Sete Segundos na Morte: O Encontro na “Luz Dourada” que Transformou a Visão de Mundo de um Neurocientista Espanhol

Sete Segundos na Morte: O Encontro na “Luz Dourada” que Transformou a Visão de Mundo de um Neurocientista Espanhol

Homem que morreu por 7 segundos revela o que viu do outro lado: 'Me  ofereceram duas opções' | Jornal Correio

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O véu entre a vida e a morte sempre foi um dos mistérios mais profundos e inescrutáveis da existência humana. O que acontece quando o coração para? O que reside no “limite final”? Para a ciência, muitas vezes, a resposta é a cessação; para a fé, é a transcendência. Mas, e quando um cientista, um profissional treinado na objetividade do materialismo, atravessa esse limiar e volta com uma história que desafia todas as suas crenças?

Essa é a jornada de Álex Gómez Marín, um proeminente neurocientista espanhol, pesquisador do prestigiado Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) e doutor em física teórica. Após um episódio dramático de hemorragia interna grave, Marín esteve clinicamente morto por meros sete segundos. Esse tempo, que seria um piscar de olhos na vida cotidiana, foi para ele uma eternidade de experiência transformadora, uma Experiência de Quase Morte (EQM) que, segundo ele, “mudou completamente” sua visão sobre a consciência e o sentido da existência.

A Descida ao “Poço” de Luz Dourada

A narrativa de Marín, detalhada em seu livro “La ciencia del último umbral” (“A ciência do último limiar”) e compartilhada no programa espanhol La Rosa de los Vientos, é ao mesmo tempo científica e profundamente espiritual. O cientista relata que, no curto espaço de sete segundos, ele não vivenciou o vazio, mas sim uma realidade intensa e coerente.

Ele descreveu a sensação de estar imerso em “um poço banhado por uma luz dourada”. Esta luz, que era “amarela e muito forte”, não era assustadora; ao contrário, era o cenário de uma serenidade profunda. O neurocientista enfatizou a ausência total de dor ou medo, substituída por uma “paz absoluta” que ele nunca havia sentido na vida.

O mais chocante, porém, foi o encontro com o que ele chamou de “guias espirituais”. Em meio à luz ofuscante, Marín viu três silhuetas, figuras contra o brilho, que o esperavam. “Eu via as silhuetas e sabia exatamente quem eram. Não tinha dúvidas”, afirmou, destacando a clareza e o conhecimento imediato que possuía naquele estado. A necessidade de raciocínio, típica da vida consciente, havia desaparecido. “Lá, não é preciso pensar, você simplesmente sabe. Eu sabia que tudo estava bem”.

A Proposta Irrecusável e o Retorno a Pedido

O clímax da experiência ocorreu quando essas três figuras lhe apresentaram uma escolha de tirar o fôlego: voltar ao seu corpo ou “ir embora de vez”. Esta bifurcação, o momento da decisão final, é um ponto recorrente em muitos relatos de EQM, mas ganha um peso especial vindo de um cético da ciência.

Diante da proposta de transcender, Marín teve um pensamento que o trouxe de volta à realidade terrena. “Eu agradeci e disse que ainda não. Pensei nas minhas filhas pequenas e pedi para voltar”. Foi o amor e o vínculo familiar que o ancoraram à vida, um motor emocional forte o suficiente para superar o fascínio da paz e da beleza do “outro lado”. O cientista foi trazido de volta à vida por um motivo profundamente humano.

“Mais Real do que a Própria Realidade”

Uma das declarações mais impactantes de Marín é a que ele usa para descrever a natureza de sua experiência. Ele garante que o evento não se assemelha a um sonho, uma alucinação induzida por estresse ou falta de oxigênio, ou a qualquer estado mental alterado conhecido. “Foi algo mais real do que a própria realidade”, garantiu.

Essa afirmação coloca a EQM de Álex Gómez Marín em um campo de estudo complexo. Neurocientistas e materialistas frequentemente explicam as EQMs como produtos do cérebro em colapso, uma espécie de reação química final. Contudo, a clareza, a coerência e a sensação de “saber” relatadas por muitos que voltam, incluindo Marín, levantam questões profundas sobre a limitação de nossa compreensão sobre a consciência. Se o cérebro estava clinicamente morto, de onde emanava essa experiência tão vívida e organizada?

A Consciência e o Último Limiar

Luz dourada e escolha: homem morre por 7 segundos e relata o 'outro lado'

A vivência mudou drasticamente a forma como Marín aborda seu trabalho e sua percepção de mundo. Como cientista, ele reconhece que por muito tempo o materialismo dominou o discurso, afirmando que “só existe a matéria”. No entanto, ele agora argumenta que essa visão é incompleta.

“O amor, a dor e a consciência também são reais, mesmo que não possam ser medidos”, ponderou. Sua EQM serviu como uma poderosa validação de que existem realidades além do que pode ser quantificado em um laboratório. Embora afirme não ser um homem religioso no sentido tradicional, ele reconhece que a experiência transformou sua percepção sobre o que é sagrado. O mistério da consciência, o grande tema de sua pesquisa, tornou-se ainda mais insondável e fascinante após seu breve encontro com a morte.

A Morte Redefinida: De Medo a Beleza

Talvez o legado mais significativo da jornada de Marín seja a sua libertação do medo da morte. O materialismo ocidental, com sua ênfase na finitude e no fim da existência, muitas vezes incute um pavor profundo do desconhecido. Mas para Álex Gómez Marín, que viu o que havia do “outro lado”, essa percepção foi revertida.

“Acho que morrer é algo muito bonito. Temos muito medo, mas quem esteve lá e voltou sabe que é uma experiência bela”, concluiu. Essa revelação transforma a morte de um evento aterrorizante em uma transição de profunda serenidade.

O neurocientista, agora, carrega a mensagem de que, embora a passagem final possa ser bela, a vida antes dela é igualmente preciosa. “E, enquanto isso, é importante lembrar que também há vida antes da morte”, uma poderosa e simples filosofia extraída de uma experiência que durou apenas sete segundos. A história de Álex Gómez Marín é um convite irresistível para que o público e a ciência reconsiderem o mistério da consciência, a realidade da EQM e o que o “último limiar” realmente guarda. É um testemunho que nos lembra que a ciência e a espiritualidade, por vezes, se encontram nos momentos mais inesperados e transformadores da experiência humana.

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