Os 5 Atos Íntimos do Rei Afeminado e Seu Terrível Fim com uma Haste em Brasa

No dia 21 de setembro de 1327, os gritos dilacerantes de um homem ecoaram pelas muralhas espessas do castelo de Berkley, na Inglaterra. Aqueles que os ouviram jamais conseguiram apagá-los de suas memórias. Não eram gritos comuns de dor física, mas algo muito mais profundo, um uivo visceral que parecia arrancar a própria alma do corpo. O que acontecia naquela câmara subterrânea não era apenas uma execução, mas uma declaração brutal sobre poder, masculinidade e o preço terrível de desafiar as normas de uma época implacável. E o homem que morria daquela forma indescritível não era um criminoso comum, mas Eduardo II, rei da Inglaterra, cujos atos íntimos com seus favoritos masculinos haviam selado seu destino com ferro e fogo.

Para compreender a magnitude do horror daquela noite, devemos voltar ao início desta história sombria, quando um jovem príncipe nasceu destinado à coroa, mas completamente despreparado para o papel que a história medieval exigia de um rei. Eduardo de Carnarfon veio ao mundo em 25 de abril de 1284, quarto filho de Eduardo I, o temível “Martelo dos Escoceses”, um monarca cujo nome evocava medo em todo o norte da Grã-Bretanha. O contraste entre pai e filho seria, ao longo dos anos, uma fonte constante de tensão e desapontamento que marcaria profundamente o destino do jovem príncipe.

Desde sua juventude, Eduardo demonstrava características que a corte medieval considerava inadequadas para um futuro rei. Enquanto seu pai passava meses em campanhas militares, consolidando o poder inglês através da força bruta, o jovem Eduardo preferia a companhia de músicos, atores e artesãos. Documentos da época revelam que ele tinha particular interesse em atividades consideradas impróprias para sua posição: construção de cercas, cultivo de jardins e, especialmente, a companhia íntima de jovens cavaleiros de origem humilde. O primeiro destes favoritos foi Pierce Gaveston, um cavaleiro gascão de beleza notável e origem relativamente modesta, que capturaria completamente o coração e a atenção do jovem príncipe.

A relação entre Eduardo e Gaveston transcendia os limites do que era considerado aceitável, mesmo para a estreita amizade masculina típica da cavalaria medieval. Relatos de cronistas contemporâneos, como o monge de Malmesbury, descrevem com desconforto palpável como o príncipe e Gaveston eram inseparáveis, compartilhando aposentos, roupas e uma intimidade que ultrapassava qualquer pretensão de mera camaradagem. Quando Eduardo I descobriu a extensão desta ligação, sua reação foi explosiva. Em 1307, poucos meses antes de sua morte, o velho rei ordenou o exílio imediato de Gaveston, proibindo-o de retornar à Inglaterra sob pena de morte.

Mas o destino tinha outros planos. Com a morte de Eduardo I em julho de 1307, o jovem Eduardo ascendeu ao trono aos 23 anos. Seu primeiro ato como rei foi revogar o exílio de Gaveston e trazê-lo de volta à Inglaterra com honras extraordinárias. O que se seguiu chocaria a nobreza inglesa até seu âmago. Eduardo não apenas restaurou Gaveston à corte, mas o elevou a Conde da Cornualha, uma das posições mais prestigiadas do reino, tradicionalmente reservada para membros da família real.

Mais escandaloso ainda foi o comportamento do rei durante sua própria cerimônia de coroação em fevereiro de 1308. Naquela ocasião que deveria celebrar o início de seu reinado e seu casamento com Isabel da França, filha do poderoso rei francês Filipe IV, Eduardo dedicou mais atenção a Gaveston do que à sua própria rainha. Os cronistas registram que o rei sentou Gaveston em um lugar de honra, acima de todos os barões, vestiu-o com roupas mais luxuosas que as suas próprias, e passou a cerimônia inteira trocando olhares e toques com seu favorito, enquanto ignorava completamente sua jovem esposa de apenas 12 anos. Isabel, que mais tarde seria conhecida como a “Loba da França”, jamais esqueceria esta humilhação pública. Aquela noite plantaria as sementes de uma vingança que levaria décadas para florescer, mas que seria absolutamente devastadora quando finalmente chegasse.

