Ele chega em casa e descobre sua filha tratada como criada… o que ele faz depois

Ele chega em casa e descobre sua filha tratada como criada… o que ele faz depois

Naquela noite, quando o senhor Caboré entrou no portão da sua villa, não esperava que sua vida mudasse. O que ele viu ao entrar fez seu coração bater tão forte que ele ficou paralisado. No meio da grande sala, sua filha de 8 anos estava em pé, vestida com um uniforme de criada, com um esfregão nas mãos, seus pequenos dedos tremendo, o sangue dele se gelou nas veias.

Mas não foi o traje da criança que o paralisou. Foi a mulher que ele amava, aquela que ele acreditava que poderia substituir sua esposa falecida ao lado de sua filha, que estava atrás dela, sorrindo. Naquela noite, o que ele descobriu faria toda Wagadou tremer. No entanto, alguns dias antes, a casa parecia tranquila.

O sol da manhã acariciava o mármore branco, fazia o piano brilhar no canto da sala e trazia a suavidade que só o calor africano pode proporcionar. Mas desde a morte de Madame Caboré, quatro anos antes, nada parecia igual. A pequena Haïda descia todas as manhãs na ponta dos pés, com seu ursinho de pelúcia apertado contra ela.

A casa era grande, imensa, mas vazia. Não havia mais risadas, nem o cheiro de panquecas ou músicas pela manhã. Seu pai fazia o melhor que podia: presente, abraço, palavras doces, mas nada preenchia o silêncio deixado pela mãe que partiu cedo demais. Naquele dia, Aïa parou diante do grande retrato de família pendurado no corredor.

Seu pai, sua mãe e ela irradiando felicidade. Com a ponta dos dedos, ela tocou a moldura e sussurrou: “Oi, mamãe!” Uma leve tremor na voz. Então, um som de salto alto cortou o silêncio. Era Madame Salimata, a nova esposa de seu pai, alta, elegante, com um perfume tão forte que fazia a menina espirrar.

“Oi, minha filha,” disse Aïda timidamente. Salimata mal levantou os olhos do celular. “Você já acordou?” disse com tom seco. “E o que é esse vestido?” Aïda olhou para o seu lindo vestido branco, aquele que seu pai havia escolhido antes de viajar. “Papai disse que eu poderia usá-lo para o café da manhã. Ele disse que eu fico bonita nele.”

O rosto de Salimata se contorceu. Ela colocou a xícara devagar, com o olhar duro. “Seu pai disse isso, né?” “Sim”, respondeu Aïda em silêncio. Então, com uma voz fria, Salimata disse: “Sabe quanto custa esse vestido? Mais caro do que sua escola por um trimestre inteiro. Você não precisa de luxo. O que você precisa aprender é disciplina.”

“Mas papai não está aqui!” A voz de Salimata foi seca. “Sou eu que mando aqui.” Ela abriu uma gaveta, tirou um velho uniforme cinza de criada e jogou aos pés de Aïda. “A partir de hoje, você vai usar isso. Os empregados precisam de ajuda. Você vai aprender a servir antes de ser mimada.” A menina olhou fixamente, mas não disse nada.

“Mas eu não sou uma criada!” Salimata sorriu de forma fria. “Você mora aqui, come aqui, dorme aqui. Então, se comporte como alguém que merece seu lugar.” Sem dizer uma palavra, Aïda pegou o uniforme. O tecido cheirava a sabão e a umidade. Subiu as escadas devagar, com o coração pesado.

No seu quarto, ela colocou o uniforme na cama, pegou seu ursinho e sussurrou: “Não quero usar isso. Só quero que a mamãe volte.” Mas o ursinho não respondeu. Então, chorando baixinho, ela vestiu o uniforme. As mangas estavam grandes, o colarinho coçava e ela sentia como se estivesse se vestindo de outra pessoa. Olhou-se no espelho, enxugou as lágrimas e sussurrou: “Papai vai voltar logo. Ele vai arrumar tudo, como sempre.”

Quando Aïda desceu as escadas, o coração apertado, a grande casa parecia mais fria do que o normal. A luz da manhã entrava pelas janelas, mas não tinha mais calor. Seus passos suaves ecoavam no mármore enquanto ela apertava seu ursinho contra o peito. Parou um momento na base das escadas, hesitante, antes de continuar.

Madame Salimata, sentada à mesa, levantou lentamente os olhos. Um sorriso fino se esticou nos lábios. “Ah, agora sim. Pelo menos você parece alguém que entendeu a vida.” Aïda abaixou a cabeça, envergonhada. “Vai ajudar a Marie na cozinha,” ordenou Salimata. “E não me veja por aí vagando.” “Sim, mãe,” respondeu Aïda timidamente.

A garota atravessou a sala em silêncio. O tecido do velho uniforme a incomodava nos braços. Passou pela porta da cozinha e encontrou Mary, a empregada principal, virando batatas fritas em uma grande panela. Ao ver Aïda, Mary quase deixou cair a colher de surpresa.

“Aïda, meu Deus, por que você está vestida assim, minha filha?” Aïda forçou um pequeno sorriso. “Madame disse que eu deveria ajudar Mary.” Mary balançou a cabeça, claramente irritada. “Essa mulher, um dia, vai ver. O bom Deus vai falar por você.” Depois, suavizando a voz, ela se agachou diante da menina. “Escute, querida, fique perto de mim, tá? Faça de conta que está me ajudando, e eu direi que você está indo bem. Não se preocupe.”

Aïda acenou timidamente com a cabeça. “Obrigado, Mary.” Durante toda a manhã, ela tentou ajudar como pôde: levar pratos, guardar copos, passar um pano na mesa. Mas suas mãos pequenas e desajeitadas não ajudavam muito. Duas vezes, ela quase derrubou algo, e cada vez, Mary a protegia dos olhares severos de Salimata.

Quando o meio-dia chegou, o calor de Wagadou preenchia a casa. O suor escorria da testa da menina, e seus pequenos dedos estavam vermelhos de tanto esfregar. Ela se sentou por um momento perto da porta do jardim, tentando recuperar o fôlego. Mas a voz de Salimata logo surgiu no corredor.

“Aïda!” A menina se levantou num pulo. “Sim, mãe.” “Você deixou água no chão na cozinha. Quer que a gente escorregue e morra? É isso?” “Desculpe, mãe, eu vou limpar.” Ela correu para pegar um pano e limpou o chão o mais rápido que pôde. Seus braços tremiam, mas ela não queria chorar. Quando se levantou, seu olhar caiu sobre o grande retrato da família na parede. Ela ficou olhando por um momento.

O sorriso de seu pai parecia dizer: “Aguente firme, minha princesa.” “Eu vou ser boa,” sussurrou ela. “Papai vai voltar. Ele vai me salvar.”

 

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