Aos 52 anos, Zinedine Zidane finalmente quebra o silêncio. O homem calmo, a lenda intocável, aquele que quase nunca levanta a voz, decide hoje revelar algo que ninguém imaginaria ouvir. Cinco nomes, cinco rostos que, segundo ele, deixaram cicatrizes que nem o tempo conseguiu apagar.
Por que agora? Por que voltar a essas histórias que pensávamos que estavam enterradas há anos? Pessoas próximas falam sobre uma necessidade de verdade, uma confissão mantida por muito tempo, um peso que ele carrega há muito tempo. Um Zizou vulnerável, mas também lúcido, pronto para olhar diretamente nas sombras de sua própria lenda.
E agora, tudo fica sério. Aqui estão os cinco homens que Zinedine Zidane mais odeia. Cinco histórias, cinco fraturas, cinco verdades desconfortáveis.

Gareth Bale. O prodígio galês, o atacante explosivo. Aquele que Madrid havia prometido um destino real. Mas, por trás das câmeras, a relação entre Bale e Zidane lentamente se transformou em um deserto de silêncio, olhares fugidios e desconfiança mútua.
No início, tudo parecia funcionar. Respeito, disciplina, ambição compartilhada. Então algo se quebrou. Testemunhas falam de um abismo que foi se aprofundando jogo após jogo, treino após treino. Bale se isolou, Zidane observava. Os sorrisos desapareceram, substituídos por uma tensão quase palpável.
O escândalo explodiu quando Bale, irritado por ser substituído e perder seu status, começou a multiplicar gestos de mau humor, ausências inexplicáveis, prioridades duvidosas. Uma noite, de acordo com uma fonte presente no vestiário, Zidane teria sussurrado: “Não podemos continuar assim.” Essas palavras marcaram o início do fim. A fratura se tornaria irreparável.
Para Zidane, Bale agora representa a personificação da decepção moderna. O talento imenso sem a vontade, a estrela que se desconecta do grupo, o individualismo que corrói uma equipe por dentro. A consequência foi brutal. A relação deles terminou em um frio polar, sem despedida, sem explicação, sem perdão.
Bale deixou Madrid como muitas vezes viveu, distante de Zidane, distante do coletivo, distante do que Zizou considera sagrado.
Raymond Domenech, o treinador mais contestado da história recente dos Bleus. O homem cujo nome está associado a um dos episódios mais sombrios do futebol francês. Entre ele e Zinedine Zidane, nunca houve uma colisão direta, mas uma desconfiança surda, profunda, quase filosófica, uma fratura ideológica. Para Zidane, o futebol é uma arte, uma harmonia, uma inteligência coletiva. Para Domenech, dizem alguns ex-internacionais, era caos, improvisação, incompreensão.
Tudo começou após 2006. Zidane, lenda viva, deixou a cena mundial de forma inesquecível. Domenech, por sua vez, assumiu o cargo e gradualmente deixou o legado dos antigos desaparecer. Os jogadores sussurravam. Testemunhas se lembram de reuniões tensas, de escolhas táticas incoerentes, de decisões que pareciam ser guiadas mais pelo ego do que pela lógica.
Zidane, mesmo de longe, observava, e o que ele via o entristecia e depois o irritava. O ponto de ruptura chegou durante o Euro 2008. Uma França apática, perdida, irreconhecível. Vários próximos afirmam que Zidane, chocado com a decadência do grupo que ele havia levado ao topo, teria confidenciado: “Não se destrói uma equipe assim, não assim.” Uma frase pesada, quase acusatória. Para Zizou, Domenech simboliza uma ferida moral, a de um futebol traído pelo seu próprio guia. Não uma raiva explosiva, mas um ódio frio, silencioso, forjado pela convicção de que uma ger
Florentino Pérez, o imperador do Real Madrid. O homem que constrói e destrói impérios com um estalar de dedos. Durante anos, Zidane e ele apareceram como uma aliança perfeita. O presidente visionário e a lenda que se tornou treinador, uma dupla destinada a escrever a história e, de fato, eles a escreveram. Três Ligas dos Campeões consecutivas, uma dinastia, uma era impossível de ser repetida. Mas por trás dos troféus, uma sombra crescia. Uma sombra feita de decisões unilaterais, promessas esquecidas, intromissões constantes. “Não me deixam mais trabalhar”, teria confidenciado Zidane a um amigo.

