A empregada humilha um cliente com deficiência… sem saber que ele era o dono do restaurante.

A empregada humilha um cliente com deficiência… sem saber que ele era o dono do restaurante.

Indira era uma aluna modelo — brilhante, disciplinada e ambiciosa.

Ela representava a perfeição aos olhos dos professores e colegas do colégio Libermann, um dos estabelecimentos mais prestigiados do país. Com apenas 16 anos, dominava a sua turma com resultados impressionantes, despertando tanta admiração quanto inveja. Mas o que a tornava ainda mais notável era sua beleza natural: os longos cabelos negros presos num coque elegante, a pele lisa e luminosa, o olhar vivo e expressivo.

Ela não precisava de maquilhagem para brilhar. No entanto, essa beleza, que deveria ser apenas um atributo extra, tornar-se-ia a fonte da sua queda.

Todos os dias, Indira atravessava os corredores da escola sob os murmúrios dos outros alunos.
— Olha para ela… sempre impecável, sempre perfeita. Não admira que os professores a adorem.

Mas Indira não se preocupava com esses comentários. Seu objetivo era claro: ser a melhor, custe o que custar.

Em sala de aula, sentava-se sempre na primeira fila, absorvendo cada palavra dos professores. Era sempre a primeira a levantar a mão, e suas respostas eram sempre precisas e brilhantes.

O professor Takam, de Matemática, não escondia a sua admiração. Olhava para ela vezes demais, como se se esquecesse por um momento de que falava com uma aluna.
— Impressionante como sempre, Indira. — dizia ele após cada demonstração no quadro.

O professor Meka, de Literatura, também a elogiava constantemente:
— Uma reflexão digna de uma universitária. — dizia com um sorriso admirativo.

Mas Indira, concentrada nos estudos, não percebia os sinais. Não via que sua beleza se tornava uma distração não só para os colegas, mas também para alguns professores.

Tudo mudou no dia em que Brenda, uma colega de turma, decidiu intervir.
Numa tarde, enquanto Indira estudava sozinha, Brenda aproximou-se com um sorriso malicioso:

— Estás a estudar de novo? Sério, Indira, tu nem precisas te esforçar tanto…

— O que queres dizer com isso? — perguntou Indira.

Brenda sentou-se à sua frente:
— Pára. Tu nunca reparaste como os professores te olham? Especialmente o senhor Takam e o senhor Meka. Estão completamente encantados por ti.

Indira franziu o cenho, desconfortável:
— Eles são meus professores, Brenda. Nada mais.

Brenda riu:
— Tu poderias ter tudo deles… só com um sorriso. Nem precisas estudar como louca.

Indira ficou calada. Nunca tinha pensado assim. Sempre acreditara que só a inteligência contava. Mas naquela noite, sozinha no quarto, aquelas palavras ecoaram.

E se Brenda tivesse razão?
Será que ela ignorava um poder que possuía sem perceber?

Pela primeira vez, Indira encarou-se no espelho. Seus olhos brilhavam com inteligência… e uma beleza que ela própria sempre subestimara.

Na manhã seguinte, tomou uma decisão que mudaria a sua vida. Aplicou maquiagem leve, soltou os cabelos em ondas suaves… e foi para o colégio.

Assim que chegou, percebeu a diferença: olhares mais demorados, murmúrios mais altos. Até alguns professores reagiram ao vê-la passar.

Durante a aula de matemática, o professor Takam distribuiu um teste-surpresa. Indira sentiu pânico — não tinha estudado como sempre. Então lembrou-se das palavras de Brenda. Quando ele passou ao lado dela, Indira sorriu suavemente:

— Professor, espero ter ido bem… quero mesmo manter minhas boas notas na sua matéria.

Ele ficou claramente desconcertado:
— Tenho certeza de que fizeste um excelente trabalho, Indira. És uma aluna excepcional.

No dia seguinte, ele devolveu as provas: nota perfeita. Indira ficou chocada. Sabia que não merecia.

Animada, repetiu a estratégia com outros professores. Um sorriso aqui, uma frase doce ali… e as notas excelentes continuaram vindo com facilidade.

Por um tempo, parecia uma bênção.
Mas ela não percebeu que a inveja à sua volta crescia.

Os rumores espalharam-se:

— Ela acha que a gente não percebe o joguinho dela…
— Está a seduzir professores para ter notas boas!

