Aos 74 anos, Arsène Wenger finalmente revela os cinco homens que ele nunca pôde perdoar
Aos 74 anos, Arsène Wenger finalmente decide levantar o véu sobre as feridas silenciosas que marcaram sua carreira. Por trás do arquiteto dos Invencíveis, por trás do professor calmo e ponderado, há um homem que teve que enfrentar rivalidades ferozes, traições inesperadas e confrontos que deixaram marcas profundas.
Durante mais de 20 anos, ele defendeu uma visão do futebol que muitos queriam destruir, e alguns nunca hesitaram em atacá-lo abertamente. Pessoas próximas dizem que Wenger tem uma memória precisa dos conflitos que o moldaram, dos olhares que ele nunca esqueceu, das palavras que o atingiram como golpes. Hoje, cinco nomes se destacam com uma clareza perturbadora.
Cinco homens que, de suas próprias maneiras, abalram seu caminho, e por trás de cada história, há uma verdade que o público nunca ouviu completamente. O número 5 é Tony Adams. Tony Adams foi um dos primeiros capitães a carregar o sonho de Wenger. O técnico o transformou física e mentalmente, oferecendo-lhe uma segunda carreira que ninguém imaginava ser possível.

Mas anos depois, a relação se quebrou quando Adams criticou abertamente Wenger, afirmando que ele não teria aprendido nada sob sua orientação e que teria feito melhor do que ele no Arsenal. Para Wenger, essas palavras soaram como um tapa inesperado. Segundo um ex-jogador, Wenger tinha por Adams um respeito quase paternal. Ouvir seu ex-capitão reverter a narrativa, apagando publicamente sua influência, deixou nele uma ferida discreta, mas persistente.
Adams nunca pediu desculpas e Wenger nunca respondeu. Mas o silêncio diz tudo. Entre admiração e decepção, uma fratura irreparável foi criada. É aqui que começa sua lista, não com um inimigo, mas com um símbolo que se tornou doloroso. O número 4 é Sam Allardyce. Para Arsène Wenger, Sam Allardyce não era apenas um adversário. Ele representava tudo o que seu futebol tentava combater. Seus confrontos eram choques de mundos opostos. De um lado, o jogo fluido e quase acadêmico de Wenger. Do outro, a potência bruta, os passes longos, o impacto físico de Allardyce.
Esse contraste se transformou em uma animosidade profunda quando o técnico inglês começou a zombar publicamente de Wenger, chamando-o de incapaz de lidar com um verdadeiro combate. Pessoas próximas relatam que cada viagem a Bolton provocava em Wenger uma tensão especial. Ele sentia que seus jogadores estavam sendo alvos, agitados até o limite do razoável para quebrar seu estilo. Uma testemunha afirma que, após um jogo particularmente violento, Wenger teria confidenciado em particular que nunca tinha visto um treinador tentar destruir tanto o jogo antes de tentar vencer.
O ressentimento era claro, quase visceral. O ápice chegou quando Allardyce afirmou que Wenger sempre reclamava quando perdia. Uma frase que o francês interpretou como uma provocação pessoal. A partir desse momento, sua rivalidade ultrapassou a tática para se tornar uma verdadeira guerra moral. Allardyce nunca mudou sua visão e Wenger nunca perdoou esse ataque às suas convicções profundas.
O número 3 é Thierry Henry. Thierry Henry foi a criança prodígio de Wenger, sua obra-prima, o jogador que o fez se tornar uma lenda mundial. Seu vínculo parecia indestrutível, quase fraternal. Mas tudo mudou quando Henry anunciou sua saída para o Barcelona. Segundo pessoas próximas ao vestiário, Wenger ficou desnorteado. Henry teria falado sobre suas dúvidas, mas nunca sobre sua decisão final. O técnico viu isso como uma ruptura silenciosa, uma traição mais dolorosa do que qualquer fracasso esportivo.
Os anos se passaram, mas as tensões surgiram novamente quando Henry, agora comentarista, criticou publicamente a equipe de Wenger. Ele afirmou que algo não estava certo. Um comentário que, segundo um membro da equipe técnica, tocou profundamente Wenger. Para ele, Henry não era apenas um ex-jogador, mas um legado, um símbolo. Ver Henry se voltar contra seu mentor, mesmo sem querer, reabriu uma ferida que ele acreditava estar curada.

O ápice chegou quando Henry afirmou que o Arsenal carecia de identidade. Wenger, que havia construído essa identidade tijolo por tijolo, viu suas palavras como um golpe direto em sua obra. Henry talvez nunca tenha querido ferir, mas o dano foi feito. Por trás do respeito mútuo, ainda restava uma fissura que o tempo nunca conseguiu curar.