Segundo um jornalista madrilenho, Pérez queria o controle total. Zidane queria a liberdade de um treinador que conhece seu vestiário melhor que ninguém. O choque era inevitável. A primeira ruptura aconteceu em 2018, quando Zidane bateu a porta após entender que seria impossível reconstruir a equipe de acordo com sua visão.
Pérez nunca perdoou uma saída sem seu consentimento. A segunda ruptura, em 2021, foi ainda mais violenta. Vazamentos na imprensa, críticas disfarçadas, ataques sorrateiros. Zizou sabia de onde vinham. Todos no clube sabiam. Não era uma raiva explosiva, era uma fadiga, um amargor, uma profunda desilusão.
Para Zidane, Pérez representa a traição mais moderna, a de um aliado que muda de face conforme o interesse do momento. Um ódio velado, mas real. Uma ferida que nem os maiores triunfos conseguiram apagar.
Número 2: Nicolas Anelka. A fratura que destruiu os Bleus.
Nicolas Anelka, o talento puro, o atacante imprevisível, aquele que poderia ter sido um ícone, mas que se tornou um dos símbolos do caos na história dos Bleus. Entre ele e Zinedine Zidane, nunca houve uma confrontação direta, nunca insultos trocados. No entanto, para Zizou, Anelka representa algo mais profundo. A traição do espírito de equipe, a ruptura de um vínculo sagrado que unia os jogadores da geração dourada. Tudo mudou em 2010.
A Copa do Mundo na África do Sul. O vestiário explodiu, as tensões se acumularam e a equipe mergulhou em um escândalo sem precedentes. Quando as palavras violentas de Anelka contra Domenech explodiram na imprensa, a França inteira desmoronou. Mas o que o público não sabia é o efeito que esse fiasco teve em Zidane, que na época era consultor e figura moral do futebol francês.
Pessoas próximas contam que ele viveu esse episódio como uma humilhação pessoal. “Destruíram o que construímos por 10 anos”, teria confiado. Furioso, mas ferido. Anelka se recusou a pedir desculpas, continuou a provocar, se apresentou como vítima de uma conspiração midiática, e quanto mais falava, maior se tornava a rachadura. Para Zidane, que personifica disciplina, respeito e unidade, Anelka se tornou o oposto exato. O individualismo que rasga uma equipe, o ego que atropela o coletivo.
Os anos passaram, mas a ferida permaneceu. Não contra o homem, mas contra o que ele representou. A queda dos Bleus, a perda de um legado, o fim abrupto de uma era em que a França jogava com um coração único. Para Zizou, Anelka permanece como um dos que seu nome evoca uma dor silenciosa, uma página sombria que ele preferiria nunca ter reaberto.
Número 1: Marco Materazzi. A ferida eterna.
Marco Materazzi, apenas um nome e o silêncio cai. A final de 9 de julho de 2006 não é apenas uma página na história do futebol, é uma cicatriz aberta, um trauma coletivo, um momento que moldou para sempre a lenda de Zinedine Zidane. Naquela noite, no Estádio Olímpico de Berlim, dois homens se cruzam, dois destinos se chocam e uma frase, algumas palavras venenosas, bastam para fazer o mundo inteiro mudar.
Os testemunhos presentes no campo falam de uma tensão estranha, quase elétrica. Zidane, sereno, quase desapegado. Materazzi, provocador, agarrado a ele como uma sombra insistente. E então, a faísca. As palavras exatas, nunca confirmadas, nunca repetidas. Mas todos que se aproximaram de Zidane sabem de uma coisa. Ele ouviu o inaceitável.
Um insulto que ultrapassa o âmbito do esporte, que atinge o que ele mais protege, sua família, sua honra, sua identidade. O resto, o mundo viu, o cabeçada, o impacto, o silêncio do estádio. Zidane caminhando para o vestiário, sozinho, em uma luz branca quase irreal. Materazzi no chão, espectador de um drama que ele mesmo iniciou.