As demonstrações públicas de afeto entre Eduardo e Gaveston tornaram-se cada vez mais ousadas e indiscretas. Documentos do período descrevem como o rei presenteava seu favorito com joias, terras e títulos em uma profusão que esvaziava os cofres reais. Mais perturbador para os barões era o fato de que Gaveston exercia influência política desproporcional, controlando o acesso ao rei e interferindo em decisões de estado. Mas não era apenas a influência política que incomodava a nobreza medieval, era a natureza explícita da relação íntima entre os dois homens.

O cronista Ranulf Higden escreveu, com um desconforto quase palpável nas palavras, que o Rei Eduardo amava um certo cavaleiro “além da medida de toda razão” e o honrava de forma indecorosa “acima de todos os mortais”, compartilhando com ele sua cama e seus conselhos mais secretos. Outro cronista mais direto afirmou que entre o rei e Gaveston existia um “amor imoderado, além do que era próprio entre homens”. Estes registros, escritos em uma época onde a sodomia era considerada não apenas pecado mortal, mas crime punível com morte, indicam que a relação entre Eduardo e Gaveston era de conhecimento geral na corte e causava escândalo generalizado.

A situação tornou-se insustentável para os barões ingleses. Em 1310, um grupo de nobres, liderados por Thomas de Lancaster, primo do rei, forçou Eduardo a aceitar um conselho de “ordenadores” que limitaria seu poder e, crucialmente, exigiria o exílio permanente de Gaveston. Eduardo, pressionado militarmente, não teve escolha senão concordar. Gaveston foi enviado para a Irlanda em novembro de 1311, mas a separação foi breve e devastadora para ambos. Cartas preservadas nos arquivos reais revelam a profundidade do desespero de Eduardo durante este período, com o rei escrevendo mensagens desesperadas ao seu favorito exilado, prometendo fazer qualquer coisa para trazê-lo de volta.

Em janeiro de 1312, incapaz de suportar a ausência de Gaveston, Eduardo desafiou abertamente os barões e convocou seu amante de volta à Inglaterra. Este ato de desafio direto à nobreza selaria o destino de Gaveston de forma irreversível. Os barões, liderados por Thomas de Lancaster, Guy de Beauchamp e Aymer de Valence, reuniram suas forças militares. O que se seguiu foi uma caçada humana através da Inglaterra. Eduardo e Gaveston fugiram juntos, movendo-se de castelo em castelo, mas os barões os perseguiram implacavelmente.

Em maio de 1312, Gaveston foi capturado no castelo de Scarborough, enquanto Eduardo estava ausente buscando reforços. O favorito do rei foi levado ao castelo de Warwick, onde permaneceu prisioneiro por semanas enquanto os barões debatiam seu destino. Eduardo tentou desesperadamente negociar sua liberação, oferecendo terras, títulos e tesouros, mas os barões já haviam decidido que Gaveston representava uma ameaça existencial à ordem natural do reino, não apenas pela influência política, mas pelo que sua relação com o rei representava: uma violação fundamental das normas de masculinidade e comportamento real.

Em 19 de junho de 1312, Piers Gaveston foi levado a uma colina chamada Blacklow Hill, propriedade de Thomas de Lancaster. Lá, diante de uma pequena multidão de testemunhas, foi executado de maneira brutal. Dois galeses foram designados para realizar a tarefa. O primeiro cravou uma espada através do corpo de Gaveston; o segundo decepou sua cabeça. Seu corpo foi deixado onde caiu, negando-lhe sepultura cristã, a maior humilhação que a época medieval podia infligir.

Quando a notícia chegou a Eduardo, o rei entrou em um estado de luto tão profundo que seus contemporâneos o descreveram como próximo à loucura. Mas a morte de Gaveston não encerraria o padrão de comportamento que condenaria Eduardo. Após meses de luto intenso, o rei encontrou um novo favorito, ou melhor, dois novos favoritos: Hugh Despenser, o Velho, e especialmente seu filho, Hugh Despenser, o Jovem.

A relação entre Eduardo e Hugh, o Jovem, seguiria o mesmo padrão devastador da ligação com Gaveston, mas com consequências ainda mais catastróficas. Hugh Despenser, o Jovem, era descrito pelos cronistas como um homem de grande beleza e ambição ilimitada. Rapidamente, ele ocupou o mesmo espaço na vida e no coração de Eduardo que Gaveston havia ocupado: compartilhavam aposentos, o rei concedia-lhe terras e títulos com a mesma generosidade excessiva, e os dois homens demonstravam publicamente uma intimidade que mais uma vez ultrapassava os limites do que era considerado apropriado. A diferença crucial era que Hugh era ainda mais cruel e ganancioso que Gaveston, usando sua influência sobre o rei para perseguir inimigos e acumular poder de forma implacável.

