo estava contratando pessoal para um grande projeto fora da cidade. O trabalho não era bem remunerado, mas era uma oportunidade para Joël recomeçar. Longe das fofocas, longe da pressão, ela contou discretamente ao responsável pelo recrutamento, um velho amigo da família.

Sob um nome falso, ela recomendou Joël. Ela mesma redigiu a carta de apresentação, com palavras simples, mas poderosas: trabalhador, honesto, disciplinado, um homem raro em sua geração.

 

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