Caçador Solitário Saiu à Procura de Carne — Mas Voltou com o Corpo de uma Mulher Apache Ferida e à Beira da Morte!

O inverno de 1878 se arrastava pela Terra do Novo México. As montanhas, cobertas pela neve e pelo silêncio, ocultavam segredos em suas sombras de pinheiros e pedras geladas. Wyatt Cole, um homem de 39 anos, com a barba grisalha e a pele marcada pela vida solitária, sentia o peso da solidão dos últimos três anos, desde que a guerra e a perda o afastaram do mundo. Suas mãos, que já foram fortes o suficiente para disparar um rifle com precisão, agora tremiam levemente, um reflexo de tantas noites sem descanso e sem companhia.

Wyatt estava em sua rotina diária de caçar, um reflexo do que havia se tornado após a tragédia que o separou de sua esposa e filha. Quando ele encontrou o rastro de sangue, não se sentiu surpreso. Havia rastreado muitos animais feridos nas montanhas, mas este era diferente. O sangue era fresco, humano.

A cada passo que dava, o rastro se intensificava, o cheiro da morte pairava no ar. Ele apertou o gatilho do Winchester, mas seu coração disparou quando avistou o corpo de uma mulher, com o rosto afundado na água congelada de um riacho. Seus pulsos estavam amarrados com cordas, as marcas da tortura eram evidentes. O sangue de sua vítima não deixava dúvidas: ela havia sido deixada para morrer.

Por um momento, Wyatt se perguntou o que faria. Viver naquelas montanhas significava se afastar de tudo o que lhe lembrava o mundo da civilização e das suas escolhas passadas. Ele já não acreditava mais no bem nem no mal, em honra ou em redenção. Mas ao olhar para os olhos da mulher, algo em seu interior se rompeu.

Ela o encarava, com uma força silenciosa que ele reconheceu, embora não soubesse de onde. Não era uma súplica, mas algo mais profundo, algo inquebrantável. Mesmo em sua dor, ela não cedia.

“Eu não vou te machucar”, disse Wyatt, com a voz áspera da solidão. Ele cortou as cordas que a prendiam e, com cuidado, a ergueu do chão gelado, levando-a para sua cabana, sem saber que essa decisão mudaria sua vida para sempre.

A mulher, com os olhos endurecidos pela dor, não falou por dias. Ele cuidou dela da mesma maneira que cuidava de sua própria sobrevivência, em silêncio. Cada passo que ela dava, cada movimento seu, parecia desafiá-lo a confiar nela. Mas Wyatt, com o olhar atento, sabia o que ela passava. Havia algo de mais profundo em seu sofrimento. Ela não era apenas mais uma vítima. Era uma guerreira, e seu espírito estava quebrado, mas não derrotado.

Ela se chamava Nayeli, e, à medida que os dias passavam, Wyatt foi descobrindo mais sobre ela. Seu passado, suas cicatrizes, suas perdas. Ela falava pouco, mas o que dizia trazia um peso de séculos, uma história de dor e resistência. Ela era mãe de um menino chamado Co, e sua maior missão era voltar para ele. Seu espírito ardente e sua busca incansável pela sobrevivência revelavam uma mulher feita de aço.

Wyatt, no entanto, não esperava que seu próprio coração também começasse a se abrir. Não por amor, mas por compaixão. Ele havia aprendido a temer as relações, a dor que elas traziam. Porém, Nayeli não era como as mulheres do passado, nem como os fantasmas de sua esposa e filha que ele ainda sentia, mas que agora pareciam tão distantes quanto as estrelas.

Eles aprenderam a comunicar-se. Ele ensinava palavras em inglês, e ela, com a mesma força, transmitia suas lições de sobrevivência, de sua cultura. Como o ar que respiravam, o respeito entre eles crescia. Mas o tempo era implacável. Nayeli queria encontrar seu filho, e Wyatt sabia que não poderia impedi-la. Ela se preparava para partir, e ele se via diante de uma escolha: deixá-la ir ou prendê-la em uma liberdade amarga e vazia.

Mas então, o mundo exterior, o da guerra e da caça, o mundo dos homens e da violência, trouxe-lhe uma dura verdade: Cyrus Petigru, um homem com quem Wyatt havia cruzado no passado, estava atrás de Nayeli. Petigru, ex-cavaleiro e agora traficante de pessoas, queria usá-la para descobrir onde o bando Mescalero estava escondido. Wyatt sabia que se ele não agisse, ela seria novamente capturada, e sua missão de retornar ao seu filho seria frustrada.

Wyatt, com a experiência de um homem que viveu para evitar confrontos, tomou sua decisão: salvaria Nayeli e faria o possível para garantir que ela chegasse até seu filho. Juntos, partiram, em uma jornada de mais de uma semana pelas montanhas cobertas de neve, enfrentando as duras condições do inverno. Mas, o perigo estava mais próximo do que imaginavam.

No terceiro dia da viagem, Wyatt e Nayeli encontraram-se frente a frente com Petigru e seus homens. Uma batalha sangrenta se seguiu. Wyatt foi ferido, mas não cedeu. Nayeli, com uma força impiedosa, lutou ao lado dele, derrubando dois dos homens de Petigru.

Quando tudo parecia perdido, o som de cascos de cavalos cortou o ar. Era o amigo de Wyatt, Dutch Kowalski, com alguns soldados do forte, que vieram em seu auxílio. Juntos, derrotaram Petigru e seus homens, mas não sem custo. Wyatt foi ferido gravemente, e Nayeli, desesperada, cuidou dele como ele a cuidara, jurando que ele não morreria, que ele não a deixaria novamente.

Cinco dias depois, eles chegaram ao acampamento Mescalero, onde Nayeli finalmente reencontrou seu filho. Mas, ao se despedir, os olhos de Nayeli disseram tudo o que palavras não podiam expressar. Ela tinha encontrado a liberdade, mas sabia que Wyatt nunca seria uma parte de sua nova vida.

No entanto, três meses depois, Wyatt estava em seu campo, reparando a cerca, quando viu uma cavaleira aproximando-se. Era Nayeli, agora vestindo roupas tradicionais apache, com o vento da primavera tocando seus cabelos. Ela tinha voltado.

“Co está seguro”, ela disse, com um sorriso suave. “Eu fui até ele, mas meu coração ainda estava aqui. Com você.”

Wyatt a puxou para si, sem hesitar. Ele sabia que, embora o mundo fosse cruel e os caminhos que trilhavam fossem tortuosos, o que eles compartilhavam era verdadeiro. Ele não precisaria mais fugir do passado. Ele tinha encontrado algo mais importante: um futuro, com ela.

Juntos, em meio ao vento e à neve, Wyatt e Nayeli encontraram algo mais do que a sobrevivência. Encontraram um ao outro. E, pela primeira vez, Wyatt sentiu algo que ele não sentia há muito tempo: esperança.

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