Durante este período, a rainha Isabel foi sistematicamente marginalizada. Despenser, reconhecendo nela uma ameaça, trabalhou ativamente para isolá-la da corte e até mesmo de seus próprios filhos. Em 1325, em um movimento que pareceria inocente, mas que provaria ser fatal para Eduardo, a rainha viajou à França em missão diplomática. Lá, longe do controle de seu marido e dos Despenser, Isabel começou a tecer uma conspiração que destruiria tudo.

Na França, Isabel encontrou um amante próprio: Roger Mortimer, um barão inglês exilado que havia escapado da Torre de Londres após liderar uma rebelião fracassada contra Eduardo e os Despenser. A relação entre Isabel e Mortimer era tão escandalosa quanto a de Eduardo com seus favoritos, mas com uma diferença crucial: eles canalizariam sua paixão não em indulgência, mas em vingança meticulosamente planejada.

Em setembro de 1326, Isabel e Mortimer invadiram a Inglaterra com um pequeno exército mercenário. A resposta foi surpreendente. Ao invés de resistência, encontraram apoio entusiástico. Anos de ressentimento contra Eduardo e os Despenser, combinados com a percepção generalizada de que o rei era fraco e desviante, levaram barões e pessoas comuns a se juntarem à causa de Isabel. Eduardo e Hugh Despenser fugiram para o oeste, mas foram capturados em novembro de 1326 no País de Gales.

O destino de Hugh Despenser seria uma prévia do que aguardava o rei. Em 24 de novembro de 1326, Hugh foi executado em Hereford em uma das mortes mais elaboradamente cruéis registradas na história medieval inglesa. Primeiro, foi arrastado pelas ruas amarrado a quatro cavalos. Depois, foi pendurado pela garganta, mas não o suficiente para matá-lo imediatamente. Enquanto ainda estava consciente, foi castrado, e seus genitais foram queimados diante de seus olhos. Finalmente, foi eviscerado, seu coração arrancado do peito e queimado enquanto ainda batia. Apenas então foi decapitado. Esta execução horrível não era aleatória; era uma declaração pública sobre o destino de homens que se envolviam em atos considerados desviantes com o rei.

Eduardo foi mantido prisioneiro, movido de castelo em castelo enquanto Isabel e Mortimer consolidavam seu poder. Em janeiro de 1327, o Parlamento foi convocado e, pela primeira vez na história inglesa, votou pela deposição de um rei. Eduardo II foi forçado a abdicar em favor de seu filho de 14 anos, Eduardo III. Mas a questão permanecia: o que fazer com o rei deposto? Um rei vivo, mesmo deposto, sempre representaria uma ameaça potencial, um símbolo ao redor do qual rebeldes poderiam se reunir.

Isabel e Mortimer sabiam que Eduardo precisava morrer, mas fazê-lo abertamente arriscaria transformá-lo em mártir. Eduardo foi transferido para o castelo de Berkley em abril de 1327, sob a custódia de Thomas de Berkeley e John Maltravers. Os meses seguintes foram uma tentativa sistemática de matar o rei deposto através de negligência e maus-tratos, esperando que ele morresse de causas aparentemente naturais. Documentos da época sugerem que Eduardo foi mantido em condições degradantes, em celas sujas, sobre fossas de excrementos, alimentado minimamente, numa esperança de que doenças o levassem. Mas Eduardo, apesar de tudo, permanecia teimosamente vivo.

Então veio a ordem. De quem exatamente nunca foi confirmado definitivamente, mas os historiadores acreditam que de Isabel e Mortimer, para que Eduardo fosse eliminado de forma que não deixasse marcas externas visíveis no corpo. A razão era pragmática: o cadáver precisaria ser exibido publicamente para confirmar sua morte, e qualquer sinal de violência levantaria questões perigosas sobre assassinato real.

Foi neste contexto que o método mais horrível e simbólico foi escolhido. Na noite de 21 de setembro de 1327, três homens entraram na cela de Eduardo. O que aconteceu nas horas seguintes foi registrado por cronistas que ouviram relatos de testemunhas que estavam no castelo naquela noite terrível. Segundo estes relatos, Eduardo foi segurado com força por vários homens. Um chifre de gado foi inserido em seu ânus, e, através deste chifre que servia como conduto protetor, foi introduzida uma haste aquecida ao rubro nas brasas.