O número 2 é Sir Alex Ferguson. A rivalidade entre Arsène Wenger e Sir Alex Ferguson ultrapassou tudo o que a Premier League já tinha conhecido até então. Não se tratava apenas de uma luta por títulos, mas de uma guerra de egos, princípios e poder. Desde a chegada de Wenger, Ferguson o percebeu como uma ameaça. De acordo com pessoas próximas da época, ele teria dito a um amigo: “Este homem vai abalar o nosso reinado.”
A profecia se confirmou já na primeira temporada. Os dois treinadores começaram uma série de duelos midiáticos de rara intensidade. Wenger criticou a agressividade dos jogadores do United. Ferguson respondeu acusando o Arsenal de reclamar constantemente. Mas o ponto de ruptura veio durante a famosa Battle of Old Trafford. Testemunhas relatam que Wenger estava fora de si, convencido de que Ferguson influenciava os árbitros e protegia seus jogadores com sua aura. Naquela noite, sua rivalidade atingiu um limite irreversível. Mesmo quando os anos amenizaram a tensão e a respeitabilidade voltou a prevalecer, uma verdade permaneceu. Ferguson foi o adversário mais forte que Wenger enfrentou.
Um homem cuja simples presença podia abalar o seu. Por trás dos sorrisos tardios e abraços cerimoniais, restou uma sombra que Wenger nunca conseguiu apagar completamente.
O número 1 é José Mourinho. José Mourinho é provavelmente o único homem que conseguiu tirar Wenger de seu famoso calmante. A relação deles nunca foi uma simples rivalidade. Foi uma hostilidade aberta, quase pessoal. Assim que chegou à Inglaterra, Mourinho atacou frontalmente Wenger, chamando-o de especialista em fracassos. Uma humilhação pública que, segundo pessoas próximas, abalou profundamente o francês. Foi a primeira vez que alguém ultrapassou essa linha, confidenciou um ex-membro da equipe do Arsenal.
Sua animosidade atingiu o auge durante uma partida em Stamford Bridge. Diante de milhares de testemunhas, Wenger empurrou Mourinho para a linha lateral. Um gesto raro, quase inconcebível vindo dele. Esse momento simboliza tudo. A frustração acumulada, o desprezo sentido e a impossibilidade de encontrar um terreno comum. Mourinho saboreia essa dominação psicológica, alimentando a tensão a cada coletiva de imprensa. Para Wenger, Mourinho representava o futebol cínico, o poder midiático e a vontade de humilhar em vez de competir. Um adversário que não queria apenas vencer, mas destruir.
Mesmo com o passar dos anos, aqueles que conheciam Wenger de perto afirmam que esse conflito continua sendo um dos mais sombrios de sua carreira. Mourinho é o único homem que ele nunca pôde perdoar ou esquecer. Ao rememorar seus cinco nomes, descobrimos um Wenger bem diferente da imagem polida que o público impôs à sua lenda. Por trás da elegância, por trás dos discursos medidos, há um homem que teve que atravessar tempestades cuja violência poucos imaginam.
Cada um de seus adversários deixou uma cicatriz. A decepção íntima de um capitão que se tornou crítico. O desprezo de um treinador que desconsiderava seu estilo de jogo. A traição silenciosa de um jogador que ele elevou ao topo, a guerra psicológica travada por um rival histórico e, finalmente, a humilhação metódica de um técnico decidido a destruir sua imagem.
Segundo testemunhas próximas a ele, Wenger nunca tentou resolver suas contas publicamente. Ele manteve tudo para si, por orgulho, respeito ou talvez por solidão. Mas seus conflitos moldaram seu caráter tanto quanto suas vitórias. Eles explicam seus silêncios, seus olhares pesados após as derrotas, essa fadiga discreta que às vezes acompanhava seu sorriso.
Hoje em dia, ainda se afirma que algumas feridas nunca cicatrizaram. A verdade é que a grandeza de Wenger não foi construída apenas por suas vitórias, mas também pelas batalhas que ele teve que enfrentar contra aqueles que se opuseram a ele. Seu legado não está apenas nos títulos ou nas equipes que ele formou.
Está gravado nessas confrontações que revelaram sua vulnerabilidade, sua tenacidade e essa dignidade feroz que nunca cedeu, mesmo à sombra de seus adversários. Wenger será para sempre o homem que quis oferecer ao futebol uma forma de beleza. Mas por trás dessa luz, há as sombras que ele teve que domar e os nomes que ele nunca pôde perdoar.