Um dia, Indira ouviu uma conversa entre Takam e Meka numa sala vazia:

— Reparaste como ela se comporta ultimamente? — perguntou Meka.
— Sim, está a usar o charme. Os outros alunos já reclamam.
— Talvez devêssemos convidá-la para sair um dia… fora da escola.

Indira sentiu o sangue gelar.
Era esse o caminho para onde ela estava a ir?

Decidiu parar imediatamente.

Ela contou tudo para Brenda no dia seguinte:
— Cometi um erro. Eles esperam… mais do que sorrisos.

Brenda deu de ombros:
— Então dá o que eles querem.

Indira recuou, horrorizada.
— Não! Nunca!

Mas já era tarde.

Ao entrar na escola, todos a olhavam com desprezo. Na sala, Brenda levantou-se na frente de todos:

— Olhem só quem chegou! A queridinha dos professores… ou devo dizer… a vagabunda da escola?

Risos explodiram.

Indira ficou vermelha, tremendo.
— O que estás a dizer?

— Está tudo à mostra, Indira. Todos sabem porque tens notas tão boas.

Indira chorava:
— É mentira! Nunca fiz isso!

Ninguém acreditou.

A diretora, senhora Agatha, entrou:
— Indira. No meu gabinete. Agora.

No gabinete, seus pais estavam lá, confusos.
Agatha disse friamente:

— Recebemos muitas queixas. E vários professores confirmaram que o teu comportamento era inapropriado.

— Eles estão a mentir! — gritou Indira.

— Verdade ou não… a tua reputação aqui é irreversível.
Não temos outra escolha senão expulsar-te do colégio Libermann.

O mundo de Indira desabou.

Os pais matricularam-na às pressas no Liceu Bilíngue de Deido — não era de elite como Libermann, mas era a única escola que ainda tinha vaga.

Assim que entrou, os sussurros começaram:

— É ela… a expulsada do Libermann…
— Dizem que ela dormia com professores…

Indira tentou ignorar, mas cada palavra a destruía.

Na sala, um rapaz gritou:

— O meu primo estuda no Libermann… ouvi dizer que ela dormia com os profs!

Risos.

Indira, revoltada:
— É mentira! São só rumores!

Mesmo assim, os boatos espalharam-se.
Professores desconfiavam.
Colegas evitavam-na.
Ela deixou de ser “a brilhante aluna do Libermann” e tornou-se a rapariga do escândalo.

Um dia, Indira isolava-se sob uma árvore quando Queen, uma rapariga de cabelo curto pintado de vermelho, aproximou-se com um pacote de bolinhos:

— Vais ficar sozinha até ao fim do ano?
— Acho que não tenho escolha…

— Eu não julgo ninguém. Este liceu vive de boatos. Prefiro conhecer as pessoas primeiro.

Indira relaxou um pouco. Pela primeira vez, tinha alguém do seu lado.

Quando o professor Sam anunciou um concurso de escrita, os olhos de Indira brilharam.
Era a oportunidade de provar que ainda era alguém.

Ela escreveu com o coração. No dia dos resultados, o professor anunciou:

— A vencedora é… Indira Mbang.

Murmúrios:
— Claro, seduziu o professor também.

Indira ignorou.
Seguiu para a competição nacional. Lá, encontrou alunos do colégio Libermann. Seu coração apertou… mas resistiu.

Quando leu seu texto, falou de dor, de humilhação, de força, de renascimento.
A sala ficou em silêncio.
Depois, aplausos estrondosos.

Indira venceu.

Brenda aproximou-se após a cerimónia — desta vez chorando.

— Indira… podes me perdoar?
— Não.
— Fui eu quem inventou tudo. Eu estava com ciúmes. Eu destruí a tua vida…

Indira virou-se para ir embora, mas Brenda acrescentou:
— Vou contar a verdade… para todos.

No dia seguinte, um vídeo viralizou:
Brenda confessando tudo.
Os professores que tinham alimentado os boatos foram despedidos.
No Liceu de Deido, o clima mudou.

O diretor chamou Indira:
— Tenho orgulho de ti. Mostraste quem realmente és.

Indira chorou.

Ela já não era “a expulsada do Libermann”.
Era Indira Mbang, do Liceu Bilíngue de Deido:
brilhante, resiliente, vencedora.

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