O suplício foi projetado com precisão diabólica: o calor extremo do ferro em brasa queimaria os órgãos internos de Eduardo, causando morte por hemorragia interna e choque, mas sem deixar qualquer marca externa visível no corpo. Mais significativo ainda era o simbolismo brutal do método: atacar precisamente a parte do corpo associada aos seus atos íntimos proibidos, uma forma de punição que espelhava o pecado percebido.

Os gritos de Eduardo, segundo testemunhas, foram tão terríveis que podiam ser ouvidos fora das muralhas do castelo. Pessoas nas vilas próximas falaram por gerações sobre aquela noite, sobre os uivos sobrenaturais que pareciam vir do próprio inferno. O sofrimento durou horas, não minutos. Eduardo agonizou em dor inimaginável até que, finalmente, nas primeiras horas da manhã, a morte o libertou.

No dia seguinte, o corpo de Eduardo foi exibido publicamente. Como planejado, não havia marcas externas de violência. A causa oficial da morte foi declarada como “causas naturais”, embora ninguém realmente acreditasse nisso. Eduardo foi sepultado na Abadia de Gloucester em dezembro de 1327, com cerimônias reais apropriadas, uma farsa final que pretendia ocultar a verdade brutal de seu assassinato.

Mas a verdade, como frequentemente acontece, recusou-se a permanecer enterrada. Nos anos seguintes, vários cronistas registraram a história do assassinato de Eduardo, alguns em detalhes explícitos. O cronista Geoffrey le Baker, escrevendo décadas depois, forneceu o relato mais completo e perturbador do método de execução. Historiadores modernos debateram a veracidade exata destes relatos, alguns sugerindo que a morte de Eduardo pode ter sido diferente ou que ele pode até ter sobrevivido e escapado para o exílio. No entanto, a evidência documental e circunstancial aponta fortemente para a verdade essencial da história: Eduardo II morreu violentamente no castelo de Berkley, e o método escolhido foi deliberadamente projetado para refletir e punir sua natureza sexual, considerada desviante pela sociedade medieval.

A morte de Eduardo II representa mais que apenas o assassinato brutal de um rei deposto. É um testemunho terrível de como o poder absoluto, quando combinado com normas sociais rígidas sobre gênero e sexualidade, pode produzir crueldade extrema, justificada como justiça moral. Eduardo foi morto não apenas porque era um rei fraco ou porque seus favoritos eram gananciosos, mas porque ele desafiou fundamentalmente as expectativas medievais de masculinidade real. Em uma época onde reis eram esperados serem guerreiros, conquistadores e reprodutores dinásticos, Eduardo escolheu homens ao invés de mulheres, e jardins ao invés de campos de batalha, e intimidade emocional ao invés de dominação política. Estas escolhas em si, e não inerentemente erradas, tornaram-se fatais no contexto de uma sociedade que não tinha espaço para um rei que não se conformasse ao molde esperado.

A ironia final é que a tentativa de apagar a memória de Eduardo e seus atos íntimos através do método específico de sua morte acabou tendo o efeito oposto. Enquanto outros reis medievais são lembrados por suas batalhas ou conquistas, Eduardo II é lembrado precisamente pela forma como morreu, uma narrativa que mantém viva através dos séculos a memória do que ele foi e o que representava. Seu sofrimento final tornou-se, paradoxalmente, um testemunho permanente da intolerância brutal de sua época.

Hoje, ao olharmos para trás através de sete séculos, a história de Eduardo II nos confronta com questões desconfortáveis sobre poder, conformidade e o preço terrível pago por aqueles que desafiam as normas de suas sociedades. Seu destino serve como lembrança sombria de que a violência contra aqueles percebidos como diferentes ou desviantes não é um fenômeno moderno, mas um padrão que se repete através da história humana, adaptando-se às sensibilidades de cada época, mas mantendo sua essência brutal. Os gritos que ecoaram pelas muralhas do castelo de Berkley naquela noite de setembro de 1327 são, em um sentido profundo, gritos que ainda ecoam através dos séculos, lembrando-nos da capacidade humana para a crueldade quando o poder se combina com intolerância e da necessidade eterna de vigilância contra aqueles que justificariam violência em nome da ordem moral ou social.

Se você gostou deste relato histórico e quer conhecer mais sobre os destinos sombrios de outras figuras reais que desafiaram as convenções de suas épocas, inscreva-se no canal e ative as notificações para não perder nenhum episódio. Deixe nos comentários qual monarca ou figura histórica você gostaria de ver em nosso próximo vídeo. A história está repleta de verdades que foram enterradas junto com aqueles que as viveram, e é nosso compromisso trazê-las à luz. Até a próxima.

 

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News